Qual será o motivo para atitudes de ódio e violações dos direitos humanos delas?
Conforme as datas comemorativas há no dia 10 de Setembro um alerta de campanha: Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
E, lamentavelmente, ainda são em maioria aqueles/as que assim procedem ao pertencerem aos grupos LGBTI+
Assim também é escandaloso e incompreensível o número de assassinatos a estas pessoas, muitas vezes até em seleção de vagas para o trabalho, ou sofrem vários tipos de assédio moral etc. em bancos escolares até aos universitários. Além de perseguições.
Contudo ao se analisar este público são absolutamente responsáveis por várias áreas de trabalho, são empresários micros ou de pequenos porte, e, muito criativos, têm vários dons artísticos, muitos se unem e constituem famílias com adoções de órfãos etc.
assim trazemos a sugestão e leitura desta pesquisa e monografia/dissertação, além de termos pesquisados vários fatos atuais.
Esperamos que haja muitas oportunidades de trabalho e de carreira em areas acadêmicas, sejam importantes pesquisadores/as etc.
Tudo o que não se conhece parece ser muito complicado, misterioso e até confunde nossas ideias despreparadas para o diferente.
Cada pessoa tem o direito de ser, e viver de forma que melhor lhe aprouver...
E ninguém tem direito de molestar outras pessoas por agirem de modo diverso, mas em forma humana...
Discriminar e perseguir é uma forma de demonstração de “miopia social” sem interação com a vida real na sociedade humana.
Nosso fraternal abraço as pessoas que concordam ou discordam. Mas eis aqui mais uma edição com mais pesquisas “sobre gente”!
Professora mestra, Elisabeth Mariano, autora e detentoras das marcas e domínios.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Pâmella Kei Matsudo
Médica com atuação nas áreas de Cirurgia Plástica Estética e Reparadora Facial e Corporal. Considerada expert para Estética e Rejuvenescimento Íntimos Femininos. Participação constante em cursos e congressos de aperfeiçoamento profissional. Médica assistente na Clínica Matsudo de Cirurgia Plástica responsável pelas cirurgias íntimas.
Palestrante em congressos nacionais e internacionais, além de instituições de ensino e empresas.
2011 - 2014 Especialização - Residência médica.
Hospital Ipiranga, HI, Brasil. Residência médica em: Cirurgia Plástica
Grande área: Ciências da Saúde2009 - 2011 Especialização - Residência médica.
Hospital Ipiranga, HI, Brasil. Residência médica em: Cirurgia Geral
Número do registro: .
Grande área: Ciências da Saúde
2003 - 2008 Graduação em Medicina.
Universidade Metropolitana de Santos, UMS, Brasil.
Título: Nº Registro 007456.
1999 - 2001 Ensino Médio (2º grau).
Colégio Dante Alighieri, CDAL, Brasil.
1991 - 1998 Ensino Fundamental (1º grau).
Colégio Dante Alighieri, CDAL, Brasil.
Hospital Cruz Azul, HCA, Brasil.
Vínculo institucional
2012 - 2016 Vínculo: , Enquadramento Funcional: Médica Plantonista de Enferm Clínica e Cirúrg, Carga horária: 12
Hospital Sobrapar - Crânio e Face, SOBRAPAR, Brasil.
Vínculo institucional
2013 - 2013 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária
Outras informações Observadora em Cirurgia e Atendimento à Paciente com Anomalia Craniofacial
Instituto Ivo Pitanguy da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeir, IIP, Brasil.
Vínculo institucional
2012 - 2012 Vínculo: Médica Observadora, Enquadramento Funcional: Médica Observadora
Outras informações Visitou e Clínica Ivo Pitanguy a 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, Departamentos de Cirurgia Plástica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas, sob a direção do Professor Ivo Pitanguy, no período de 01 a 15 de setembro.
Hospital da Plástica, HP, Brasil.
Vínculo institucional
2012 - 2012 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária em Cirurgia Plástica
Outras informações Período: 01 a 15 de setembro
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, SCM/SP, Brasil.
Vínculo institucional
2011 - 2011 Vínculo: Bolsista, Enquadramento Funcional: Cirurgia Geral
Outras informações Médica do Pronto Socorro
Vínculo institucional
2011 - 2011 Vínculo: , Enquadramento Funcional: Médica Assistente em Cirurgia Geral
Outras informações PSM Freguesia do Ó
Prefeitura Municipal de Osasco, PMO, Brasil.
Vínculo institucional
2010 - 2011 Vínculo: Servidor Público, Enquadramento Funcional: Clínico Geral
Outras informações Aprovada em concurso público. Médica Socorrista Plantonista
Prefeitura Municipal de Barueri, PMB, Brasil.
Vínculo institucional
2010 - 2010 Vínculo: , Enquadramento Funcional: Clínico Geral
Outras informações Aprovada em concurso público. Médica Platonista Socorrista
Hospital Sírio-Libanês, SIRIO-LIBANÊS, Brasil.
Vínculo institucional
2008 - 2008 Vínculo: Monitora, Enquadramento Funcional: Monitoria de Terapia Intensiva
Vínculo institucional
2007 - 2007 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estágio Prático em UTI adulto
Fundação Antonio Prudente - Hospital A. C. Camargo, FAP-HACC, Brasil.
Vínculo institucional
2007 - 2007 Vínculo: Bolsista, Enquadramento Funcional: Aluna PIBIC
Vínculo institucional
2006 - 2006 Vínculo: Observadora, Enquadramento Funcional: Observadora Ativ Depto. Oncologia Cutânea
Universidade Metropolitana de Santos, UMS, Brasil.
Vínculo institucional
2005 - 2006 Vínculo: Colaboradora, Enquadramento Funcional: Monitoria de Técnica Cirúrgica
Vínculo institucional
2005 - 2005 Vínculo: Colaboradora, Enquadramento Funcional: Participação na Liga de Cirurgia Plástica
Outras informações Realizou plantões semanais na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos. Período: 7 meses
Vínculo institucional
2004 - 2004 Vínculo: Colaboradora, Enquadramento Funcional: Participação na Liga de Cirurgia Geral
Outras informações Período: 6 meses
Vínculo institucional
2003 - 2004 Vínculo: Colaboradora, Enquadramento Funcional: Monitoria de Anatomia
Ambulatorio de Especialidades Medicas - Taboao da Serra, AME, Brasil.
Vínculo institucional
2015 - 2016 Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: cirurgia plastica, Carga horária: 12
Outras informações cargo: cirurgia plastica
Hospital Alvorada Moema, H ALVORADA, Brasil.
Vínculo institucional
2015 - Atual Vínculo: Cirurgia, Enquadramento Funcional: Cirurgia
Clinica Matsudo, CLINICA MATSUDO, Brasil.
Vínculo institucional
2014 - Atual Vínculo: Autonoma, Enquadramento Funcional: Cirurgia Plastica, Regime: Dedicação exclusiva.
2008 Médica - CRM 135.481, Universidade Metropolitana de Santos.
Leia mais no CV Lattes On Line: http://lattes.cnpq.br/1645136564383700
WhatsApp: (11) 96786-8182
Instagram: @drapamella_cirurgiaplastica
OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da TV EMBELEZAR, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.Prof.ª Dr.ª Maria Dolores Fortes Alves
E-mails: mdfortes@gmail.com
OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da RÁDIO EMBELEZAR, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.Autoras: Leila Santos de Oliveira e Valdice Querem Silva Freire
`Pessoas da comunidade LGBTQIA+ têm aumentado bastante nos últimos tempos, tendo em vista fatores de risco que se mostram mais presentes a cada dia. A partir desta problemática, pensou-se em uma pesquisa por meio de um questionário online para pessoas da comunidade LGBTQIA+ com o intuito de compreender as motivações que justifiquem a recorrência das tentativas de suicídio nesta comunidade, quais os fatores de risco que fazem com que idealizem e/ou tentem suicídio, assim como entender também fatores de proteção que podem prevenir o suicídio. Foram coletadas 39 respostas e as questões foram analisadas uma a uma. Apresentada a sua leitura por meio de gráficos, discorreu-se sobre vivência enquanto LGBTQIA+ e os fatores de risco relacionados à ideação suicida. O questionário traz discussões acerca de sexualidade, a importância da educação sexual, família e as relações sociais, buscando compreender por meio das crenças de pessoas da comunidade sobre o que é homofobia para os mesmos e o quanto isso pode interferir em sua forma de ser e de se sentir nos cenários sociais (festas, bares, reuniões familiares e entre amigos), para assim entender quais são os principais fatores que podem influenciar na ideação e/ou tentativa de suicídio para pessoas desta comunidade. PALAVRAS-CHAVE: Comunidade LGBTQIA+. Suicídio. Fatores de risco. Relações sociais. Homofobia.
23/06/2021 por Inaê Ribeiro
A moda sempre foi usada como uma forma de identificação e pertencimento. Quando estudamos décadas passadas, ou até mesmo a atualidade, além de falarmos sobre hábitos, sempre há uma análise das tendências da época. Se vestir é mais do que cobrir o corpo com um tecido, aderir ou se negar a seguir uma tendência, moda é comunicação, mas, ela também está repleta de estereótipos, principalmente quando falamos sobre a comunidade LGBT.
Por muito tempo fomos ensinados que a moda possui diferenciação de gêneros e isso limitou nossas escolhas, além de criar um padrão de julgamento a respeito do que a outra pessoa veste. Basta uma simples conversa com uma pessoa da comunidade LGTB para ouvir relatos do que a moda já representou em sua história. Para alguns, é a partir das roupas que veste que ela se torna vítima de homofobia, gerando assim uma necessidade de camuflar sua sexualidade através da moda, de outro lado, temos aqueles que já a utilizam para reforçar e representá-la imageticamente, ou até mesmo aqueles que não veem ligação e apenas vestem o que gostam e se sintam confortáveis. Continua...
Atualmente, no Brasil, quase 3 milhões de pessoas se dizem gays, lésbicas ou bissexuais - é o equivalente a 1,8% da população.
Ativistas acreditam que pode haver subnotificação.
Por Jornal da Globo - 26/05/2022 02h07 Atualizado há 2 meses
Pela primeira vez uma pesquisa do IBGE tenta mapear a orientação sexual dos brasileiros.
A vida em família era um sonho antigo da Kátia e da Mariana. Mas antes de chegar até aqui, as duas - juntas há dez anos - precisaram enfrentar uma rede de preconceito. A primeira resistência veio da família. Depois, do grupo de montanhismo que frequentam.
“Hoje, a gente tem um acolhimento que vem muito desse grupo, que faz a gente ter cada vez mais confiança para ser quem a gente é. Mas realmente no começo foi difícil”, conta a enfermeira Kátia Pacheco Perensim.
“Chega uma hora que não tem jeito mais: ou você vai ser feliz ou você vai agradar as pessoas”, diz a advogada Mariana Lopes dos Santos.
Essa foi a primeira vez que o IBGE pesquisou de perto a orientação sexual dos brasileiros. O levantamento mapeou as pessoas por sexo, cor ou raça, idade, nível de instrução, renda e local de moradia. Hoje, no Brasil, quase 3 milhões de pessoas se dizem gays, lésbicas ou bissexuais - é o equivalente a 1,8% da população. Entre os mais jovens, esse percentual é maior: 4,8% entre 18 e 19 anos.
A Pesquisa Nacional de Saúde se baseia em dados coletados em 2019 e aponta que, entre brasileiros de 18 a 29 anos, 4,8% se declaram homossexuais ou bissexuais. A fatia da população que se identifica como gay, lésbica ou bissexual também é maior conforme o aumento da escolaridade e da renda. Ativistas acreditam que pode haver subnotificação.
“Achamos que, para primeira pesquisa, o número foi baixo. Nós somos, na média, entre 5% a 10% da população brasileira, porque nós temos pesquisas de amostragem. E também não se pesquisou a identidade de gênero. Então, as pessoas trans ficaram de fora dessa pesquisa”, diz Toni Reis, diretor da Aliança Nacional LGBTI+.
“Então, 1,8% da população é de pessoas que, de alguma forma, se sentiram confortáveis e certas dessa definição, dessa autoidentificação e relataram para o IBGE. Nós entendemos que esse resultado pode estar subestimado, sim. Nem sempre a privacidade de responder foi possível”, afirma Lúcia Vieira, coordenadora da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE.
“É importante dizer, nós existimos, nós estamos aqui, nós não somos mais uma hipótese, nós somos uma realidade e a gente precisa desse olhar, desse cuidado, como todas as outras famílias”, afirma Mariana Lopes dos Santos.
Ao longo do ano passado, ao menos 300 pessoas perderam a vida para a violência LGBTfóbica no país, número que representa um aumento de 8% em relação a 2020. Com uma morte registrada a cada 29 horas, o Brasil segue liderando o ranking de países que mais matam LGBTQIA+. Os dados são do relatório “Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil – 2021”, divulgados em fevereiro de 2022 pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).
Um dos casos de homicídio por homofobia registrados no ano passado foi o do operador de telemarketing Gabriel Carvalho Garcia, de 22 anos, morto a tiros no momento em que foi cortar o cabelo, em um salão no bairro Embu das Artes, em São Paulo. De acordo com o registro policial, o criminoso se aproximou da vítima, que estava de costas e sentado na cadeira da barbearia, e atirou pelo menos três vezes na cabeça do jovem. Encapuzado, o suspeito fugiu sem levar nada da vítima ou do salão.
O assassinato de Gabriel ocorreu em junho, justamente durante o mês do Orgulho LGBTQIA+, e mobilizou as redes sociais com pedidos de “justiça” e “punição”.
Em 2021, os homossexuais masculinos voltaram a ocupar o primeiro lugar no ranking de mortes de LGBTQIA+, somando 51% dos casos. Os grupos seguintes foram travestis e transexuais (36,67%), lésbicas (4%), bissexuais e homens trans (1,33%), uma ocorrência de pessoa não binária e um heterossexual, este último confundido com um gay. Os dados da pesquisa se baseiam em notícias publicadas nos meios de comunicação, que foram coletadas e analisadas pelo GGB.
Em relação à cor das vítimas, 28% eram brancas, 25% pardas, 16% pretas e apenas uma indígena. Cerca de 47% dos LGBTQIA+ tinham entre 20 e 39 anos. Para o fundador do GGB, Luiz Mott, a raça das vítimas é um agravante social da violência, mas ainda é pouco especificada nas reportagens produzidas pela imprensa, fator que dificulta o levantamento de dados por cor.
“Nós reconhecemos que a imprensa melhorou significativamente no tratamento da população LGBT, mas as informações são muito incompletas para falar sobre a cor e a cena do crime. Outro fator é o não reconhecimento de crime LGBTfóbico, muito atrelado às investigações policiais que, na maioria das vezes, configuram o caso apenas como homicídio e não como homicídio por homofobia”, explica Mott.
Ao todo, a pesquisa documentou 276 homicídios (92%) e 24 suicídios (8%). Quanto ao local dos assassinatos, 36% ocorreram na residência da vítima, 32% em logradouros públicos, mas também em estabelecimentos comerciais, locais ermos, na orla marítima e matagais.
Um dos casos do suicídio apontados pelo GGB foi o do dentista Gustavo dos Santos Lima, de 27 anos, encontrado sem vida no dia 14 de outubro de 2021, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Sua morte ocorreu dias depois de uma mãe recusar que sua filha fosse vacinada “por um viado”, ocasião em que a vítima atuava como voluntário na vacinação contra a Covid-19.
Nordeste lidera mortes por LGBTfobia
O Nordeste foi a região onde mais pessoas LGBTQIA+ tiveram morte violenta, com 35% dos casos, seguido do Sudeste (33%). É a primeira vez que o Sudeste concentra tantos óbitos: mais do que a soma total das demais regiões, Sul, Norte e Centro-Oeste.
Ceca de 28% dos assassinatos são consumados com armas brancas (faca, facão, tesoura, enxada); 24% com armas de fogo; e 21% dos casos foram vítimas de espancamento e estrangulamento, incluindo asfixia, tortura, atropelamento doloso.
“A razão para o uso de armas brancas pode sinalizar sobretudo mortes em residências, sendo este tipo de utensílio facilmente encontrado pelo agressor na cozinha. Já as armas de fogo, que costumam atingir mais pessoas trans, estão relacionadas ao crime ocorrido nas ruas. O que justifica já que a maioria das trans são profissionais do sexo e muitas são vítimas enquanto trabalham”, pontua Mott.
Impunidade dos agressores
A pesquisa do Grupo Gays Bahia aponta que apenas 95 dos 300 criminosos foram identificados nos noticiários e demais fontes, ou seja, somente 31,67% dos casos foram elucidados no mesmo ano da ocorrência. A explicação do relatório conclui, portanto, que a prevalência da “impunidade nos casos de assassinatos de LGBTQIA+ constitui gravíssimo problema e agravante para a repetição desses mesmos crimes”.
Redação com informações do jornal O Globo
Desde 2016, o Grupo Gay da Bahia (GGB) inclui o suicídio em seu levantamento de mortes violentas contra LGBTs. Naquele ano, foram 26 registros, contra 100 casos em 2018, um aumento de 284% no período
Escrito por Redação, 22:00 - 04 de Fevereiro de 2019.
Neste mundo, não houve respostas concretas para as questões de Carlos (nome fictício) que, aos 24 anos, decidiu procurá-las em outro: suicidou-se, deixando os motivos e as desculpas como testamento. Com a alegria de um fã da cantora Beyoncé e a bravura de quem cedo aprende a ser forte, por simplesmente amar seus iguais, optou por interromper a própria presença e virar lembrança. "Respira. Vai agora não, que ainda tem jeito", teriam lhe dito, se pudessem, os que, agora, sentem sua falta.
Assim como Carlos, 100 lésbicas, gays, bissexuais e transexuais tiraram a própria vida durante o ano de 2018, conforme o relatório "Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil", realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Em comparação com a primeira vez em que a prática apareceu nos registros do GGB, em 2016, os casos saltaram mais de 284%, quase quadruplicando (foram 26 suicídios no primeiro relatório). O levantamento não traz dados específicos sobre suicídios por região ou Estado, mas Téo Cândido, coordenador do Centro de Referência LGBT da Prefeitura de Fortaleza Janaína Dutra, destaca que cerca de 20% dos atendidos na unidade relataram ter sofrido adoecimento mental.
Causa
O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. O público LGBT tem seis vezes mais chance de cometer o ato, de acordo com a revista científica americana "Pediatrics". Ainda para a publicação, o risco de suicídio é 21,5% maior quando LGBTs convivem em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Para o jornalista e ex-namorado de Carlos, Iury Figueiredo, a culpa não é somente do conservadorismo social, mas também do universo particular de cada um. "Uma vez só ele me falou que sua vida não teria muito futuro, mas era difícil de acreditar, de dar vazão", rememora.
8 foram as causas das mortes: arma de fogo e branca, suicídio, asfixia, espancamento, pauladas, apedrejamento e carbonização
Grande parte dos 100 casos de LGBT aos quais o levantamento do GGB se refere foi pesquisada em "páginas de obituários que relatam mortes e perfis das vítimas nas redes sociais". Iury, por exemplo, descobriu o suicídio de Carlos por meio de uma carta deixada na rede social Facebook. "Ele era muito forte para os outros, se metia em briga, o que fosse, para defender os amigos. Era de pegar na mão e pedir pra ficar tranquilo", refaz Iury.
"Os dados disponibilizados pelo GGB dialogam com um contexto de pouca notificação. É uma organização civil que pauta a problemática, justamente pelas pouquíssimas informações. O suicídio entre LGBTs é extremamente subnotificado, o que perpetua a alarmante invisibilidade desse público", aponta Téo Cândido, do Centro Janaína Dutra.
A unidade recebe vítimas de discriminação ou violência em decorrência da identidade de gênero ou orientação sexual. "É recorrente identificarmos depressão, dependência de álcool e outras drogas, transtornos de humor, dentre outros fatores de bastante risco atrelados ao suicídio", desenvolve Téo.
Em 2018, foram 178 pessoas atendidas no Centro, cerca de 3% delas informaram pelo menos uma tentativa de suicídio ao longo da vida. O equipamento conta com uma psicóloga, que trabalha com uma escuta de psicoterapia breve. Se o atendimento contínuo for confirmado, o LGBT é encaminhado a algum serviço de saúde do Município de Fortaleza.
Índices
O Ceará cravou a quinta posição no índice de mortes violentas de LGBTs, com 23 casos em 2018. No Nordeste, o Ceará ficou atrás apenas da Bahia, que terminou o ano com 35 registros. Em todo o País, a LGBTfobia deixou 420 vítimas. Em caso de suicídio, as lésbicas representaram o maior aumento de casos de 2017 para 2018: foram 52% a mais. Gays tiveram um aumento de 45%, trans uma diminuição de 14%. Bissexuais permaneceram com 3%. "Tudo isso se deve à LGBTfobia, que repete 'prefiro ver um filho morto a ter um filho gay'. Essa intolerância em casa, na escola, na internet provoca perdas emocionais nessas pessoas", analisa o antropólogo e fundador do GGB, Luiz Mott.
O presidente da Associação Transmasculina do Ceará (Atrans-CE), Kaio Lemos, entende o problema como uma soma de fatores ambientais e sociais. "O ato é, inicialmente, coletivo, quando o indivíduo não se enxerga dentro dos processos de conexão social. É um estado de falta de pertencimento que leva à prática", crê. Por duas vezes, Kaio também tentou interromper o viver. Hoje, o suicídio, para ele, virou tema para o doutorado.
420
De acordo com o levantamento do Grupo Gay da Bahia, ao menos 420 LGBTs perderam a vida violentamente em 2018
Se do lado de lá, Carlos pudesse ouvir, Iury pediria para que ele valorizasse sua vida: "O que tudo isso me mostrou é que as pessoas são importantes, e que precisamos pedir e dar ajuda". De agora em diante Iury verá Carlos apenas se acessar as memórias mais carinhosas. "Todo mundo lembra do quanto ele é feliz? aliás, era. Desculpa, eu continuo falando no presente", admite.
Compreensão
Para a coordenadora geral do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Fortaleza, Rejane Felipe, suicídio é a idealização de que não há mais como solucionar os problemas. "LGBTs têm ainda mais propensão, passam por muita rejeição da própria sociedade em aceitá-los. Outra preocupação é com o fato de falar de suicídio ainda ser tabu", defende. Ela alerta para os sinais, que envolvem mudança de comportamento, frases como "não sirvo para nada", e "não aguento mais esta carga".
Iury ressalta a falta de políticas públicas em educação sobre o tema. "Precisamos começar cedo a entender nossa sexualidade e nosso sentimento de amor, desejo e afetos. Pesa muito termos de desvendar tudo com as próprias mãos", salienta Iury Figueredo.