Jornal Espaço Mulher


Edição nº 220 - de 15 de Maio de 2020 a 14 de Junho de 2020

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Enfim mais uma edição, mais amigas, mais apoios, mais construção para dias melhores em breve!

Em meio ao susto da Pandemia COVID-19 que avança sobre o Planeta Terra, eis – nos frágeis... e tendo que ser fortes... pois todo o complexo familiar depende de nós!

Em questões de mínimos dias, tivemos que nos improvisar entre trabalhar em casa, filhos sem escola e faculdade, marido nervoso por causa do trabalho (medo de desemprego, contas a pagar. Mas nós também mulheres temos este medo!).

Idosos e deficientes da família quase em pânico, olham programas e noticiários na TV e, até não compreendem muito, mas estão sim, muito assustados... (E, nós também!)

É claro que também estamos “zonzas” em tudo vamos ter que improvisar, resolver urgente e esperar que ninguém adoeça, se hospitalize, senão “ como se fará numa “tragédia familiar dessas?!” E, nós mulheres, “as donas de casa” se hospitalizarmos como será a vida de todos em casa?

Enfim, estas angústias, ansiedades, temores, busca de milagres se alguém adoeceu, orara para que todos fiquem bem em casa... maioria das mulheres assim fazem e agem!

Mas, temos que ser fortes, decididas, manter a calma... elevar o ânimo, fazer com que todos tenham confiança em dias melhores em breve...

Contudo se isso não ocorrer, teremos que assumir novamente as tristezas e frustrações de toda a família...

Eles /elas só encontram em nós um apoio incondicional? Ou nós assumimos este papel espontaneamente?

Seja como for... em meio a turbulência temos que ser a certeza, e, propagá-la de que logo tudo estará bem, com saúde, felizes e cada um continuando com suas vidas normais...

Grande abraço fraternal a todas as mulheres, que com coragem e resignação, em qualquer circunstância são sempre a “mola do universo” segurando a todos nas situações adversas.

Parabéns pela coragem, e que sejam muito abençoadas por nosso Deus Criador de tudo e de todos no Universo!

Elisabeth Mariano e equipe JORNAL ESPAÇO MULHER.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

"Homens têm medo das mulheres", afirma diretora da ONU

Em entrevista à DW Brasil durante visita ao país, a chefe da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Maria-Noel Vaeza, diz que agressões contra mulheres têm raízes na disputa por poder, do qual homens não querem abrir mão. (25.02.2020)

Agressões de cunho sexual contra mulheres ainda acontecem em toda parte, lamenta Maria-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe. Para Vaeza, isso reflete uma infeliz disputa de poder: homens parecem não gostar que elas tenham papel de destaque, afirmou a uruguaia em entrevista à DW Brasil, durante sua visita ao país.

Sua agenda no Brasil, entre 20 e 23 de fevereiro, incluiu encontros com representantes do governo brasileiro, como a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, a fim de debater direitos das mulheres com base na campanha internacional Geração Igualdade – voltada para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.

Foi também o primeiro encontro da representante da ONU Mulheres Brasil, a ucraniana Anastasia Divinskaya, com autoridades brasileiras desde que ela chegou ao país, em dezembro de 2019.

Apesar das diferenças, Vaeza diz que trabalha para aprofundar os pontos em comum com Damares Alves: o combate à violência contra a mulher e a maior participação política feminina. Em toda a América Latina, homens ainda ocupam cerca de 75% dos parlamentos, lembra ela.

(Fonte: https://www.dw.com/pt-br/homens-t%C3%AAm-medo-das-mulheres-afirma-diretora-da-onu/a-52520544, data de acesso: 12/05/2020)

Paciente pós bariátrica tem direito a realização das cirurgias plásticas reparadoras sim!

As negativas dos planos de saúde diante do pedido de Cirurgia plástica reparadora

Publicado por Pollyanna Guimarães

Após a perda rápida de peso em consequência ao procedimento de cirurgia bariátrica, é comum o excesso de pele que pode ser corrigido através de uma cirurgia plástica reparadora.

A Cirurgia reparadora deve ser coberta pelos planos de saúde, tendo em vista ser um procedimento de continuidade do tratamento da Obesidade que é uma das doenças que mais gera óbitos no mundo.

Ocorre que, ao ingressar com o pedido junto a Operadora do plano de saúde para a realização das cirurgias plásticas, muitos planos de saúde negam a realização desses procedimentos, alegando que estes possuem caráter meramente estético, bem como, alegam, em muitos casos, que os procedimentos os quais seus segurados pleiteiam não estão previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS.

Todos os Tribunais já pacificaram o entendimento que a retirada da pele é um direito do paciente após a bariátrica, posto que, a obesidade afeta o psicológico daquele individuo, mas que após grande perda de peso, ficam as peles. Com isso, para que surta o real efeito na aceitação corporal daquele individuo é necessário retirar a pele.

Portanto, está recusa é extremamente abusiva e deve ser combatida através de Processo judicial, onde, o consumidor poderá pleitear a realização de todos os procedimentos necessários e negados pelos planos de saúde.

A Terceira Turma do STJ decidiu no mesmo sentido, em que as cirurgias plásticas reparadoras para retirada de excesso de pele em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem ser custeadas pelos planos de saúde.

“Não basta a operadora do plano de assistência médica se limitar ao custeio da cirurgia bariátrica para suplantar a obesidade mórbida, mas as resultantes dobras de pele ocasionadas pelo rápido emagrecimento também devem receber atenção terapêutica, já que podem provocar diversas complicações de saúde, a exemplo da candidíase de repetição, infecções bacterianas devido às escoriações pelo atrito, odor fétido e hérnias”, frisou o relator do processo no STJ, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva no acórdão.

Temos ainda, o entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo que pacificou em Súmulas, que diz o seguinte:

Súmula nº 97: Não pode ser considerada simplesmente estética a cirurgia plástica complementar de tratamento de obesidade mórbida, havendo indicação médica.

Súmula nº 102: Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou por não estar previsto no rol de procedimentos da ANS.

Inclusive, a recusa indevida gera o dever de indenizar o segurado pelos danos sofridos, em virtude do abalo psicológico consequente da negativa injustificada, causando angústia e sofrimento ao indivíduo que precisa, ao carregar em seu corpo um excesso de pele que já poderia ter sido autorizada a sua retirada, mas fora negada.

Diante o que fora exposto, conforme diversos casos em que o paciente desconhece o seu direito e aceita a negativa absurda apresentada pelo plano de saúde, sendo este assegurado, possuindo indicação médica que justifica a necessidade da realização do procedimento reparador e respaldado do conhecimento pacífico dos tribunais, o paciente não deve se abster de buscar uma solução para realizar a sua cirurgia e consequentemente reduzir os abalos sofridos por meio da tão almejada justiça.

Pollyanna GuimarãesPRO

Pollyanna Guimarães Gomes é advogada atuante desde 2006, graduada pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduanda em Direito Imobiliário, atualmente é membro ativo da Associação Brasileira de Mulheres da Carreira Jurídica – ABMCJ, Associação dos Advogados Trabalhista da Bahia – ABAT e da Associação Bahia dos Advogados Civilista – ABAC. Em constante atualização, participando de Cursos, Seminários, Congressos e demais eventos por todo o país, sempre em busca de aperfeiçoamento para melhorar a prestação dos serviços aos clientes de forma eficiente e objetiva, preservando a ética, integridade e honestidade profissional, criando uma relação de confiança com o seu cliente. Encontre mais informações através do instagran @pollyadvbahia ou no whats app (71) 99275-0305

(Fonte: https://pollyadvbahia.jusbrasil.com.br/artigos/831503671/paciente-pos-bariatrica-tem-direito-a-realizacao-das-cirurgias-plasticas-reparadoras-sim, data de acesso: 10/05/2020)

Dr. Drauzio Varella: 66% das mulheres não associam HPV e câncer de colo do útero

Pesquisa com 700 mulheres em seis capitais do país mostrou que 66% das entrevistadas não relacionam o HPV com o câncer de colo do útero.

O câncer de colo do útero é um dos mais incidentes no país, ficando atrás somente do de mama. Entretanto, no Norte, Centro-Oeste e Nordeste, esse tipo de câncer é o mais prevalente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Um dos motivos é sua correlação com o HPV (papilomavírus humano), que está presente em praticamente 100% dos casos da doença.

Apesar de alta prevalência, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) a pedido da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC), em que foram ouvidas 700 mulheres em seis capitais do país, mostrou que 66% das entrevistadas não relacionam HPV e câncer de colo do útero.

“No levantamento, podemos verificar que ainda paira o desconhecimento em torno desse assunto, já que 17% das mulheres nunca ouviram falar de HPV, da vacina como forma de prevenção e nem da utilização de preservativos durante a relação sexual para evitar o contágio. Por isso, prevenir o vírus é fundamental”, diz o médico ginecologista Garibalde Mortoza, presidente da ABPTGIC.

RELAÇÃO ENTRE HPV E CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Para explicar melhor a relação do HPV com a incidência de câncer, o professor Newton Sérgio Carvalho, chefe do Departamento de Tocoginecologia (DTG) da Universidade Federal do Paraná, faz uma analogia com a preparação de um bolo. “Para você fazer um bolo de chocolate você precisa ter chocolate, óbvio. Agora, com um punhado de chocolate sozinho você não consegue fazer a receita, já que é necessário farinha, açúcar, leite. Então, com o ‘bolo do câncer de colo de útero’ é a mesma coisa. O chocolate seria o HPV, mas só ele não basta. Então, precisamos de um HPV oncogênico, que não vai embora, aliado a outros fatores de risco, como tabagismo e uso prolongado de anticoncepcionais”, esclarece o médico.

Existem mais de 130 tipos diferentes de HPV, mas somente 15 são considerados de alto risco e estão associados ao desenvolvimento do câncer. O professor adjunto do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) destaca que cerca de 90% da população mundial entram em contato com esse vírus em algum momento da vida, mas a grande maioria consegue combatê-lo. O risco de câncer surge nos casos em que a infecção não é eliminada espontaneamente e se torna persistente. Dessa forma, as lesões que o HPV provoca podem se agravar, com sintomas como sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual e presença de secreção vaginal anormal. Sem tratamento, a lesão pode dar origem a um câncer.

MULHERES DEVEM FAZER PAPANICOLAOU REGULARMENTE

A pesquisa apontou também que 18% das brasileiras nunca fizeram um papanicolaou (13% fizeram somente uma vez), o que, segundo os médicos, é extremamente preocupante, já que o exame é uma das maneiras mais eficazes de diagnosticar e prevenir o surgimento do câncer de colo do útero. Apesar de estar disponível em toda a rede pública, 40% das mulheres não acham que exames de rotina podem servir como forma de prevenir a doença. “A mulher deve fazer esse exame um ano após o início da atividade sexual. O intervalo se explica porque se ela pegou o vírus logo na primeira relação, existe um período para que as células se alterem. No Brasil, a recomendação é que o papanicolaou seja feito anualmente. Se os resultados vieram normais e sem processos inflamatórios, a mulher deve fazer o próximo somente três anos depois”, esclarece o professor Newton Carvalho.

VACINA DO HPV

Tendo em vista a forte relação entre HPV e câncer de colo do útero, uma das formas mais eficazes de se prevenir é não contrair o vírus. Nesse sentido, a vacina contra o HPV é outro método importante de prevenção. No SUS, a vacina é oferecida para meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e transplantados entre nove e 26 anos (desde que estejam em acompanhamento médico).

A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira. Para pessoas com HIV e transplantados, são três doses no esquema 0, 2 e 6 meses.

Também é possível encontrar a vacina em clínicas particulares, geralmente em três doses que podem chegar a R$ 800.

Vídeo: A partir de que idade se faz o papanicolau? ASSISTA, CLIQUE NESTE LINK: https://youtu.be/fQRhczk5_JM

Vídeo: Dr. Drauzio explica por que a vacina é importante também para os meninos ASSISTA, CLIQUE NESTE LINK: https://youtu.be/zYK7rEgH_ls

(Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/cancer/66-das-mulheres-nao-associam-hpv-e-cancer-de-colo-do-utero/, data de acesso: 12/05/2020)

COVID-19: agências da ONU divulgam informações para mulheres grávidas; pedem recursos para crianças

Publicado em 18/03/2020

Atualizado em 18/03/2020

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) divulgou no dia 18, informações para mulheres em idade reprodutiva e grávidas sobre riscos e precauções durante a epidemia provocada pelo novo coronavírus, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reforçou o apelo para doadores num momento em que milhares de crianças em todo o mundo precisam de atendimento.

De acordo com o UNFPA, as mulheres grávidas devem tomar as mesmas precauções recomendadas para todos os adultos para evitar infecções, como evitar contato próximo com qualquer pessoa que esteja tossindo ou espirrando; lavar as mãos com frequência com sabão e água ou utilizar álcool em gel, cobrindo a boca e o nariz com um lenço ou o cotovelo quando tossir ou espirrar; e cozinhar completamente carnes e ovos.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) divulgou nesta quarta-feira (18) informações para mulheres em idade reprodutiva e grávidas sobre riscos e precauções durante a epidemia provocada pelo novo coronavírus e o UNICEF reforçou o apelo para doadores num momento em que milhares de crianças em todo o mundo precisam de atendimento.

De acordo com a agência da ONU para saúde sexual e reprodutiva, o tema é um assunto de saúde pública significativo durante epidemias, e a gravidez e parto seguros dependem de sistemas de saúde funcionais e de completa adesão a precauções de infecções.

O Fundo de População informou que até agora não há evidência científica sobre uma maior suscetibilidade de mulheres grávidas ao COVID-19. “No entanto, a gravidez traz mudanças físicas que podem fazer com que mulheres grávidas estejam mais suscetíveis a infecções respiratórias virais”, informou a agência em comunicado, lembrando que grávidas com doenças respiratórias devem ser tratadas como prioridade máxima devido ao risco aumentado de consequências adversas.

De acordo com o Fundo de População da ONU, as mulheres grávidas devem tomar as mesmas precauções para evitar infecções recomendadas para todos os adultos, como evitar contato próximo com qualquer pessoa que esteja tossindo ou espirrando; lavar as mãos com frequência com sabão e água, ou utilizar álcool em gel, cobrindo a boca e o nariz com um lenço ou o cotovelo quando tossir ou espirrar; e cozinhar completamente carnes e ovos. Todas as recomendações estão disponíveis no site da OMS.

Até o momento, segundo o UNFPA, não há a uma vacina para prevenir ou tratamento para curar o vírus, mas é possível aliviar os sintomas. Tratamento para mulheres grávidas com suspeita ou confirmação de COVID-19 devem ser providenciados com as terapias de suporte e manejo clínico recomendadas pela OMS para pacientes adultos, em contato próximo com o obstetra e ginecologista.

Mulheres amamentando não devem ser separadas de seus recém-nascidos porque não há evidências que mostrem que vírus respiratórios podem ser transmitidos por meio do leite materno, de acordo com a UNICEF. A mãe pode continuar amamentando, desde que sejam adotadas as precauções necessárias:

O fornecimento de suporte em saúde mental e psicossocial para indivíduos afetados, familiares, comunidades e trabalhadores de saúde é uma parte crítica da resposta. O Fundo de População da ONU informou que permanece unido às comunidades afetadas, particularmente as mulheres e crianças mais vulneráveis, cuja proteção e saúde devem estar no centro dos esforços de resposta. Além disso, está trabalhando com equipes ao redor do mundo para rever a preparação interna, assim como nosso engajamento com parceiros, governos e comunidades que servimos para prevenir e responder à epidemia.

“Enquanto o medo e a incerteza são respostas naturais ao coronavírus, nós precisamos ser guiados por fatos e informações sólidas”, afirmou Dra. Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA. “Nós precisamos nos manter unidos em solidariedade, lutando contra o estigma e a discriminação, e garantindo que as pessoas tenham a informação e os serviços que precisam, especialmente mulheres grávidas e lactantes.”

Crianças em risco – A diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, lembrou em comunicado que centenas de milhões de crianças não estão na escola em todo o mundo, com fronteiras fechadas e vidas prejudicadas e assegurou que o trabalho de proporcionar saúde, educação, nutrição e proteção a crianças nunca foi tão crítico.

“Com milhões de crianças desenraizadas, afetadas por guerras, morrendo de causas evitáveis, fora da escola ou perdendo vacinas essenciais, a necessidade de apoio nunca foi tão grande”, afirmou a dirigente.

O comunicado reafirma que o UNICEF está trabalhando para ajudar a impedir a propagação do vírus entre as comunidades dos países afetados.

“Estamos compartilhando informações precisas sobre como manter as famílias seguras, fornecendo kits médicos e de higiene para escolas e clínicas de saúde e mitigando o impacto do surto no acesso das crianças a saúde, educação e serviços sociais”, declarou Henrietta Fore. Ela lembrou que “agora, mais do que nunca, contamos com nossos doadores para continuar apoiando nossa missão para aqueles que não têm nada, nem ninguém – apesar destes tempos difíceis”.

A diretora comparou o momento atual a “águas desconhecidas para todos”. “No UNICEF, estamos lutando contra um novo vírus, desmistificando mitos e combatendo desinformação, enquanto cuidamos do bem-estar de nossa equipe e de nossas próprias famílias”, concluiu.

(Fonte: https://nacoesunidas.org/covid-19-agencias-da-onu-divulgam-informacoes-para-mulheres-gravidas-e-pedem-recursos-para-criancas/, data de acesso: 13/05/2020)

A guerra tem rosto de mulher: trabalhadoras da saúde no enfrentamento à COVID-19

16 de abril de 2020

Autoras: Elizabeth Sousa Cagliari Hernandes e Luciana Vieira, EPPGGs*

A pandemia de Covid-19 impõe, na área da saúde, a necessidade de ações simultâneas de atendimento emergencial, planejamento e pesquisa e, ainda, um olhar atento às questões de gênero em todas essas ações.

Dentre os efeitos imediatos dessa pandemia, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) destaca a acentuação das desigualdades de gênero e a piora da qualidade de vida das mulheres. Além disso, mostra a predominância das mulheres na força de trabalho da saúde e, por conseguinte, na linha de frente do combate à Covid 19: em nível global, cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço social são compostas por profissionais do sexo feminino, incluindo, além de médicas, enfermeiras, parteiras e trabalhadoras de saúde da comunidade [1].

O Brasil segue o padrão mundial. Estimativas do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), com base em dados do IBGE, indicam que mulheres representam 65% dos mais de seis milhões de profissionais atuantes no setor público e privado de saúde, em todos os níveis de complexidade da assistência. Em algumas carreiras, como Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, elas ultrapassam 90% dos profissionais e em outras, como Enfermagem e Psicologia, representam mais de 80% [2]. Estima-se, ainda, que 69,2% das pessoas trabalhando na administração direta da área da saúde, a gestão federal do SUS, são mulheres [3].

Esse artigo apresenta dados bibliográficos e quantitativos acerca da força de trabalho feminina na área da saúde no Brasil, a partir da mais recente base de dados desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), para o “Atlas do Estado Brasileiro”[4], bem como analisa algumas das dificuldades específicas enfrentadas por essas profissionais no contexto da pandemia. As ações dessas mulheres tanto afetam quanto são afetadas pelas dinâmicas de enfrentamento à Covid-19 no país, e são fortemente influenciadas por determinantes de gênero.

No presente contexto de calamidade pública, uma análise superficial poderia levar à conclusão, equivocada, de que as diferenças de gênero entre os componentes das equipes de saúde voltadas ao enfrentamento da pandemia não seriam relevantes. Entretanto, relações de gênero não comportam simplificações, como destaca a análise de Barata (2009) [5]:

As relações de gênero atravessam todas as dimensões da vida social, possuem dinâmica própria independente de outros processos sociais e são marcadas pelo antagonismo na relação de dominação das mulheres pelos homens. A idealização do papel do trabalho remunerado, como elemento de fortalecimento da identidade e da liberdade feminina, desaparece face à constatação da pouca ou nenhuma qualificação da maioria dos postos de trabalho ocupados pelas mulheres, dos salários inferiores para as mesmas funções e da dupla jornada, representada pelo trabalho doméstico ou pelas tarefas de cuidado destinado a membros da família das quais invariavelmente são as mulheres que se ocupam. (BARATA, 2009, p. 77).

Feminização da força de trabalho na área da saúde no Brasil

A literatura sobre a força de trabalho na saúde aponta para a ocorrência do fenômeno da feminização em todos os postos envolvidos na produção do cuidado aos indivíduos. Por “feminização” entende-se tanto o aumento do peso relativo do sexo feminino na composição de uma profissão ou ocupação (aspecto quantitativo), quanto a transformação qualitativa do valor social dessas ocupações, no sentido de que, à medida em que aumenta a presença feminina, a ocupação passa a ser considerada menos qualificada e as remunerações e o prestígio social da profissão decrescem [6].

No Brasil, há quatorze profissões regulamentadas para atuação na área da saúde: Serviço Social, Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Técnicos em Radiologia. Todos os profissionais dessas formações foram convocados à participação em ações estratégicas de combate à Covid-19, por meio da Portaria 639/2020, do Ministério da Saúde, que estabelece critérios de seleção e solicita a mediação dos respectivos conselhos profissionais.

Em que pese a crescente importância da literatura sobre feminização do trabalho em saúde, nenhum dos conselhos profissionais federais, à exceção do Conselho Federal de Medicina (CFM) [10], possibilita o acesso público online a dados sobre o quantitativo de profissionais segundo sexo, o que denota que essa variável não é considerada relevante no que tange à comunicação desses órgãos com a sociedade.

Além dessas profissões organizadas em conselhos de classe, o funcionamento das unidades de saúde requer o trabalho de outros profissionais que executam tarefas essenciais, tais como recepcionistas, atendentes e profissionais de limpeza. Para essas ocupações, inexistem dados sistematizados que permitam aferir objetivamente as condições de trabalho e os vieses de gênero das áreas de apoio ao funcionamento das unidades de saúde. Pesquisas realizadas no Brasil [7, 8, 9, 3] abordam majoritariamente as profissões de nível superior e, ao mesmo tempo, demonstram a escassez de pesquisas que abranjam todas as demais ocupações envolvidas na produção de cuidado e no enfrentamento das emergências sanitárias. Observações não-estruturadas e a própria natureza dessas atividades, porém, permitem assumir que essas funções de apoio sejam exercidas, majoritariamente, por mulheres.

Utilizando a base de dados do IPEA [4], que permite a desagregação dos dados por sexo, é possível ter uma visão da feminização da força de trabalho na saúde, abrangendo as principais categorias diretamente envolvidas em ações de atendimento de saúde da população, incluindo médicos, profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem) e agentes comunitários de saúde.

Considerando essas categorias, a força de trabalho feminina corresponde a 78,9% da força de trabalho total na área de saúde. A tabela 1 abaixo mostra os percentuais e os números absolutos de vínculos de trabalho, segundo sexo, para essas categorias profissionais.

Tabela 1 – Profissionais de saúde das categorias de Medicina, Enfermagem e Atenção Básica em Saúde segundo sexo, no Brasil.

Continua...

(Fonte: https://duckduckgo.com/?q=A+guerra+tem+rosto+de+mulher%3A+trabalhadoras+da+saúde+no+enfrentamento+à+Covid-19&t=opera&ia=web, data de acesso: 12/05/2020)