Em meio a tantas tristezas e preocupações, perdas de vidas e doenças complicadas, temos que por obrigação moral trazer nossas pesquisas, e, divulgá-las gratuitamente para Você e outras pessoas formidáveis que nos acompanham e nos orientam.
Em primeiro lugar lamentar o número de crianças órfãs que o Brasil!
Se tivermos colaboradores em Ministérios com experiência e vivência prática em atender demandas provocadas por tragédias coletivas, e que doravante exigirá ter uma experiência comprovada em criar políticas públicas “claras e transparentes” com prestações de contas mensais...
Principalmente na quantificação e qualidade ofertado às crianças e adolescentes órfãos.
Além destas pesquisas na área de educação de crianças e jovens, há também uma seleção de pesquisas na área da saúde e psicologia.
Receba fraternal abraço de Elisabeth Mariano e equipe Jornal ESPAÇO MULHER.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Bullying a violência nas escolas
Pedagogia
A violência na escola tanto física quanto psicológica está aumentando consideravelmente e ganhando destaque na mídia.
É considerado bullying: chutar, zoar, bater, ameaçar, e várias outras maneiras de humilhação.
Esta situação é muito preocupante para toda a sociedade. O que fazer?
O bullying é tão antigo quanto e existência da escola. Infelizmente acontece em todo o mundo.
A situação é preocupante, muitos alunos sofrem violência por serem diferentes, mas é claro que o problema não está nessas pessoas e sim nos que se sentem superiores, poderosos. Parte dos alunos que sofreram bullying são praticantes.
Muitos sofrem calados e se tornam adultos agressivos, é aquela velha história, "violência gera violência".
Outros além de não procurarem ajuda acabam se isolando tanto e se sentindo tão humilhados que chegam a cometer suicídio.
Baixa autoestima, medo, angústia, diminuição no rendimento escolar, aumento do pedido de dinheiro aos pais, não querer ir à escola, entre inúmeras outras são consequências do bullying que podem refletir em toda a sociedade, esses agressores possuem grandes chances de se tornarem adultos revoltados, criminosos e até mesmo criarem uma gangue perigosa.
É preciso que familiares e professores estejam atentos aos sintomas, pois, geralmente as vítimas não procuram ajuda.
Não adianta mudar de escola, pois o problema acontece em todo o mundo.
Após notar esse comportamento anormal é preciso procurar ajuda de um psicólogo. Seria importante também que todos os professores tivessem um conhecimento que fosse capaz de analisar a mudança de comportamento dos alunos para que não resolvam o problema tarde demais.
Por THATIANE REIS FERNANDES
Domingo, 07 de abril de 2019, 09h00 -Última atualização em Segunda-feira, 08 de abril de 2019, 09h35
Em, “7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas.”
A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277, relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.
Em fato mais recente de violência em ambiente escolar, no dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, no estado de São Paulo, a dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola.
O bullying e a violência nas escolas tornaram-se grandes problemas, que pais, educadores, governos e toda a sociedade precisam enfrentar.
O bullying, também chamado de intimidação sistemática, é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela
Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).
A gravidade da questão se confirma por meio de estudos recentes como o Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do Ministério da Educação, que revelou que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola.
A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.
Ações – Para o secretário da Semesp, Bernardo de Goytacazes, o bullying traz uma perda não só para o aluno, mas para todo o contexto ao redor. “Uma coisa são brincadeiras, típicas e tradicionais em escolas, outra coisa é quando partem para a questão da ofensa.
O bullying traz essas atitudes mais agressivas, sejam elas verbais e físicas, de forma mais direta e intencional, e que muitas vezes ocorre sem motivação, porque um se sente mais forte em relação ao outro para poder agredir e tomar essa posição”, afirmou.
De acordo ele, dentro da dinâmica do MEC, existe uma grande proposta de enfrentamento que vem sendo feita para ajudar os sistemas das redes municipal e estadual para combater esse mal que afeta a todos.
“A nossa intenção é, dentro da educação básica, das modalidades especiais e também dentro do ensino superior, ajudar a combater isso. Primeiro a entender que nessa questão dos direitos humanos ninguém é igual a ninguém. Não vamos ter pessoas que vão ter tratos e nem costumes iguais”, explicou.
“Isso vem sendo ensinado desde a questão da escola, dentro da Secretaria de Educação Básica (SEB), que vem com programas em função de ajudar estados e municípios a criar nessa escola uma rede de tolerância, de diálogo e de respeito.
Também no livro didático nós já temos textos que abordam o assunto e ainda nas temáticas dos projetos dos nossos programas. Precisamos acertar e aumentar essa questão da tolerância e do respeito dentro de sala de aula. A Semesp também tem trabalhos em função dessa área com respeito às relações étnico raciais, porque temos esse bullying com questões raciais e deficiência física”, completou.
Outra ação de enfrentamento está no curso de formação de professores, seja de formação especializada, escola da terra ou em cursos em parceria com as universidades, que trabalham com professores de toda a rede.
“Essas temáticas estão presentes sobre a questão do respeito e de saber fazer com que o professor seja um incentivador dessa política de tolerância em sala de aula. O professor desempenha um papel fundamental e os cursos que nós oferecemos, que trazem essas temáticas nos ajudam a discutir esses assuntos com os professores.
Até mesmo várias de nossas provas já vêm com relatos sobre esse assunto ou que tangenciam esse tema”, disse Bernardo de Goytacazes.
Depois do ataque na escola de Suzano, a SEB criou um grupo de planejamento mais específico para trabalhar essa questão da violência.
“Mas a discussão não será somente dentro da educação básica, mas nas redes, nos institutos de ensino, nas universidades e que seja uma temática que toda sociedade abrace para poder auxiliar nesse processo de ensino e aprendizado”, concluiu o secretário.”
Assessoria de Comunicação Social
Embora ainda haja muitas perguntas em aberto sobre o coronavírus que parou o mundo há quase um ano, cientistas conseguiram neste período correr contra o tempo e trazer muitas respostas sobre a nova doença — algumas delas surpreendentes.
Por exemplo, a de que a covid-19, descrita desde o início como uma doença respiratória, não ataca apenas os pulmões.
Conforme o coronavírus foi se espalhando pelo mundo e adoecendo mais pessoas — até aqui, infectando pelo menos 88 milhões no planeta —, médicos e pesquisadores começaram a constatar que órgãos tão diferentes como coração, cérebro e rins também podiam ser afetados, às vezes fatalmente, pelo coronavírus.
O patógeno também já causou problemas em dedo dos pés, foi detectado no testículo e ainda nas lágrimas de pacientes — mas é importante lembrar que ser encontrado em uma parte do corpo ou no ambiente não necessariamente significa adoecimento ou transmissibilidade.
Em relação aos chamados órgãos vitais, porém, a doença tem gerado incógnitas, pesquisas científicas e, em alguns casos, grande preocupação.
Por isso, a BBC News Brasil procurou artigos científicos e pesquisadores brasileiros para responder o que se sabe até aqui sobre as consequências da covid-19 em cinco órgãos fundamentais para a nossa sobrevivência: pulmões, coração, rins, fígado e cérebro.
Vale lembrar que a definição de quais são os órgãos vitais é variada, mas de acordo com os entrevistados, estes cinco estão mais perto de um consenso de serem fundamentais para a continuidade da vida e insubstituíveis, considerando as intervenções médicas existentes.
Falta de ar é sinal de que pulmão foi afetado, explica pesquisadora.
Apesar de afetar outras partes do corpo, ainda são "as vias respiratórias e os pulmões" os principais alvos da covid-19, lembra a pesquisadora Marisa Dolhnikoff, professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenadora dos Estudos em Autópsia da Covid-19 no Hospital das Clínicas da faculdade.
Tudo começa quando uma pessoa sadia entra em contato com gotículas do vírus, como através da tosse ou espirro de alguém infectado, ou ainda por meio do contato com uma superfície contaminada com essas partículas. A partir daí, o vírus começa a "hackear" as células das vias respiratórias (canais que conduzem o ar aos pulmões, como o nariz e a traqueia) e dos pulmões, transformando-as em fábricas de coronavírus que se espalham por mais células.
Tosse, coriza e espirros podem surgir por conta do ataque às vias respiratórias. Esses sintomas também podem ser reflexo do acometimento dos pulmões — mas, segundo Dolhnikoff, o sinal mais claro de que este órgão vital foi afetado é a falta de ar.
Um estudo publicado em junho na revista científica Lancet, com dados de 257 pacientes em Nova York (EUA), mostrou que a falta de ar foi o sintoma mais frequente na entrada no hospital, registrado em 74% dos infectados, seguido por febre (71%) e tosse (66%).
Ainda segundo a pesquisadora da USP, um outro sinal importante vem das tomografias — quando elas mostram mais de 50% da área dos pulmões acometida pelo coronavírus, este é um indicador de gravidade e de insuficiência respiratória, que demanda suporte como a ventilação mecânica. Ambos pulmões costumam ser afetados juntos.
Tanto nas vias respiratórias quanto nos pulmões, o coronavírus encontra um facilitador — células contendo receptores da proteína ECA-2, uma espécie de chave que permite o início da infecção.
"Nos casos mais graves, há também infecção dos alvéolos, estruturas responsáveis pela troca gasosa nos pulmões — a captação de O2 do ar para o sangue, e liberação de CO2", explicou por e-mail à BBC News Brasil a pesquisadora.
É por isso que os pulmões são vitais — eles nos dão, literalmente, o ar que respiramos. O órgão absorve o oxigênio externo e o distribui para todo o corpo através do sangue e, na via contrária, recolhe o gás carbônico dispensado após vários processos dentro do corpo.
"Quando infectadas, as células dos alvéolos sofrem alterações importantes que levam à sua morte, desencadeando um processo de inflamação e edema pulmonar (excesso de líquido) que impedem as trocas gasosas, culminando com a insuficiência respiratória", completa Dolhnikoff, cuja equipe no Hospital das Clínicas está realizando desde o início da pandemia um método inovador de autópsias minimamente invasivas, de forma a evitar o contágio no contato com corpos, para fins de pesquisa.
Além da infecção das células das vias respiratórias e dos alvéolos, em uma segunda frente, os vasos sanguíneos também são atacados. Isso leva ao aumento da coagulação e à formação de trombos (conjunto de sangue coagulado), que dificultam a passagem de sangue nos alvéolos. Com isso, as trocas gasosas são mais uma vez comprometidas.
Ainda no início da pandemia, em abril, a equipe que está trabalhando com autópsias na USP publicou no periódico científico Journal of Thrombosis and Haemostasis os resultados destas análises em dez pacientes, demonstrando alvéolos amplamente danificados e pequenos trombos no pulmão — cuja formação devido à covid-19 era pouco conhecida naquele momento.
Quando o quadro pulmonar é muito grave, incluindo um conjunto de indicadores como a insuficiência respiratória e a inflamação sistêmica, ele pode configurar a síndrome do desconforto respiratório aguda (ARDS, na sigla em inglês).
Se os pulmões realizam as trocas gasosas, é o coração que bombeia o sangue com oxigênio para o corpo e que volta para os pulmões com sangue repleto de gás carbônico.
E, nos quadros mais graves, este órgão muscular e vital é significativamente afetado — podendo levar a óbito.
Um estudo de referência, publicado em fevereiro de 2020 com dados de 138 pacientes hospitalizados em Wuhan, mostrou que 16,7% deles desenvolveram arritmia e 7,2% lesão cardíaca aguda — ou seja, dois problemas de saúde atingindo o coração. Aqueles que precisaram ir para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentaram estes quadros com mais frequência.
"Na covid-19, o coração pode ser atingido em até 40% dos casos graves", aponta Marisa Dolhnikoff, acrescentando outras consequências da covid-19 no coração "Pessoas com comorbidades — diabetes, hipertensão, obesidade e cardiopatias prévias — têm maior risco de manifestação cardíaca na covid-19."
Estudos de várias partes do mundo mostram problemas no coração como uma das comorbidades mais comuns entre pacientes graves infectados — um boletim do Ministério da Saúde de dezembro revelou que, no Brasil, as cardiopatias (doenças no coração) foram o fator de risco mais frequente entre pessoas que morreram por covid-19 no país, seguidas por diabetes.
Dolhnikoff explica que as células cardíacas também têm receptores da proteína ECA-2, ativadas no ataque direto do vírus ao órgão.
Mas o órgão pode ser afetado também pela inflamação sistêmica, reação exagerada do corpo que leva a diversas alterações prejudiciais como a baixa de oxigênio e à chamada tempestade de citocinas — substâncias agressivas que o sistema imunológico libera para atacar um invasor, mas que, em excesso, podem acabar atacando partes vitais para nossa sobrevivência, como o coração.
A partir da autópsia e de exames referentes ao caso de uma menina de 11 anos que perdeu a vida para a covid-19, Dolhnikoff e sua equipe conseguiram demonstrar o ataque do vírus a diversas células do coração, nas quais foram encontradas partículas do vírus. A resposta inflamatória agravou o problema, levando à falência cardíaca e morte.
O pulmão da criança também foi afetado, mas os cientistas identificaram o coração como o órgão mais comprometido pelo vírus.
Os resultados foram publicados no periódico internacional Lancet Child & Adolescent Health.
Assim como acontece com o coração, quando os rins são afetados pela covid-19, o nível de alerta é aumentado.
"A lesão renal é incremental, compõe o quadro de um doente mais complexo. São doentes muito graves. Quando a doença é avassaladora, ela é avassaladora", resume o nefrologista José Suassuna, chefe do Setor de Nefrologia do Hospital Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe/Uerj).
Os rins são vitais por regularem a concentração de água no sangue e por eliminarem detritos tóxicos do corpo.
No artigo publicado no periódico Lancet envolvendo 257 pacientes em Nova York, 31% desenvolveram lesões agudas neste órgão e precisaram das chamadas terapias de substituição renal, que incluem intervenções como a hemodiálise — este procedimento, em linhas gerais, substitui o órgão no trabalho de filtrar o sangue.
Neste grupo nos Estados Unidos, 14% já tinham alguma doença crônica afetando os rins antes da covid-19.
"Grupos de risco como obesos, diabéticos, pessoas com doenças cardiovasculares e idosos muitas vezes já têm algum grau de comprometimento renal — então, quando infectados pelo coronavírus, "não partem do 0".
Eles já estão na metade do caminho e caminham mais rapidamente para a insuficiência renal aguda e para a necessidade de suporte", explica Suassuna, destacando porém que há casos em que o paciente não tem fatores de risco mas tem os rins comprometidos.
Casos de lesão aguda nos rins comumente levam à necessidade de intervenções como a hemodiálise, que substitui o órgão na filtragem do sangue.
De acordo com o nefrologista, os rins também têm receptores ECA-2, mas as evidências até agora indicam que possivelmente não é este ataque direto do vírus ao órgão o principal motivo de acometimento dos rins.
Mais uma vez, a inflamação exacerbada do corpo ao coronavírus parece ter um papel importante.
Uma evidência disso é a conexão entre os pulmões e o rins, a chamada cross talk entre os órgãos.
"É uma ligação cruzada, a situação em que o acometimento de um órgão determina o de outro. Na covid-19, isso tem se mostrando entre rins e pulmões, assim como pulmões e coração. O envolvimento pulmonar mais grave se associa a um risco muito maior para os rins. Há uma associação grande entre entubar e a insuficiência renal", aponta Suassuna, explicando que quando há esta insuficiência nos rins, o paciente deixa de urinar, precisando de suporte.
Além disso, outra explicação para o acometimento simultâneo de vários órgãos na fase mais avançada da infecção é a baixa oxigenação.
"A covid-19 nos deixa com uma oxigenação como se estivéssemos subindo o Himalaia, mesmo estando a nível do mar. Uma parte funcional do rim, que ajuda a produzir a urina, já vive como se estivesse no Everest — no que a gente chama de hipoxia, uma oxigenação muito baixa", diz o médico, também professor da UERJ.
"O rim é um órgão muito sensível às quedas de oxigenação prolongadas porque já vive na beira do precipício. E à piora da oxigenação se soma a tempestade de citocinas, um mecanismo importante da disseminação do dano da covid do pulmão para o resto do corpo."
Mortes por covid-19 no Brasil estão 50% acima do que apontam dados oficiais, calculam especialistas.
Apesar de seu adoecimento ser um indicador de gravidade, os rins também podem ser afetados em casos mais leves, explica Suassuna. Entretanto, talvez isso nunca se manifeste em sintomas, mas apenas exames específicos de urina e de alteração da função renal.
"Os rins, em qualquer doença, sofrem em silêncio — e covid-19 não é uma exceção", explica Suassuna, acrescentando que esse órgão é afetado bilateralmente, ou seja, adoece tanto do lado esquerdo quando direito.
"Não tem grande manifestação de sintomas, a maior parte dos sinais só aparece no laboratório. Temos pacientes iniciando diálise que não sentem nada, apenas quando já têm menos 10% da função renal. De repente, param de urinar."
Fígado 'não é comumente nem intensamente comprometido, como ocorre com outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins', explica o hepatologista Edmundo Lopes. Exames também já detectaram, em alguns pacientes, alterações no fígado — que tem entre suas funções eliminar toxinas do corpo, regular o açúcar no sangue e ajudar na digestão de gorduras.
Entretanto, diferente de outros órgãos, tais alterações não necessariamente significam o adoecimento do órgão.
"As enzimas hepáticas (substâncias produzidas pelo órgão) estão elevadas em cerca de 15 a 60% dos casos de COVID-19, o que sugere acometimento do fígado.
Porém, estas alterações das enzimas em geral não provocam sintomas", explica o hepatologista Edmundo Lopes, médico do Hospital das Clínicas e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
"Apesar destes distintos mecanismos de agressão ao fígado durante a covid-19, ele não é comumente nem intensamente comprometido, como ocorre com outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins", diz. "As explicações para esta 'menor' agressão ao fígado ainda não estão bem elucidadas."
Os distintos mecanismos de agressão mencionados por Lopes passam, mais uma vez, pelos efeitos da inflamatória sistêmica no corpo e também, no caso desse órgão responsável por lidar com substâncias potencialmente tóxicas, por eventuais danos provocados pelos medicamentos usados contra a covid-19.
A ação direta do vírus sobre o órgão também é uma possibilidade, até porque as células hepáticas chamadas de colangiócitos têm receptores ECA-2. Entretanto, segundo o professor da UFPE, essa via direta "nunca foi muito bem demonstrada" na ciência.
"As evidências sugerem que o processo inflamatório (tempestade de citocinas) parece ter um papel relevante na agressão ao fígado, já que os pacientes mais graves e que apresentam maiores indícios de atividade inflamatória nos exames laboratoriais são os que apresentam mais frequentemente e mais intensamente alterações das enzimas hepática", escreveu o hepatologista por e-mail à BBC News Brasil.
Covid-19 leve tem deixado efeitos neurológicos como maior ansiedade e cansaço e, nos casos graves, derrame e convulsões.
Se tem um órgão que os entrevistados dizem estar rodeado de incógnitas sobre seu acometimento pela covid-19, é o cérebro.
Fato é que diversos estudos e relatos de casos já mostraram que ele pode ser afetado, dos quadros leves aos graves.
A pesquisadora Clarissa Yasuda, médica e professora do departamento de neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que o diga: ela mesma teve covid-19 em agosto e conta ainda sentir consequências relacionadas ao cérebro, como sono, fadiga e alterações na memória.
Ela e colegas publicaram em outubro um estudo em estágio pré-print (sem a chamada revisão dos pares, etapa padrão em que outros especialistas analisam um estudo e decidem se ele será publicado ou não em uma revista científica) com dados sobre 81 pessoas que tiveram covid-19 leve e se recuperaram.
Esses voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética, que detectaram alterações no córtex, a parte mais externa do cérebro e fundamental para processos envolvendo a memória, linguagem, entre outros.
Questionários e testes cognitivos também mostraram que, em média 60 dias após o diagnóstico da covid-19, os pacientes ainda apresentavam dor de cabeça (40%), fadiga (40%), alteração de memória (30%), ansiedade (28%), depressão (20%), perda de olfato (28%) e paladar (16%), entre outros.
Aliás, Yasuda lembra que a perda destes sentidos é considerada pelos especialistas um sintoma neurológico — precisamos do cérebro para sentir gostos e cheiros.
"Acho que não estava na conta de ninguém imaginar que pessoas que não foram internadas, que seriam quadros 'leves', pudessem ficar com uma gama de alterações neurológicas incapacitantes, como observamos não só aqui mas no mundo inteiro", diz a neurologista, fazendo a ressalva de que o grupo de voluntários estudados foi formado por pessoas que já estavam relatando sintomas neurológicos, então há uma inclinação de que estes sejam mais frequentemente registrados do que se o estudo envolvesse uma população mais ampla.
"Além desses casos leves (que estão mostrando consequências prolongadas), há o grupo de alterações neurológicas por covid-19 que surgem na fase aguda e que podem ser bem graves — como derrame, encefalite, convulsão e redução do nível de consciência. Em alguns casos, os derrames aumentam a chance de AVC (acidente vascular cerebral).
Não sabemos se estes efeitos serão transitórios ou se deixarão sequelas."
Parte da equipe que está trabalhando com autópsias no Hospital das Clínicas da FMUSP, o médico Amaro Nunes Duarte Neto relata que uma alteração muito comum observada nos cérebros de pessoas que morreram após a infecção pelo coronavírus é a lesão dos neurônios.
"São lesões cerebrais decorrentes da hipóxia (oxigenação diminuída) pelo acometimento pulmonar grave na covid-19, não atribuídas diretamente ao vírus", explicou por e-mail o pesquisador.
Isto porque, como em outros órgãos, os efeitos da covid-19 não necessariamente ocorrem devido ao ataque direto do coronavírus, mas sim pelas consequências da resposta inflamatória do corpo e de alterações na circulação do sangue, entre outros.
Por exemplo, Duarte Neto relata também a observação, nas autópsias, de microsangramentos nos vasos que irrigam o órgão, além da hipertrofia dos astrócitos — células em torno dos vasos cerebrais e que dão suporte fundamental para os neurônios.
Na publicação em pré-print da qual Yasuda foi uma das autoras, a equipe demonstrou que os astrócitos foram o principal alvo do coronavírus no cérebro. Isto também a partir de 26 autópsias minimamente invasivas, realizadas por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.
Mesmo que nem todo efeito neurológico do coronavírus seja atribuído ao seu ataque direto, os pesquisadores entrevistados dizem que há sinais de que o patógeno chega até o cérebro através do nariz, pelo mesmo caminho que um aroma "faz" para chegar até lá.
Ainda assim, "o conhecimento sobre o mecanismo de lesão do vírus Sars-CoV-2 no sistema nervoso central ainda é pouco esclarecido", diz o pesquisador da USP.
A professora Clarissa Yasuda concorda.
"É muita coisa que a gente não sabe, muita coisa para ser estudada: o quanto desses quadros neurológicos tem um componente inflamatório, o quanto é autoimune, o quanto é um ataque direto do vírus. Ninguém tem uma resposta, mas acho que é uma combinação disso tudo."
https://www.bbc.com/portuguese/geral-55596688
Publicado em 1 de março de 2019 - Modificado em 28 de fevereiro de 2019
Quando nos envolvemos com alguém, nem sempre nos damos conta de algumas características nocivas desta pessoa. Estamos tão envolvidos emocionalmente que ignoramos os sinais que são dados desde o início.
E depois de um tempo, quando o encantamento diminui, e faz parecer que as lentes dos nossos óculos da vida começam a desembaraçar, nos damos conta que estamos em um relacionamento recheado de brigas, discussões e ao nosso lado está alguém que não nos completa, nem mesmo nos faz feliz.
Mas mesmo assim, sentimos que há algo que nos prende a esta pessoa.
O que é relacionamento tóxico?
O relacionamento tóxico pode ser resumido pelo desejo de controlar o parceiro(a) pelo só desejo de controlar, de tê-lo apenas para si. Esse comportamento surge aos poucos, sutilmente, e vai passando dos limites, causando sofrimento e dor.
Se o seu relacionamento apresenta algum dos sinais abaixo, talvez você esteja vivendo em um relacionamento tóxico. Fique atento e procure ajuda.
• Acúmulo de chateações:
Ao invés de conversarem sobre algum incômodo na relação, vocês guardam as informações, deixando isso virar uma grande bola de neve, e optam por revelar esses incômodos em um momento oportuno, quando outra discussão vem à tona.
Se na hora que acontecer a situação desconfortável você não se sentir confortável para falar, deixe a poeira baixar e converse. Ficar acumulando todos os vacilos e soltar de uma vez só, não vai resolver nada.
• Crítica desmedida:
No início do relacionamento até achamos que encontramos a pessoa perfeita. Mas na verdade esta perfeição não existe. As críticas são naturais e acontecem, porém, quando feitas de maneira desmedida tornam a relação tóxica.
Já parou para refletir se as críticas que você recebe são para lhe diminuir? Se sim, não permita que isso aconteça.
• Energia negativa:
Se você, ao estar com seu parceiro ou sua parceira sente um certo desconforto, um clima tenso, se você está em constante estado de ansiedade e não consegue fazer nada direito, estes são sinais de que a energia entre vocês é pesada e negativa. Ou seja, estás vivendo um relacionamento tóxico.
• Você fica “pisando em ovos” quando estão juntos:
Quando vocês passam muito tempo juntos, você começa a sentir-se ansiosa(o) querendo ir embora, porque pensa que a qualquer momento pode começar uma briga entre vocês? Você fica “pisando em ovos” porque ele/ela pode explodir por qualquer motivo?
O parceiro(a) deve ser alguém que gostamos de estar junto. Mesmo com momentos de estresse e divergências não deve ser cercado pela angústia. É fundamental a confiança e o respeito, mesmo que vocês pensem diferente.
• Você não é você mesmo:
Mudar faz parte do ser humano, e na maioria das vezes é muito positivo. Em um relacionamento não é diferente, mudar para a mesma direção é ótimo. Porém quando a mudança é para direção que você não quer, e que você acaba não se reconhecendo como pessoa, é um sinal de alerta.
Faça um teste: se você se comporta diferente quando está com seus amigos e sem seu companheiro(a) e eles percebem isso, é sinal de que a relação está intoxicada.
• Sua relação traz à tona suas piores qualidades:
Você vive em estado de tensão, a ponto de as pessoas não te reconhecerem mais, inclusive se afastarem de você. Provavelmente seu companheiro(a) está eliciando em você suas piores qualidades, aquelas que você as mantinha guardadas e raramente utilizava.
Se seus amigos estão te relatando que você está diferente de forma negativa, fique atento(a)!
• Há uma constante luta pelo poder:
É normal discutir em uma relação, porém, quando essa discussão parece estar focada em quem vai ganhar a briga ao invés de resolver o conflito.
Se a preocupação de um dos dois é estar no controle mais do que resolver a situação, para que caminho esta relação está indo? Relacionamento é como gangorra, para os dois se darem bem é preciso que ela esteja equilibrada.
• Frequentes crises de ciúme:
Para algumas pessoas o ciúme é sinal de proteção e amor. Mas existem outras formas mais saudáveis de cuidar, proteger e amar.
O ciúme indicam falta de confiança. E como manter relação saudável sem confiança? Em uma relação saudável você deve ter a liberdade de ser quem você é e confiar na pessoa. Vale lembrar que o ciúme obsessivo é uma doença e há tratamento para isso.
• Você não enxerga o futuro da relação:
Não estou falando em ter planejamento a dois até o final dos seus dias. Mas é natural, em um relacionamento, que haja planos para curto e médio prazo, como por exemplo: a viagem das próximas férias.
Se você não consegue visualizar nada a dois, por que desperdiçar o seu tempo?
• Você simplesmente não está feliz:
Se o seu relacionamento está tão pesado quanto aquele projeto difícil, ou aquela matéria que você precisa passar na faculdade, então, talvez, seja a hora de deixá-lo de lado.
Muitas vezes as coisas que planejamos não saíram conforme o pensado. Porém para estarmos em um relacionamento é preciso que tenhamos mais momentos de felicidade do que de ansiedade, preocupação, etc. Se você doa tudo de si e não recebe nada em troca, qual o sentido de ter alguém ao seu lado?
• Não há apoio nas suas escolhas de vida ou metas:
Se você já ouviu comentários que seus sonhos e metas são estúpidos ou que você nunca vai alcançar seus objetivos, talvez tenha que rever sua relação.
Alguém que te quer bem, apoia suas decisões mesmo que não concorde com elas. Inclusive, a sua felicidade é importante para a pessoa que te ama.
• Tudo é culpa sua:
Você é a raiz de todo mal. Qualquer coisa que dê errado é culpa sua. Ele/ela culpa você por todas as suas inseguranças, e é incapaz de pedir desculpas caso perceba que seu comportamento está errado. Isso é um grande sinal de alerta para o relacionamento tóxico.
• Frequentes ameaças de término do relacionamento:
Esse é clássico! Esse jogo é cruel, sempre que o outro está insatisfeito ameaça romper o relacionamento. Isso pode acontecer principalmente se ele/ela sabe que você vai implorar para que ele não vá embora. Pessoas assim se alimentam da carência e inconscientemente procuram parceiros(as) que possam controlar.
• Suspeitas acontecem o tempo todo:
Todo relacionamento precisa de um nível de privacidade. E para isso é fundamental confiar um no outro. Se ele/ela quer saber constantemente o que está rolando no seu espaço de privacidade, isto mostra um nível tóxico de controle.
É humilhante. O relacionamento é entre adultos, e não é necessário supervisão constante. E caso venha o sentimento de culpa depois que você disse a ele/ela que não o deixaria acessar suas coisas, este é um ponto crucial para que tu busques ajuda para sair desta relação.
• Dependência:
Em um relacionamento tóxico há dependência do outro, tanto financeira, emocional ou física. Quando você dá sinais de que vai cuidar de si, o outro detesta e tentar manter você sob controle.
E por vezes, o outro faz você acreditar que não tem capacidade para realizar seus planos. Além de não dar atenção para seus sentimentos que não tenham relação com ele/ela.
Se você identificou alguns dos sinais acima no seu relacionamento, talvez esteja na hora de deixar ir, seguir o seu caminho sem esta pessoa.
Como se curar de um relacionamento tóxico?
De fato não é tarefa simples. Na maioria das vezes as pessoas negam a situação, e não enxergam o quão doentio é insistir em algo que prejudica tanto a saúde emocional, mental e física.
O primeiro passo para sair do relacionamento tóxico é aceitar que está dentro de um. O segundo passo é construir um sistema de apoio, deixando as pessoas se aproximarem e ajudarem.
É fundamental também o investimento no autoconhecimento, para conseguir enxergar o que te fez escolher se manter em um relacionamento assim.
Alguns exercícios que ajudam é desabafar escrevendo, ler livros de autoajuda, e o principal, procurar um psicólogo para ressignificar o que foi vivido e construir um futuro melhor para as próximas relações.
Laura Potrich
Sou psicóloga e trabalho com transição de vida. A partir da reprogramação mental, da ressignificação dos pensamentos. Utilizo abordagem diretiva, focada nos problemas atuais do paciente, com resultados efetivos. Caso você se encontre em alguma situação das listadas abaixo, eu posso te ajudar. Você me encontra também no Instagram: @tratandosuaansiedade
Você sente uma sensação esmagadora e prolongada de desamparo e tristeza. Seus problemas não parecem melhorar apesar dos esforços e da ajuda da família e dos amigos. Você acha difícil se concentrar nas atribuições de trabalho ou para realizar outras atividades diárias.
Você se preocupa excessivamente, espera o pior ou está constantemente no limite. Suas ações, como beber muito álcool, usar drogas ou ser agressivo, estão prejudicando você ou outros.