Lamentável o que foi veiculado de atitudes de alguns grandes grupos empresariais, em relação ao Dia Internacional da Mulher, bem se percebe que são pessoas totalmente desinformadas em questões de gênero feminino e muito menos no que se refira a EQUIDADE, nas relações dentre homens e mulheres, somente assim ocorrerá a Igualdade, constante os acervos constitucionais...
Algumas situações mais pareciam deboches e sem respeito a um público consumidor igualitário ao homem, com mais um diferencial de plus, que elas levam crianças e adolescentes a tais estabelecimentos em festinhas, eventos etc. (Para bom entendedor meia palavra basta!)
As mulheres não vão para casa descansar enquanto os homens trabalham. Mesmo em casa, sem estar recebendo salários de alguma empresa objetivamente, muitas economizam nos custos de faxineira, nas compras, e até fazem “bicos extras” tais com revender produtos por catálogos, maquilagem nas amigas, artesanatos etc. incrementando a renda familiar. E, quando elas trabalham empregadas como eles, elas colaboram, na divisão dos custos da família (não ficam gastando fora do lar em festinhas, etc.).
O texto a seguir de autoria de “Janaina Rejane” está de parabéns, com argumentos muito sérios, lógicos em demonstrar qual é a igualdade entre homens e mulheres começando pelo lar e pala família, um dando suporte ao outro. sem que alguém seja ingrato e abusivo com quem “disse amar algum dia”.
Nossos parabéns a autora, e ao mesmo tempo nossos parabéns a toda as mulheres, que se dividem em várias obrigações para conseguir com dificuldades dar toda a atenção a família (incluindo esposo e filhos, pessoas idosas e com deficiências, e desempregados, visitantes, e até aos pets, e ao jardim, que alguém precisa cuidar).
Que os “marqueteiros aprendam para fazer homenagens justas as Mulheres, que deixem de ser “tão desagradáveis e comprometidos com o ridículo deles mesmos.” Leia as 5 responsabilidades e obrigações do homem em um casamento.
Esperamos que esta edição traga informações importantes que pesquisamos, que possam servir de fonte e estimulo para aprofundar os conhecimentos debates e até para exigir das fontes institucionais, algo mais atualizado. Nosso fraternal abraço, Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Por: Janaina Rejane 05/11/15
Um casamento é muitas vezes comparado a uma sociedade. Marido e mulher são sócios igualitários onde cada um tem suas Responsabilidades E Atribuições, mas que se ajudam.
Isso não é conversa de gente religiosa. Para que um casamento perdure, os dois precisam estar conscientes de que cada um tem papel importante que deve ser executado da melhor forma possível. Não é um maior que o outro; nem um manda e o outro obedece. Ambos devem se amar e se respeitar e cuidarem-se em todas as situações. Mas, falando sobre o marido, quais são as Responsabilidades E Obrigações Do Homem Em Um Casamento?
Em outros tempos, o homem tinha como responsabilidade única o provento da família. Ou seja, sua obrigação era trabalhar para Sustentar A Esposa E Os Filhos. Sua única preocupação era levar o pão de cada dia para casa, receber tudo na mão, dormir e no dia seguinte voltar ao trabalho. Hoje, com tantas mudanças na visão da sociedade e com toda a superação do ser feminino, as mulheres estão optando por trabalharem fora se igualando ao companheiro, economicamente falando.
Porém, A Obrigação Do Marido de sustentar a família não foi retirada. Hoje, o “macho” ainda precisa cumprir com essa responsabilidade. O que mudou foi a visão tanto do homem, quanto da mulher. Agora, o homem precisa participar mais ativamente na criação dos filhos e no cuidado com a casa. Já houveram até pesquisas que mostraram que o homem é mais feliz quando ele lava a louça em casa. Se é verdade, não cabe a mim dizer; o que eu sei é que, pelo menos a mulher fica mesmo mais feliz quando não precisa lavar a louça do jantar depois de um dia exaustivo.
Além disso, o homem tem como Responsabilidade cuidar e proteger a família. É preciso que ele transmita segurança e conforto. Deve garantir que todos fiquem bem e que tenham condições dignas de moradia, alimentação, educação e lazer.
Um homem não é menos másculo se ajudar nas tarefas domésticas. Não é sua responsabilidade principal e a mulher não deve impô-las ao seu cônjuge, mas não custa nada a ele Dividir Os Afazeres, principalmente se a esposa trabalha fora como ele e divide as despesas; afinal, se ela está contribuindo com a obrigação que é dele, ele deve fazer o mesmo por ela. Sociedade igualitária; lembra?
Esse papel é basicamente feminino, mas o homem precisa participar. Os filhos são dos dois, logo, ambos têm os mesmo direitos e deveres para com os pequenos. Ensinar por preceito e pelo exemplo são tarefas difíceis, porém as mais compensadoras, quando executadas por ambos.
O amor produz respeito e consideração, e a retribuição é a recíproca. Quando marido e mulher se amam, os Laços Familiares são fortalecidos.
O homem que cumpre com suas Responsabilidades é sem dúvida o mais bem- sucedido e disso não há do que se reclamar!
Da Redação | 07/03/2018, 18h33 - ATUALIZADO EM 08/03/2018, 09h57
Waldemir Barreto/Agência Senado
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (7) três projetos de leis de combate à violência contra a mulher. Na mira, a criminalização da divulgação de mensagens misóginas pela internet; da chamada "vingança pornográfica"; e do descumprimento de medidas protetivas determinadas pela Lei Maria da Penha.
Os projetos fazem parte da pauta apresentada pela bancada feminina ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a ser celebrado na quinta-feira (8).
O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 186/2017 delega à Polícia Federal a atribuição de investigar crimes associados à divulgação de mensagens de conteúdo misógino (propagam ódio ou aversão às mulheres) pela internet.
A proposta é da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e altera a Lei 10.446/2002, sobre a atuação da Polícia Federal. O texto recebeu em Plenário parecer favorável da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e segue para sanção presidencial.
— Causa imensa preocupação os constantes ataques misóginos que vêm ocorrendo na rede mundial de computadores, com a finalidade de difundir discurso de ódio e aversão às mulheres. É preciso que as pessoas se conscientizem de que, em pleno século 21, não há mais espaço para a intolerância. Ao contrário, há muito é chegada a hora de se reconhecer o pluralismo e, sobretudo, a igualdade de gênero — disse Gleisi Hoffmann.
Para a senadora, a investigação dos crimes relacionados à misoginia por meio da Internet deve ter máxima prioridade, principalmente pela rápida propagação das informações na rede. Além disso, a PF, por ser uma força policial mais bem estruturada, conseguiria mais eficiência e celeridade das investigações.
Ao atribuir a investigação desses crimes à Polícia Federal, o projeto tem objetivo de coibir a ocorrência de casos como o da ativista feminista Lola Aronovich, professora de Literatura em Língua Inglesa na Universidade Federal do Ceará (UFC) e autora do blog Escreva Lola Escreva. Ela foi vítima de ataques e ameaças online há algum tempo, sem que a polícia conseguisse identificar os responsáveis.
Gleisi destacou ainda que o texto do projeto "harmoniza-se com o disposto no art. 144, §1º, inciso I, da Constituição Federal, uma vez que a prática de crimes cibernéticos gera repercussão interestadual ou internacional e exigirá repressão uniforme".
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também manifestou apoio ao projeto e pediu à Presidência da República que não vete a proposta.
— Eu tenho convicção de que haverá um parecer, no âmbito da Presidência da República, para vetar esse projeto. E esse projeto não pode ser vetado. É muito importante para as mulheres brasileiras porque dá um caráter de federalização a esse crime, que é federal, porque a internet não tem limites de municípios, de estados. Garantir que a Polícia Federal seja responsável por essa investigação é fundamental — defendeu.
Já o PLC 4/2016, que também segue para sanção presidencial, torna crime o descumprimento das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para proteger mulheres vítimas de algum tipo de violência doméstica ou familiar.
O texto estabelece pena de detenção de três meses a dois anos para o agressor que desobedecer a decisão judicial nesse sentido.
Também foi aprovado nesta quarta-feira, o PLC 18/2017, que determina a reclusão de dois a quatro anos, mais multa, para quem cometer o crime conhecido como “vingança pornográfica” — o registro ou divulgação, não autorizada, de cenas da intimidade sexual de uma pessoa, geralmente praticado por ex-parceiros das vítimas.
A matéria foi alterada no Senado e, por isso, retorna à análise da Câmara dos Deputados.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Da Redação | 08/03/2018, 15h28 - ATUALIZADO EM 08/03/2018, 15h32
Geraldo Magela/Agência Senado
Em pronunciamento no Plenário, nesta quinta-feira (8), o senador Paulo Paim (PT-RS) cobrou a votação do projeto que garante igualdade de salários entre homens e mulheres que exerçam a mesma atividade na mesma função. O PLC 130/2011, do deputado Marçal Filho (PMDB-MS), estabelece multa para combater a diferença de remuneração de acordo com o gênero verificada no Brasil.
— É inaceitável que em pleno século 21 ainda ocorra esse tipo de prática. Não dá para falar só em homenagem às mulheres, mas não se vota um projeto importante como esse! Temos que mudar esse quadro no qual a mulher ganhe 30% ou 40% a menos que o homem na mesma atividade — observou.
Paim lembrou que o projeto, em tramitação desde 2011, passou por várias audiências públicas e está relatado e aprovado na Câmara e no Senado, faltando apenas a votação em Plenário. O senador destacou que a Confederação das Mulheres de São Paulo faz uma campanha para que o projeto seja aprovado.
— As mulheres brasileiras estão nesse debate há muito tempo. Faz-se necessário, em caráter urgente, uma campanha nacional pela igualdade de salários. Eu faço aqui mais uma vez um apelo à Casa, que a gente vote essa matéria, se construa um acordo, um entendimento, e é possível. Vamos aprovar e vai para a sanção, não precisa retornar à Câmara dos Deputados — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Da Redação e Da Rádio Senado | 08/03/2018, 16h44
Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Hélio José (PROS-DF) defendeu um ato de contrição coletiva em favor das mulheres, afirmando que o dia 8 de março deve ser usado para reflexão sobre o presente e o futuro das relações humanas. Para o parlamentar, é absurdo ainda ser necessário elevar vozes em defesa de maior autonomia feminina, da igualdade de tratamento entre homens e mulheres, por salários iguais e contra a violência.
Hélio José destacou projeto de sua autoria que amplia as situações que tipificam a violência contra a mulher, para incluir atos praticados por vizinhos da agredida.
O senador explicou que o PLS 28, de 2016 determina ainda que o agressor deve arcar com as despesas relacionadas às medidas protetivas oferecidas à vítima, como custos com aluguel de novo domicílio, diárias em hotéis e translado. Ele informou que o projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e atualmente está na Comissão de Direitos Humanos, onde tem como relatora a senadora Marta Suplicy.
- Eu estou batalhando pra que ele seja aprovado pelo Plenário - disse o senador, o que ele espera que ocorra já na próxima semana.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Da Redação e Da Rádio Senado | 08/03/2018, 16h11 - ATUALIZADO EM 08/03/2018, 16h14
Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Jorge Viana (PT-AC) registrou nesta quarta-feira (8) a passagem do Dia Internacional da Mulher e prestou homenagem às mulheres, cobrando a mobilização de todos pelo combate à violência de gênero. Ele também felicitou as senadoras e as servidoras da área de comunicação social do Senado pelos esforços realizados para comemorar a data.
Após ressaltar os avanços obtidos pela população feminina nos últimos governos, Jorge Viana destacou que neste momento de desemprego, de crise econômica e institucional, são as mulheres que mais sofrem. E lembrou que elas continuam sendo vítimas da violência.
— Uma mulher [é] morta a cada duas horas. E também os estupros: são meio milhão de estupros por ano no Brasil. Só que isso tudo é subnotificado, o feminicídio é subnotificado, não há nem mesmo a responsabilidade da notificação, para que se possa fazer a denúncia, para que se possa cobrar uma mudança decisiva dessa questão na nossa sociedade — disse Jorge Viana.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Da Redação e Da Rádio Senado | 08/03/2018, 16h50
Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador José Maranhão (PMDB-PB) lamentou os dados de um estudo do Banco Mundial que identificou 25 milhões de jovens brasileiros sem trabalho e sem estudo. Segundo o senador, o ensino médio no Brasil não está em sintonia com a realidade do país e não corresponde aos anseios do estudante nem às necessidades do mercado de trabalho.
Segundo José Maranhão, somente 13% dos que concluem o ensino médio conseguem ingressar no ensino superior. Ele acredita que o governo deveria se preocupar em formar novas lideranças científicas. Na opinião do senador, o Brasil não é um país industrializado e, sim, uma linha de montagem.
- Qualquer que seja a atividade industrial que você pense, que você imagine, você vai verificar que o Brasil está recebendo os kits e importando. Quando muito colocando numa caixa diferente, com o selinho “made in Brazil”. Grande blefe, grande mentira! - disse o senador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
06 de fevereiro de 2017 - 16h13 | Conselho Nacional dos Direitos Humanos
Darci Frigo, representante da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Plataforma Dhesca Brasil) é o novo presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). Fabiana Severo, da Defensoria Pública da União, é a nova vice-presidente. A mesa diretora será composta por Sandra Carvalho, da Justiça Global, Deborah Duprat, do Ministério Público Federal, Flávia Piovesan, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e Leonardo Pinho, da Unisol Brasil.
Frigo é advogado e coordenador da organização de direitos humanos Terra de Direitos. Ele foi eleito na manhã desta quinta-feira (2) na 24ª reunião ordinária do Conselho, em Brasília. “O Conselho vai se debruçar sobre graves questões que estão postas, que foram apresentadas no Congresso Nacional como reformas e que vão retirar direitos de trabalhadores, sejam trabalhistas ou previdenciários. Isso preocupa hoje o conjunto da população brasileira, vai ser motivo de grandes mobilizações sociais e o Conselho não pode se ausentar desse debate”, declara Frigo.
O novo presidente do CNDH enfatizou ainda que o Conselho atua, ou pelas demandas que recebe, ou pelas projeções que as comissões permanentes fazem sobre determinados temas. “As comissões, que já são de blocos temáticos, deverão se preocupar com temas transversais como temas de gênero, de raça, o tema de empresas e violações dos direitos humanos e outras questões que estão colocadas no âmbito da conjuntura, como a violência nos presídios, que é um sintoma da grave situação que o país vive hoje.”
No encontro, que contou com a presença da secretária Flávia Piovesan e de representantes da sociedade civil e do poder público que compõem o colegiado, também foi eleita a vice-presidente do CNDH, Fabiana Severo.
Fabiana Galera Severo é defensora pública federal do 3º Ofício de Migrações e Refúgio da Defensoria Pública da União (DPU), em São Paulo. Atualmente exerce a função de Defensora Regional de Direitos Humanos de Direitos Humanos e representa a Defensoria Pública da União no Conselho Nacional dos Direitos Humanos. Mestranda pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), com pesquisa sobre o trabalho escravo contemporâneo, representa ainda a DPU na Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo, de São Paulo.
A pauta da reunião contemplou também a aprovação do Relatório sobre o Sistema Sócio Educativo de Pernambuco, com o resultado da Missão Emergencial que aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro de 2016, e do Relatório sobre a População atingida pela implementação da UHE Belo Monte e pelo projeto de instalação da mineradora Belo Sun, resultado da Missão que ocorreu entre os dias 9 e 12 de outubro de 2016 na região de Altamira, sudoeste do Pará.
03 de março de 2018
O professor Alessander Mendes, de Teresina, deu uma verdadeira aula na última segunda-feira (26), em Teresina (PI). Ele ministrava o conteúdo de direito penal em uma faculdade particular da cidade, quando embalou e ninou o pequeno Mateus, de três meses, para que sua mãe, Eliana Figueredo, aluna do 8º período de direito, pudesse continuar assistindo à aula.
Segundo o professor, o bebê estava quietinho durante a maior parte da aula, mas começou a chorar e ele percebeu a tristeza demonstrada pela mãe ao ter que deixar a classe. “Então eu pedi, ‘me dê ele aqui’ e ele parou de chorar. Ela ficou feliz e eu também, foi uma experiência muito legal e meio involuntária. Um aluno filmou, publicou e muitas pessoas me mandaram mensagem, não entendi muito bem a repercussão”, declarou ao G1.
A dificuldade de ter onde deixar os filhos acaba impedindo muitas mulheres mães de continuarem os estudos. Se depender do professor, Eliana vai conseguir se formar.
janeiro 30, 2018
The Wine Queens - As Mulheres no Mundo dos Vinhos
Pouco se fala sobre o assunto, mas as mulheres sempre estiveram profundamente associadas ao mundo dos vinhos. E a participação feminina nesse segmento só cresce
“Eu diria que não existe um tipo de paladar feminino definido, mas existem tendências”, diz Lynne Whitaker, diretora de uma empresa de consultoria de marcas para a indústria de vinhos. “A maioria das mulheres com as quais falamos prefere branco ou rosé como tipos de vinho, de antemão aqueles mais frutados”, completa Whitaker. Os vinhos do Novo Mundo tendem a fazer sucesso junto a esse público, em parte porque a uva é de fácil identificação no rótulo do vinho.
Na França, especificamente em Beaune, no coração da Borgonha, onde ocorre a competição anual de mulheres Feminalise, evento que já se encontra na 11a edição, mais de 4.000 vinhos de diferentes marcas, safras, estilos, países e vinícolas são degustados às cegas por mulheres, viticultoras, compradoras de vinho, estudiosas do vinho, críticas e bloggers de vinhos. Cada um é degustado por três mulheres sentadas em mesas separadas de degustação e são premiados na categoria ouro, prata, bronze ou pérola. Nada disso é coincidência, e sim uma comprovação da importância crescente das mulheres no mundo do vinho, em todo o mundo.
“As mulheres têm uma abordagem mais simples em relação ao vinho”, Ségolène Lefèvre, em Les femmes et l’amour du vin - (Féret, 2009).
“As mulheres tomaram o controle das compras do vinho”, Gérard Bertrand - Itw RadioFrance, presidente do Gerard Bertrand Wines Group.
Talvez esses eventos, como o Feminalise, acabem ajudando a derrubar ideias e clichês antigos e enganosos em torno das mulheres e sua relação com o vinho. Os tempos mudaram e, se você pensa que sabia muito sobre a relação da mulher com o vinho, esqueça todas as crenças antigas e comece de novo. Uma pesquisa conduzida em 2016 pela equipe da organização do Feminalise elencou uma série de clichês e mitos sobre as mulheres e o vinho. Vamos a alguns deles:
→ Mulheres bebem mais vinhos brancos e doces
Na verdade, elas bebem majoritariamente vinhos tintos (aprox. 70%).
→ Homens compram mais vinho do que mulheres
Mulheres compram mais vinhos do que homens, na média mundial.
→ Elas não sabem comprar vinhos direito
As mulheres têm mais habilidade para escolher vinhos que combinam com a comida.
→ Vinhos produzidos por mulheres são vinhos para mulheres
Não existem vinhos para mulheres ou para homens. O que existe são estilos de vinhos que agradam mais a uns do que a outros, independentemente do sexo.
→ O segmento do vinho é muito mais masculino do que feminino
Cresce exponencialmente o número de mulheres envolvidas com o mundo do vinho, desde a produção à sommelière.
→ Mulheres não se aventuram muito na compra de vinhos
Mulheres arriscam bem mais do que os homens na hora de comprar vinhos que elas nunca experimentaram.
Sem as mulheres, o mundo do vinho estaria em grande dificuldade. De acordo com a famosa crítica e escritora inglesa Jancis Robinson, esta é a década da “feminilidade do vinho”. Nos Estados Unidos, as mulheres atualmente também representam mais do que 50% dos consumidores do vinho (idem na Inglaterra). Elas controlam US$ 4,3 trilhões dos US$ 5,9 trilhões do gasto anual dos consumidores de vinho. É importante que o business do vinho esteja ciente e dê a devida atenção à comunicação que atinja e agrade o cada vez mais exigente e participativo público feminino.
Mais importante ainda é que as mulheres estão se tornando também ótimas líderes nessa indústria. Anos atrás, os produtores de vinho, em geral, sugeriam que suas filhas se envolvessem com as vendas ou à recepção de clientes na vinícola, enquanto seus filhos seguiam os passos dos pais, especializando-se em enologia e trabalhando na produção da bebida. Porém, as mulheres de hoje em dia já romperam esses estereótipos e conquistaram posição de destaque na indústria do vinho, seja como enólogas, sommelières e até mesmo como masters of wine.
Na Itália, as mulheres são bem representadas pela Associação Nacional “Le Donne del Vino” (http://www.ledonnedelvino.it), fundada em 1988, e atualmente com 750 sócias. O objetivo da associação é divulgar a cultura e o conhecimento do vinho com a formação e a valorização do papel da mulher no setor vitivinícola (#donnedelvino).
Para mim, é sempre uma honra poder divulgar e escrever sobre este mundo fascinante do qual faço parte como consumidora, mas também como profissional, trabalhando neste mundo cheio de contínuas descobertas e grandes surpresas! Cheers e até a próxima!
PATRICIA KOZMANN: Brasileira radicada em Verona, é consultora de viagens e eventos exclusivos na Itália. Envolvida com atividades no mundo da hospitalidade e turismo, vinho e gastronomia italianos (http://www.kozmann.com; http://www.veronalovetours.com)
Mineirinho junho 27, 2017 curiosidades, notícias
Conheça um pouco sobre quatro produtoras de queijo que falam sobre sua rotina à frente desse ofício
Pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que o número de empresárias aumentou 34% nos últimos 14 anos. De acordo com este levantamento, somente no ano de 2014, tínhamos 7,9 milhões de empresárias.
E se o empreendedorismo feminino cresce cada vez mais, no campo, a realidade não é diferente. É o que o Portal do Queijo quer mostrar, destacando quem são as guerreiras que atuam diariamente na produção do queijo e estão fazendo a diferença pelo Brasil rural. São elas: Solange, Charlana, Dona Conceição e Irenice.
“Eu acredito que o mundo mudou, a mulher ficou independente: vai lá e faz até o fim”, diz Solange Aparecida Vieira Soares, produtora do “queijo minas artesanal - Fazenda Capão Grande”, na região da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Ela conta que se interessou pela produção de queijo artesanal desde que se casou com Carlos Henrique, há 24 anos. “Porém, por causa da desvalorização do queijo e doença do meu sogro, deixamos de produzir por 16 anos”, lembra.
História parecida com a da produtora de queijo artesanal colonial da marca Queijos Baldo, residente no Rio do Sul, em Santa Catarina, Charlana Deiseana Avi Baldo, que se interessou pela atividade após se mudar para a casa do sogro, que era produtor. “Nossa marca foi criada pelo meu sogro e minha sogra há trinta anos. Eu e meu marido Samuel demos continuidade aos negócios, ampliamos, crescemos, mas nunca tivemos funcionários e sempre trabalhamos com leite produzido aqui mesmo, na nossa propriedade”, orgulha-se Charlana.
Já Dona Conceição, produtora de queijo frescal branco e temperado, em São Paulo, desde sempre, teve interesse pela produção queijeira. “Desde que me conheço por gente, sempre vi minha mãe fazer queijo. E, enquanto morei, no campo fazia algum queijo em casa também, mas não para vender. Depois, fomos para a cidade, e, há vinte anos, eu e meu marido conseguimos comprar um sítio e voltamos a produzir. Foi quando ele comprou também algumas vacas e eu inventei meu próprio jeito de fazer o queijo e a clientela adorou!”
Irenice Bicalho, produtora do queijo minas artesanal na cidade de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, explica que faz parte da terceira geração produtora de queijos de sua família. “Eu e meu marido cuidamos da produção direta dos queijos. Somos a terceira geração produtora. Tanto a parte da produção quanto o cuidado com gado, de vacinação, testes, nós quem tomamos frente e cuidamos. É um trabalho em família”.
Para Solange, a diferença entre produtores e produtoras é que “a mulher é mais detalhista, atenciosa e amorosa em tudo que faz”. “A mulher sabe conversar melhor com quem trabalha junto com ela e também sabe contar a sua história para vender”, explica Dona Conceição. “Nós, mulheres, trabalhamos com a alma, somos sensíveis e isso faz toda diferença”, defende Charlana.
Charlana contou ao Portal do Queijo que é muito opinativa e sempre tem suas observações ouvidas por seu marido Samuel Baldo. “Ao longo desses dez anos, nunca encontrei nenhum desafio ou preconceito em trabalhar com queijos artesanais”, afirma. Solange também foi taxativa ao ser perguntada sobre sexismo: “Não vejo. Pelo contrário, sou muito bem tratada e as pessoas acham interessante uma professora efetiva no município e no estado, virar produtora de queijo”.
Por outro lado, Dona Conceição lembra que, apesar de receber apenas dicas e ajuda dos companheiros de produção, na hora de vender, alguns clientes homens confundem as coisas: “quando vê uma mulher vendendo, às vezes, acha que ela está disponível também. Mas a mulher sempre sabe contornar a situação”, aponta.
No ponto de vista de Irenice, a presença da mulher geralmente é taxada como algo “fácil”. “Não é fácil ser mulher e produtora. Eu sofro algumas dificuldades. Por exemplo, sou dona de casa, tenho que sair para o mercado, tenho que vender, produzir, tenho filhos. É uma vida corrida. É uma cobrança muito grande, mas, vale a pena se queremos qualidade e um produto de valor. Tenho que ir atrás”.
Assim como na família de Charlana e seu marido, nos laticínios de nossas entrevistadas, a produção é bem familiar. Solange produz em parceria com seu marido Carlos Henrique e seu filho Gustavo, que se formou em técnico agropecuário e voltou para a Fazenda. E a Dona Conceição, que trabalhou quase 20 anos sozinha com seu marido, ganhou, há um ano, mais companhias para tocar a produção. “Minha filha decidiu recuperar o negócio de queijos e, agora, temos mais uma amiga da família, que ajuda na ordenha, e ainda minha neta auxiliando na produção dos queijos”, comemora.
Conciliar queijo, casa e vida é o principal desafio de produtora de queijo do sexo feminino na visão de Dona Conceição. “Quando sai de casa, a queijeira tem que voltar rápido ou deixar alguém cuidando do queijo. De domingo a domingo, sem feriado. Então, o mais difícil é dar conta de cuidar dele e ainda de todo o resto que uma mulher faz: da casa, dos filhos, da comida, dos bichos, do jardim e de viver mesmo, porque a mulher tem que acordar muito cedo e vai até a noite vivendo para o queijo”, detalha.
“Dizem que o meu queijo é especial, que tem sabor, leveza e maciez. O motivo é o cuidado com o leite e o fato de a gente fazer com responsabilidade o queijo com o leite fresco, vivo, cru. E é por isso que ainda não podemos ter uma marca”, conta Dona Conceição, que não sabia da obrigatoriedade da pasteurização. E ela vai direto ao ponto ao falar da regra: “Olha, eu já ajustei muita coisa no meu jeito de fazer queijo, mas não vou mudar a minha receita e fazer virar um queijo de indústria”.
O queijo frescal feito pelas mãos de Dona Conceição é premiado, mas a pedido dela não pode ser divulgado. “A gente sonha em ter apoio e uma licença pra existir, e sei que não é só aqui. Não estamos sozinhas. Têm muitas mulheres que fazem seu queijo fresco em família e não podem melhorar nada, porque fingem que a gente não existe”, afirma.
O apoio sonhado por Dona Conceição está sendo trabalhado em várias regiões do país, como por exemplo, em Minas Gerais, estado no qual algumas das regiões produtoras já são liberadas para a produção do queijo Minas Artesanal, seguindo algumas normas estabelecidas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA.
Os produtos de Irene são certificados desde 2010 e, após receber a certificação do IMA, a situação melhorou para sua produção. “Antes, eu vendia o queijo maturado para fabricação de pão de queijo. Hoje, o queijo curado virou um produto fino, que as pessoas utilizam para a degustação e harmonização. As coisas ficaram mais fáceis depois que fomos certificados. As pessoas procuram mais pelo produto. Não é tão fácil receber o certificado, mas, ficamos sempre na expectativa para que os outros produtores possam conseguir e valorizar cada dia mais o queijo artesanal”, explica.
A força e garra das mulheres que se dedicam a produção de queijos, ao ambiente familiar e buscam a realização de conquistas e sonhos devem ser reconhecidas e parabenizadas. A equipe do Portal do Queijo fica honrada em poder compartilhar e conhecer um pouco dessas histórias. E você, o que achou? Envie para nossa equipe sugestões de histórias que merecem ser compartilhadas aqui!
*Colaboração: Luana Rodrigues
Sobre Mineirinho
Repórter especial do Portal do Queijo e, claro, especialista no assunto.