Quase quinhentas mil pessoas brasileiras, de todas as origens e raças, e com as variações de opções sexuais, são cidadãos e cidadãs muito felizes por transformar a vida das pessoas, em momentos que se sentem mais belas e felizes, cuidadas e estimadas por profissionais, tão queridos/queridas que se tornam até confidentes... a missão e nobreza destas profissões nas área de embelezamento pessoal, ou nas variadas metodologias, agregadas em academias, spas, hotéis etc. com profissionais especializados/as - atuam e transformam!!!
Muitas vezes, quem trabalha nas áreas sensíveis da beleza humana, ou em outros segmentos são pessoas mais sensíveis e artistas... contudo, sem dúvida são muito humanizadas... alguns percentuais são pessoas que fazem parte dos grupos LGBTIQ§+ (artistas da beleza humana).
Há um grupo social que quase sempre ficam com menos informações de seus valores, e, ainda têm mais dificuldades em obter respeito para atendimento até mesmo nas áreas básicas da saúde.
Referindo-nos aos grupos de mulheres Lésbicas, abaixo trazemos um recorte em notícia sobre este tema. E, também aqui trazemos um grupo social que mais ainda precisa de atenções dede a medicina, outras áreas da saúde e de comportamento humano.
No dia 26 DE OUTUBRO SE COMEMORA O DIA DA CONSCIENTIZAÇÃO E DA VISIBILIDADE INTERSEXUAL.
Saber o que a ciência já compreende, atende e orienta é uma questão de sabedoria e inteligência de todas as pessoas sábias.
Também ressaltamos a importância e alegria de termos entrevistado na Rádio EMBELEZAR, o PÓS DOUTOR TONI REIS, ESCRITOR, PALESTRANTE E RESPEITADO MUNDIALMENTE... considerado o maior exemplo acadêmico e de liderança sociopolítica a favor das categorias acima citadas, cujas podem obter muita ajuda em área de direitos humanos etc.
FRATERNAL ABRAÇO, QUE SEJAM SEMPRE FELIZES, SOLIDÁRIOS, E SUPEREM AS BARREIRAS ‘FORA DAS LEIS”!
Elisabeth Mariano e equipe EMBELEZAR.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Marion Andrea França Franco Caruso
Marion Caruso Fotografia
(2011 – Atual)
São Paulo/SP
E-mail: marioncaruso@hotmail.com
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OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da TV EMBELEZAR, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.
Prof. Dr. Toni Reis
Prof. Dr. Toni Reis, comemora 35 anos de ativismo em defesa dos Direitos Humanos LGBTI+.
Atualmente é diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+.
É integrante do conselho executivo da GayLatino, uma rede de direitos humanos LGBTI+ na América Latina.
Toni Reis é ativista da causa LGBTI+ e AIDS desde meados dos anos 1980. Em 1992 foi um dos fundadores e continua engajado no Grupo Dignidade, entidade LGBTI+ pioneira de Curitiba. Paraná. Atualmente é diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+. É integrante do conselho executivo da GayLatino, uma rede de direitos humanos LGBTI+ na América Latina. É professor, formado em letras pela UFPR e também em pedagogia pela Uninter. É especialista em sexualidade humana, mestre em filosofia e doutor e pós-doutor em educação. É autor dos livros “Homofobia no ambiente educacional: o silêncio está gritando” e “Sexo, Ética e Consentimento”. Em 2010, recebeu o Prêmio de Direitos Humanos do Governo Federal, na categoria Garantia dos Direitos da População LGBT. Em 2018, recebeu a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo. Toni vive com seu marido David Harrad desde 1990. O casal tem três filhos, atualmente com 19, 16 e 14 anos de idade.
Publicado em: 26 de outubro de 2020
O 26 de outubro é marcado como o Dia da Visibilidade Intersexo, que vem como um marco da luta pelo fim da invisibilidade das pessoas intersexuais. Nesta data, em 1996, ocorreu a primeira demonstração pública de que se tem registro de pessoas intersexo na América do Norte, na Academia Americana de Pediatria.
Intersexo é definido “como a pessoa que nasceu fisicamente entre (inter) o sexo masculino e o feminino, tendo parcial ou completamente desenvolvidos ambos os órgãos sexuais, ou um predominando sobre o outro. Os sujeitos intersexos, que não são poucos, são os mais invisíveis de todas as categorias sexuais. Provavelmente porque é a que mais desafia o binarismo sexual.” de acordo com o livro Intersexo de 2018.
Segundo a ONU, a intersexualidade acomete 1,7% das/os recém-nascidas/os. Esse número pode ser ainda maior porque muitas pessoas não nascem com traços de intersexo, apenas desenvolvem durante a puberdade, na fase adulta ou, em alguns casos, nunca descobrem esses traços. No Brasil, estima-se que 167 mil pessoas sejam intersexo.
No mundo todo, pessoas intersexos são submetidos a cirurgias clinicamente desnecessárias, tratamentos hormonais, dentre outros procedimentos na tentativa de mudar, de forma não consentida, sua aparência sexual e/ou corporal.
Ainda para as Nações Unidas, essas intervenções servem unicamente para atender às expectativas e estereótipos sociais sobre feminino ou masculino, no qual essas práticas, ao lado de outras intervenções e tratamentos médicos forçados, como hormonoterapias ou terapias de conversão, representam uma grave violação dos direitos humanos das pessoas intersexo, podendo ser consideradas análogas à tortura e aos maus-tratos .
Em março de 2019, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou uma resolução que expressa preocupações sobre regulamentos, regras e práticas discriminatórias existentes que exigem que algumas mulheres e meninas atletas reduzam clinicamente seus níveis de testosterona no sangue, passando por procedimentos médicos desnecessários, humilhantes e prejudiciais, ou terapia hormonal para participar de eventos esportivos.
A intersexofobia se refere à discriminação baseada em características sexuais/corporais contra as pessoas intersexo.
Nesse cenário, pessoas intersexo acabam se tornando alvo de discriminação generalizada ao longo da vida, inclusive no acesso à educação, ao emprego, à saúde, aos esportes e aos serviços públicos.
A Psicologia tem um papel importante na defesa da dignidade das pessoas intersexo uma vez que ao fazer o reconhecimento de sua existência legítima, pode auxiliar essas pessoas, suas famílias e a sociedade nos processos de aceitação, respeito e inclusão.
O Código de Ética Profissional do/a Psicólogo/a, em seus princípios fundamentais, destaca que “o psicólogo baseará seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração dos Direitos Humanos” e que “o psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”
Ressaltamos que esta nota foi escrita em conjunto com a Associação Brasileira de Intersexos – ABRAI, parceria esta que tem contribuído para ampliar o debate junto à categoria de psicólogas/os. Assim, o CRP SP afirma seu compromisso ético e social na defesa dos direitos da pessoa intersexo e seu reconhecimento digno.
A Psicologia é para todo mundo e se faz com Direitos Humanos!
Da Agência Senado | 08/10/2021, 16h23
Fonte: Agência Senado
O Plenário do Senado promove, na próxima sexta-feira (15), às 10h, sessão especial em homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A homenagem atende a um requerimento (RQS 235/2021) do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que também contou com o apoio de outros parlamentares.
Izalci lembra que essa data, celebrada anualmente no dia 21 de setembro, foi criado por iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes.
Em seu requerimento, o senador explicou que o objetivo do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é conscientizar a sociedade sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência. Ele também ressaltou que o dia 21 de setembro foi escolhido porque a data marca o início da primavera no Hemisfério Sul, "em uma referência à estação do ano que, como fenômeno, pode ser metaforicamente comparada ao renascimento, à renovação da vida".
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Da Agência Senado | 30/08/2021, 17h31
Paulo Paim (na tela) e Humberto Costa durante reunião da CDH em que o projeto foi aprovado; o texto segue para votação no Plenário do Senado
Leopoldo Silva/Agência Senado
Proposições legislativas - PL 401/2019
O projeto que permite considerar como idosa a pessoa com deficiência a partir dos 50 anos (PL 401/2019) foi aprovado nesta segunda-feira (30) pela Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH). O texto segue para votação no Plenário do Senado.
Esse projeto teve origem na Câmara dos Deputados. No Senado, já recebeu parecer favorável em dois colegiados, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e, agora, na CDH — onde teve como relator o senador Paulo Paim (PT-RS).
O texto promove alterações no Estatuto do Idoso para estabelecer que a pessoa com deficiência seja considerada idosa a partir dos 50 anos. Também prevê que esse limite pode ser reduzido por meio de avaliação médica, psicológica e social.
O deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), autor da proposta, argumenta que, apesar do aumento da expectativa de vida, as pessoas com deficiência ainda estão sujeitas ao envelhecimento precoce e devem ter pleno acesso aos direitos sociais em igualdade de condições com os demais cidadãos.
Segundo Paim, estudos mostram que pessoas com deficiência intelectual costumam apresentar sinais de envelhecimento em faixas etárias mais baixas que o restante da população, entre 50 e 55 anos. No caso de pessoas com Síndrome de Down, o envelhecimento chega ainda mais cedo, entre 40 e 45 anos.
O senador lembrou, ainda, que as pessoas com deficiência são menos ativas economicamente e costumam ter saúde mais precária, rendimento escolar inferior e maiores taxas de pobreza que indivíduos sem deficiência. De acordo com Paim, essas pessoas estão mais sujeitas à marginalização por causa dos estigmas associados à sua condição.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Proposições legislativas - PL 401/2019
Fonte: Agência Senado
Nathália Geraldo
De Universa
05/10/2021 18h50
A dançarina e influenciadora digital Thais Carla ganhou um processo judicial por dano moral contra o humorista Léo Lins após ele ter feito comentários gordofóbicos sobre um vídeo em que ela demonstra a dificuldade de pessoas gordas para ter acesso às poltronas de avião.
O artista não tem mais direito a recurso, com base em decisão da juíza Carolina Almeida da Cunha Guedes, da 8ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais de Causas Comuns de Salvador, publicada nesta segunda-feira (4).
Com isso, Léo Lins deverá pagar R$ 5 mil a Thais por danos morais pelo uso indevido da imagem.
No texto da sentença, a magistrada evidenciou que o comportamento de Léo Lins ao reproduzir o vídeo foi ofensivo, promoveu discurso de ódio e incitou outras pessoas a atacarem a dançarina nas redes sociais, "exalando inequívoca gordofobia".
A juíza disse ainda que a liberdade de expressão, garantida no Estado Democrático de Direito, "não é um salvo-conduto para humilhar, expor a execração pública" e que é dever estatal proteger as minorias.
Em entrevista a Universa, Thais Carla destacou a importância de a ação ter levado em conta o caráter gordofóbico do conteúdo de Léo Lins.
Que seja exemplo para pessoas gordas, que a gente não se cale.
E meu trabalho vai além da 'blogueiragem', ele tem esse viés social também.
GORDOFOBIA: INDENIZAÇÃO PARA THAIS CARLA
De acordo com a dançarina, o humorista debochou do conteúdo que ela havia produzido para o YouTube sobre como as poltronas de avião não são adaptadas às pessoas gordas. Na mesma plataforma, Léo Lins publicou um vídeo reagindo ao material.
O título do vídeo dele, segundo consta na decisão judicial, era "Excesso de bagagem no assento". O vídeo original de Thais, "Entalada no avião —como viajar sendo gorda", foi publicado em 2019.
"Não foi a primeira vez que usou minha imagem, mas o ápice foi o vídeo. Ele estava 'monetizando' com isso. Justamente em um conteúdo em que eu falava sobre acessibilidade, porque muitas pessoas gordas deixam de fazer certas coisas por causa dessas situações", explica a dançarina.
A indenização foi um jeito, diz Thais, de usar a visibilidade que tem para propagar a luta antigordofobia.
"É um passo à frente para todos nós, que temos corpos que as pessoas acham que são públicos. Quis mostrar que a culpa pelo que sofremos não é nossa. Ganhar a ação é uma vitória das pessoas gordas".
'Humor' para humilhar e a luta pelo direito de existir
Alvo de comentários que menosprezam seu corpo e sua existência ao longo da vida, Thais Carla contou a Universa que se resguarda do impacto emocional que atitudes como a do humorista poderiam ter em quem tem um corpo gordo.
"Toda hora sou alvo de coisas assim, porque meu corpo 'chega antes' de mim. Mas sempre levei numa boa, porque tenho família estruturada e não fico me culpando. A sociedade acha que pessoas gordas não podem existir e ter acesso, mas não tenho como ficar calada sobre isso."
Universa entrou em contato e pediu posicionamento sobre o caso ao humorista Léo Lins por e-mail. Até a publicação desta matéria, não obtivemos retorno.
O Dia da Consciência Negra acontece no Brasil em 20 de novembro.
Essa ocasião é essencial, pois é uma oportunidade de se discutir acerca dos problemas estruturais e históricos que o povo negro sofre no Brasil, consequências de quatro séculos de escravidão.
É também uma data que faz menção ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, importante líder que lutou pela libertação das pessoas negras escravizadas.
Que tal conhecer mais sobre Zumbi e outras pessoas negras que fizeram história no Brasil e no mundo?
Selecionamos 10 personalidades. Confira! ACESSE PELO LINK DA FONTE!
Estudantes, mulheres pobres e presas receberiam os absorventes de graça, mas o governo alegou incompatibilidade financeira
07/10/2021 - 12:08
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Marília Arraes: "Esse veto é um verdadeiro absurdo para as brasileiras"
Deputadas da bancada feminina protestaram no Plenário da Câmara, na manhã desta quinta-feira (7), contra o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, à distribuição distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias.
O presidente sancionou a lei que institui o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (Lei 14.214/21), mas vetou os principais pontos da proposta aprovada pelos parlamentares. Com os vetos, o programa para combater a chamada precariedade menstrual – ou seja, a falta de acesso a produtos de higiene no período da menstruação – passou a prever apenas campanha informativa sobre a saúde menstrual.
A lei é fruto de projeto de lei (PL 4968/19) de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE) e foi aprovado em agosto pela Câmara dos Deputados e em setembro pelo Senado Federal. Marília Arraes lamentou o veto, que ainda pode ser derrubado pelo Congresso Nacional.
Segundo a deputada, a aprovação da proposta foi fruto de uma negociação ampla envolvendo parlamentares e líderes de diferentes partidos, inclusive com a liderança do governo. "Tenho certeza que a Casa vai fazer jus à vontade do povo brasileiro, como é nossa obrigação, e derrubar esse veto, que é um verdadeiro absurdo para as mulheres do Brasil", protestou Marília Arraes.
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Celina Leão pediu apoio para derrubar o veto
A coordenadora da bancada feminina, deputada Celina Leão (PP-DF), também destacou que o projeto foi aprovado com apoio de todas as bancadas na Câmara e no Senado. Ela citou dados do estudo Pobreza Menstrual no Brasil, segundo os quais 713 mil meninas vivem sem acesso ao banheiro ou a chuveiro em seu domicílio. E 4 milhões não têm acesso a cuidados mínimos menstruais, por isso muitas vezes deixam de ir à escola porque estão no período menstrual.
Ela citou ainda Pesquisa da Sempre Livre, de setembro de 2021, que apontou que 28% das mulheres são afetadas pela pobreza menstrual.
“Conseguimos votar um projeto com impacto orçamentário mínimo para gente começar do mínimo. Nós tínhamos que dar acesso a essas mulheres a esse material que não é só kit de higiene; é kit de saúde. Muitas mulheres pegam infecção porque não conseguem fazer uso adequado dos absorventes”, lamentou.
Na justificativa do veto, o governo alega que a oferta gratuita de absorventes higiênicos femininos não se compatibiliza com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino, além de não indicar a fonte de custeio ou medida compensatória. Mas, segundo Celina Leão, o custo para a distribuição gratuita de absorventes era de R$ 84 milhões e estava previsto no orçamento.
"Se R$ 84 milhões for muito dinheiro para o governo não dar condições a meninas e mulheres, eu acho que o governo tem que rever os seus princípios. Repudio esse veto e peço ajuda da bancada feminina para que rapidamente a gente consiga derrubá-lo. Se você compra papel higiênico para escola, não pode comprar absorvente? Para os itens da cesta básica, você não pode incluir absorvente?”, questionou.
Também foi vetado o artigo que previa que as cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) deveriam conter como item essencial o absorvente higiênico feminino. Novamente, a justificativa foi a incompatibilidade com a autonomia das redes e estabelecimentos de ensino e a não indicação de fonte de custeio ou medida compensatória.
Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso Nacional, podendo ser mantidos ou derrubados.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Movimento aponta “apagão de políticas públicas” como um dos fatores, além da impunidade
Por Vitor Nuzzi, da RBA
Publicado 29/09/2021 - 14h37 Agência Brasil
Entre assassinatos, suicídios e outras ocorrências, 207 pessoas foram assassinadas até agora no país em 2021
São Paulo – De janeiro a agosto, 207 pessoas da população LGBTI+ foram assassinadas ou se suicidaram em decorrência de crimes de ódio, aponta relatório do Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil. Dessa forma, com média mensal de quase 26 mortes, o número tende a ultrapassar o total registrado em 2020 (237). Os dados, divulgados pela Aliança LGBT, são do Acontece – Arte e Política LGBTI+ e do Grupo Gay da Bahia, entidades que coordenam o Observatório.
“Essa realidade dramática expõe a ausência de políticas públicas para garantir os direitos humanos, proteger, amparar e gerar oportunidades para a população LGBTI+ no Brasil”, aponta o relatório. “Outro agravante para essa situação é o fato de que muitos crimes contra a população acabam impunes e, em alguns casos, até mesmo sem a identificação dos responsáveis, o que amplia o sofrimento de familiares e amigos.”
Campeão mundial
Assim, a cada 36 horas um LGBTI+ “é vítima de homicídio ou suicídio, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais”. O número teve redução de 2019 para 2020, ano considerado atípico por causa da pandemia.
Há registros de mais casos em anos anteriores, como o recorde de 445 mortes em 2017. Não há uma explicação única. Mas esse número maior pode estar relacionado a fatores como incidência de registros confirmados. Do lado da queda, a mais medidas de prevenção adotadas pela comunidade. De qualquer forma, isso não indica redução da violência no país.
“Com a diminuição das necessárias medidas de distanciamento social, para conter a pandemia, mais pessoas LGBTI+ voltaram a ficar expostas à violência contra suas vidas e seus corpos”, comenta Alexandre Bogas Gastaldi, diretor executivo da Acontece Arte e Política LGBTI+. “Ao que tudo indica, teremos em 2021 um crescimento significativo no número de casos, em relação ao ano anterior, o que impõe medidas emergenciais por parte do poder público”, acrescenta.
Mais homens gays
Neste ano, pelo levantamento, homens gays representam praticamente metade das mortes violentas. São 102, ou 49,3% do total. Em seguida, vêm mulheres trans e travestis, com 86 (41,5%). Lésbicas somam oito (3,86%). Os registros mostram ainda três assassinatos de pessoas que foram confundidas com LGBTs.
Assim, dos casos apurados até agora, 171 correspondem a homicídios (82,6% do total). Também se registram 18 suicídios (8,7%), 16 latrocínios (7,7%) e dois casos de overdose (1%).
Já das 237 mortes no ano passado, houve 224 homicídios e 13 suicídios. Pela primeira vez em 41 anos, travestis e mulheres trans ultrapassaram os gays em número de mortes: 161 (70%) e 51 (22%), respectivamente. O relatório cita ainda 10 lésbicas (5%), três homens trans (1%), três bissexuais (1%) e dois heterossexuais confundidos com gays (0,4%0.
Brancos, negros, jovens
As quatro unidades da federação mais populosas apresentam o maior número de mortes: São Paulo (28), Minas Gerais (24), Bahia (22) e Rio de Janeiro (16). Mas, considerando a proporção de mortes a cada milhão de habitantes, os índices mais elevados foram registrados em Mato Grosso (3,36 mortes por milhão), Alagoas (2,37), Amapá (2,27) e Sergipe (1,71). Em São Paulo, por exemplo, a proporção é de 0,6.
Nos casos em que foi possível apurar essa informação, 70 casos envolveram pessoas brancas (33,8%) e 67, pretas ou pardas (32,4%). A maior parte ocorreu com pessoas de 21 a 30 anos: 55 casos (26,6%). Em seguida, vêm as faixas de 31 a 40 (33, 15,9%) e de 41 a 50 (27, 13%).
Apagão de políticas públicas
“Vivemos hoje um verdadeiro apagão de políticas públicas focadas na população LGBTI+” afirma o professor Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia. “Se antes elas já eram escassas, hoje, todo o aparato estatal de amparo à esta população tem sido desmontado pelo governo federal. Somado aos discursos LGBTIfóbicos proferidos pelas maiores autoridades do país, o que se tem é a receita de uma tragédia silenciosa vivida pela nossa população”, critica.
Sugestões e reivindicações
O relatório cita quatro casos de repercussão.
O jovem Lindolfo Kosmaski, branco, de 25 anos, gay e integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Foi assassinado com dois tiros, além de ter o corpo carbonizado, em 1º de maio de 2021, na cidade de São João do Triunfo/PR6;
Roberta Silva, mulher trans negra em situação de rua. Teve 40% do corpo queimado por um adolescente, no Centro do Recife/PE, em 24 de junho, enquanto dormia nas proximidades do Cais de Santa Rita. Por conta das queimaduras, veio a óbito semanas depois do crime;
Leila Debora Barbosa Brito, mulher lésbica. Foi abordada e assassinada por dois homens, sendo um menor de idade, quando voltava de uma mercearia com a namorada. Ela foi encontrada pela polícia em uma área de vegetação, nos fundos de um lote, em Betim/MG. A vítima foi levada para o meio do mato, estuprada e assassinada por 16 disparos de arma, em diversas regiões do corpo. Foi encontrada enterrada com a cabeça exposta, pelo menos 24 horas depois do óbito;
Vida Bruno, homem trans negro, coordenador de Políticas e Promoção da Cidadania LGBT da Prefeitura Municipal de Salvador/BA. Foi agredido na cabeça enquanto estava em um restaurante em novembro de 2020. Dias depois foi internado e, após dois meses, faleceu em decorrência dos ferimentos. Segundo relatos, quando o proprietário percebeu que se tratava de um homem trans, abriu sua camisa e expôs os seios dizendo: “Não se trata de homem! Isso aqui é uma puta negra.”
Por direitos
Entre as recomendações para combater os crimes, as entidades fazem reivindicações, como garantia de educação sexual e de gêneros em todos os níveis escolares. Além disso, cumprimento da jurisprudência que garante cidadania à população LGBTI+. Também listam o reconhecimento do casamento homoafetivo e equiparação desses crimes ao de racismo. E implementação de políticas públicas em saúde, direitos humanos e educação.
By Redação Blog da Saúde MG | 29 de agosto de 2017
Por Erika Braz / Blog da Saúde / Min. da Saúde.
Nesta terça-feira (29/08) é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Independentemente de ter relações sexuais com homens, com pessoas do mesmo sexo ou com ambos, toda mulher deve ser atendida em suas necessidades, livre de preconceito e discriminação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ginecologista, psicoterapeuta e professora da Universidade Estadual do Piauí, Andrea Rufino, pesquisa o atendimento às mulheres lésbicas e bissexuais e já ouviu experiências de todos os cantos do país. Na entrevista abaixo, ela explica o quanto é importante os profissionais, tanto do SUS quanto da rede privada, considerarem que as mulheres não necessariamente fazem sexo apenas com homens.
Confira:
1) Que tipo de queixas as lésbicas relatam sobre o acolhimento nos serviços de saúde?
Eu ouvi muitas mulheres em todo o Brasil e a queixa mais importante é que o acolhimento é distante, frio. No encontro com o profissional de saúde, não há espaço para que ela fale espontaneamente da orientação sexual dela ou da prática sexual com mulher. Em geral, ela fica tensa para divulgar a orientação sexual.
A segunda queixa é que, no meio desse acolhimento, a maioria dos profissionais não pergunta sobre práticas sexuais. Além do clima não ser favorável para que ela diga, ela também não é perguntada. E aí, nesse sentido, essa consulta começa com hesitação, com dificuldade, com pensamento se ela fala ou se ela não fala.
Há também relatos de um receio do exame ginecológico, do exame dos genitais. Há receio do uso do espéculo vaginal, algumas mulheres reclamam que os aparelhos são inadequados ou então o profissional anuncia que ela não precisa do exame de colpocitologia oncótica. Então, ela fica se sentindo desassistida.
2) Qual é a melhor forma de atender essas usuárias e fazer com que elas se sintam acolhidas nas consultas e exames?
Apenas por ter uma prática sexual não hétero, a mulher não se torna diferente no quesito de pessoa humana que precisa ser acolhida. O que é importante é que o profissional lembre que nem toda mulher que ele atende é heterossexual. A dificuldade inicial começa quando a gente olha para uma formação dos profissionais da área da saúde de uma maneira geral muito heteronormativa assumindo que todas as mulheres são heterossexuais.
Todo o ensino profissional é baseado na ideia de que as mulheres têm prática sexual só com homem. É um roteiro de perguntas voltadas para a mulher heterossexual. A mulher que faz sexo com mulher se sente surpreendida e muitas vezes não sabe bem aonde colocar a informação. Você precisar dar sinais para que aquela mulher possa se sentir mais à vontade para assumir uma identidade sexual. Você faz toda uma aproximação mais capaz de assistir aquela mulher nas necessidades e nas especificidades que ela necessita.
3) Por que é importante que uma mulher que não tem relações sexuais com homens faça todos os exames como qualquer outra?
As mulheres de maneira geral podem ter alguns tipos de câncer que podem acometer qualquer uma. Mulheres que não engravidaram e que passam muito tempo menstruando estão suscetíveis a isso e, neste contexto, há lésbicas vulneráveis. E, outras questões relacionadas aos hábitos de vida, que são comuns entre as lésbicas e bissexuais, como o tabagismo e o sedentarismo, que influenciam o risco de cânceres.
A prática sexual pode nos fazer ter contato com agentes e não é preciso ser penetrada para adquirir, por exemplo, herpes, sífilis, hepatite B e HPV. Doenças cuja a transmissão ocorre pelo contato e não pela penetração. Existe comprovação de que, mesmo sexo exclusivo entre mulheres, pode transmitir o HIV. O risco é pequeno, mas existe. Então, sexo entre mulheres também favorece infecções genitais não consideradas DSTs. Isso nos faz observar que as lésbicas precisam ser examinadas de maneira adequada, para que elas possam receber uma atenção de qualidade como todas nós merecemos.
4) De que forma as lésbicas e bissexuais podem fazer com que seus direitos por serviços de saúde humanizados sejam cumpridos?
É muito importante que as mulheres lésbicas e bissexuais consigam expor e divulgar a sua prática, a sua identidade sexual ou sua orientação sexual para o profissional de saúde, principalmente, em situações em que ela acredita que precisa dar essa informação para ser mais bem assistida. Informar o profissional vai ajudá-lo a fazer as escolhas necessárias.
A mulher deve estar empoderada para, mesmo diante de um ambiente desfavorável, fazer valer os seus direitos. Quanto mais bem informadas a respeito dos seus direitos, da sua saúde, se ela encontra um profissional que não atende às necessidades, deve fazer essa reclamação, esse registro, procurar o posto de saúde.