Jornal da Mulher Brasileira


Edição nº 06 - de 15 de Julho de 2002 a 14 de Agosto de 2002

Olá Leitores!

Em meio a tanta divulgação política eleitoral de candidatos ao próximo sufrágio eleitoral em nosso país, nesta edição queremos destacar a participação política das mulheres no Brasil, e, além disso, apresentar duas pesquisas relevantes na área social e política: é a questão da inclusão de PPDs nas empresas e, os dados numéricos alarmantes sobre a epidemia da AIDS. Consideramos que estas são questões importantes, também, para os novos candidatos, homens e mulheres.

E a Turma do Socialismo, na UNICAMP, concedeu-nos o direito da publicação da poesia política intitulada: Questão de Classe, Gênero e Racial.

Para você parabenizar suas pessoas amigas, listamos aqui algumas datas comemorativas.

Contar com a sua leitura e opinião é uma honra para nós. Comunique-se conosco. Abraço fraternal de Elisabeth Mariano e equipe.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

LEVANTAMENTO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DAS MULHERES NO BRASIL

"Na participação política entre os sexos, o Brasil ocupa o 79º (septuagésimo nono) lugar em indicadores de desigualdade, conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 1999.

  1. No Poder Legislativo, as mulheres detêm menos de 7% das vagas das Câmaras de Deputados.
  2. No Poder Executivo, preenchem, aproximadamente, 45% dos cargos superiores de nível inicial e 13% das vagas, se consideradas as 136 funções mais elevadas da hierarquia.
  3. No Poder Judiciário, 25% dos juízes são mulheres, embora elas representem 40% dos aprovados em concurso da Justiça Comum.
  4. Na Diplomacia brasileira, dentre 98 embaixadores, 5 são mulheres."
(Fonte: CNDM - Brasília 08 / 03 / 2002)

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS / PPDS

A Lei 8.213 de 1991, regulamentada pelo Decreto 3.298/99, obriga as empresas com mais de 100 funcionários a terem em seus quadros de 1% de PPDs (Pessoas Portadoras de Deficiência).

Para receberem os portadores de necessidades especiais, como determina a lei, as empresas precisam fazer reformas para adaptar a inclusão de PPDs em seus quadros e, além destas alterações, as empresas precisam preparar psicologicamente os funcionários para receberem os PPDs sem preconceito, tratando-os com naturalidade, e permitindo a capacitação deles, nos seus valores positivos não obstante as limitações. Assim, além de adaptar o espaço geográfico (banheiros especiais, acessos, rampas, placas, sinais sonoros e visuais), também é necessário adaptar os PPDs ao convívio do ambiente empresarial, treiná-los adequadamente, valorizando-lhes em suas capacidades, oferecer-lhes oportunidades de carreira, tal qual com os outros funcionários, que obviamente também serão preparados para aceitarem e facilitarem o convívio profissional, integrando-se de modo humano, nesta nova oportunidade, de serem parceiros na inclusão dos PPDs na empresa.

"Pessoas Portadoras de Deficiência são aquelas que apresentam algum tipo ou mais de limitações funcionais, caracterizadas como: permanentes, temporárias, totais, parciais, congênitas ou adquiridas, por diversas causas, encontrando-se assim subdivididas: Auditiva: comprometimento da audição, o que pode levar à incapacidade de falar; Física: disfunção nos movimentos de um ou mais membros: superiores, inferiores ou ambos;

Mental: diferentes níveis de deficiência no desenvolvimento intelectual (não devendo ser confundido com doente mental);

Visual: com perda total da visão e/ou visão subnormal;

Múltipla: portador de mais de uma das deficiências acima citadas."

(Fonte: boletim (EAPPD - Lei 7835/89 e Decreto 3.298/99, art. 3º)

AIDS - PORTADORES DE HIV

Conforme estudos em alguns países em desenvolvimento, 25% das pessoas entrevistadas crêem que AIDS não seja tão fatal, sendo que 1/3 das mulheres desconhecem os meios para se protegerem da contaminação. Este estudo foi feito pela ONU em 39 países da África, Ásia, América Latina e Caribe.

Segundo informações, na América Latina e Caribe, há cerca de 2 milhões de pessoas contaminadas pelo vírus HIV, sendo que 200 mil sofreram contágio em 2001, e o número de falecimentos chegou a 100 mil, acarretando um aumento de órfãos, calcula-se que há 330 mil na América Latina, sendo que 130 mil órfãos no Brasil.

A UNAIDS é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), que se dedica à luta contra a doença. A informação que se tem é que, em 20 anos, a AIDS já matou mais de 20 milhões de pessoas no mundo inteiro e, segundo Peter Piot (diretor executivo da ONU, em Paris), a AIDS poderá provocar a morte precoce de mais de 68 milhões de pessoas até o ano 2020.

Mais de 60 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV desde a descoberta oficial da doença há 20 anos. A maioria delas - 40 milhões - sobreviveram graças ao tratamento anti-retroviral (ARV ou coquetel), segundo a UNAIDS.

A EPIDEMIA DE AIDS

Quantas pessoas vivem com o HIV / AIDS?

No mundo: 40 milhões, dos quais 3 milhões de crianças com menos de 15 anos e 37,1 milhões de adultos de 15 a 49 anos (destes 18,5 milhões de mulheres).

Novas infecções de HIV em 2001: Total no mundo: 5 milhões, dos quais 800 mil crianças com menos de 15 anos e 4,2 milhões de adultos (destes 2 milhões são mulheres).

Mortes por AIDS em 2001:

No mundo: 3 milhões dos quais 580 mil crianças com menos de 15 anos e 2 milhões e 400 mil de adultos (destes 1 milhão e 100 mil são mulheres).

O PIONEIRISMO DOS REMÉDIOS GENÉRICOS

O Brasil é pioneiro na industrialização de remédios anti-retrovirais genéricos para AIDS, isto faz com que haja reconhecimento mundial na aplicação destes genéricos em tratamentos bem sucedidos.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 100 mil brasileiros pobres têm acesso gratuito a estes medicamentos anti-retrovirais.

QUESTÃO DA CLASSE, GÊNERO E RACIAL

Na luta do dia dia, está a luta da Humanidade.
Exige garra e sabedoria, muita resistência e dignidade.
Nos bens pouca participação, total é a exclusão Social.
Viver a vil segregação, questão de Classe gênero e Racial

Na luta de cada cidadão, está a luta de toda a sociedade.
Precisa haver muita atenção, precisa entendimento e unidade.
Uma luta que vem do passado que torna presente nosso ideal.
De libertar cada explorado. Questão de Classe Gênero e Racial

A luta pela sobrevivência, é a luta de todo mundo.
Mundo ingrato de indecência, de sofrimento profundo.
Conforto árduo e pesado, onde buscamos o fraternal
Viver descriminado, questão de classe gênero e Racial.

A luta pela própria vida, é a luta de toda comunidade.
E a mais derradeira briga, é pra mudar a Sociedade.
Pra todo mundo redimir, municipal, estadual e nacional.
Viver e pouco consumir, questão de classe gênero e Racial.

Cada um com seu lutar, está a luta de toda coletividade,
Nos anseios a buscar, está a união e toda fraternidade.
É o bem material mal dividido. Criando tudo de desigual.
Viver e ser impedido, questão de classe. Gênero e Racial.

A luta de cada ser Humano é a luta pela felicidade.
Tem de superar todo engano, é só questão de identidade.
Capitalismo versos Socialismo o coletivo contra o individual.
Teste de amor e humanismo, questão de classe, gênero e racial.

Cada um no seu lutar, estão buscando um mundo melhor.
É sua parte que estão a dar, ante o real que é o pior.
A desigualdade é desumana e monstruosa e inconstitucional.
Torna a vida vil e sacana, é a questão de classe, gênero e Racial.

É a luta de cada cidadão, é a nossa luta pela soberania.
O que contribui pra nação, o que dá contra a Tirania.
Faz sua humanidade mostra, com seu identificar Universal.
Produzir sem desfrutar, questão de classe, gênero e Racial.
(Autores: Azuir, Carlos, Ronaldo, Suzana e Turma do Socialismo Unicamp - 10 / 07 / 2002)