Jornal Espaço Mulher


Edição nº 98 - de 15 de Março de 2010 a 14 de Abril de 2010

Olá Leitores!

Pesquisas da OIT sobre mulheres comprovam uma carga horario de 5 horas a mais por semana

"Mulheres trabalham cinco horas semanais a mais do que os homens, de acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As mulheres têm uma jornada total semanal de 57,1 horas, contando com 34,8 horas semanais de trabalho e mais 20,9 horas de atividades domésticos. Os homens têm uma jornada total de 52,3 horas semanais, sendo 42,7 horas de jornada de trabalho e 9,2 horas semanais de atividades domésticos. http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=17553".

Na sociedade brasileira ainda não há a cultura da divisão das tarefas domésticas entre os familiares, e tão pouco de ratearem os custos de uma profissional devidamente registrada para executá-los. Assim há uma sobrecarga inerente as mulheres em uma dupla jornada.

Também são dificultadas imensamente as mulheres mais jovens que possuem filhos pequenos, pois o número de berçários e creches não são o suficiente, muitas vezes se localizam longe de casa ou do trabalho, além disso, as empresas não cumprem a lei de creches.

A condução nem sempre facilita o acesso e o transporte de duas ou três crianças, que com idades diferentes precisam ir para creches ou escolas diferentes.

Também são poucas as empresas que prestam os serviços auxiliares que facilitem as tarefas domésticas semanais, a exemplo: lavanderias e passadeiras, faxineiras e jardineiros, compradores e entregadores em domicilio, costureiras e cozinheiras, babás, cuidadores e recreadores etc. Fato este que abre oportunidades para empreendedores nestes segmentos.

Tudo isto aliado a realidade de salários menores e a informalidade, com maior numero de horas envolvidas nas atividades, diminui a oportunidade da igualdade para a oportunidade de carreiras, acesso ao poder de decisão, e maior rendimento econômico.

Esperamos que os dados estatísticos não sirvam apenas para serem demonstrados anualmente a cada 8 de março, mas sim de base para mudanças práticas, para um melhor diálogo político e justiça social em torno das mulheres.

Nesta edição entregamos para você esta edição com nosso abraço solidário e o reconhecimento por todo o esforço que você faz para a construção de um mundo melhor.

Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

48ª BIJÓIAS/SP chega para elevar ainda mais o poder dos acessórios no Outuno/Inverno 2010

“De 10 a 12 de março ocorreu a primeira edição da maior feira de bijuterias, acessórios, jóias de prata, aço e folheados da América Latina que apostou no aquecimento das vendas e prevê crescimento de 26% neste início de temporada.

Os editoriais de moda e os principais desfiles do circuito fashion da Europa e do Brasil confirmam: as bijuterias e acessórios vêm ganhando espaço cada vez maior nos looks, fazendo a diferença. Apostando no aquecimento de consumo, a 48ª BIJÓIAS SP aumenta as possibilidades de negócios para lojistas e atacadistas do setor ao reunir, entre os dias, 10 a 12 de março no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, coleções inéditas para o Outono/Inverno 2010 de duzentas das mais consagradas indústrias e designers do setor.”

“Entre as novidades da 48ª BIJÓIAS SP que farão a moda na próxima estação incluem-se peças bem femininas, que mesclam a sofisticação do clássico com toques modernos. É o caso das pérolas que continuam com força total, acompanhadas de laços, no melhor estilo Chanel, ou corrente. Peças glamourosas com elementos da natureza e pedrarias continuam em alta. O estilo punk-rock volta com tudo em forma de colares carregados de correntes de todos os banhos e espessuras e peças em couro com metais. Bijuterias artesanais com influência da cultura oriental e acessórios atemporais com formas geométricas Art Decó complementam o look da estação.”

Mais informações no site http://www.masi-bijoias.com.br

(Fonte: Assessoria de Imprensa in,  http://www.feirasdobrasil.com.br/revista.asp?area=noticias&codigo=16648)

Mulheres em luta por autonomia, igualdade e direitos, ainda há muito por que lutar!

100 anos de 8 de Março: Praça da Matriarca - São Paulo

“Em 2010, ano em que celebramos o centenário do Dia Internacional da Mulher, voltamos a ocupar as ruas de São Paulo para comemorar o já conquistado nesta história de mobilização coletiva, mas também mostrar que a luta por autonomia, igualdade e direitos segue atual e necessária. Bandeiras históricas como a socialização do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência, a reivindicação de creches para todas as crianças e o direito ao aborto continuam na ordem do dia do nosso movimento. Seguimos batalhando para mostrar, a cada 8 de Março, o quanto nossa sociedade ainda precisa avançar em relação aos direitos das mulheres.”

Entidades Participantes:

Articulação Brasileira de Mulheres; Articulação Mulher e Mídia; Associação Nacional de Pós-Graduandos; Campo Barricadas Abrem Caminhos; Campo Contraponto; Campo Romper o Dia; Casa Cidinha Kopkac; Casa Helenira Rezende; CA 22 de Agosto (Direito PUC/SP); C A Benevides Paixão (Comunicação PUC/SP); CAPPF (Pedagogia USP); Centro de Estudantes de Santos; Centro Informação Mulher; Ciranda; Círculo Palmarino; CLADEM; Coletivo Alumiá; Coletivo de Mulheres Ana Montenegro; Coletivo Guerrilha Feminista de Campinas; Coletivo Dandara (Direito USP); Coletivo de Mulheres da Baixada Santista; Confederação de Mulheres do Brasil; Consulta Popular; DCE Unicamp; DCE USP; Educafro; ENECOS; Espaço Cultural Carlos Mariguela; Facesp; FASUBRA; Federação de Mulheres Paulistas; Fórum Centro Vivo; Frente de Luta por Moradia; Gmel; Grupo Mal-Amas de Teatro; Grupo Wendo-SP; Hip Hop Mulher; KALS (Koletivo Anarquista e Libertário de Santos); Intersindical; Intervozes; Instituto Zequinha Barreto; Jovens Feministas de SP; Liga Brasileira de Lésbicas; Marcha Mundial das Mulheres; Movimento de Mulheres Jóia Rara; Movimento de Mulheres do ABC; Movimento pelo Direito a Moradia; Núcleo de Defesa e Convivência da Mulher Viviane dos Santos; Observatório da Mulher; Oposição dos Jornalistas - Sindicato é para Lutar; Oriashé; Promotoras Legais Populares-SP; Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT; Secretaria da Mulher Trabalhadora da CTB; Secretaria da Mulher Trabalhadora da CTB-SP; Secretaria de Mulheres do PCdoB; Secretaria de Mulheres do PT; Secretaria de Mulheres do PsoL; Sindicato dos Bancários de Santos; Sindicato dos Condutores; Sindicato dos Psicólogos; Sindicato dos Químicos Unificados - Campinas e Região; Sindiradialistas; Sintratel; SOF - Sempreviva Organização Feminista; UBES; União Brasileira de Mulheres; UEE; UJS (União da Juventude Socialista); União dos Movimentos de Moradia; UNE; UNEGRO; UPES; União de Mulheres de São Paulo; União da Moradia SP; União Popular de Mulheres do Campo Limpo.”

(Fonte: Jornalista: Márcia Farro)

Dia Internacional do Consumidor terá questão financeira como tema

Karol Assunção *

"Nosso dinheiro, nossos direitos". É com esse tema que organizações e entidades de vários países da América Latina e do Caribe celebrarão, no dia 15 DE MARÇO, o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor. A atividade, organizada por membros de Consumers International (CI), tem o objetivo de buscar serviços financeiros mais justos.

Cláusulas e cargos abusivos de contratos bancários e de cartões de créditos são apenas alguns problemas enfrentados pelos consumidores, que, muitas vezes, segundo informações de CI, ainda sofrem com dívidas. Por conta disso, as organizações que formam a Consumers International na América Latina e no Caribe realizam, neste ano, atividades para ressaltar a importância de respeitar os direitos dos consumidores nos serviços financeiros.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) preparou uma série de atividades que serão realizadas ao longo do ano. Amanhã (13), por exemplo, acontecerá, no Conjunto Nacional, em São Paulo (SP), um mutirão em comemoração ao Dia Mundial dos Direitos do Consumidor. Na ocasião, uma equipe do Idec orientará a população na resolução de problemas relacionados ao consumo.

A questão financeira também será debatida pelo Instituto. No dia 27 de abril, os interessados poderão receber orientações sobre as questões financeiras, como: serviços bancários, cobranças de tarifas bancárias, acesso ao crédito, cobrança de taxas de juros e outros encargos de financiamentos e endividamentos dos consumidores.

Essa é apenas a primeira de quatro palestras que acontecerão também em celebração aos 20 anos do Código de Defesa do Consumidor. Outros temas, como planos de saúde e orçamento doméstico, por exemplo, serão abordados durante o ano de 2010.

Desafios

Além dos problemas financeiros, os consumidores ainda enfrentam inúmeros desafios em relação a seus direitos. De acordo com Andrea Salazar, consultora jurídica do Idec, o Brasil, por exemplo, possui um Código de Defesa do Consumidor reconhecido internacionalmente, mas ainda passa por uma série de problemas. Isso porque, segundo ela, há várias leis e resoluções que tratam de questões específicas em relação ao consumo, o que dificulta o consumidor acompanhar e conhecer todos os seus direitos.

O consumidor também não vive só de direitos. Para a consultora, o maior desafio em relação ao consumo, após a questão dos direitos, é a responsabilidade dos compradores. "O consumidor deve pensar no ato de consumir, evitando o supérfluo e optando por produtos sustentáveis, como alimentos livres de agrotóxicos", lembra.”

Mais informações sobre "Nosso dinheiro, nossos direitos" estão disponíveis em: http://www.consumersinternational.org/HomePage.asp?NodeID=97419&lc=2

Já as atividades promovidas pelo Idec podem ser conferidas em: http://www.idec.org.br/20anoscdc/#especiais

(Fonte: * Karol Assunção *Jornalista da Adital, 12/03/10 - América Latina e Caribe, http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=46015)

Pena de um ano para homem que filmava escondido a própria mulher tomando banho

“O norte-americano Richard Allen Perez, de 39 anos, teve o recurso negado pela Justiça e terá que passar um ano na cadeia por ter filmado escondido sua mulher tomando banho. As informações são do jornal "Pioneer Press", em seu saite TwinCities.com.

Perez admitiu que, em 2006, fez um buraco dentro de um armário para poder filmar a mulher tomando banho na casa do casal em Princeton, no Estado de Minnesota (EUA). Na época, eles estavam nas primeiras tratativas para se divorciarem.

"Não estávamos mais fazendo sexo - eu fiz isso os vídeos para mim, para mais ninguém", disse Perez em seu depoimento pessoal.

A mulher encontrou quatro vídeos no computador que mostravam ela na banheira. Na ação penal, ela sustentou que ele "invadiu sua privacidade". O divórcio já foi decretado.

Em março de 2008, Perez foi condenado a um ano de prisão, mas ele pode recorrer em liberdade. Nesta semana, uma câmara de três juízes negou provimento ao recurso, destacando que "a mulher tinha direito à privacidade".

"Mesmo no casamento, a permissão pode ser limitada", afirma o julgado.”

Reprodução: http://www.twincities.com

(Fonte: http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=17609, de 11/03/10)

Mulheres negras debatem a mídia brasileira – de 18 a 21 de março

“O Observatório Negro promove o Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia, entre os dias 18 e 21 de março, no Hotel Orange (Ilha de Itamaracá), em Pernambuco. O projeto conta com o apoio político-institucional da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB e do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres – UNIFEM.

O evento tem como principal objetivo promover um processo de organização de mulheres negras do Nordeste para uma ação em rede articulada de combate à discriminação racial na mídia, além de socializar experiências e construir estratégias de como enfrentar o racismo na mídia.

O seminário faz parte de uma das três etapas que compõem o projeto Mulheres Negras pelo Direito Humano à comunicação. A primeira ação em parceria com a Cidadania Feminina e com o apoio da WACC consiste na promoção de oficinas de gênero, raça e comunicação para 30 mulheres negras de organizações de mulheres e populares e militantes negras. Além disso, no dia 10 de novembro, representantes do Observatório Negro e de outras organizações, participaram do Dia de Monitoramento da Mídia, que acontece em vários países do mundo, para observar como a mídia está mostrando a imagem da população e da mulher negra.

O relatório ainda não está constituído, mas a pesquisadora em relações de gêneros e raça do Observatório Negro e educadora em Direitos Humanos, Ciani Sueli das Neves, já adiantou que os resultados não foram favoráveis. “Além de nunca aparecerem em novelas e publicidades de maneira favorável, nos noticiários, observamos que, quando as mulheres negras aparecem, são sempre apresentadas na condição de vítimas e a população negra, de um modo geral, como ré.”

Dando continuidade às oficinas de gênero, raça e comunicação, a segunda fase do projeto compreende no Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia que pretende discutir o acesso à comunicação como Direito Humano. E, por fim, qualificar juridicamente as trinta mulheres, para que possam analisar as ações da mídia e acessar os mecanismos jurídicos a fim de garantir a defesa dos direitos humanos da população negra.

As trinta mulheres que irão participar da segunda etapa foram selecionadas de diversas organizações em defesa da mulher do Nordeste:

AKONI – Centro de Educação para a Cidadania (MA), Centro de Cultura Negra do Maranhão (MA), OMIN – Grupo de Mulheres Negras Maria do Egito (PI), AJOBI – Núcleo de Mulheres Negras Feministas e de Lésbicas Negras (BA), Associação Brasileira de TV Universitária (BA), CEAFRO (BA). Apoio da SEPROMI, Inegra – Instituto Mulher Negra (CE), Grupo Afro Cultural Coisa de Nego (PI), Associação Piauiense de Hip Hop (PI), COJIRA – Coletivo de Jornalistas Negros de Alagoas (AL), Bamidelê (PB), Kilombo (RN).

A terceira ação do projeto, apoiada pelo Fundo Elas, pretende atuar na análise e monitoramento da mídia com a construção do Centro de Orientação Jurídica da Rede Nordeste de Mulheres Negras (COMNEGRAS). O projeto apóia ainda a formação de um blog, durante um ano, para catalisar as informações da Rede.”

Mais informações para imprensa: Rosário de Pompéia.

http://www.lefil.com.br

(Fonte: http://www2.abong.org.br/final/noticia.php?faq=20795)

Rosas, Direitos e Poder (mensagem da deputada Luiza Erundina)

“Hoje, 8 de março de 2010, comemoramos o centenário do Dia Internacional da Mulher e várias atividades acontecem no Brasil e no mundo todo para celebrar a data. Porém, após 100 anos da criação deste dia, que teve como principal sentido promover a reflexão e organização das mulheres na luta por seus direitos trabalhistas, sociais, econômicos e políticos, as mulheres do mundo, reunidas, além de celebrar conquistas, continuam a lutar por mais direitos e mais igualdade.

O machismo ainda está muito presente e são registrados vários casos de violência contra a mulher todos os dias, apesar das várias campanhas e outras tentativas de se acabar com essa lamentável realidade. Também a participação das mulheres na política brasileira ainda é praticamente insignificante. Por exemplo, na Câmara dos Deputados, onde atuo, dos 513 parlamentares apenas 45 são mulheres. Além disso, nunca, em toda a história do Legislativo no Brasil (cerca de 185 anos) uma mulher ocupou um cargo de presidente da Casa, ou mesmo qualquer vaga na mesa diretora da Câmara.

 Nota-se, portanto, que a pequena participação da mulher na política e nos espaços de poder da sociedade brasileira ainda é um grave problema, cuja solução depende não só das mulheres, mas da sociedade como um todo. É uma prova de que a cultura machista e patriarcal continua determinando as relações sociais e políticas na sociedade brasileira.

Para reverter esse quadro de dominação masculina e de exclusão política das mulheres, só um longo e intenso trabalho de educação política das mulheres e de conscientização sobre o seu papel na sociedade, enquanto sujeitos de direitos e deveres porque, enquanto não tivermos mulheres ocupando os espaços de poder, não podemos dizer que vivemos em uma verdadeira democracia. Por isso, é imprescindível a realização de ampla e profunda Reforma Política que, entre outras mudanças, torne efetivas, além da democracia representativa, a democracia direta e a participativa, como condição para se corrigirem as imperfeições e distorções do sistema político brasileiro e a grave crise de representação que vivemos atualmente.

A sociedade brasileira certamente ganhará muito com a inclusão de mais da metade da população na vida política, pois passaria a contar com a participação das mulheres nas decisões e na busca de soluções para os graves problemas do país, além de contribuir para elevar o nível de democracia e de civilização no Brasil.

Por isso, o 8 de março é um dia de celebração, sim, mas é muito mais um dia de reflexão e luta por igualdade de oportunidades e direitos. É um dia especial em que nós, mulheres, ganhamos rosas, sorrisos e gentilezas de toda sorte. Agradecemos e, inclusive, gostamos muito de tudo isso. Todavia, queremos também mais direitos e mais igualdade: no trabalho, na política e no poder. E continuaremos lutando... Sempre!”

Luiza Erundina

Brasília, 08 de março de 2010, centenário do Dia Internacional da Mulher