Jornal Espaço Mulher


Edição nº 241 - de 15 de Fevereiro de 2022 a 14 de Março de 2022

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Muitas razões para se comemorar, mas muita tristeza para lamentar...

O mais marcante slogan da ONU, em combate as violências contra as mulheres, sem dúvida é o:

“Nenhuma mulher deve morrer por ser mulher”

Em 8 de março de 2022, o que nós Mulheres em todo o mundo, e no Brasil temos a comemorar a nosso favor e, na redução da criminalidade?

Pergunte-se por sua vida, e, principalmente, pela vida das fragilizadas socialmente...

No ano passado tudo ainda foi pior, com mortes de mulheres, maridos, jovens, crianças, idosos...

Com desemprego massivo, e, com falta de perspectivas melhores... Ler as estatísticas atuais, algumas até divulgamos aqui, é preocupante, pela falta de lideranças humanitárias nas decisões do país... na verdade sociopolítica atual sob lideranças despreparadas, o que se vê é definhar diário das famílias. Sendo as maiorias em áreas pobres, chefiadas por mulheres, sem quaisquer recursos...

Num país, riquíssimo em tudo e todos os recursos naturais, e ter pessoas morrendo de fome?...

Algumas ONGS, e algumas religiões se revezaram em tentar ajudar no combate à fome... Mas, e a falta de moradias dignas, de áreas saneadas, de recursos em atendimentos próximos e urgentes nas periferias (que no hospital não “viviam”!)

Crueldade na alma de políticos e lideranças, mata muitas mulheres: jovens, grávidas, sós com muitos filhos, viúvas, idosas etc.!

Creio que o correto é que este importante slogan: “nenhuma mulher deve morrer por ser mulher” PRECISA SER APREGOADO EM TODAS AS ÁREAS PUBLICAS (pois, a desesperança e o abandono são venenos mortais, adoecem e matam).

COMEMOREMOS AS BOAS AÇÕES QUE NÓS MULHERES FIZEMOS PARA OUTRAS MULHERES SOFRIDAS.

COMEMOREMOS NOSSOS BONS SENTIMENTOS NA ALMA E BOAS CONDUTAS SÓCIO-POLÍTICAS NO BRASIL!

Nossa gratidão a ONU, e no Brasil a ONU MULHERES... por conscientizar lideranças para agirem com Direitos Humanos.

07 de Março

Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica

ONU: “nenhuma mulher deve morrer por ser mulher”

BR - 27 setembro 2018

Mulheres - Feminicídio mata 12 mulheres por dia na América Latina; região tem 14 dos 25 países com os mais altos índices assassinatos de mulheres no mundo; 98% dos homicídios relacionados ao gênero não chegam à justiça.

LEIA O ORIGINAL, ACESSE PELO LINK DA FONTE: https://news.un.org/pt/story/2018/09/1640152

Nossa gratidão a proteção de ONU Mulheres e Associação Internacional de Mulheres Jornalistas, também para a Procuradora Federal do MPF/RJ expert em crimes cibernéticos, E NOSSA GRATIDÃO pelas parcerias com FBI, PF, e MPF- -objetivo para proteger mulheres jornalistas, principalmente em caso de crimes cibernéticos.

Nossa gratidão a todas as nossas colaboradoras e nossos colaboradores.

Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER INFORMA...

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As mulheres que escolhem ser mães solteiras: 'melhor decisão da vida'

Mais de 100 milhões de mães solteiras estão criando seus filhos sozinhas em todo o mundo

BBC NEWS - Sandrine Lungumbu - Serviço Mundial da BBC -postado em 12/02/2022 18:26

Mais de 50% das mulheres que usam doadores para engravidar pretendem criar seus filhos sozinhas, de acordo com os dados mais recentes de um dos maiores bancos de esperma do mundo, o Cryos International.

Os dados do Cryos, que fornece esperma e óvulos de doadores congelados em mais de 100 países em todo o mundo, mostram um aumento constante de clientes mulheres solteiras nos últimos sete anos, chegando a 54% em 2020.

No mundo, existem mais de 100 milhões de mães solteiras que criam seus filhos sozinhas, de acordo com a ONU.

Embora não haja dados suficientes sobre quantas delas são mães solteiras por opção, as mulheres que optam por ser mães solteiras geralmente enfrentam desafios sociais, culturais e até legais ao iniciar uma família.

Nós conversamos com quatro mulheres sobre suas jornadas pessoais de maternidade e como elas se sentem ao criar seus filhos sem um parceiro.

Mam Issabre, da França, sempre quis ser mãe e, depois de anos pensando na ideia, finalmente decidiu agir há dois anos.

"Decidi falar com minha mãe sobre isso, e ela disse que talvez fosse um bom momento para tentar, já que eu tinha 38 anos na época", lembra ela.

"Tomei minha decisão em dezembro e em fevereiro estava grávida", diz a radialista.

Nove meses depois, Mam deu à luz uma menina saudável chamada Imany.

Parece uma história simples, mas ela precisou superar um grande obstáculo: os tratamentos de fertilidade não estavam disponíveis para mulheres solteiras na França na época.

Seu médico havia recomendado viajar para o exterior para fazer uma inseminação, mas Mam conseguiu encontrar outro médico disposto a realizar o procedimento.

Ela diz que não sabia que o procedimento era ilegal; achava que apenas não era possível realizar o procedimento no país.

Em junho do ano passado, a França aprovou uma lei que permite que mulheres solteiras e casais de lésbicas recebam tratamentos de fertilidade, anteriormente disponíveis apenas para casais heterossexuais.

A lei foi aprovada após dois anos de debate intenso no parlamento e protestos em massa.

'Um presente de Deus'

Um ano depois, Mam reflete sobre ser mãe.

"A primeira vez que segurei minha filha em meus braços foi quando realmente percebi que era mãe", diz ela. "Eu chorei muito naquele dia."

"Foi um momento muito emocionante — foi a melhor decisão da minha vida", acrescenta ela.

Mam optou por um doador anônimo porque queria proteger sua filha de uma possível rejeição.

"Espero que seja uma boa decisão para mim e minha filha, mas explicarei tudo quando ela tiver idade suficiente."

"Meu sonho é ter quatro ou cinco filhos", diz ela. "Mas estou ficando mais velha, então talvez uma criança seja um presente muito bom de Deus".

'Eu sentia que ele era meu mundo, e eu era o dele'

Para Anne Marie Vasconcelos, de 44 anos, que vive em Nova Jersey, nos Estados Unidos, o caminho para a maternidade foi longo e árduo.

Dez anos atrás, Anne Marie foi diagnosticada com síndrome dos ovários policísticos (SOP), uma condição comum que afeta o funcionamento dos ovários e pode causar problemas de fertilidade.

O diagnóstico, juntamente com a recente perda de seu pai, fez com que ela decidisse mudar sua vida.

"A endocrinologista disse com base nos meus resultados de laboratório que eu teria problemas para ter filhos e que, se eu quisesse filhos, deveria seguir em frente", diz a funcionária pública.

Mas para uma mulher recém-solteira de 34 anos, a maternidade parecia uma possibilidade distante.

"Eu disse a ela que não era casada, e ela respondeu que não é preciso ser casada para ter filhos. Eu nunca tinha pensado nisso desse jeito", lembra ela.

Como católica praticante, Anne Marie diz que se tornar uma mãe solteira por meio de inseminação artificial levantou alguns problemas morais que ela precisou superar. Falar com um padre ajudou.

"Ele me garantiu que, se eu seguisse esse caminho, meus bebês ainda poderiam ser batizados", diz ela.

"Então, embora ele não pudesse apoiar os métodos de fertilidade, ele não me julgaria ou à minha família."

A carga emocional e o desgaste financeiro surgiram depois de alguns anos tentando engravidar.

"Foram necessárias cinco inseminações artificiais e dois tratamentos de fertilização in vitro para ter meu filho mais velho", diz ela.

"Tudo custou US$ 95 mil [R$ 505 mil] porque meu seguro não cobria nada disso, então gastei todas as minhas economias, empréstimos de aposentadoria e refinanciei minha casa."

Os filhos de Anne Marie foram concebidos por fertilização in vitro com esperma do mesmo doador

Em 2016, nasceu o primeiro filho de Anne Marie, William, seguido por seu segundo filho, Wyatt, alguns anos depois.

Ambas as crianças foram concebidas por meio de fertilização in vitro usando esperma do mesmo doador, e ambas as gestações foram cheias de complicações. Ambos nasceram precocemente por cesariana.

"[William] não nasceu vivo", diz ela. "Ele teve que ser ressuscitado e receber transfusões de sangue imediatas. O nascimento foi muito traumático."

Depois de nove dias no hospital, eles receberam alta para ir para casa.

"Eu sentia que ele era meu mundo, e eu era o dele", diz ela, sorrindo.

'Eu simplesmente sabia'

Sarah [nome fictício] sempre quis ser mãe.

"Acho que nunca tive um momento na minha vida em que tivesse dúvidas se ia ou não ser mãe — eu simplesmente sabia", diz a curadora de arte, de 36 anos.

Para ela, a pandemia de coronavírus deixou claro que não havia mais motivos para esperar.

"A pandemia permitiu que eu me reconectasse com aquele desejo de ser mãe, então perguntei a um amigo e ele aceitou minha proposta de ter um filho seu", conta.

Em agosto, Sarah descobriu que estava grávida após a primeira tentativa.

"Eu estava ao ar livre, estava quente, e eu sentia e simplesmente sabia", diz.

Hoje, grávida de seis meses, ela relembra como sua infância influenciou sua decisão.

"Cresci no Líbano durante a guerra civil. Nasci em 1985 em meio ao período mais duro da guerra", diz ela. "Tive uma infância feliz, mas também repleta de traumas."

Seus pais estão formalmente casados há quase quatro décadas, mas Sarah diz que eles "vivem separados, mas sob o mesmo teto" há muito tempo.

"Eles não têm um ótimo relacionamento", diz ela. "Eu diria que eles tiveram um relacionamento bastante tóxico — e isso influenciou bastante na minha decisão."

"Eu acho que o relacionamento dos meus pais me traumatizou", diz ela.

'Não há nada de heroico no que eu fiz'

Sarah diz que o estado de seu país natal e a morte de familiares e amigos queridos tiveram um grande impacto em sua decisão.

"Acho que houve um chamado para a vida após uma série de eventos trágicos que estão acontecendo com meu povo, meu país, minha comunidade nos últimos dois anos, e a pandemia foi apenas a cereja no bolo", diz ela.

Para Sarah, ser mãe solteira não é uma decisão corajosa.

"Eu acho que não há nada de especial ou heroico no que fiz, porque outras mulheres em relacionamentos ou mesmo casadas muitas vezes cuidam dos filhos sozinhas", diz ela.

Mas ela diz que sua família foi "corajosa" ao abraçar sua escolha não convencional.

"Fiquei muito surpresa que eles não fizeram perguntas sobre quem era o pai, acho que eles entenderam que eu não estava pronta para falar sobre isso no começo", diz ela. "É algo que eu só revelei a eles recentemente."

"Mas eles estavam sinceramente muito felizes por mim, e acho que eles foram muito corajosos em dizer isso para outros membros da família", diz ela, sorrindo.

'Preciso de alguém para amar'

O aumento no número de mulheres que decidem ser mães solteiras pode indicar uma mudança de atitude em relação à estrutura familiar de dois pais, mas a segurança Nyakno Okokon, de 37 anos, diz que ela não teve muita opção.

"Eu digo que fui mãe solteira por escolha própria de uma forma muito vaga, porque não foi realmente uma escolha que eu fiz", diz ela. "Era o meu destino e eu tive que aprender a aceitá-lo."

Nyakno cresceu em uma família de 20 filhos com um pai polígamo — sua mãe era a quarta esposa.

"Nós tínhamos que lutar para sobreviver por conta própria, então não tivemos a melhor educação — apenas o ensino fundamental e médio."

"Mas não posso culpá-los [porque] essa é a mentalidade deles", disse ela à BBC.

Nyakno mudou-se da Nigéria para Dubai há seis anos em busca de uma vida melhor.

Ela trabalha em turnos de 12 horas e diz que não tem tempo para conhecer e se conectar com novas pessoas.

Mas ela decidiu que este ano fará "o que for preciso" para ter um filho.

"Percebi que não havia nada que me impedisse de me tornar mãe se eu pudesse sustentar meus filhos, dar-lhes amor e uma boa educação", diz ela.

"Preciso de alguém para amar e se eu não tiver um filho, acho que ficarei uma pessoa muito amarga."

"Na África, não temos casas de repouso, então nossos filhos nos sustentam quando envelhecemos e ficamos fracos. Essa criança significa felicidade e esperança para o futuro", explica ela.

Planos não convencionais

Nyakno planeja conceber naturalmente, mas se isso não funcionar, ela tentará fertilização in vitro ou barriga de aluguel.

No entanto, ela não planeja contar ao pai biológico seus planos até que esteja grávida.

"É justo porque eu não quero dar a ele nenhuma responsabilidade, e isso só iria assustá-lo, pois ele tem sua própria vida e planos", diz ela.

Nyakno diz que sua família aceita seus planos não convencionais e a apoiará como mãe solteira.

"Antigamente, quando você engravidava fora do casamento, isso era um tabu, você era desprezada e as pessoas pensavam que você era irresponsável, mas não é mais assim", diz ela, acrescentando que o que importa é planejar sua vida depois dos 50 anos.

"Minha família me apoia porque sabe que não estou ficando mais jovem — e isso me trará alegria."

(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2022/02/4984829-as-mulheres-que-escolhem-ser-maes-solteiras-melhor-decisao-da-vida.html, data de acesso: 14/02/2022)

Violência doméstica: o que fazer para romper o ciclo

2 de janeiro de 2021

Por *Luma Santana de Souza Dórea

Lei Maria da Penha é avançada e obriga autoridades policial, judicial e o Poder Público a proteger a mulher física, moral e materialmente contra abusos, agressões e intimidações

Registrando quatro mulheres assasinadas todos os dias, o Brasil já ocupava desde 2018 a horrenda quinta posição mundial em feminicídio – uma catástrofe que aprendemos a banalizar e que apenas piorou durante a pandemia do Coronavirus: segundo o Instituto Datafolha e com base nos dados fornecidos por Secretarias de Segurança Pública de todo o país, 1.338 mulheres foram assasinados por seus maridos, namorados ou pretendentes, um crescimento de 2% no número de casos desse tipo de violência no período de enfrentamento da Covid-19.

Se tomarmos emprestada a definição da acadêmica, escritora, pesquisadora, antropóloga e ativista feminista mexicana Marcela Lagarde, poderíamos dizer que feminicídio é o assassinato de mulheres perpetrado por homens pelo simples fato de serem mulheres e com base na discriminação de gênero.

Mas a nossa lei Maria da Penha, de 2006, é tão avançada que foi além e ofereceu um upgrade ao conceito de Lagarde ao considerar como feminicídio também o assassinato da mulher por sua companheira do mesmo sexo ou da pessoa transgênero que tenha identidade de gênero feminina.

A lei Maria da Penha (11.340/2006) foi fruto de vinte anos de luta da farmacêutica bioquímicacearense Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica depois de sofrer duas tentativas de homicídio e muita tortura física e psicológica perpetradas pelo marido. É uma lei avançada que obriga o Estado brasileiro a oferecer proteção policial, judicial, material e psicológica a mulheres vítimas de violência doméstica.

Por quê, então, quinze anos depois de promulgada a lei o “respeita as mina” ainda é um grito desesperado no Brasil?

A persistência da cultura machista e a recente leniência governamental para com o uso de armas de fogo em nada ajudam – mas, por outro lado, uma ação importante para prevenir os crimes continua sendo deixada de lado pelas mulheres em grande e perigoso volume: denunciar os abusadores às autoridades antes que seja tarde demais.

A lei oferece mecanismos de proteção e acolhimento que só podem ser acionados se a mulher, pessoas próximas a ela ou mesmo testemunhas anônimas façam sua parte e informem às instituições responsáveis que uma vida humana está em situação de perigo, abuso ou risco iminente de violência.

Como e onde denunciar?

1) Se você estiver sendo testemunha de uma violência que está acontecendo, seja porque você está vendo a agressão ou está escutando os gritos da vítima, não hesite: ligue 190 e chame a Polícia Militar. O agressor poderá até ser preso em flagrante e sua iniciativa tem grandes chances de incentivar a mulher a tomar uma atitude para romper com a violência uma vez que ela se sentirá apoiada.

2) Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é o canal de notificações de violência contra a mulher mantido pelo Governo Federal. Basta digitar 180 para chamar de qualquer telefone móvel ou fixo. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes (Ministério Público, Conselhos Tutelares) e monitora o desdobramento das apurações. A central funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive aos feriados, sábados e domingos

3) Notificações online podem ser feitas pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil (disponível gratuitamente para Androide e iOS) e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que oferece as opções de encaminhamento da notificação por Whatsapp, Telegram, Videochamada em Libras, entre outras.

4) É comparecendo às Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher para denunciar o abusador, no entanto, que a mulher vítima de violência física, sexual, patrimonial, moral ou psicológica encontra suas melhores chances de romper o ciclo da violência no qual pode estar enredada.

Isso porque esses espaços são as unidades especializadas da Polícia Civil responsáveis por medidas de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra as mulheres, entre outros, e vão registrar Boletim de Ocorrência, solicitar ao Poder Judiciário as medidas protetivas de urgência e proceder à investigação dos crimes.

· O Instituto AzMina disponibiliza um mapa dessas delegacias em todo o país. Basta vc digitar o nome de sua cidade no campo de busca para encontrar a mais próxima de você. Mas é importante você saber que, se sua cidade não possui uma dessas unidades especializadas, qualquer delegacia tem que desempenhar o papel. É lei, ok?

· Na delegacia de Polícia, o delegado ou policial civil de plantão terá que:

➢ Registrar seu relato na forma de um boletim de ocorrência (BO). Por isso, e para respaldar medidas judiciais futuras, é importante que você descreva em detalhes o tipo de agressão sofrida, as ameaças, a eventual existência ou uso de armas brancas (como faca) ou armas de fogo, se a violência também atinge os filhos. Se alguém já testemunhou as agressões, indique.

➢ Encaminhar a mulher para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal caso ela apresente qualquer lesão, ferimento ou hematoma resultante da agressão. E, de acordo com o artigo terceiro parágrafo terceiro da Lei 14.022/2020, em casos de violência contra a mulher ela terá prioridade para realização desse exame nos IML’s.

➢ Iniciar o inquérito policial para apurar os fatos relatados, ouvir testemunhas e reunir provas. O resultado da investigação será encaminhado ao Ministério Público. Se a mulher pedir uma medida protetiva na delegacia, a polícia deve encaminhar ao juiz em até 48 horas, e o juiz também tem o prazo de até 48 horas para decidir se irá aplicar medidas protetivas de urgência (como as de afastamento da mulher do agressor, suspensão ou restrição do porte de arma, prender preventivamente o agressor, entre outras).

➢ A Lei Maria da Penha também determina, em seu artigo 11, que a autoridade policial tem que fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida – e, quando necessário, acompanhá-la para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar.

5) O que é que um Juiz ou Juíza pode determinar para proteger a mulher vítima de violência doméstica?

· O artigo 9º da Lei Maria da Penha estabelece, por exemplo, que para preservar a integridade física e psicológica da mulher, a autoridade judiciária poderá garantir à mulher servidora pública acesso prioritário à remoção – ou seja, ela poderá ser designada para trabalhar em um local ou até mesmo cidade diferente daquela em que está.

· Se for empregada de empresa privada, o juiz pode determinar que seja mantido seu vínculo trabalhista por até seis meses caso a mulher precise se afastar.

· A autoridade do Poder Judiciário deve ainda encaminhar a vítima à assistência judiciária, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente.

· O artigo 22 da lei permite ao juiz restringir ou suspender visitas do agressor aos filhos menores (ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar), obrigá-lo a pagar pensão alimentícia, comparecer a programas de recuperação e reeducação e frequentar acompanhamento psicossocial por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio.

· Já o artigo 24 da Lei Maria da Penha estabelece que juízes atuando em denúncias de violência contra mulheres podem tomar medidas voltadas à proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher:

➢ mandando restituir os bens indevidamente subtraídos pelo agressor;

➢ proibindo-o temporariamente de celebrar atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum;

➢ suspender procurações conferidas pela muulher ao agressor,;

➢ pagar caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a vítima.

6) Caso a mulher vítima de violência doméstica deseje buscar assistência de advogado/a, ela deve, em primeiro lugar saber que:

I. Um (a) advogado (a) não pode depor em seu lugar perante uma autoridade policial – mas poderá estar ao seu lado prestando assistência e apoio durante seu depoimento;

II. Advogados também são fiscais da lei, e irão garantir que todo o seu depoimento irá constar no Boletim de Ocorrência, e que todos os fatos narrados pela vítima serão registrados tal e como como foram relatados;

III. Na Delegacia, a vítima, acompanhada de seu/sua advogado/a deverá contar em detalhes como a agressão aconteceu – explicando, inclusive, se outras agressões já aconteceram anteriormente e qual a relação entre você e o agressor;

IV. A vítima também poderá apresentar provas da violência sofrida, como fotos, laudos médicos, testemunhas, conversas em redes sociais, mensagens recebidas no celular e depoimento de testemunhas (lembre-se que a testemunha não precisa necessariamente ter presenciado os fatos, mas tem que ter conhecimento do que aconteceu);

V. A representação é a autorização da vítima para dar início à investigação e ao processo criminal, e deve ser feita em até seis meses, contados da data da prática da violência. Ela não é exigida para todos os crimes, mas para outros, como o crime de ameaça, somente haverá processo criminal e eventual punição se a vítima declarar na Delegacia que quer representar contra o agressor.

* Bacharel em Humanidades, Advogada Especialista em Direito Público, Doutoranda em Direito Ambiental.

(Fonte: https://tamojuntas.org.br/violencia-domestica-o-que-fazer-para-romper-o-ciclo/, data de acesso: 14/02/2022)

Homenagens literárias para as mulheres

A providência ajuda os que ajudam os outros.

Rudyard Kipling

O fracasso e o sucesso são impostores. Ninguém fracassa tanto como imagina. Ninguém tem tanto sucesso como imagina.

Rudyard Kipling

Nenhum preço é alto demais quando se paga pelo privilégio de ser dono do próprio nariz.

Rudyard Kipling

Suposição de uma mulher é muito mais preciso do que a certeza de um homem.

Rudyard Kipling

Poemas em homenagem a mulher

MULHER

Um aroma suave

exalou das mãos do Criador,

quando seus olhos contemplaram

a solidão do homem no Jardim!

Foi assim:

o Senhor desenhou

o ser gracioso, meigo e forte,

que Sua imaginação perfeita produziu.

Um novo milagre:

fez-se carne,

fez-se bela,

fez-se amor,

fez-se na verdade como Ele quer!

O homem colheu a flor,

beijou-a, com ternura,

chamando-a, simplesmente,

Mulher!

Autora: Ivone Boechat

(Fonte: https://www.pensador.com/autor/ivone_boechat/, data de acesso: 14/02/2022)

MULHER

sou mulher

sou anjo

sou força

sou coragem

sou luta

sou uma

sou todas

sou sim

sei que sou

sei quem sou

sei quem quero ser

sou quem quero ser

sou mulher

Autora: Lorena Arcanjo

(Fonte: https://www.pensador.com/autor/lorena_arcanjo/, data de acesso: 14/02/2022)