Edição nº 08 - de 15 de Setembro de 2002 a 14 de Outubro de 2002

Olá Leitores!

A BELEZA DA VIDA E O MISTÉRIO DA MORTE

A Dra. Jeni Lustosa (médica e jornalista) durante uma conferência dizia que a primeira aula dos cursos de Medicina deveria ser na maternidade. E, assim, o neófito discente teria o contato com a beleza da vida que brota em forma de bebê, rasgando o ventre materno e sedento da essência vital no colo dela. Para a Dra. Jeni, aprender com o dissecar de cadáveres seria após festejar os primeiros minutos de cada vida.

Dia desses, nesta mega cidade, por uma de suas movimentadas avenidas, deparei-me frente à impotência e ao mistério da morte.

Um homem jovem (no máximo 30 anos) boa aparência, bem vestido, seguia caminhando entre outras pessoas, todas com a pressa característica de uma capital de negócios, como é São Paulo.

De repente, esse jovem moço pareceu estremecer e cair; duas mulheres próximas que seguiam o mesmo trajeto, seguraram-no pelos braços, impedindo-o de bater a cabeça no chão. Um outro homem ajudou-as a deitá-lo na calçada, com os braços para cima. Todos se entreolham, sem entender o que ocorria. Chega um outro jovem, procura verificar se há pulsação, alguma evidência que sinalizasse um desmaio, algo assim... Porém, ele disse: Está morto!...

Mais algumas pessoas chegam, mais rápido chegaram, mais rápido partiram, deixando ali estendido sem vida, um corpo inerte... era a morte?!... O que todos sentiam, era o quê?!...

Medo dos envolvimentos policiais? Era a absoluta falta de tempo? Era por quê não havia mais nada a fazer? Tratava-se da impotência de todos diante do mistério da morte?

Parada e incrédula, não me era possível nada! Apenas uma dor intensa, de perda!

Ali jazia, um jovem, vítima de uma morte súbita e misteriosa.

Um dia, há alguns anos atrás, assim como todos nós, ele rasgou o ventre materno, amamentou-se da seiva dela, riu, chorou, amou, viveu um pouco menos do que nós, mas será que ele ainda terá um banho de lágrimas com a sua cabeça acariciada pela última vez no colo de sua mãe?

Assim é a beleza da vida... Assim é o mistério da morte...

Tudo em uma eternidade ou em uma realidade sem fim?

Comemorando com você que é um dos nossos leitores a alegria de viver, envio votos de muito sucesso e um abraço, esperando que você divulgue este nosso trabalho.

Elisabeth Mariano

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