Jornal Espaço Mulher


Edição nº 201 - de 15 de Outubro de 2018 a 14 de Novembro de 2018

Olá Leitoras! Olá Leitores!

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza é comemorado em 17 de outubro

Parece estranho ter que comemorar a “Erradicação da Pobreza”, quando ainda se tem tantas pessoas passando fome e sem perspectivas de melhoria na vida, sem direitos básicos até mesmo contra fome e na cura de doenças simples, pior ainda as complexas, além da violência inimaginável a que ficam expostos.

No Brasil em relatório publicado em 15.12.17, divulgado pelo IBGE, um quarto da população do País tinha, em 2016, uma renda inferior a R$ 387 por mês.

As causas são inúmeras, desde o analfabetismo, falta erradicação de doenças básicas sanitárias, falta ensino de um ofício, falta chance para trabalhar (sem ser escravizado por grandes grupos empresariais – notícias confirmam isso).

Tais pessoas são exploradas até por comerciantes que lhes obrigam a entregar “cartão benefícios, em troca de cestas básicas, e a criatura semianalfabeta com família faminta, não tem meios até mesmo de calcular, o que lhe estão extorquindo. Faltam incentivos para poços e para pequenas roças, etc. (com os insumos), ou até mesmo orientação para o trabalho em outras áreas artesanais etc.

Além de que sempre haverá quem queira ajudar, mas para garantir-se em imagem ou outros benefícios, muitas verbas são canalizadas com objetivo de obter mais incentivos destinadas às ONGS e instituições etc. isso sem contar, e possa ocorrer, falta também muita clareza na prestação de contas...

IMPORTANTE É QUE SE CRIEM PEQUENOS MOVIMENTOS LOCAIS E REGIONAIS E OS MLEHORES RECANTO DA CIDADE, SE PREOCUPE EM IR INCENTIVANDO AS PESSOAS NATIVAS A BUSCAREM MELHORES CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM E TRABALHO FAMILIAR.

Nossa gratidão a você, e esperamos que goste do que selecionamos de pesquisa para esta edição, e também possa aderir a causa da ERRADICAÇÃO DA FOME E DA POBREZA.

Fraternal abraço de Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

FONTES:

Um enorme cartaz foi colocado em frente da Torre Eiffel com os seguintes dizeres: “Onde homens e mulheres estão condenados a viver em extrema pobreza, direitos humanos são violados. Unir-se para fazer com que sejam respeitados é um dever sagrado” (P. Joseph Wresinski).

Como marco da reunião de 1987, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, decretou em 1992 o dia 17 de outubro como Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Pobreza Mundial

A pobreza está diminuindo a uma taxa sem precedentes. Em 1990, aproximadamente 43% da população mundial vivia em pobreza extrema, com menos de 1,25 dólares por dia. Este número reduziu para 21%, mas ainda há muito trabalho pela frente, especialmente no continente africano.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

Saúde da mulher: dicas e cuidados na higiene íntima feminina

Hábitos que parecem inofensivos podem prejudicar a saúde da mulher e desencadear corrimentos, proliferação bacteriana e fungos

Falar de saúde e higiene íntima feminina ainda é um tabu para muitas pessoas. Mas não deveria. É comum ter dúvidas sobre a saúde da mulher, ainda mais se for a saúde íntima. Podem surgir questionamentos referentes à frequência, ao modo correto de fazer a limpeza, aos produtos de higiene adequados, além de como proceder em situações específicas. Suor, gordura, sangue, umidade, urina e células mortas...

Tudo isso pode fazer com que o assunto pareça embaraçoso e até escatológico. Mas devemos entender que essas coisas fazem parte de um processo natural, e o conhecimento sobre o assunto é importante para evitar que a mulher sofra complicações por vergonha de conhecer o funcionamento do próprio corpo.

Os corpos são organismos sensíveis, um pequeno descuido na higiene íntima feminina pode ocasionar ardência, irritação, odores e até a multiplicação de fungos e bactérias nocivas.

Por esse motivo, é essencial que desde cedo meninas sejam orientadas por uma (ou um) ginecologista. A maioria das mulheres procura a ginecologista após o início da vida sexual, mas especialistas recomendam que a primeira consulta seja feita antes. A médica ou médico ginecologista pode dar uma orientação técnica e precisa sobre o acompanhamento hormonal, métodos de contracepção, ciclos menstruais e higiene íntima, o que nem sempre as mães se sentem seguras para oferecer.

Saúde da mulher

Fatores como a atividade sexual, alimentar, hormonal, emocional e de higiene são importantes para manter a saúde da mulher em dia. O excesso ou a falta de higiene, relações sexuais desprotegidas e a utilização de produtos inapropriados alteram as defesas locais e favorecem o ataque de doenças que podem causar infecções pélvicas, câncer e comprometer a fertilidade.

Uma grande preocupação das mulheres, e que se torna complicada especialmente para as que possuem intensa atividade diária, é o asseio correto. Especialmente no período menstrual, a higiene íntima feminina deve ser intensificada, pois alguns hábitos incorretos podem gerar o desenvolvimento de corrimentos, odores desagradáveis e infecções.

Bactérias comensais de diferentes espécies habitam a cavidade vaginal em harmonia. Mas, em algumas situações elas podem se tornar patogênicas. O corpo feminino possui mecanismos endógenos para manter o ecossistema vulvovaginal em equilíbrio. A vagina tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos e bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais. Formas de cuidado indevidas podem inibir esses mecanismos de defesa e causar desequilíbrios locais, afetando a saúde da mulher como um todo - a candidíase é o mais conhecido (e temido) desses desequilíbrios. Não interferir demais no pH local é a primeira medida para prevenir coceiras, corrimentos e diversos outros problemas.

O Guia de Condutas sobre Higiene Íntima Feminina - acesse no link: https://www.revistafatorbrasil.com.br/imprimir.php?not=113491, publicado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo, é uma ferramenta que auxilia na disseminação de informação sobre a higiene íntima e no qual estão baseadas as dicas desse artigo.

Atenção, mulheres! O fundamental é deixar qualquer constrangimento de lado.

Pegue um espelho e analise cada detalhe de sua região íntima. Saber como o corpo funciona é fundamental para a saúde da mulher. Dessa forma será mais fácil identificar quando algo estiver anormal em sua saúde íntima ou causando problemas.

Como fazer a higiene íntima feminina

Diversos fatores endógenos afetam o pH da pele: umidade, transpiração (suor), sebo, local anatômico, predisposição genética e idade. Mas alguns fatores exógenos também podem ser determinantes, como detergentes fortes, aplicação de produtos cosméticos, vestuários oclusivos e antibióticos tópicos. Além disso, é importante ressaltar a ação agressiva de lâminas utilizadas para raspagem dos genitais, cremes depilatórios e ceras, que podem desencadear alergias e ressecam a região.

Em primeiro lugar, não precisamos ter medo de lavar a região íntima.

O banho permite a remoção de resíduos e secreções que se acumulam naturalmente na região e é muito importante para a saúde da mulher. Em condições normais, as impurezas não são removidas com o uso exclusivo de água. Ela remove apenas os catabólitos orgânicos hidrossolúveis, e não é eficaz na remoção de partículas sólidas e gordura. Produtos de limpeza específicos, com alguma detergência associada em sua fórmula, facilitam a emulsificação suave das gorduras, remoção de partículas microscópicas de papel, células mortas de pele, resíduos de urina/fezes e sangue menstrual.

Por outro lado, produtos com muita detergência podem remover em excesso a camada lípica que protege a pele e acabar prejudicando a saúde íntima. Desse modo, ocorre o ressecamento vulvar e até o desencadeamento de prurido. É importante observar as reações que seu corpo apresenta aos produtos e conversar com uma médica ou médico para estabelecer uma rotina de higiene íntima feminina adequada às características de seu organismo.

Sabonetes

Seja pela tradição ou pelo preço, a maioria das mulheres adota para a higiene íntima o mesmo sabonete em barra utilizado no resto do corpo. Contudo, o uso rotineiro na genitália feminina pode trazer consequências indesejadas para a saúde da mulher.

Os sabonetes comuns têm boa detergência, bom poder emulsificante e produzem bastante espuma. Porém, seu pH alcalino pode destruir a camada superficial lipídica da pele, causando secura excessiva e diminuição da acidez na pele vulvar e na região adjacente.

Já os sabões transparentes, como os de glicerina, podem absorver água em excesso para fora da pele, causando um ressecamento e irritação cutânea ainda maior. Os sabões em barra têm maior probabilidade de uso compartilhado por outras pessoas do domicílio, o que aumenta o risco de contaminação.

Por isso, a opção mais adequada é um produto com detergência suave, que não altere o pH da região e seja hipoalergênico.

Sabonetes líquidos específicos para a higiene íntima são testados ginecologicamente e, portanto, conferem maior segurança para a consumidora, minimizando a chance de eventuais alergias e evitando a remoção excessiva da camada lipídica que protege a pele do local. Lembrando que eles são exclusivos para a genitália externa e não são indicados para duchas vaginais. Esses sabonetes também não devem ser usados todos os dias e não são indicados para tratar infecções ou inflamações genitais.

Na hora de realizar a higiene íntima, não há necessidade de utilizar grande quantidade de produto. Faça a higiene com movimentos circulares e suaves, sem esfregar. Enxágue com bastante água para não deixar resíduos de produto e seque bem com uma toalha de algodão limpa e macia. No entanto, a opção mais indicada para a saúde da mulher é fazer a higienização apenas com água, que é mais saudável e recomendada por especialistas.

Lenços umedecidos

Em geral, lenços umedecidos têm base celulósica embebida em detergentes suaves, com a adição de produtos amaciadores, fragrâncias, entre outros constituintes. Eles são muito úteis para realizar a higiene íntima feminina fora de casa, em sanitários de uso público, etc.

Especialmente no período menstrual, a higiene íntima deve ser intensificada para eliminar resíduos e evitar a proliferação de bactérias. Por conterem substâncias com detergência, lenços umedecidos são menos abrasivos e mais eficazes na retirada de secreções e resíduos do que o papel higiênico. Contudo, dependendo da fórmula do produto escolhido, ele pode conter mais componentes químicos do que o papel, provocando sensibilidade e alergia. Por isso é preciso estar atento à composição dos lenços. O uso abusivo do produto é prejudicial à saúde da mulher, pois também pode remover o filme lipídico da pele, e sua utilização deve ser feita de forma muito suave.

Os lenços umedecidos são uma alternativa para a higiene íntima no meio do dia de mulheres que vivem na correria e não são alérgicas.

Vale observar os componentes presentes no rótulo e testá-lo antes, no antebraço, para observar eventuais reações.

Contudo, sempre devemos levar em consideração os impactos que nossos resíduos causarão no meio ambiente. Existem algumas opções de lenços umedecidos biodegradáveis no mercado, a Natracare é uma marca que oferece produtos de higiene íntima biodegradáveis e hipoalergênicos.

Alternativas naturais

Existem ervas medicinais bactericidas e anti-inflamatórias que podem ser utilizadas para cuidar da saúde íntima. Mas é importante conversar com sua ginecologista antes de testar. Chás de ervas, óleos essenciais e hidrolatos podem ser utilizados em banhos de assento e na limpeza de roupas íntimas.

O chá de camomila é amplamente conhecido por suas substâncias calmantes, ele inclusive faz parte da composição de alguns absorventes, como os da Natracare, pelo alívio de sintomas irritativos. Por esses motivos, ele é utilizado em banhos de assentos e borrifado no fundo de calcinhas.

O óleo de melaleuca, ou tea tree oil, é um grande aliado da saúde da mulher, pois é um antisséptico natural, não irritante e atóxico, germicida, bacteriostático e fungistático.

Ele possui mais de 40 componentes, entre eles o alfa-pineno, gama-terpineno, L-limoneno e o terpineno.

Suas substâncias podem inibir o crescimento de Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Candida albicans, Aspergillus niger e o Streptococcus pyogenes. Seu principal mecanismo de ação é alterar a barreira da membrana plasmática dos micro-organismos. O potencial do óleo também tem sido estudado em vírus, como o da herpes, e os resultados são positivos (saiba mais sobre o óleo de melaleuca). Você pode borrifar água floral orgânica de melaleuca (tea tree) no fundo das calcinhas, ou realizar banho de assento com ela. Adquira a água floral. Além disso, você pode adicionar uma colher de chá do óleo essencial nas lavagens de suas roupas íntimas.

Papéis higiênicos

Muitos ginecologistas recomendam que o papel higiênico seja evitado e a preferência seja pela limpeza com água corrente. Além disso, papeis higiênicos coloridos, com fragrâncias ou com relevo, são tratados quimicamente e possuem mais componentes nocivos. Eles devem ser evitados para preservar a saúde da mulher, pois as substâncias químicas podem causar alergias e desencadear coceira, fissuras externas, ardor e até dor na relação sexual. O papel higiênico deve ser utilizado no sentido de frente para trás, para evitar a contaminação do canal vaginal com impurezas e micro-organismos da região anal.

O uso de papeis higiênicos, além disso, gera grande quantidade de resíduos. Dê preferência para os rolos de 90 metros, assim você gera economia de embalagens, transporte e armazenagem do produto. Sempre que possível, escolha papéis higiênicos não branqueados, que são fabricados com menos produtos químicos agressivos. Se puder optar por papeis higiênicos feitos de papel reciclado, melhor ainda! Existem ainda opções no mercado feitas a partir de bambu e sem o tubo interno.

Roupas íntimas e biquínis

Calcinhas justas e de tecidos sintéticos podem ser prejudiciais à saúde íntima da mulher, pois não permitem uma ventilação adequada da área e são capazes de desencadear alergias em mulheres sensíveis. Por esse motivo, dê preferência a calcinhas de algodão ou de tecidos que favoreçam a transpiração, como a microfibra e o modal.

A falta de ventilação na área íntima pode alterar a flora vaginal e facilitar vulvovaginites. Dormir sem roupa íntima e não usar protetores de calcinhas são outras indicações para não abafar a região. Existem calcinhas fabricadas com algodão orgânico e com tingimento vegetal, que além de serem hipoalergênicas, são mais saudáveis para o meio ambiente.

Uma dica que auxilia mulheres sensíveis é lavar as roupas íntimas com a menor quantidade possível de produtos químicos. Ou seja, evitar amaciantes, alvejantes e sabões em pó comuns. O ideal é lavar bem a peça com sabonete neutro, de coco ou específico para roupas íntimas, em água quente e corrente.

O uso de bactericidas também pode ser apropriado se a mulher estiver realizando algum tratamento para fungo ou bactéria, mas vale se informar com sua ginecologista sobre qual produto é mais adequado para o seu caso.

Não lavar a roupa íntima junto com as demais roupas também é recomendado, por isso lavá-las no banho é um bom hábito. Porém, não se deve jamais deixá-las secando no banheiro. As peças devem ser secas e guardadas em locais arejados e secos, para evitar a contaminação com fungos e micro-organismos que habitam lugares úmidos.

Durante o verão, é necessário lembrar que os cuidados acima também devem ser tomados com biquínis e maiôs. Além disso, não sente direto na areia e proteja-se sempre com uma toalha ou canga. Após entrar no mar, limpe-se com água corrente. Não fique com o biquíni molhado por muito tempo, para evitar infecções por fungos e a candidíase; assim que sair do mar ou da piscina, troque de roupa e vista uma calcinha limpa e seca.

Período menstrual

Durante o período menstrual, a higiene íntima precisa ser intensificada. A eliminação de sangue faz parte da natureza, contudo, sem alguns cuidados, ela pode propiciar a proliferação de bactérias. Para conter o sangramento, existem diversos métodos: absorvente externo, interno, coletores menstruais, entre outros. Todos os métodos exigem trocas periódicas associadas a uma higienização do local.

Para evitar complicações na saúde da mulher, o adequado é trocar o absorvente no tempo indicado pelo fabricante ou pela sua ginecologista.

A média recomendada é entre quatro e oito horas, variando de acordo com o fluxo e o tipo de coleta utilizada. Mesmo que o fluxo esteja discreto, é importante trocar o absorvente com frequência para evitar a proliferação de bactérias e odores. A cada troca, o ideal é lavar a região íntima com água corrente, mas se não houver essa possibilidade, lenços umedecidos podem ser muito úteis no período.

Absorventes internos de alta absorção demandam um cuidado extra, pois seu uso prolongado está associado à uma rara (afeta uma a cada 100 mil pessoas) doença chamada Síndrome do Choque Tóxico (saiba mais sobre a doença e como evitá-la).

Já os protetores de calcinha são indicados apenas para o início e final da menstruação, e não devem ser utilizados todos os dias. Eles abafam o local, tornando-o mais úmido e quente, além de aumentar o risco de corrimentos.

Os componentes presentes nos absorventes podem desencadear alergias em mulheres que têm a pele e a mucosa mais sensíveis. Fragrâncias, corantes e materiais sintéticos são alguns dos componentes que devem ser evitados. Alguns possuem camada plástica, que prejudica a ventilação da área e favorece o aparecimento de infecções. Porém, existem casos raros de mulheres alérgicas ao algodão, então, o método a ser utilizado deve ser analisado caso a caso.

Além de explorar o método mais adequado de acordo com sua saúde, outro fator também deve ser levado em consideração na escolha: o fator ambiental. Estima-se que a mulher faz uso de cerca de dez absorventes descartáveis em cada ciclo menstrual, e de dez mil a 15 mil da puberdade até a menopausa. Como no Brasil não existe reciclagem para esse tipo de resíduo, esses absorventes acabam indo parar em lixões e aterros sanitários, causando um problema ambiental.

Atualmente, existem diversas opções no mercado para mulheres que desejam produzir menos resíduos e reduzir sua pegada ambiental:

Coletor menstrual

Um dos métodos mais vantajosos em relação ao menor impacto ambiental e praticidade é o coletor menstrual. Algumas mulheres ainda torcem o nariz para o método, por considerá-lo anti-higiênico. Mas, na realidade, ele é ainda mais higiênico, visto que evita o contato do sangue com o oxigênio, e a proliferação de bactérias e odores.

A polêmica em torno do coletor menstrual está relacionada ao tabu do contato da mulher com o próprio corpo.

É uma questão cultural: a mulher sempre foi muito reprimida em relação ao corpo e à sexualidade. Para muitas, é muito difícil manusear a região e se conhecer - são barreiras que demoram para serem superadas. A relação de nojo com o sangue menstrual tem ligação com uma dificuldade de aceitação da natureza do próprio corpo.

O coletor consiste em um copinho de silicone hipoalérgico e antibacteriano, que se ajusta ao corpo da mulher e coleta o sangue da menstruação. Ele é maleável, o que facilita na hora de colocar na vagina.

O coletor não altera o pH vaginal e não atrapalha na lubrificação da região, sendo um aliado da saúde da mulher. Algumas mulheres justificam a falta de vontade de testar o coletor devido a uma má experiência com o absorvente interno. Contudo, eles são muito diferentes. O coletor é maleável e fica na entrada da vagina - e não no fundo do canal vaginal como o absorvente interno. Além disso, o absorvente interno pode promover um ressecamento interno, pois absorve todo o tipo de fluídos presentes na região.

De início, pode haver um período de desconforto e adaptação, mas, se colocado corretamente, o coletor não interfere em atividades físicas e pode ser utilizado para ir à praia ou piscina. Ele pode ser retirado durante o banho e deve ser lavado sempre com água e sabão. Antes de guardar o copinho para o próximo período, em um recipiente próprio, e antes de sua utilização, o ideal é que ele seja fervido durante três minutos para esterilização.

Eles são reutilizáveis, não contêm dioxina nem rayon e são fáceis de manter. Podem durar até dez anos. Dá pra imaginar a quantidade de lixo que deixa de ser produzido com a utilização desse simples copinho? Além disso, é uma ótima opção para mulheres alérgicas e que têm dificuldades de adaptação com os métodos tradicionais. Saiba mais na matéria: "Coletor menstrual: vantagens e como usar".

Absorventes de pano

Para mulheres que não conseguem se adaptar ao coletor, uma opção é o absorvente de pano. Eles exigem consumo de energia e água na lavagem, mas economizam no uso geral de matérias-primas na fabricação, por serem reutilizáveis. Esse tipo de produto segue o mesmo formato dos absorventes descartáveis, mas é feito 100% de algodão (o que é benéfico para a pele, pois a ajuda a "respirar") e pode durar até cinco anos. A ideia é que ele seja lavado e reutilizado, como se fazia antigamente, antes dos absorventes descartáveis. Adquira seu absorvente de pano.

Absorventes biodegradáveis

Se o coletor menstrual ou absorventes de pano forem opções inviáveis para você, existem ainda os absorventes biodegradáveis. Eles são incríveis para pessoas alérgicas e sensíveis, pois não possuem materiais sintéticos ou produtos químicos e são feitos com algodão orgânico.

O produto da marca Natracare é hipoalergênico e se biodegrada em até cinco anos, segundo o fabricante (as condições dessa biodegradação não são especificadas). Adquira os absorventes da Natracare.

Como qualquer produto causa algum tipo de impacto, o importante é ponderar o uso e fazer escolhas conscientes.

Reduzir, sempre que possível, a quantidade de lixo produzida é uma atitude de consumo sustentável e se valer de produtos o menos químicos possíveis preserva a saúde da mulher. No Brasil, os cosméticos naturais são certificados e seguem os padrões de qualidade do IBD Certificações e da Ecocert. Todos os sabões, quando lançados nos corpos hídricos, causam um processo de eutrofização, mas, quanto mais componentes sintéticos eles contiverem, maior o impacto causado (saiba mais sobre os impactos dos sabões e sobre os impactos de absorventes).

(CONTINUA...)

Procure conhecer e testar os produtos ecológicos que existem no mercado. Dê preferência aos produtos que tenham selo de certificação. Se você for uma mulher alérgica, redobre o cuidado na hora de olhar os rótulos e os componentes dos produtos que utiliza. Além disso, sempre é válido consultar uma ginecologista para que avalie e indique com precisão os melhores produtos para as necessidades de seu organismo.

Fontes: Febrasgo & Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus e Site do Dr. Drauzio Varella

(Fonte: https://www.ecycle.com.br/4219-saude-da-mulher-dicas-de-higiene-intima-feminina, data de acesso: 10/10/2018)

Outubro Rosa conscientiza mulheres sobre o câncer de mama

Publicado em: 1/10/2018 | 11:52

O diagnóstico pode ser simples, no entanto, a falta de informação ainda faz com que muitas mulheres sejam vítimas fatais do câncer de mama. Pesquisas apontam que a doença provoca 520 mil mortes por ano em todo o mundo. E foram justamente esses números alarmantes que levaram a criação da campanha Outubro Rosa, um movimento que nasceu em 1990 para estimular a participação da população no controle da enfermidade. O objetivo é conscientizar e alertar o público feminino sobre prevenção e tratamento reduzindo, assim, as taxas de mortalidade. A FUPESP apoia esta causa que é de interesse de milhares de companheiras servidoras públicas.

O foco principal da campanha é a detecção precoce da doença, que pode ser feita, simplesmente, pelo autoexame, ou o chamado exame de toque. Especialistas indicam a realização do procedimento uma vez por mês, sempre de 3 a 5 dias após o aparecimento da menstruação ou em uma data fixa nas mulheres que já não menstruam mais. A técnica ajuda a evitar que o câncer de mama continue sendo o segundo tipo de neoplasia maligna mais comum em mulheres no Brasil, sendo a que mais provoca mortes.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, em 2018, cerca de 60 mil novos casos da doença deverão ser diagnosticados. Em 2016, conforme o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), mais de 16 mil mulheres morreram acometidas pela doença. Por isso, a necessidade de um mês totalmente voltado a essa questão. A iluminação de prédios públicos com luzes cor de rosa é uma das referências da campanha. O laço é o símbolo oficial. Porém, vale lembrar que, apesar das características femininas do movimento, os homens também podem ajudar parceiras e familiares, se informando e transmitindo conhecimento.

Autoexame

Para fazer o autoexame da mama é necessário seguir três passos principais que incluem fazer observação em frente ao espelho, palpar a mama de pé e repetir a palpação deitada. Todas as mulheres após os 20 anos, com caso de câncer na família, ou com mais de 40 anos, sem casos familiares, devem realizar o procedimento.

(Fonte: https://www.fupesp.org.br/subpage.php?id=5090_01-10-2018_outubro-rosa-conscientiza-mulheres-sobre-o-c-ncer-de-mama#destaque, data de acesso: 10/10/2018)

Iniciativas do Judiciário combatem e reparam violência contra a mulher

Publicado em: 16/09/2018 | 18:22

O número foi alcançado durante a 11ª edição da “Semana Justiça pela Paz em Casa”, uma iniciativa nacional para incentivar o julgamento de crimes contra a vida de mulheres.

O estado de São Paulo chegou este mês ao milésimo julgamento de crime de feminicídio na Justiça brasileira, desde a edição da Lei nº 13.104/15, que introduziu o feminicídio - perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino - como qualificação de homicídio, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O número foi alcançado durante a 11ª edição da “Semana Justiça pela Paz em Casa”, uma iniciativa nacional para incentivar o julgamento de crimes contra a vida de mulheres.

“O número de mil julgamentos é bastante significativo. A violência contra a mulher sempre aconteceu, não é uma novidade, mas o fato de os casos estarem chegando ao conhecimento do sistema de Justiça significa que a política pública para isso está acontecendo e tem sido eficaz”, disse Teresa Cristina Cabral, juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e integrante da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do estado (Comesp).

“Obviamente, precisamos combater a violência, lutar para diminuir os índices e os acontecimentos, mas como a subnotificação sempre foi muito grande, é uma notícia boa nesse sentido, de que a política pública está funcionando, elas [as vítimas] estão procurando ajuda”, acrescentou.

Segundo a Juíza, os julgamentos demonstram que algo está sendo feito em relação à violência contra a mulher e combatem a naturalização desses crimes.

Além dos julgamentos, o sistema judiciário oferece apoio na prevenção e reparação às mulheres que sobrevivem à violência.

O Projeto Fênix, parceria do tribunal paulista com a Secretaria da Saúde e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Turma do Bem, viabiliza cirurgias reparadoras para vítimas de violência doméstica e de gênero.

Desde 2016, o projeto oferece procedimentos gratuitos de reparação estética, ortopédica e odontológica para essas mulheres. O encaminhamento da paciente ao programa é feito por juízes, integrantes do Ministério Público e da Defensoria Pública, além das delegacias de polícia. As vítimas também podem solicitar a reparação das lesões ocasionadas por agressões diretamente na Comesp.

Respeito e dignidade

“A agressão decorrente da violência de gênero, doméstica e familiar atinge a mulher em partes muito visíveis do corpo e tem uma finalidade muito específica, que é exatamente acabar ou diminuir a autoestima dessa mulher. Dependendo da extensão dessa lesão, inviabiliza inclusive o exercício de atividades profissionais. A ideia [do projeto Fênix] é proporcionar a melhoria da autoestima e reinserção dessa mulher em uma atividade social que seja minimamente respeitosa e digna”, disse Teresa.

O crime de feminicídio é identificado por meio de indícios e elementos de prova, segundo explicou a juíza do TJ-SP Maria Domitila Manssur.

“Os crimes praticados contra as mulheres muitas vezes se caracterizam por um alto número de golpes, atingem as mulheres em locais que podem machucar de forma íntima ou causar um dano muito grave, que não leve à morte, mas cause dor e que a mutile, que deixe uma marca muito constrangedora no caso de tentativa de feminicídio ou, no caso de morte, um sofrimento”, explicou.

“Os crimes acontecem em todas as faixas e camadas sociais, não há nível financeiro, não há escolha pelo grau de intelecto da vítima ou do agressor. O Brasil infelizmente se encontra no ranking de violência contra mulher ruim, é o 5º país [no ranking]. É um dado de violência muito forte e muito ruim. Não há idade, não há nível social”, acrescentou a juíza.

Mais projetos

Rio Branco, capital do Acre, vai receber em novembro deste ano o Workshop dos Direitos da Mulher Indígena, para prevenir e enfrentar a violência doméstica e familiar contra a mulher indígena no estado.

A inciativa do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) e da Organização de Mulheres Indígenas do Acre Sul, do Amazonas e Noroeste de Rondônia (Sitoakore), apresentará a Lei Maria da Penha às participantes.

Para Eva Evangelista, juíza do TJ-AC, o Judiciário tem o dever de contribuir para evitar a violência contra a mulher.

“Primeiro, resgatando a sensação de punibilidade das vítimas com o julgamento de processos sejam os de violência doméstica, sejam aqueles de feminicídio. E também trabalhar com a prevenção, que é muito importante”, disse.

“Ano passado eu fiz uma visita à aldeia Morada Nova, em Feijó [AC], e me pediram para falar dos direitos das mulheres indígenas. Eu disse ali naquela oportunidade que o Judiciário estava em atraso com as aldeias indígenas do Acre há 517 anos [desde a chegada dos portugueses ao Brasil], porque jamais naquela aldeia indígena tinha ido algum desembargador”, disse Eva Evangelista, que é também coordenadora das mulheres em situação de violência doméstica e familiar do tribunal.

Na cidade baiana de Feira de Santana, o Tribunal de Justiça (TJ-BA) presta atendimento psicossocial aos agressores responsáveis por violência doméstica e de gênero, em parceria com a prefeitura, com o objetivo de romper esse ciclo de violência.

“O projeto surgiu da necessidade de atendermos também os agressores. Nós já tínhamos os projetos destinados ao atendimento das mulheres, mas nós não estávamos conseguindo uma resposta na diminuição da violência porque não estávamos atendendo os agressores. Tivemos essa ideia, fizemos o projeto e teve um resultado muito bom desde maio de 2015 para cá”, disse Wagner Ribeiro Rodrigues, juiz da Vara da Justiça pela Paz em Casa, de Feira de Santana.

Reincidência

Ao longo do projeto, foram feitos 665 atendimentos, dos quais apenas três homens foram reincidentes e voltaram a praticar novamente ato de violência doméstica contra a mulher.

“O restante não praticou mais nenhum ato nesse período, então temos uma resposta extremamente positiva”, destacou o juiz.

A participação no projeto é obrigatória na cidade. Quando há pedido da medida protetiva pela mulher agredida, a liminar já obriga o agressor a comparecer ao serviço de atendimento no tribunal. O agressor então recebe atendimento do psicólogo e da assistente social.

“Ali é feita uma orientação quanto à conduta, que esse comportamento é inadequado, busca-se saber quais as razões dessa agressão, por que ele está agindo dessa forma e feita toda a orientação quanto à parte psicológica e, se necessário também, a parte de assistência social, o que estaria faltando naquele lar efetivamente”, contou Rodrigues.

Como o atendimento é obrigatório, já que é uma das condições da medida protetiva, se o homem não comparecer, ele pode ser preso.

(Fonte: https://www.fupesp.org.br/subpage.php?id=5082_16-09-2018_iniciativas-do-judici-rio-combatem-e-reparam-viol-ncia-contra-a-mulher#destaque, data de acesso: 10/10/2018)

Triste realidade: se pudessem, 62% dos jovens brasileiros iriam embora do país

Publicado em: 18/06/2018 | 10:20

Folha SP - Num piscar de olhos, a população dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná desapareceria do Brasil. Cerca de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais deixariam o Brasil se pudessem, mostra o Datafolha.

Na pesquisa, feita em todo o Brasil no mês passado, 43% da população adulta manifestou desejo de sair do país. Entre os que têm de 16 a 24 anos, a porcentagem vai a 62%. São 19 milhões de jovens que deixariam o Brasil, o equivalente a toda a população de Minas Gerais.

O êxodo não fica apenas na intenção. O número de vistos para imigrantes brasileiros nos EUA, país preferido dos que querem se mudar, foi a 3.366 em 2017, o dobro de 2008, início da crise global.

Os pedidos de cidadania portuguesa aceleraram. Só no consulado de São Paulo, houve 50 mil concessões desde 2016. No mesmo período, dobrou o número de vistos para estudantes, empreendedores e aposentados que pretendem fixar residência em Portugal.

“Há fatores de sucesso e de fracasso que explicam isso”, avalia Flavio Comim, professor de economia da Universidade Ramon Llull (Barcelona).

Um deles é que hoje é mais fácil se mudar: “Na internet dá para ver a rua onde se pretende morar, a sala do apartamento que se quer alugar”.

Há também grande frustração. “O Brasil de 2010 promoveu as expectativas de que nosso país seria diferente. O tombo foi maior quando se descobriu que não estávamos tão bem quanto se dizia.”

Segundo Comim, nos últimos anos seus alunos começaram a pedir cartas de referência para trabalho, “com o claro propósito de mudar permanentemente para o exterior”.

Não só os jovens querem ir embora. Há maioria também entre os que têm ensino superior (56%) e na classe A/B (51%). É o caso da produtora Cássia Andrade, 45, que vendeu seu apartamento e embarca para o Canadá até agosto.

“Não quero virar Uber nem vender brigadeiros. Trabalho com arte há 30 anos e estou em plena fase produtiva. Não faz sentido ficar só porque sou brasileira e não desisto nunca” Cássia só não fechou sua empresa porque pretende continuar trabalhando com projetos brasileiros.

Essa possibilidade de continuar atuando no Brasil mesmo de fora é um dos fenômenos que atenuam a chamada “fuga de cérebros”, afirma Marcos Fernandes, pesquisador do Cepesp FGV.

Na área acadêmica, os brasileiros passam a trabalhar na fronteira do conhecimento, e exportam esse conhecimento para o Brasil por meio de parcerias e projetos individuais.

(Fonte: https://www.fupesp.org.br/subpage.php?id=4993_18-06-2018_triste-realidade-se-pudessem-62-dos-jovens-brasileiros-iriam-embora-do-pa-s, data de acesso: 10/10/2018)