O advento da Internet com os seus micromeios de informação e comunicação oportunizam atualmente, uma visão próxima da realidade entre os povos, governos, economia, violações etc., e até mesmo para oportunidade de novas áreas profissionais e empresariais, negócios etc. lamentavelmente, ainda há um desviar de rotas com pessoas que imbuídas e recheadas de violência dentro de si, extravasam isto em forma textual contra outras, que divergem em algumas formas de pensamento e siglas, quer sejam de time de futebol e outros esportes até partidárias e religiosas. Estamos evoluindo, sem esquecermos, no entanto, que estamos em tempos de globalização, e que o mundo analisa as pessoas (principalmente jovens, e profissionais que sabem se valer da Internet) para futuros cargos e oportunidades, mediante a criatividade, o equilíbrio emocional sócio-politico-cultural, além de rigor técnico.
A seguir em meio a muitas noticias que pesquisamos nesta edição para justificar o aqui exposto, também trazemos para comprovar a informação de como é processada uma escolha para um cargo inovador e de grande responsabilidade, que é o cientista de dados (cujo poderá sempre ocupado por mulheres e homens, basta estar mais apto tecnológica-socialmente. Receba nosso fraternal abraço, Elisabeth Mariano e equipe.
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Oriundo do termo de tecnologia da informação, o conceito de Big Data é focado no gigantesco armazenamento de dados, com enorme velocidade. O Big Data é baseado no conceito de 5V: Valor, Veracidade, Variedade, Volume e Velocidade.
O Big Data é tido por muitos, como a solução de eventuais situações problemáticas da economia. E devido ao modelo econômico adotado pela globalização, o termo Just in time, totalmente dependente da necessidade de uma expansão virtual, se tornou a palavra de ordem das negociações e forçou a ampliação de estrutura para armazenamento de dados.
Neste quesito, de acordo com a IBM, até o ano de 2008 já tinham sido produzidos mais de 2,5 quintilhões de bytes, sendo que aproximadamente 90% das informações armazenadas em centrais, foram produzidas nos últimos dois anos, fato este devido a inserção das empresas no meio online (Internet), além da difusão de dispositivos móveis por exemplo.
A diferença entre um Big Data e o chamado Armazém de Dados Data Warehouse, é basicamente que o segundo se baseia em um conjunto de dados, com variação de tempo e a opção de auxiliar nas decisões de negócios; enquanto o Big Data se baseia em grande volume de dados integrados, porém com mais velocidade. Outra diferenciação é o software, que faz uma varredura de todos os dados fornecidos por uma empresa e os separa para que sejam utilizados em outra ocasião, tornando-o assim mais fácil de ser utilizado.
A utilização do Big Data é tão promissora que a IBM criou a Big Data University, com o objetivo de formar o novo profissional denominado Cientista de Dados, com a responsabilidade de estudar matérias como matemática, ciência da computação, além de estatística e se tornar apto a operar este sistema.
Algumas aplicações do Big Data podem ser pontuadas com a utilização em alguns segmentos da tecnologia tais quais: empresas de tecnologia, que utilizam satélites próprios e conseguem ler informações em tempo real sobre a disponibilidade de vagas em estacionamentos, ou até o trânsito em determinada rua e horário, por exemplo. Por uma tecnologia proposta pela IBM, um hospital no Canadá monitorava a situação dos bebês que nasceram prematuros, o que possibilitou aos médicos um melhor atendimento e a antecipação de eventuais problemas. Outra utilização é no comércio, onde as empresas podem integrar a tecnologia em carrinhos de supermercados, onde é possível controlar e tornar mais eficaz a experiência de compra dos usuários, pois monitora a combinação de produtos colocados dentro dele. Com a ajuda feita pela distribuição de 2 milhões de chips SIM, foi possível auxiliar nas buscas das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti. Além de outros avanços proporcionados pelo Big Data, podemos citar o descobrimento do Pré-Sal, pela alta velocidade de envio e processamento de informações e captações de dados sísmicos.
A função e atuação fundamental do Big Data é justamente de ser capaz de trabalhar com muitas variáveis simultaneamente, além de leitura e reinderização de imagens, em tempo mínimo e muita eficácia.
Com as oportunidades de explorar o Big Data aumentando, executivos voltam-se para um desafio igualmente crescente: achar profissionais especializados e cientistas de dados capazes de capturar, armazenar, gerenciar e analisar grandes volumes de dados não estruturados em tempo real e fazer deles combustível para aumentar os negócios.
O cientista de dados tem de saber programação, ser capaz de criar modelos estatísticos e ter o conhecimento e domínio apropriado de negócios. Precisa também compreender as diferentes plataformas de Big Data e como elas funcionam.
Usualmente esse profissional é formado em estatística, matemática ou ciências da computação. Mas um estatístico não necessariamente é um cientista de dados. Um estatístico não manipula dados. Ele os recebe em um arquivo e não participa do caminho anterior. O cientista de dados tem capacidade analítica para identificar informações de valor e fazer previsões de situações com base na tecnologia de Big Data. Precisa transformar tabelas de números em palavras e ser bom em comunicação para traduzir dados na linguagem dos negócios.
De fato, encontrar um profissional que reúna características tão particulares não é tarefa fácil. Você provavelmente não vão encontrar candidatos com a frase "cientista de dados" em seus currículos.
Cada vez mais os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data.
É possível encontrar candidatos com algumas habilidades, mas não todas. Então, é preciso esquecer a ideia de identificar todas as características em uma pessoa. Isso gera a contratação de dois ou mais profissionais para atender as necessidades da organização.
Tom Soderstrom, CTO do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, diz que, embora ele possa definir claramente o papel de um cientista dados em sua empresa, ele sabe que pode ser impossível de encontrá-lo. "É um tipo especial de pessoa", afirma. "Para eliminar esse problema, podemos contratar diversas cientistas de dados internamente ou que tenham contato com uma comunidade externa."
Soderstrom vê potencial para cientistas de dados manipularem dados de satélite sobre oceanos ou tempo ou ainda para desenvolver novos tipos de experiências científicas. Ele diz que está à procura de alguém que pode falar a linguagem dos negócios e trabalhar com tecnologias de Big Data, como o Hadoop. "É alguém que pode entender os dados para contar uma história interessante”, diz.
Soderstrom está realizando uma busca minuciosa com candidatos externos, mas também está ciente da possibilidade de localizar candidatos internos - uma opção que normalmente é mais barata e a vantagem é a pessoa estar familiarizada com o ambiente da companhia.
O executivo está de olho em engenheiros e programadores. Ele planeja contratar um cientista de dados ainda neste mês e cercar essa pessoa com estagiários para ajudá-lo com parte do trabalho braçal. Ele também pretende criar um plano de carreira para os estagiários se tornarem cientistas de dados.
Reed recomenda identificar se há funcionários que têm as habilidades analíticas na empresa e investir em treinamento para aprimorar as habilidades. Ele diz que a única desvantagem é que os candidatos internos ainda têm de aprender como podem ser tão proficientes em determinadas tarefas.
Se a sua empresa decide buscar candidatos externos, Reed diz que é importante ter uma história forte e interessante para contar, porque startups, por exemplo, serão concorrentes difíceis de vencer na caça de talentos.
"Você tem uma história legal para contar se trabalha para a Google ou o Facebook, mas e se você não tiver?", questiona. "Você tem de deixá-los animados para trabalhar na empresa. É preciso vender a organização. Ao menos que você tenha uma remuneração e benefícios para oferecer, ou uma grande história para contar, essas pessoas somente vão querer trabalhar em projetos fora da empresa", comenta.
Soderstrom diz que uma das qualidades que ele procura em candidatos é a atitude de consultor. "Um bom consultor fala com um cliente sobre um problema", afirma "Ele entende o problema e sugere uma solução criativa”, completa.
Se a companhia não consegue encontrar uma pessoa com essa mentalidade, um consultor externo pode ser a melhor aposta. Reed adverte, no entanto, que a contratação de alguém que "pode ter o lado acadêmico bastante aguçado, pode não ter a experiência prática corporativa".
Para encontrar candidatos a uma vaga de cientista de dados, é preciso descobrir onde eles estão. Reed recomenda que o CIO e a empresa mostrem as caras. Reed sugere a participação em grupos do LinkedIn, outras mídias sociais e grupos de usuários técnicos. "Vá uma campanha de conscientização", exemplifica.
A Secretaria de Saúde de Registro, por meio da Divisão Técnica de Vigilância Epidemiológica, está realizando uma intensificação de vacinação contra o Sarampo. A medida se fez necessária após o Governo Estado fazer um alerta sobre a ocorrência dos casos em 2014 com pessoas que apresentaram histórico de viagem recente ao Nordeste do País e alguns países dos continentes africano e europeu, além dos Estados Unidos.
Para prevenir a possibilidade de novos casos, em Registro todos os profissionais que atuam na área de turismo precisam receber a dose da imunização. A vacina será aplicada nas Unidades de Saúde em motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurantes, com idade entre 15 e 49 anos. É importante ressaltar que é preciso levar um comprovante de que trabalhe em algum segmento de turismo e a carteira de vacinação.
As crianças entre 1 e 5 anos de idade que não estiverem em dia com o esquema de vacinação também deverão ser vacinadas. Em caso de dúvida entre em contato pelos telefones: (13) 3822 – 1411, 3822-3303 e 3821-6009.
Há alguns anos, a única função de um celular era receber e fazer telefonemas. Hoje, a evolução desses equipamentos permitiu o constante acesso a e-mails, redes sociais, jogos e à nuvem, o que faz com que sejam escolhidos pelos usuários por trazer facilidades nas atividades cotidianas, principalmente ligadas à Internet. Entretanto, tais aplicativos ampliam também o risco de vazamento de dados e de espionagem, que cresce cada vez mais no país. De acordo com uma pesquisa da Symantec, 57% dos usuários de smartphones no Brasil foram vítimas de crime virtual.
Um dos maiores riscos que existem hoje são os spywares para dispositivos móveis, que são aplicativos que permitem observar comunicações e atividades online e roubar informações a partir de um smartphone ou tablet. Cada vez mais disponíveis no mercado virtual, a venda desses programas é simples, já que suas funcionalidades atraem a curiosidade do usuário final, que os compram sem realmente saber o que está por trás do aplicativo.
E os riscos da instalação e uso desses softwares são vários. Vão desde o monitoramento da geolocalização até a obtenção de credenciais de acesso a contas de e-mail e redes sociais. Além disso, também permitem rastrear mensagens trocadas por aplicativos como WhatsApp, Viber e Snapchat, ligar e desligar a câmera e o microfone, além de fazer e bloquear ligações, por exemplo.
A preocupação com o tema é grande e, nos EUA, já levou desenvolvedores a Departamentos de Justiça do país. O criador de um dos spywares mais famosos, por exemplo, foi condenado a pagar uma multa de US$500 mil e a entregar o código-fonte de seu aplicativo. Entretanto, apesar de esse ser um resultado importante, já que é a primeira condenação penal sobre um spyware móvel, ainda há um longo caminho para se livrar totalmente de tais ameaças.
Diante desse cenário complexo, é necessário proteger os dados e comportamentos digitais em todos os dispositivos que tem acesso às informações dos usuários. Por isso, a escolha de uma solução de segurança é essencial para garantir a segurança virtual, além da adoção de comportamentos seguros no ambiente online.
André Carrareto é especialista em segurança da informação
Matéria completa: http://canaltech.com.br/coluna/espionagem/As-ameacas-de-espionagem-em-dispositivos-moveis/#ixzz3UIjj0Pl7
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O pagamento antecipado da dívida é a quitação parcial ou total do saldo devedor antes do vencimento previsto. O consumidor tem o direito de exigir a redução proporcional do juro estipulado em caso de quitação antecipada. A imposição de qualquer taxa pelo pagamento antecipado da dívida, ainda que em portabilidade do crédito, é ilegal.
Se a quitação do saldo devedor ocorrer nos últimos 12 meses da obrigação devida o consumidor deve exigir que sejam calculados os valores referentes apenas ao valor principal, reduzindo o montante no valor igual aos juros aplicados, que serão inexigíveis nessa hipótese.
Títulos de capitalização costumam ser apresentados aos correntistas de instituições financeiras como um bom investimento a ser feito em médio prazo. A razão pela qual esse tipo de negócio é oferecido com frequência ao consumidor é que são ótimos para os bancos, mas péssimos para os correntistas.
Os títulos de capitalização assemelham-se mais a jogos de loteria do que a meios de investimentos. Essa contratação é apresentada pelos gerentes de bancos como um meio de depositar o seu dinheiro sem ser tentado a recolhê-lo antes do tempo avençado. Durante o período que o seu dinheiro está à disposição do Banco será usado para a realização de empréstimos a terceiros com taxas de juro astronômicas e apenas uma pequena (acredite, bastante pequena) será devolvida para a sua conta a título de rendimento.
Em geral, 92% do primeiro depósito realizado no contrato de título de capitalização será rendimento do Banco, enquanto apenas 8% irá de fato para a sua conta.
A resolução n. 3.919/2010 do Banco Central do Brasil (BACEN), conhecida ainda como Código de Defesa do Consumidor Bancário, estabelece que os Bancos estarão obrigados à prestação de certos serviços sem cobrarem nada do correntista que fizer uso deles. A lista desses serviços gratuitos consta no artigo 2º da referida resolução, disponível no site do BACEN.
Bancos costumam cobrar taxas de juro elevadíssimas em contratos de financiamento para a aquisição de bens móveis ou imóveis, mas há uma forma de reduzir os valores ajustados contratualmente por meio de ações específicas de revisão de contratos bancários.
A argumentação jurídica consiste em convencer o juízo da causa de adequar o contrato ajustado a um novo sistema de amortização de débitos bancários, reduzindo sensivelmente o valor das prestações mensais e do valor final a ser pago.
O leasing, ou arrendamento mercantil, é um contrato que tem como partes contratantes um arrendador (Banco) e um arrendatário (pessoa física ou jurídica). A grosso modo, um contrato de leasing é muito parecido com um contrato de aluguel, e as prestações mensais pagas pelo arrendatário ao arrendador são parcelas de aluguel. Ao final do contrato, que varia de 24 a 60 meses, o arrendatário pode escolher: ou devolve o bem ao arrendador ou permanece com o bem.
A grande vantagem do leasing é que como o carro não é do arrendatário, logo, o arrendatário terá direito a receber um carro igual ao que está ajustado no contrato de leasing no caso de roubo ou furto, ainda que o bem não tenha seguro e desde que o contrato esteja vigente. O cliente poderá ainda devolver o carro a qualquer tempo sem a necessidade de pagar as parcelas restantes, sendo inexistente qualquer coisa que se assemelhe a um “saldo devedor”.
Bancos também costumam cobrar taxas abusivas dos clientes (além das estratosféricas taxas de juro). Algumas dessas “taxas” podem chegar a R$ 450,00, um valor bastante razoável para ser gasto com consumo de qualidade. A única taxa cobrada pelos bancos que é expressamente prevista na resolução 3.919/2010 do BACEN é a taxa de cadastro, mas a boa argumentação em sede judicial permite derrubar esta cobrança devido a algumas peculiaridades na sua cobrança.
O cliente pode solicitar ao banco que retire as taxas abusivas do seu contrato.
Nascido em Aracaju/SE, em 1991. Advogado. Graduado em Direito pela Unit - Universidade Tiradentes. Pós graduando em gestão fiscal e planejamento tributário pela FANESE -Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe. Aprovado no concurso público para servidor do Tribunal de Justiça do Amazonas. Tópicos de legislação citada no texto
Em tempos de real em queda, ao menos um grupo de turistas brasileiros parece ter recebido um alento - os que vão para a Europa. A forte desvalorização do euro em relação ao dólar significa que o real quase manteve seu valor frente à moeda europeia.
Segundo Rafael Bistafa, economista da Rosenberg Associados, há um ano eram necessários R$3,28 reais para comprar um euro. Hoje, a cotação não é muito diferente: R$ 3,31. Já o dólar passou de R$2,35 para R$3,11 no mesmo período.
"A questão é que não foi só o real que se desvalorizou frente ao dólar. Costumamos acompanhar uma cesta de 21 moedas de economias relevantes - destas, 20 perderam valor neste início de ano", diz Bistafa.
"O real de fato foi a que mais caiu - perdeu 13,4% de seu valor desde janeiro. Mas o euro também teve queda de 11,5%."
Outras moedas que tiveram forte desvalorização frente ao dólar, segundo Bistafa, foram a lira turca (-9,7%), o peso colombiano (-8,9%) e a coroa sueca (-8,2%).
Thiago Biscuola, da RC Consultores diz que "evidentemente, com o real em queda, ficou mais difícil para todo mundo viajar para o exterior". "Mas ao menos as viagens para a Europa não ficaram tão mais caras, enquanto o 'sonho da Disney' de fato vai pesar muito mais no bolso", diz ele.
Na raiz da valorização do dólar está a recuperação da economia americana. Números positivos para o mercado de trabalho do país divulgados na semana passada ajudaram a reforçar a expectativa de que o FED (o Banco Central americano) deve começar a aumentar os juros - o que tende a fazer com que divisas antes aplicadas em economias emergentes voltem ao país.
"No caso do real, esse fator ainda se combinou com a crise política e econômica interna e às incertezas criadas pela (operação) Lava Jato. Como resultado, a moeda brasileira acabou se distanciando das de outros países emergentes", diz Biscuola.
Já a moeda europeia chegou ao seu menor nível em relação ao dólar em 12 anos depois que o Banco Central europeu começou a colocar em prática seu pacote de estímulos econômicos para evitar recessão e deflação na zona do euro.
Espera-se que nos próximos 18 meses sejam injetados 1,1 trilhão de euros na economia da região com esse programa, que envolve a compra de títulos públicos - uma estratégia conhecida como quantitative easing, ou "afrouxamento quantitativo" e que foi colocada em prática nos Estados Unidos até o ano passado.
Com o mercado inundado por euros, a expectativa de consultorias econômicas é que um euro chegue a valer um dólar em breve - e algumas chegam a apostar em um valor mais baixo.
Segundo Andrew Walker, analista de economia da BBC, a desvalorização do euro é uma boa notícia para os exportadores da região, cujos produtos tendem a se tornar mais competitivos no mercado internacional.
O mesmo efeito pode ser sentido no Brasil.
Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat), por exemplo, diz que só em janeiro as exportações do setor cresceram 26% em relação ao mesmo período do ano passado, em parte em função da desvalorização.
"Além disso, no ano passado o Brasil importou R$ 12 bilhões em material de construção e achamos que de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões dessa demanda total pode passar a ser suprida por produção interna em 2015, agora que os importados estão mais caros."
A economia global continua sem decolar. O Fundo Monetário Internacional (FMI), que em janeiro 2014 previu uma forte recuperação global, foi moderando seu otimismo ao longo do ano.
Em seu último relatório, o órgão reduziu sua previsão para o crescimento global em 2014 para 3,3% (0,4% a menos que em abril) e 3,8% em 2015.
O mercado, no entanto, é mais pessimista.
O banco de investimentos americano Goldman Sachs prevê que a economia mundial tenha crescido 3% em 2014 e vá crescer 3,4% neste ano. A Economist Intelligence Unit (EIU), consultoria ligada à revista britânica The Economist, calcula a taxa de crescimento de 2,2%, em 2014, e 2,9%, em 2015.
A realidade é que estamos começando este ano com a mesma pergunta que fizemos em 2013 e 2014: a economia global vai decolar este ano, ou não? Mike Jakeman, analista EIU Global
"Na comparação com a crise financeira de 2008, o cenário para 2015 não é encorajador", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Mike Jakeman, analista EIU Global.
"A realidade é que estamos começando este ano com a mesma pergunta que fizemos em 2013 e 2014: a economia global vai decolar este ano, ou não?", diz ele.
Uma diferença em relação aos anos anteriores é que 2015 começa com o preço do barril de petróleo valendo quase a metade do verificado em 2014.
Em meados de dezembro o preço do barril caiu para baixo dos US$ 65 (R$ 170) e, de acordo com muitos analistas, poderia cair para US$ 50 (R$ 135) já no primeiro semestre de 2015.
O cenário é desalentador para os exportadores da matéria-prima, como Rússia, Equador e Venezuela, para as ações das petroleiras e para os balanços dos bancos expostos a essas empresas. Mas por todo o mundo o efeito tende a ser positivo.
Nos anos 70 e 80, o preço elevado do petróleo produziu crises globais. No final do século 20 e começo do 21, com o petróleo a níveis baixos, a economia mundial cresceu. É desejável, portanto, o preço da commodity se mantenha próximo dos níveis atuais, dizem analistas.
Mas o petróleo não é a solução de todos os problemas: o crescimento da economia global não depende apenas de seu preço.
Calculamos que para cada 10 centavos a menos no preço do petróleo, a economia mundial cresce 0,1%. Se o valor do barril se mantiver a esse nível, o impacto na economia será de 0,3%. É um fator positivo, mas não resolve todos os problemas econômicos globais. Mesmo em uma zona de livre comércio como a União Europeia, pode ter um efeito deflacionário contraproducenteMike Jakeman, analista da EIU Global
"Calculamos que para cada 10 centavos a menos no preço do petróleo, a economia mundial cresce 0,1%. Se o valor do barril se mantiver a esse nível, o impacto na economia será de 0,3%. É um fator positivo, mas não resolve todos os problemas econômicos globais. Mesmo em uma zona de livre comércio como a União Europeia, pode ter um efeito deflacionário contraproducente", disse Jakeman BBC Mundo.
Os países da União Europeia (UE) que usam o euro como moeda única são parte da solução para a economia retomar o crescimento neste ano. O ideal para a recuperação econômica global é que o bloco saia de uma vez por todas da crise.
Em 2014, a zona do euro evitou a recessão. Mas, em novembro, a própria Comissão Europeia baixou as previsões de crescimento para 2015 de 1,7% para 1,1%.
Um dos maiores perigos que o bloco enfrenta é a deflação, quando a população para de consumir à espera de preços mais baixos, levando à quebra de empresas e ao desemprego.
A zona do euro está praticando a menor taxa de juros de sua história (0,2%) e começou lentamente um processo de flexibilização da política monetária, por meio do qual imprime dinheiro diariamente para prover liquidez ao mercado e estimular o consumo. No entanto, nada parece funcionar.
"Nesse sentido, o preço mais baixo do petróleo tem um efeito colateral, porque vai contribuir para a deflação de preços. E ninguém sabe o impacto que terá uma emissão monetária porque, ao contrário dos EUA, a medida não foi levada com a escala e a velocidade necessárias", avalia Jakeman.
Some-se às incertezas econômicas a imprevisibilidade política.
As eleições antecipadas na Grécia, que serão realizadas no final de janeiro, podem dar vitória à coligação de esquerda Syriza, que é contra a austeridade fiscal. Analistas temem que se tal cenário se confirmar, o país tem grandes chances de abandonar o euro.
"A Syriza pode até não querer abandonar a moeda comum, mas seu programa econômico é incompatível com a ordem dominante na zona do euro. Além disso, 2015 é um ano de eleições em vários países da União Europeia, o que pode dar origem a governos instáveis", assinala Jakeman.
Além de eleições em dois países periféricos da zona do euro, como Portugal e Espanha, há o temor de que outras nações que usam a moeda comum, porém mais fortes economicamente também possam vir a deixar o bloco.
Ao contrário da União Europeia, os Estados Unidos estão se recuperando a um ritmo mais rápido.
No segundo e terceiro trimestres de 2014, o país cresceu 4,6% e 3,5%, respectivamente. A economia mundial se beneficiaria de uma repetição deste desempenho em 2015.
A criação de dezenas de milhares de empregos tem sido crucial para a economia americana, cujo desempenho tem implicações globais.
"Acreditamos que a economia americana vá continuar a crescer a este ritmo. A cada mês dos últimos dez meses, os Estados Unidos criaram mais de 200 mil postos de trabalho. Isso é muito importante para uma economia em que o consumo interno responde por 70% do PIB", diz Jakeman.
O maior otimismo econômico fez com que o governo americano encerrasse em 2014 o programa de afrouxamento monetário ("quantitative easing" ou simplesmente "QE", em inglês) iniciado logo após a crise financeira de 2008 com a quebra do banco Lehman Brothers.
Como de praxe, a retomada da economia dos Estados Unidos tende a produzir forte impacto nos países em desenvolvimento. Afinal, quando a "América espirra, o mundo pega um resfriado".
O Brasil foi, por exemplo, um dos primeiros a sentir os efeitos colaterais da recuperação da economia americana. A divisa brasileira, o real, caiu 40% em relação ao dólar nos últimos seis meses.
"A valorização do dólar vai continuar, porque a expectativa é de que o Banco Central americano aumente as taxas de juros em 2015. Com isso, os investidores tendem se desfazer de seus ativos nos países emergentes e voltar com força aos Estados Unidos. Esse redirecionamento de recursos deverá afetar o valor da moeda desses países como vimos há dois anos", explica Jakeman.
"Não acredito que haverá um caos financeiro porque esse processo vem acontecendo de forma gradual", acrescenta.
Com o Japão em recessão, a China estabeleceu-se como a segunda maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o país asiático mudou seu modelo de crescimento, antes voltado exclusivamente para as exportações. Hoje, a relação já é mais equilibrada e as vendas externas já rivalizam com o consumo interno
O preço dessa mudança é que em vez do crescimento de dois dígitos, a China vai crescer "apenas" 7,3%. E, embora não caia para baixo de 7 pontos porcentuais, o país continuará a ser um dos motores da economia global.
No entanto, alguns analistas temem um "pouso emergencial", com uma eventual queda de mais de três pontos porcentuais no PIB chinês, o que geraria fortes tensões políticas e econômicas.
De acordo com essa visão, excessivos estímulos governamentais aplicados após a crise de 2008 geraram dívidas bancária e imobiliária insustentáveis, que devem, por sua vez, desencadear um ciclo de falências, equivalente à crise do "subprime" nos Estados Unidos em 2007-2008.
De acordo com John Ross, economista sênior do Instituto Chongyang da Universidade Renmin, em Pequim, essa hipótese não leva em conta o real funcionamento do sistema financeiro chinês.
"Trata-se de um sistema financeiro estatal. O setor estatal está emprestando ao setor estatal: ele é tanto devedor quanto credor. A realidade é que há 20 anos se anuncia um colapso da economia chinesa e isso não acontece. A discussão hoje na China é se o país vai crescer 7,5% ou 7%. Uma crise está descartada", disse Ross à BBC.
Boa notícia para os países latino-americanos que cresceram na última década graças à venda de matérias-primas à China e à onda de investimento estrangeiro chinês.
A América Latina deve estimular mais o consumo doméstico para fazer frente tanto à queda do preço das commodities quanto à subida dos juros nos Estados UnidosMike Jakeman, analista da EIU Global.
Embora tenham caído nos últimos meses, os preços das commodities ainda se encontram em um nível elevado.
Segundo a CEPAL, a economia da América Latina vai crescer neste ano o dobro de 2014, passando de 1,1% para 2,2%.
A EIU, da Economist, é ligeiramente mais otimista em sua estimativa (2,6%), indicando que a região terá de intensificar o uso de alternativas econômicas para compensar as novas condições internacionais.
"A América Latina deve estimular mais o consumo doméstico para fazer frente tanto à queda do preço das commodities quanto à subida dos juros nos Estados Unidos”, conclui Jakeman.