Jornal Espaço Mulher


Edição nº 145 - de Fevereiro de 2014 a 14 de Março de 2014

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Enfermagem - mercado profissional feminino, possui vagas e precisa de especialistas

Verificando-se estatísticas e estudos da OPAS (Organização Panamericana de Saúde) e da OMS (Organização Mundial da Saúde)”, percebe-se que o Brasil tem aumentado o numero de profissionais na área da enfermagem, mas ainda precisa mais.

Aproximadamente no país, trabalham em torno de 2 milhões de enfermeiros. Em relação à população, a proporção não chega a um profissional para cada mil habitantes.

Com o sempre em qualquer área a região Sudeste continua sendo a mais populosa, totalizando mais de 80 milhões de cidadãos, é que mais concentra profissionais da enfermagem - acima um pouco de 50 % da força de trabalho do território nacional.

Compõem o MERCADO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM: O/Enfermeira (com formação em faculdade e responsáveis pelo setor, são coordenadores etc.) Técnicos de Enfermagem e, Auxiliares e Atendentes de Enfermagem.

Enfermeiras que estão formadas em torno de dez anos, são disputadas, e possuem muitas oportunidades, às vezes atuam até em dois empregos.

Conforme a Associação Brasileira de Enfermagem, em algumas especialidades, “faltam profissionais nas unidades básica de saúde, e para cuidar de idosos. E conforme a população de um país envelhece, a necessidade de enfermeiros aumenta.”

Para especialistas que estudam o mercado de enfermagem, grande parte dos problemas de saúde do Brasil são doenças crônicas, cujo tratamento não depende exclusivamente, apenas, do médico”.

O piso salarial de enfermeiros (com faculdade) estão em torno de R$ 4.600,00, mas há ofertas até acima de R$ 20 mil reais mês. Os técnicos de enfermagem possuem um piso em torno de R$ 1.300,00, mas há ofertas em dobro em alguns locais. O atendimento domiciliar pode variar entre R$ 35,00 a R$ 70,00 a hora.

O campo profissional possui o maior contingente de trabalhadoras, tanto nas cidades, como nas áreas rurais, além do atendimento em hospitais ou nas áreas de ensino, a doença ocupacional que mais prevalece Síndrome de Burnout.

Nossos parabéns e reconhecimento a esta categoria profissional que tanto faz pela saúde do povo brasileiro, também.

Receba a seleção de pesquisas e notícias que trazemos para você nesta edição, com um fraternal abraço da equipe ESPAÇO MULHER e de Elisabeth Mariano, com votos de lindas comemorações pela transcorrência do dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

Mulheres são 64% dos atendidos pelo crescer, diz Dilma

Autoria: AYR ALISKI - Agência Estado - 15 de outubro de 2013 | 12h 09

“As mulheres representam 64% do público que já foi atendido pelo Programa Crescer, de microcrédito produtivo orientado para pequenas e microempresas. O programa completou dois anos e já atendeu 3,5 milhões de pessoas. Desse público total, fatia de 1,2 milhão recebe o Bolsa Família. Tais números estão presentes na edição desta terça-feira (15) da coluna "Conversa com Presidenta", publicada semanalmente em cerca de 200 jornais brasileiros. "O Crescer já emprestou quase R$ 9 bilhões no Brasil inteiro", destaca Dilma Rousseff na coluna de hoje.

Dilma já havia abordado o tema ontem, no programa semanal de rádio "Café com a Presidenta", quando informou que a região Nordeste absorveu 76% dos empréstimos do projeto. O programa oferece crédito de R$ 300 a R$ 15 mil com juros de 5% ao ano, ou seja, 0,4% ao mês. A linha está disponível no Banco do Nordeste, na Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil, no Banco da Amazônia, no Banrisul, no Banestes e na Agência de Fomento do Paraná.

A presidente explica na coluna desta terça-feira que o financiamento está disponível para quem deseja montar o próprio negócio ou para aqueles que já têm o seu empreendimento e faturam até R$ 120 mil por ano, ou R$ 10 mil por mês. A presidente afirma que essa linha atende vários ramos de atividade e cita, como exemplo, vendedores de roupa, lanches, bijuterias, artesanato; além de donos de mercadinho, armarinho, mercearia, costureiras e cabeleireiras. Quando trata-se de empréstimo para capital de giro, o prazo de pagamento é de até 12 meses. Se o empréstimo é para investimento, o prazo sobe para até três anos.”

(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mulheres-sao-64-dos-atendidos-pelo-crescer-diz-dilma,1085973,0.htm, data de acesso 10/02/2014)

Cresce número de empreendedores individuais no país

Formalização

Trabalhadores por conta própria formalizados já são 3,5 milhões; 25% deles são do estado de São Paulo

Divulgação/Min da por Portal Brasil publicado: 07/11/2013 16:53 última modificação: 08/11/2013 09:12

“O número de trabalhadores por conta própria cadastrados como empreendedores individuais chegou a 3,5 milhões de formalizações. Entre os estados com maior número de cadastros estão: São Paulo (872.181), Rio de Janeiro (422.000), Minas Gerais (372.864) e Bahia (238.955).

Dona Zenaide de Jesus Martins Ferreira, 52 anos, que trabalha vendendo pamonha faz parte dessa estatística. Ela percorre as ruas de Brasília vendendo pamonhas há cinco anos, mas só em dezembro de 2012 foi informada sobre as vantagens de ser uma empreendedora individual formalizada.

“Eu vi a propaganda na TV falando dos benefícios de se cadastrar como empreendedora, a partir disso fui saber com uma amiga que já era formalizada o que precisava para fazer o cadastro, daí foi um passo até a formalização”, declara.

A vendedora de pamonha, que já trabalhou como telefonista, operadora de rádio amador e decoradora de festas infantis afirma que sempre procurou manter em dia as suas contribuições previdenciárias.

“A gente não sabe nada do amanhã, principalmente, quando se trabalha na rua sujeito às condições do tempo. E quando fiquei sabendo dessa contribuição reduzida tratei logo de me cadastrar. Pago o meu INSS e as minhas outras contas com o dinheiro da venda das pamonhas”, comenta.

Além de ser uma importante porta para a redução da informalidade, o Programa do Empreendedor Individual tem se destacado como uma política pública de incentivo ao empreendedorismo, pois o objetivo do programa é que o negócio destes trabalhadores prospere e, assim, eles possam migrar para micro ou pequenas empresas dentro do Simples Nacional. O apoio do Governo ocorre por meio de iniciativas como a desburocratização da legislação e a redução de alíquotas.

Inscrição

Para se cadastrar como empreendedor individual é simples, basta acessar o Portal do Empreendedor (http://www.portaldoempreendedor.gov.br), no ícone Formalize-se, preencher os dados e imprimir o carnê de contribuição para ser pago em qualquer agência bancária ou casa lotérica. A inscrição é rápida, simples e segura.

Benefícios

O trabalhador que paga em dia as suas contribuições passa a contar com a cobertura da Previdência Social e acesso aos seguintes benefícios: aposentadoria por idade, (mulher aos 60 anos e homem aos 65 anos, após 15 anos de contribuição), aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão.

Além da cobertura da Previdência Social, o trabalhador legalizado passa a desfrutar de outras vantagens como ter um CNPJ, o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais e também a possibilidade de participar de licitações de venda para o governo.”

Fonte: Ministério da Previdência Social

(Fonte: http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2013/11/cresce-numero-de-empreendedores-individuais-no-pais, data de acesso 10/02/2014)

Mulheres de negócio ainda enfrentam dificuldades para ocupar altos cargos

7/12/2013 Liudmila Nazdratchova, especial para Gazeta Russa

Na Rússia, maior número de mulheres em cargos de direção trabalha na área de serviços e no setor financeiro. Nessas esferas, elas ocupam a função de diretor-geral em 25% dos casos.

“As mulheres são a maioria na base de qualquer empresa de grande porte da Rússia. Enquanto elas executam o trabalho, os homens, quase sempre, estão no patamar de cima. Apesar da emancipação ter dado um salto significativo, a sociedade russa acabou não alterando a sua orientação patriarcal. É verdade que cada vez mais as mulheres estão abraçando as ocupações tradicionalmente masculinas: prestam serviço militar, pilotam aviões e consertam motores de carros, mas, para elas, a escalada em direção ao progresso na carreira é muito mais espinhosa e de difícil acesso.

Após terminar a universidade, Elena Kuznetsova procurou trabalho em sua área de atuação por cerca de sete meses. No diploma constava: “restauradora de monumentos arquitetônicos em madeira e de artefatos de madeira.”

“Soa bonito, mas na prática este trabalho inclui elementos do ofício de carpinteiro: lixar, aplainar. Mas os chefes (eram sempre homens) que me entrevistavam supunham que eu dificilmente conseguiria dar conta desse tipo de trabalho”, reclama Elena.

Em uma das firmas, Elena teve a sorte de encontrar um gestor que frequentemente ia para a Europa a trabalho e que havia conhecido na Itália uma excelente carpinteira. "Fiquei feliz por finalmente ter achado um chefe que se mantinha afastado dos padrões estereotipados", conta Elena.

Mas logo a alegria foi substituída pelo desapontamento. Apesar da grande carga de trabalho e de sua evidente eficiência, Elena não conseguiu subir sequer um degrau da escada que levava à progressão na carreira. Ao longo dos quatro anos de trabalho, o cargo de chefe de departamento ficou vago três vezes, sempre ocupado por colegas homens. Como se revelou mais tarde, o salário que eles recebiam também era maior.

"Comecei a refletir: será que temos em nossa empresa alguma mulher que seja chefe? Havia duas, uma secretária que dirigia um exército de assessoras dos gerentes e uma contadora. Todos os outros cargos de chefia eram ocupados por homens. Tal situação me deixou sem chão por muito tempo. Tive vontade de procurar outro emprego.” Mas, em vez disso, Elena saiu em busca de mais uma formação superior a fim de aumentar a sua competitividade no mercado de trabalho.

"Antigamente, as mulheres podiam competir apenas entre si e faziam isso mais frequentemente por causa dos homens. Elas tinham duas opções: se casar com um homem que trouxesse status ou, inicialmente, ajudar os seus maridos a fazer carreira. Entre as pessoas de seu convívio, todos sabiam quem realmente comandava a situação, mas oficialmente, é claro, o chefe era o homem", explica Aleksandr Tarasov, diretor do Centro da Nova Sociologia e do Estudo da Prática Política Phoenix. As mulheres utilizavam todos os meios para conseguir impulsionar as carreiras de seus maridos.

Atualmente as mulheres ganharam a chance de construir a sua própria carreira, mas na luta contra os homens pelo cargo de chefe elas são obrigadas a trabalhar de uma forma duas vezes mais ativa.

Somente algumas poucas mulheres conseguem alcançar os altos postos. Assim, por exemplo, 97% do corpo de ministros é constituído por homens, que também ocupam mais de 90% dos assentos no Parlamento, dos cargos de diretores de corporações, chefes de departamentos e reitores de universidades. As exceções são aquelas profissões onde as mulheres competem pelo cargo entre si. O maior número de mulheres em cargos de direção trabalha na área de serviços e no setor financeiro. Nessas esferas, elas ocupam a função de diretor-geral em 25% dos casos.

Na disputa com os homens pelo cargo de chefe, as mulheres ainda têm mais um ponto fraco que torna a sua missão praticamente irrealizável. Quase sempre elas se deparam com a seguinte escolha: a família ou a carreira. O nascimento e a educação dos filhos exigem tempo e esforço, e a maioria das mulheres, ainda hoje, escolhe a família.

"Se ela não conseguiu assumir um cargo de direção antes do nascimento do seu filho, depois será mais difícil de obtê-lo. Porque a função de dirigente esgota, altera psicologicamente a pessoa de tal modo que até os seus parentes não conseguem mais reconhecê-la. Como regra, as mulheres de negócios são divorciadas, mantêm relacionamentos fora do casamento, trazem os seus filhos em rédeas curtas. Para elas, encontrar um parceiro é muito mais difícil do que para as mulheres comuns. As exigências em relação aos homens são outras, há requisitos intelectuais e emocionais. O homem ‘médio’ não combina com elas tanto devido à questão de status, quanto pelas convicções interiores. Mas todas elas querem ter sucesso também na vida pessoal", revela Aleksêi Polevoi, professor do Instituto de Psicanálise da Universidade Estatal de Moscou.

Além disso, nem todo o marido é capaz de apoiar sinceramente a esposa que luta para alcançar as alturas, destinando todo o seu tempo e a sua força ao trabalho. Os homens russos nem sempre estão dispostos a aceitar uma posição de superioridade da mulher no âmbito da família.

(Fonte: http://gazetarussa.com.br/sociedade/2013/12/07/mulheres_de_negocio_ainda_enfrentam_dificuldades_para_ocupar_altos_23137.html, data de acesso 10/02/2014)

Cresce o número de mulheres na montadoras

Há algumas décadas atrás era bem raro encontrar mulheres trabalhando nos setor automobilístico ou de metalurgia e siderurgia, mas atualmente a situação está cada vez mais comum.

Havia, de um lado, o preconceito e, de outro, a exigência de força física que tornavam praticamente impossível o trabalho das mulheres nas linhas de montagem.

Como se sabe, o cenário começou a mudar com a crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que passou a ser comum a presença de alunas em cursos técnicos ou faculdades de engenharia - ambos dominados, no passado, por homens.

Mas foi a evolução nos processos industriais que abriu definitivamente o caminho para a ocupação de mulheres em um número cada vez maior de atividades fabris. Com a automação e a mecanização das linhas, junto com a redução nos pesos de equipamentos e das peças, tornou-se comum ver homens e mulheres trabalhando em conjunto nas montadoras.

Hoje, há máquinas para transportar os conjuntos mais pesados, desde as rodas aos chassis. Se no passado, operários carregavam equipamentos de quase 30 quilos para o aperto de cada um dos parafusos das rodas de caminhões, o trabalho agora é feito por uma máquina suspensa por cabos e de fácil manuseio, capaz de apertar cinco parafusos simultaneamente.

Também houve melhoras relacionadas à ergonomia dos sistemas - ou seja, a adequação dos equipamentos para minimizar o esforço dos trabalhadores.

O trabalho se tornou, portanto, menos braçal e a força física deixou de ser predominante na contratação dos operários, abrindo espaço para as mulheres.

O avanço começou em setores de tapeçaria, onde se aproveitava a habilidade das costureiras em trabalhos de revestimentos automotivos. Mas atualmente as mulheres já estão presentes em quase todas as atividades de uma fábrica de veículos.

Números coletados no banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que a ocupação feminina na indústria automobilística - incluindo, além das montadoras, os fabricantes de autopeças e implementos rodoviários - avançou 86% nos últimos seis anos. As mulheres, que em 2006 eram 13% dos trabalhadores, já representam mais de 18% da força de trabalho no setor. Só nas fábricas de carros, elas ocuparam cerca de 660 das vagas criadas apenas neste ano.

Nas linhas mais modernas - e, portanto, mais automatizadas - a presença de operárias pode ser ainda maior. Na fábrica da Hyundai, que está há um ano em operação no interior paulista, as mulheres respondem por 20% da mão de obra em linhas produtivas.

Mas, ainda assim, os principais postos de comando nas montadoras seguem sob o comando dos homens. Segundo os números da Rais, apenas 19 mulheres são diretoras de empresas automotivas, enquanto a mesma função é ocupada por 111 homens.

Apenas em 2010 uma mulher chegou à presidência de uma montadora de carros no Brasil, com a nomeação da americana Denise Johnson para o comando da General Motors (GM).

Na Fiat, líder em vendas no mercado brasileiro, somente em janeiro deste ano uma mulher foi, pela primeira vez, promovida ao cargo de diretora - no caso, dentro do departamento de qualidade.

A engenheira elétrica Cristiane Paixão, escolhida para o posto, entrou na Fiat como trainee, chegou ao cargo após 20 anos de casa e dá provas de que a "guerra dos sexos" não tem mais lugar nas montadoras. "Nunca parei para pensar nessa questão de masculino ou feminino. Minha promoção se deve mais aos resultados entregues. Também nunca me incomodou lidar mais com homens porque minha formação foi em engenharia, onde eles eram a maioria na minha turma" afirma Cristiane.”

Fonte: Blog das Locadoras - 28 de outubro de 2013

(Fonte: http://www.servesul.com.br/noticia/cresce-o-numero-de-mulheres-na-montadoras, data de acesso 10/02/2014)

Cresce no país número de domésticas que estão cursando o ensino superior

Por Rivânia Nascimento - Publicada em 10/12/2013 05:33:23

“Aquele velho perfil da doméstica, com baixa escolaridade e renda inferior a um salário mínimo por mês, está perdendo espaço para um novo perfil de profissional com mulheres mais estudadas e conscientes do seu valor profissional. Uma pesquisa divulgada este mês pelo IBGE nacional mostra que o número de trabalhadoras domésticas que estão na faculdade cresceu 10% nos últimos três anos.

A pesquisa apontou que o salário delas também subiu 8% em 12 meses. Entretanto, os percentuais de trabalhadoras que começaram a trabalhar com carteira assinada caíram de 6,5% para 5,9%. Embora o IBGE-BA não tenha nenhuma pesquisa específica contendo o número de trabalhadoras domésticas cursando a faculdade na capital e interior, o órgão confirmou que na Região Metropolitana do Estado houve sim uma redução no número de pessoas ocupadas, comparado com 2012.

Segundo a pesquisa mensal de empregos do IBGE 2012-2013, a estimativa de pessoas trabalhando em outubro deste ano era de 133 mil pessoas enquanto no ano passado eram de 149 mil. Ou seja, em outubro de 2012 esse grupamento era de 8% e este ano, no mesmo período, caiu para 7,02%. Com isso, a taxa de desemprego subiu de 7% para 9,1% este ano, representando uma redução na taxa de desocupação nessa região, considerada pelo IBGE, uma das mais expressivas, de 2,02%.

A pesquisa aponta que o bom momento da economia de 2012 com perspectivas e ampliações dos direitos da categoria dos profissionais domésticos com a aprovação da PEC das Domésticas, como foi apelidada a medida que garante 16 direitos trabalhistas para babás, faxineiros e cozinheiros, além de outros trabalhadores de residências fomentou a procura de trabalhadoras pela atividade. Em contra partida, em 2013 as famílias ficaram mais resistentes na contratação, temendo os altos encargos trabalhistas.

Um novo perfil de profissional

O IBGE aponta também que muitas dessas profissionais têm buscado estudar visando migrar para outras áreas que ofereceram maior estabilidade financeira. O Brasil é o país com mais trabalhadores domésticos no mundo. São 7,2 milhões de brasileiros na categoria, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com garantias trabalhistas asseguradas, essas mulheres têm alçado voos cada vez maiores.

Um exemplo disso é da babá Silvana do Nascimento, de 40 anos, que, com determinação, orgulho da profissão e o apoio incondicional da patroa, transformou o sonho de cursar a faculdade de psicologia em realidade. Ela conta que há seis anos saiu do município de Irará, interior da Bahia, determinada a se tornar a primeira universitária da família. Com a ajuda da patroa, a engenheira química Aline Camilo Fonseca, conclui o ensino médio e prestou vestibular, mas não foi aprovada. Persistente, fez mais uma vez, sendo aprovada, e agora, cursando terceiro semestre da faculdade de psicologia, já faz novos planos para sua vida no futuro.

“Não vou dizer que não enfrento preconceito. Ele existe sim. Tanto dos colegas de sala como dos professores, mas isso não me desanima em nada, muito pelo contrário. Quando me perguntam em público qual a minha profissão, falo com orgulho: babá. Os meus planos agora é de comprar um carro e depois de concluir a faculdade montar meu consultório e continuar cuidando de crianças, que é o que mais amo fazer”, comemorou.

A engenheira Aline Camilo conta que sempre incentivou os estudos da babá e que até abriu mão da academia que fazia à noite para que ela pudesse ir para a faculdade.

“Como viajo muito, em épocas de prova dela eu deixo minha filha com minha mãe ou com o pai. Somos apenas nós duas e contamos uma com a outra sempre. Eu incentivo seus estudos porque quero uma pessoa instruída trabalhando ao meu lado. Não acho que o fato de termos posições sociais distintas nos torne diferente ou melhor, uma da outra. Quero que ela cresça e que minha filha assista com orgulho à sua formatura”, disse.”

(Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/2013/12/10/cresce-no-pais-numero-de-domesticas-que-estao-cursando-ensino-superior, data de acesso 10/02/2014)

Mulheres trabalham mais do que homens. Mas as convencemos do contrário - por: Leonardo Sakamoto

Categoria: Artigos de Gênero - Publicado em Segunda, 02 Dezembro 2013 in Geledés - Instituto da Mulher Negra

“A violência de gênero não é monopólio de determinada classe social e nível de escolaridade. E não se manifesta apenas através da porrada, mas possui mecanismos mais sutis. Como mantê-las trabalhando mais e não reconhecer essa diferença. E, pior, subvertendo o discurso em favor dos homens.

Um dado interessante da Síntese de Indicadores Sociais, divulgadam nesta sexta (29), pelo IBGE: Homens trabalham fora de casa 42,1 horas/semana e as mulheres 36,1 horas/semana – em média. Mas eles se dedicam a 10 horas/semana a afazeres domésticos e elas 20,8. Na somatória, dá 52,1 horas/semana para eles e 56,9 horas/semana para elas.

O problema é que trabalho doméstico ainda não é considerado trabalho, mas sim obrigação, muitas vezes relacionado a um gênero que tem o dever de cuidar da casa. Dever este que não está no código genético da humanidade mas foi construído e imposto. E transformado em tradição e cultura, é abraçado como se mulher cuidar da casa e dos filhos fosse a coisa mais natural do mundo.

É sintomático, portanto, que apenas recentemente a Organização Internacional do Trabalho tenha conseguido aprovar uma convenção para igualar direitos para trabalhadoras domésticas em relação ao restante da sociedade. Ou que o Brasil ordenasse que fossem erguidas da xepa as trabalhadoras empregadas domésticas, garantindo a elas os mesmos direitos que o restante da população. O que levou, é claro, a lamúrios da Casa-Grande.

A questão da jornada tripla (trabalhadora, mãe e esposa) é apenas um elemento para corroborar o fato de que vivemos em uma sociedade com um pé no futuro e outro no passado. A qual todos nós pertencemos e, portanto, somos atores da perpetuação de suas bizarrices.

Discutimos muito sobre as mudanças estruturais pelas quais o país tem que passar, citando saúde, educação, transporte, segurança, mas muitos se esquecem que as mulheres que são maioria numérica e minoria em direitos efetivados.

Em cargo de chefia, elas têm que provar que são melhores do que os homens. Quando o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner morreu, houve gente que perguntou se Cristina teria capacidade de tocar o governo sem os conselhos dele na cama. Fino.

Temos uma mulher na Presidência. Simbolicamente relevante, politicamente insuficiente, não serve para justificar nenhuma mudança estrutural. São poucas as governadoras, prefeitas, senadoras, deputadas, vereadoras. Mas também CEOs, executivas, gerentes, síndicas de condomínios. A Suprema Corte tem 11 assentos. Só dois deles pertencem a mulheres, infelizmente. Falta criar condições não apenas para que elas cheguem lá mas, chegando, sejam tratadas com o mesmo respeito que os homens. O que inclui a adoção de políticas corporativas específicas para a maternidade, garantindo que suas carreiras não sejam sepultadas ao saírem para terem filhos e a eles dedicarem cuidados nos primeiros meses, políticas que levem em consideração que o ser humano se reproduz.

Se homens tivessem ganhado útero no último século, certamente já teriam dado um jeito disso acontecer.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais: as mulheres continuam com menos acesso a cargos de direção do que os homens. Isso sem contar que, quando atingem esses postos, sua remuneração corresponde a 60% da masculina.

No jornalismo, que tem a função de levar essa mensagem adiante, a situação também é gritante. Na média, mulheres são maioria nas faculdade de comunicação e nas redações, mas não em cargos de alta chefia – muito menos entre os editorialistas, que redigem a opinião dos veículos de comunicação. As justificativas são várias, mas muitas acabam em algum machismo doido.

Em 2002, o ganho das mulheres era equivalente a 70% do rendimento dos homens. Dez anos depois, passou para 73%. Mas para quem tem 12 anos ou mais de estudo, a relação vai a 66%. Ou seja, neste caso, a desigualdade aumenta com a escolaridade.

Diante de constatações vergonhosas como essa, colocamos a culpa no processo de formação do Brasil, na herança do patriarcalismo português, nas imposições religiosas, no Jardim do Éden e por aí vai. É mais fácil atestar que somos frutos de algo, determinados pelo passado, do que tentar romper com uma inércia que mantém cidadãos de primeira classe (homens, ricos, brancos, heterossexuais) e segunda classe (mulheres, pobres, negras e índias, homossexuais etc).

É o que eu já disse aqui antes: todos nós, homens, somos sim inimigos até que sejamos devidamente educados para o contrário. E tendo em vista a formação que tivemos, é um longo caminho até alcançarmos um mínimo de decência para com o sexo oposto.”

Fonte: Blog do Sakamoto

(Fonte: http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/180-artigos-de-genero/22186-mulheres-trabalham-mais-do-que-homens-mas-as-convencemos-do-contrario-por-leonardo-sakamoto, data de acesso 10/02/2014)