Jornal Espaço Mulher


Edição nº 154 - de 15 de Novembro de 2014 a 14 de Dezembro de 2014

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Em meio a protestos, há socorro para quem quer colaborar com informações

Muito se escuta em debates, notícias, discursos e manifestações, combate a corrupção, fraudes, sonegações etc. porém além disto o que cada cidadã e cidadão, tão indignados podem fazer para colaborar realmente, de forma prática e positiva com o seu país? Muitas pessoas (e com justa razão) temem fazer as denúncias e ficar sem proteção em prováveis perseguições etc. e, então eis que surge uma manual gratuito para que se possa agir de forma correta, com os procedimentos adequados e ainda saberá a proteção indicada, leia abaixo a notícia do site do CNJ/Conselho Nacional de Justiça, e no link copie as informações sobre o “ Guia para o Uso do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH) na Proteção de Denunciantes de Atos de Corrupção.”

No dia 8 de dezembro se comemora o DIA DA JUSTIÇA, que tal enviar uma mensagem parabenizando os membros do judiciário que são tão importantes e necessários no país? Faça um grupo e dialoguem sobre a Justiça brasileira.

Desejamos a todas as pessoas que nos acompanham nesta edição e ao longo do tempo, um final de ano que se aproxima muito exitoso, com ótimos negócios e oportunidades para o próprio desenvolvimento pessoal. Leia nossas notícias que pesquisamos para você, e receba um fraternal abraço e Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

Guia com medidas para garantir proteção de quem denuncia ato de corrupção

Divulgação CNJ 29/09/2014 - 12h00

“Está disponível no portal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o Guia para o Uso do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH) na Proteção de Denunciantes de Atos de Corrupção. O documento apresenta recomendações gerais para instituições públicas e órgãos de defesa dos direitos humanos sobre como garantir a integridade de testemunhas e jornalistas que denunciam atos corruptos. Também reúne informações sobre quais são as garantias e estruturas disponíveis dentro do sistema interamericano de proteção aos direitos humanos para essas pessoas. Clique aqui para acessar o manual.

A cartilha, lançada na última semana pelo Ministério da Justiça, integra os trabalhos da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), composta por diversos órgãos, entre os quais o CNJ, com o objetivo de aperfeiçoar a prevenção e o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Para a conselheira Luiza Frischeisen, que representa o CNJ na Enccla, o guia é um bom instrumento para procuradores, juízes, gestores, e todos aqueles que desejam contribuir com o combate à corrupção. “As pessoas devem saber o que fazer para denunciar esses crimes, como fazer e, principalmente, que existem formas de denunciar e de garantir a integridade desses denunciantes e testemunhas, inclusive no âmbito internacional”, explica.

O documento apresenta as obrigações internacionais e os deveres dos Estados para impedir represálias aos denunciantes e mostra em que casos é possível recorrer ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH). O SIDH é composto pela Comissão (CIDH) e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que fiscalizam a forma como os países integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) cumprem as obrigações impostas pelo Direito Internacional nessa área.

A CIDH é um órgão quase judicial que pode conhecer denúncias, ordenar medidas cautelares, emitir relatórios, realizar audiências e visitar países com o intuito de garantir o cumprimento de acordos internacionais ligados aos direitos humanos. Já a Corte é um tribunal internacional que soluciona litígios entre Estados e supostas vítimas.

Medidas de proteção – De acordo com o texto do manual, elaborado pelo professor de direitos humanos da Faculdade de Direito da Universidade do Chile, Cláudio Nash Rojas, a princípio, uma denúncia deve originar na concessão imediata de algumas medidas básicas de proteção, como assessoria legal e a garantia de confidencialidade do denunciante. Entre as normas relevantes para proteção dessas pessoas, está o tempo de proteção de uma testemunha, que deve durar pelo período que persistir o perigo, assim como a proteção policial e a mudança de endereço, caso seja necessário.

Integração - A Enccla foi criada em 2003 para articular os esforços de órgãos públicos que previnem, fiscalizam e combatem a corrupção e a lavagem de dinheiro. Sob coordenação da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, cerca de 70 órgãos do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário, além do Ministério Público, traçam metas anuais para aperfeiçoar as políticas públicas de combate aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Lançamento - Participaram da cerimônia de lançamento do guia, na última semana, o vice-presidente da Corte Interamericana, Roberto Caldas e o delegado Ricardo Saadi, do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Desde a criação do órgão, há 10 anos, já foram repatriados R$ 40 milhões desviados por atos de corrupção ou lavagem de dinheiro.

Os palestrantes reforçaram a obrigação do Estado de estimular quem pretende delatar atos de corrupção, assim como garantir a integridade dos denunciantes e das testemunhas, e criar estruturas que impeçam represálias e o risco de vida de quem decidiu revelar crimes contra a administração pública.

“A corrupção atinge o pilar da igualdade entre os cidadãos; viola o direito ao serviço público, destrói a confiança e afasta os cidadãos da esfera pública”, afirmou o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, durante a cerimônia de lançamento da cartilha.”

Regina Bandeira - Agência CNJ de Notícias

(Fonte: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/29748-lancado-guia-com-medidas-para-garantir-protecao-de-quem-denuncia-ato-de-corrupcao)

Direitos Humanos

Ministra nega aumento da desigualdade entre homens e mulheres

Antonio Cruz/Agência Brasil

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco - Brasília 29/10/2014 20h23

Desde 2010, 11 mulheres foram nomeadas ministras, lembrou Eleonora Menicucci, ao contestar o Fórum Econômico Mundial

A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, contestou hoje (29) dados do relatório do Fórum Econômico Mundial sobre desigualdade de gênero. Segundo o documento, o Brasil caiu nove posições no ranking que avalia as diferenças entre homens e mulheres em todo o mundo.

Em nota, a ministra contestou o relatório, que diz que o Brasil não avançou no quesito participação política das mulheres. De acordo com Eleonora Menicucci, nos últimos quatro anos, 11 mulheres assumiram cargos de ministra.

“Com relação à Presidência da República, salta aos olhos a magnitude desse avanço: tivemos não só a primeira mulher eleita presidenta, como, exatamente agora, a primeira mulher presidenta reeleita. Isso é inquestionável pela força simbólica, que rompe com a cultura patriarcal”, acrescentou a ministra.

O país ainda não chegou ao patamar necessário, disse ela, lembrando a baixa presença de mulheres no Congresso Nacional. “Por isso, mais do que nunca, é urgente o Brasil realizar uma reforma política, que contemple inclusive a paridade de gênero nas listas de candidaturas.”

Sobre a situação das mulheres no mercado de trabalho, Eleonora Menicucci ressaltou que, no ano passado, o crescimento dos empregos formais foi maior para as mulheres e que o rendimento médio delas apresentou elevação superior. A ministra reconheceu, porém, que ainda existe discriminação que contribui para manter os ganhos das mulheres abaixo dos homens quando ocupam a mesma função. Segundo ela, as políticas públicas de fortalecimento do salário mínimo também favorecem as trabalhadoras do país.

Quanto às questões de saúde e educação, a ministra disse que o estudo do Fórum Econômico Mundial reconhece os esforços que o país tem feito para que as desigualdades sejam rompidas. Segundo o Fórum Econômico Mundial, o Brasil está entre os países que encerraram a diferença entre gêneros nos quesitos educação e saúde, mas não diminuíram as desigualdades relativas à participação econômica nem à capacitação política.

(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/Ministra%20nega%20aumento%20da%20desigualdade%20entre%20homens%20e%20mulheres)

Bonecas também são parte do mundo adulto

Mulheres de diversas idades cuidam de bonecas como se fossem suas filhas; passeiam, brincam e amam sem distinção

Elise Sayuri Yoshida

Não é comum nem frequente, mas algumas mulheres, desde as mais jovens até as mais idosas, têm um relacionamento especial com bonecas. Tão especial que chegam a tratá-las como verdadeiras filhas; compram-lhes roupas novas, enxoval, sapatinhos, enfim, dão a elas tudo que um filho tem direito, inclusive o amor maternal.

Para Simone Toy, dona de uma loja de roupas de crianças, isso é loucura, até porque nunca apareceu alguém em busca de produtos para uma "boneca-filha". Já na loja de Maria Tie Matsuda Ikeno essa procura não é tão estranha. "Não é sempre, mas às vezes têm algumas mulheres que vêm comprar algumas coisinhas pra bonecas", disse Maria. Algumas clientes só vão em busca de produtos básicos, mas outras são exigentes. "Ela queria um cobertor, aí eu mostrei um bem baratinho, já que era para boneca. Ela olhou e disse: "Acho que ela merece uma coisa um pouquinho melhor, né?"", relatou, aos risos, Márcia Pezarini, vendedora de uma loja de artigos para bebês.

Há quem pense que isso envolve somente mulheres que não têm filhos e acabam se envolvendo com as bonecas. Mas aí é que está o engano. A psicoterapeuta comportamental-cognitiva e analista de comportamento, Verônica de Paula Dieguez Cândido, afirmou não existir um perfil para esse comportamento. Pode ser mulher solteira ou ter uma família, isso depende muito mais de como a pessoa se sente, segundo ela.

Verônica ainda explicou que não tem como generalizar o motivo desse comportamento. Para ela seria necessário fazer uma investigação da vida de cada pessoa, tanto no passado como no presente, e analisar qual a função dos cuidados com a boneca na vida de cada uma. "As pessoas são únicas, cada caso é individual, e por este motivo, não existem receitas", declarou a psicoterapeuta.

Mamães de verdade, filhas de mentirinha

O que parece ser apenas uma brincadeira de criança, torna-se um passatempo para mulheres adultas

Gabriela Bortolon

O que leva uma mulher adulta a se derreter por uma pequena boneca? Pode parecer estranho, mas muitas mulheres ainda brincam de bonecas. Trocam roupinhas, colocam para dormir, dão banho, levam para passear e até mesmo "presentinhos" para os pequenos bibelôs.

As bonecas são tratadas como parte da família, e algumas têm até certidão de nascimento. Como as duas "filhas" de Michelly Carnaval, 22, dona-de-casa, estudante de Educação Física, casada e mãe de Gabriel, de 1 ano. "Já que não tenho uma filha, trato as bonecas como se fossem. Arrumo cabelo, troco sua roupinha", Michelly sempre teve paixão por bonecas, desde criança, mas por falta de condições nunca pode ter uma, até se casar. Ela contou que sempre que vai às compras, não esquece de trazer um "presentinho" para seus bebês, "Sempre que saio compro algo, mesmo que seja apenas um meia".

Michelly não é a única a se deixar envolver pelos encantos deste brinquedo. Como ela, Tânia Gava, 47, esteticista, casada e com dois filhos, um de 17 e outro de 15 anos, também dedica parte de seu dia à sua boneca, que ganha mimos como presilhas de cabelos. Perguntado o que seus filhos e marido pensam disso, ela revelou: "Quando coloco algum bebê na cama deles, eles reclamam que daqui a pouco não vai ter mais lugar nem pra eles dormirem, mas tudo em tom de brincadeira, porque eles sabem que é uma paixão, assim como eles amam o futebol e a cerveja".

Ao serem questionadas do por que de não dedicar esse tempo a crianças de verdade, são enfáticas. Michelly afirma querer se dedicar mais aos seus estudos, agora que Gabriel já pode ir à escola, e mais uma criança, neste momento, iria atrapalhar seus planos. Tânia conta que já tentou adotar uma criança, mas devido à burocracia em torno da adoção no Brasil, desistiu "Chego a pensar que nossas autoridades preferem mesmo que essas crianças passem fome, que não tenham um lar, educação e continuem sem ter acesso a quase nada. Afinal para eles é muito mais cômodo ter um monte de pessoas ignorantes neste país."

Autor: Elise Sayuri Yoshida e Gabriela Bortolon, 3º jornalismo

(Fonte: http://www.jornalmateriaprima.jex.com.br/reportagem/bonecas+tambem+sao+parte+do+mundo+adulto)

Alimentos que ajudam a engravidar

Por Dra. Sylvana Braga, médica ortomolecular, nutrologista, reumatologista e fisiatra com clínica no Rio de Janeiro e em São Paulo - É cada vez maior o número de casais que recorre a tratamentos médicos para realizar o sonho de ter um filho. Porém, poucas pessoas sabem que certos alimentos ajudam a manter as células reprodutoras ativas por mais tempo, aumentando as chances de concepção. Nós, médicos, podemos apontar diversos problemas para a infertilidade, até mesmo genéticos, mas a alimentação também tem grande importância neste contexto. Estudos apontam que 15% dos homens e mulheres inférteis estão acima do peso, por isso é preciso ter mais atenção com aquilo que colocamos à mesa quando nos programamos para ter um filho.

A Sociedade de Medicina Reprodutiva Americana mostrou que 83% dos homens com infertilidade não consumiam frutas e verduras, algo em torno de menos de 5 porções por dia. Já entre os homens que comiam frutas e verduras, o número cai para 40% de inférteis. Por isso, especialistas não descartam a possibilidade do surgimento da infertilidade masculina ser causado por mudanças maléficas nos hábitos alimentares.

Na lista dos alimentos que devem ser cortados da dieta estão o álcool e o café, pois aumentam o nível do hormônio feminino prolactina, o que conseqüentemente reduz a fertilidade. O álcool, por si só, já é um grande inimigo da saúde e dificulta a fecundação por ser tóxico para os aparelhos reprodutores de ambos os sexos, além de desregular o ciclo menstrual. O café consumido em excesso (mais de uma xícara por dia) reduz pela metade a probabilidade de gravidez.

Entre as substâncias que devem ser introduzidas na alimentação estão: ácido fólico, encontrado em alimentos como espinafre e feijão; zinco, presente no germe de trigo e na carne vermelha; vitamina B6, da banana e do frango; vitamina B12, obtida na ingestão de fígado e atum enlatado; e a nossa conhecida vitamina C, encontrada na acerola e em frutas cítricas como laranja e abacaxi.

Seguindo estes pequenos passos podemos aumentar as chances de reprodução de maneira simples e natural, sem necessidade de tratamentos médicos. Além disso, é preciso pensar na saúde do bebê que chegará, por isso é fundamental as gestantes terem hábitos saudáveis, inclusive na alimentação.

Conheça os alimentos que ajudam e os que atrapalham a fertilidade

Pouca gente sabe, mas estima-se que nada menos que 15% da população em idade reprodutiva tenha problemas para atingir esse objetivo. A dificuldade de engravidar pode ser causada por uma série de fatores e que não dizem respeito somente à mulher, não. Desequilíbrios hormonais, alterações anatômicas, DSTs, infecções, maus hábitos, como o fumo, álcool e drogas, e, inclusive, uma alimentação inadequada podem prejudicar a fertilidade tanto do homem quanto da mulher – ou dos dois juntos. Pois é, em muitos casos, ser mais fértil é algo que está bem ao alcance de nossas mãos. Você sabia, por exemplo, que estando muito acima ou abaixo do peso o seu aparelho reprodutor tem tudo para não funcionar adequadamente? Foi pensando nisso que resolvemos colocar a alimentação e a infertilidade cara-a-cara uma com a outra, para descobrir o que não pode faltar no cardápio de que quem sonha em ter filhos e aquilo que deve ser limado da dieta de futuros pais.

Antes de falarmos exclusivamente sobre alimentação, vale mais que a pena lembrar que todo o estilo de vida de uma pessoa é determinante para sua capacidade de ter filhos. A alimentação, portanto, é apenas um dos capítulos – deveras importante, é verdade – dessa história.

Cigarro, álcool e estresse

Por Laura Jeunon - Segundo o ginecologista e obstetra Arnaldo Cambiaghi, especialista em infertilidade, o hábito de fumar pode ser catastrófico para quem sonha em ter filhos. Autor do livro "Fertilidade natural: de volta ao passado a caminho do futuro", que fala de tratamentos naturais para aumentar a fertilidade do casal, Dr. Arnaldo já nos adianta o conteúdo de seu próximo livro. "Em 'Ser ou não ser fértil: perguntas e respostas', que será lançado em breve, uma das perguntas é se o cigarro pode prejudicar a fertilidade. E eu respondo que sim, tanto pro homem quanto pra mulher. Nelas, o tabaco diminui a qualidade dos óvulos, prejudica a motilidade tubária e pode levar à antecipação da menopausa. No homem, está comprovado que o cigarro provoca alterações na concentração, morfologia e motilidade dos espermatozóides. Homens fumantes têm maior probabilidade de demorar mais de um ano para engravidar suas mulheres. Mesmo em tratamentos de fertilização assistida, os resultados positivos são inferiores quando comparados a homens não-fumantes", sinaliza Dr. Arnaldo.

É por essas e muitas outras que foi-se o tempo em que se colocava na mulher toda a culpa pela dificuldade de engravidar. Hoje, sabe-se que eles são responsáveis por cerca de 30 a 40% dos casos em que o casal enfrenta problemas de fertilidade. Outros 20% consiste na combinação de fatores masculinos e femininos. Dessa forma, no mínimo, metade dos casos de infertilidade conta com a participação dos homens. Não resta dúvida de que tomar todos os cuidados para manter-se saudável é tarefa dos dois!

Além do cigarro, o álcool é outro grande inimigo da fertilidade. Dr. Arnaldo afirma que o seu uso em excesso prejudica a produção dos espermatozóides, sugerindo que os homens se limitem a tomar somente dois drinques, duas vezes por semana. Nós, mulheres, podemos beber moderadamente enquanto tentamos engravidar, mas a partir do momento em que estivermos com uma vidinha nova na barriga, não tem jeito, é abstinência mesmo.

Por fim, o estresse é mais um oponente que deve ser combatido por quem vem tentando engravidar sem muito sucesso. Segundo Arnaldo Cambiaghi, ele interfere na porcentagem da produção de espermatozóides anormais, nos homens, e na produção de hormônio nas mulheres. "Todos esses cuidados são detalhes que contam. A questão do estresse é muito comum não só no cotidiano de todos nós, como principalmente para casais que estão fazendo tratamento de fertilidade. As tentativas fracassadas frustram e o estresse pode crescer gradativamente. Por isso, associamos os diferentes tratamentos a aulas de ioga e acupuntura. Nem sempre essas indicações são bem aceitas pelo casal, mas para alguns trouxeram bons resultados", garante o especialista em infertilidade.

Dieta da fertilidade

Assim como outras funções vitais do nosso organismo, a reprodução é também dependente dos diferentes nutrientes que ingerimos – ou deixamos de ingerir, não é mesmo? "O efeito da alimentação na fertilidade está cada vez mais explícito", afirma Dr. Arnaldo Cambiaghi. Isso não significa que uma alimentação adequada funcione tal como um remédio, ou uma droga milagrosa. Pode inclusive demorar um pouco para que a mudança nos hábitos alimentares reequilibre seu organismo. O importante é dar a chance para que seu corpo esteja em plena harmonia – e a todo vapor! "Não existe uma dieta específica, mas, sem dúvida, o que é importante para aumentar a fertilidade é uma alimentação equilibrada. Porque aí o seu organismo vai estar funcionando da melhor maneira possível. Quanto mais saudável, mais bem preparado para desempenhar as mais variadas funções, dentre elas, procriar", esclarece o nutricionista Albino Portela.

O que ajuda

Alguns nutrientes merecem atenção especial na luta para conseguir unir espermatozóide e óvulo. O zinco está entre os mais importantes. "Ele aumenta a produção de espermatozóides", afirma Albino Portela. E o Dr. Arnaldo confirma, explicando que o zinco é a principal substância encontrada em grande quantidade no esperma. "É por isso que alimentos como a carne bovina, o fígado de galinha e o feijão, que são ricos em zinco, devem constar no cardápio do casal que encontra alguma dificuldade para ter filhos", diz Dr. Arnaldo. O tomate é outra boa dica. "Os tomates são ricos em licopeno, um elemento benéfico para os ovários da mulher e para os testículos e próstata do homem", sugere Dr. Albino.

Vitaminas como B6, A, E e C e minerais como o selênio também não devem faltar. Onde encontrar esses nutrientes? "A vitamina B6 pode ser obtida no peixe, na carne de ave, na soja e na aveia. A vitamina E está no trigo, em grãos integrais e nas nozes. A vitamina A pode ser encontrada na cenoura, no mamão e no brócolis. O selênio está bem presente nos peixes, em grãos integrais e ovos", descreve Arnaldo Cambiaghi. "A vitamina C aumenta a imunidade da pessoa, independentemente do sexo, o que é muito importante. Ela está disponível principalmente em frutas, como a laranja, o limão e a goiaba", enumera Albino Portela, lembrando que o foco deve ser sempre no equilíbrio e balanceamento da dieta. "Deve-se procurar variar, abrangendo uma diversidade de alimentos. Intercalar a carne bovina, com peixe e ave, buscar vegetais diversos e selecionar o carboidrato para aqueles que contêm fibra. Por exemplo, ao invés do arroz branco, optar pelo integral, que não tem somente amido, mas também fibras e vitaminas, que ajudam, inclusive, no funcionamento do intestino", recomenda o nutricionista.

O que atrapalha

Se alguns nutrientes são indispensáveis, outros precisam ser eliminados ou ingeridos com moderação. É o caso de bebidas como o café, mate e derivados da cola em geral. "A cafeína e a teína, presentes nessas bebidas, podem ser prejudiciais para a mobilidade dos espermatozóides. Se não engano, eles podem ficar mais lentos se o homem costuma ingerir essas substâncias em grande quantidade. Além do que, a cafeína tem efeito estimulante e pode acelerar os batimentos cardíacos, aumentando o estresse, o que não é desejável", diz Dr. Albino.

Os cuidados devem estar redobrados na hora de fazer as compras, porque alguns alimentos industrializados podem prejudicar a fertilidade. "Gelatinas e sorvetes, assim como outros produtos que contêm conservantes, não devem ser ingeridos em excesso. Alimentos contaminados com agrotóxicos também contribuem para a infertilidade. Principalmente nos homens, provocando uma queda na contagem de espermatozóides", esclarece Dr. Arnaldo. Portanto, você tem todo o direito de estar atenta ao que seu maridão coloca na boca. E vice-e-versa, claro! Aliás, de nada adianta procurar ingerir os alimentos ricos em vitaminas e minerais benéficos à fertilidade e, ao mesmo tempo, se esbaldar de doces, guloseimas, pães e bolos. Porque o ponteiro da balança também pesa na hora de buscar estar mais fértil.

Estar fora do peso pesa

O peso ideal é medido através do Índice de Massa Corpórea (IMC). Para calcular o seu, basta dividir o seu peso (em kg) pela sua altura (em metros) ao quadrado. Se o índice der menos de 20, você está abaixo do peso. Entre 20 e 25, a pessoa está no peso ideal. Dando entre 25 e 30, classifica-se como sobrepeso. Entre 30 e 40, a pessoa é considerada obesa; e se o resultado ultrapassar 40, está estabelecida a obesidade mórbida.

Estar tanto acima quanto abaixo do peso ideal prejudica o funcionamento normal do organismo, o que, conseqüentemente, resulta numa produção de gametas inadequada. "As mulheres com índice de massa corpórea acima de 30 não ovulam adequadamente. Aliás, até mesmo numa mulher muito magra, os hormônios estão desregulados. Nos homens, também ocorre uma alteração hormonal que influencia diretamente no espermograma, que é o exame mais simples que tem para avaliar a fertilidade masculina. Estudos mostram que quanto mais dentro do peso a pessoa estiver, maior a chance de ela ter filhos", conclui Arnaldo Cambiaghi.

Informações importantes

Como parte do Nurse's Health Study, um estudo feito pela Universidade de Harvard com mais de 18 mil enfermeiras americanas durante três décadas, os médicos Jorge Chavarro e Walter Willet, do departamento de nutrição da universidade, colheram informações importantes sobre a fertilidade feminina. Willet e Chavarro chegaram à conclusão que algumas medidas simples podem ajudar as mulheres que estão tentando engravidar e elaboraram o recém-lançado livro A dieta da fertilidade, da editora Campus Elsevier.

Além de evitar as gorduras trans, o refrigerante e o fast-food, o especialista sugere que a mulher use mais o azeite e o óleo de canola, coma proteína vegetal (feijão, nozes) algumas vezes por semana, reduza os carboidratos refinados e aposte nos legumes, nas frutas e nos grãos integrais, principalmente os ricos em ferro.

Quem está tentando engavidar sem sucesso e está acima do peso deve emagrecer. "Perder cerca de 5% a 10% do peso pode dar um impulso à ovulação. Se não for fisicamente ativa, inicie um plano de exercícios diários. Se já fizer exercícios, intensifique-os. Mas não exagere, principalmente se estiver magra. O exercício em excesso pode remar contra a contracepção", diz Willet no livro.

Ele também sugere a troca dos leites, queijos e iogurtes desnatados pelos integrais durante alguns meses. Além de ser mais rico em ferro, vitamina D e cálcio, os hormônios encontrados na gordura do leite integral podem ajudar a estimular a ovulação.

Comidas gordurosas ajudam a engravidar

Mulheres que consomem alimentos light podem ter mais dificuldade para ter um bebê. Leite integral, sorvete e milk-shake diminuem infertilidade em 25%. Mulheres que tomam leite integral ou sorvete têm mais chances de engravidar, enquanto aquelas que consomem alimentos light podem acabar tendo mais dificuldades para ter um bebê, de acordo com um estudo que será publicado nesta quarta-feira (28). Os resultados do estudo, que acompanhou 18.555 mulheres entre 24 e 42 anos nos Estados Unidos que tentaram ter filhos ou efetivamente engravidaram entre 1991 e 1999, desafiam de forma contundente as diretrizes alimentares do governo americano, afirmam seus autores.

Três ou mais porções diárias de leite desnatado ou seus equivalentes por adulto "podem ser prejudiciais para as mulheres que planejam engravidar, que teriam 85% mais chances de infertilidade por causa da falta de ovulação", comentou o principal autor do estudo, Jorge Chavarro, pesquisador da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. Em contrapartida, as mulheres que comem no mínimo uma porção diária de comida com alto teor de gordura -- leite integral, sorvete ou, melhor ainda, milk shake -- "reduziram seu risco de infertilidade anovulatória em mais de 25%", em comparação com aquelas que comem pouca ou nenhuma porção de gordura.

Chavarro explicou que os pesquisadores não tinham certeza sobre o que iriam descobrir ao analisar as informações coletadas, já que os estudos anteriores sobre a relação entre as porções diárias de alimentos e a infertilidade eram contraditórios. Segundo ele, a correlação surgida foi tão forte, porém, que é possível recomendar às mulheres que querem ter um bebê que ignorem o regime alimentar sugerido pelas autoridades sanitárias.

"Acho que é razoável considerar comer uma ou pelo menos duas porções diárias de gordura temporariamente, enquanto estiver tentando engravidar", disse ele, destacando que o consumo de gorduras saturadas deve ser mantido no mínimo e o total de calorias ingerido deve continuar o mesmo. Os estudiosos acreditam que a presença de uma substância solúvel em gordura, que melhora a função ovariana, possa explicar o baixo risco de infertilidade das comidas de alto teor de gordura.

Pesquisas anteriores sugeriram que a lactose -- o açúcar encontrado no leite -- poderia estar associada à falta de ovulação, mas o estudo de Chavarro não mostrou qualquer ligação entre um e outro, nem positiva, nem negativa. Das 18.555 mulheres casadas e na pré-menopausa acompanhadas na pesquisa de Chavarro, 438 relataram infertilidade, devido a problemas ligados à ovulação. O estudo será publicado no periódico "Human Reproduction", da "Oxford University Press".

Fonte: http://regganata.wordpress.com/
Bolsa de Mulher

http://www.e-familynet.com

Portal G1
(Fonte: http://www.oarquivo.com.br/component/content/article?id=2566:alimentos-que-ajudam-a-engravidar)