Muito se propagandeiam algumas instituições privadas no que fazem para as crianças e jovens em formação técnica até se promovendo contra os governos, e com provável intenção de futuras candidaturas etc.) . Nos filmes de anúncios de publicidade percebem-se que são os de raça branca, que são apresentados como bem sucedidos após os cursos etc., junto às poderosas máquinas industriais, em seus depoimentos.
Recentemente a Lei das Empregadas Domésticas demonstrou bem como era (ou ainda está?) a exploração dessas Mulheres dentro do lar de muita “gente rica”, que as exploravam, sem dar-lhes quaisquer garantias de leis e futuro para a velhice, e que consumiam seus dias cuidando de filhos, doentes e idosos alheios, e de patrões, que também incluem os cães e gatos da família etc.
Recentemente soubemos o alarmante número de meninas adolescentes de 13 a 19 anos portadoras do HIV dentre outras doenças que fazem parte deste escopo, e, não é segredo para ninguém também que grande parte de adolescente já enfrentam a gravidez “ Entre 2005 a 2009, o número de partos realizados entre jovens de 10 a 19 anos caiu 22,4%, comparado à década anterior, segundo o Ministério da Saúde.” (http://serramicaelense.blogspot.com.br/2012/07/numero-de-adolescentes-gravidas-no.html), e segundo estatísticas em São Paulo/2013 “o índice de adolescentes grávidas, em 2011, caiu 26,5% em comparação ao ano anterior e atingiu o menor nível dos últimos 13 anos. Em 1998, 20% das crianças nascidas vivas foram geradas por mães na faixa dos 10 aos 19 anos, que somaram 148.018 adolescentes. Este percentual foi reduzido para 14,7%, em 2011, ano que o número de jovens gestantes alcançou 89.815.”... (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-04/gravidez-na-adolescencia-cai-em-sp-e-atinge-nivel-mais-baixo-dos-ultimos-13-anos)
Não estão informadas as estatísticas de raça, alfabetização, se drogavam ou se prostituíam, se foram violentadas, se trabalhavam como babás ou domésticas etc, e de que região moravam.
Todavia, as informações trazem uma boa noticia em relação as políticas públicas adotadas, que culminaram na redução do índice, relembrando que a maior população de periferias e favelas no país, se concentra na capital de São Paulo e Rio de Janeiro - (“Censo Geográfico 2010 apontou São Paulo tem 2.087 favelas, o equivalente a 33% das favelas nacionais, e o Rio tem 1.332 (21%).” Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rio-de-janeiro-x-sao-paulo-conheca-as-principais-diferencas-das/n1597418137849.html.
“Pesquisa da Fundação Seade e do Dieese apontavam que as mulheres ocupavam 45,1% do total de postos de trabalho em 2008. Entretanto, representavam 95,4% do total de pessoas que prestam serviços domésticos.” (...)
“Do total de mulheres que trabalhavam na Região Metropolitana de São Paulo em 2008, 16,3% realizavam serviços domésticos segundo dados do Boletim Mulher e Trabalho: O TrabalhoDoméstico na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), divulgado na quinta-feira (23/04) pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos (Dieese).” (...)
“As filhas de domésticas que se tornam domésticas também diminuiu de 9,1% para 7,2%,devido ao maior nível de escolaridade e da preferência por buscar alternativas de trabalho com mais chances de evolução.” (...)
“Com relação à escolaridade, 61% das domésticas não concluíram o ensino fundamental e20,9% não terminaram o ensino médio. Outras 17,9% têm o ensino médio completo ou Segundo os dados da pesquisa, em 2008, 72,1% das domésticas eram mensalistas, das quais 39,3% negras e 32,8% não-negras. As diaristas correspondiam a 27,9%, das quais 13,7% negras e 14,3% não-negras. O ensino superior incompleto.” (...) (Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/mulheres-negras-de-baixa-escolaridade-sao-maioria-no-emprego-domestico-em-sao-paulo/)
Em 2010 “Pela classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 97 milhões de pessoas se dizem negras (pretas ou pardas) contra 91 milhões de pessoas brancas. Outras cerca de 2,5 milhões se consideram amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho. Como resultado, a taxa de crescimento da população negra na última década foi de 2,5% ao ano e a da branca aproximou-se de zero.” (http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas.../mudanca-na-divisao-racial-do-br).
O Estado de São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). Fonte: (http://port.pravda.ru/sociedade/curiosas/04-05-2011/31548-censo_demografico-0/).
O que cada um de nós brasileiras e brasileiros temos a ver com isto? São dados estatísticos que podem ser muito reveladores sobre a discriminação presente ainda na raça negra, e, sobre os destinos dessas meninas e adolescentes cujo futuro depende da sociedade brasileira, porque elas possuem o direito de progredir e não apenas serem contratadas como “escravos modernos”.
Além disso, as publicidades, prestação de serviços, e ouras promoções, devem também se dirigir a elas, as promoções e políticas públicas e de gênero, há que se pensar com tantas ONGs com verbas destinadas os cuidados infantis e de adolescentes, e ainda ocorra tal situação com as meninas e adolescentes em nosso país.
Com esta reflexão e informações, entregamos-lhe mais esta edição o Jornal da Mulher Brasileira, e um fraternal abraço de Elisabeth Mariano.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Carolina Sarres* Repórter da Agência Brasil /Nacional - - Brasília -12/06/2013 - 9h04
“Mais de 93% das crianças e dos adolescentes envolvidos em trabalho doméstico no Brasil são meninas - quase vinte pontos percentuais a mais do que a média mundial, que é de 71% -, de acordo com o último levantamento de dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o tema. Em números absolutos, são mais de 241 mil garotas executando tarefas domésticas na casa de terceiros. Os dados foram divulgados hoje (12) pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), no estudo O Trabalho Doméstico no Brasil, com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, a mais recente. Em relação à cor, o perfil dessas crianças e jovens indica que 67% são negras.
Hoje, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Tanto a Organização Internacional do trabalho (OIT) quanto a FNPeti divulgaram, para marcar a data, estudos com ênfase no trabalho infantil doméstico no mundo e no Brasil, respectivamente.
Os dados apresentados hoje confirmam que há, aproximadamente, 258 mil casos de trabalho infantil no país, como já havia sido informado pela Agência Brasil. Entre 2009 e 2011, houve 30% de redução no número de casos - em 2009, foram 362,8 mil. Em relação às crianças e aos adolescentes dos 10 aos 13 anos, foram mais de 30,1 mil em 2011, envolvidas em atividades domésticas. Entre jovens de 14 aos 15 anos, 92,4 mil e dos 16 aos 17 anos, pouco mais de 135 mil.” (leia mais em link abaixo em fonte)
(...) “Atualmente, estima-se que haja cerca de 3,7 milhões de crianças e adolescentes dos 5 aos 17 anos trabalhando no Brasil, segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, divulgado no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, no ano passado, e confirmado pelo balanço feito neste ano. Os dados consolidados são referentes a 2011. Desse total, 7% executam tarefas domésticas, representando 3,9% do contingente total de empregados domésticos no país (de cerca de 7 milhões de pessoas).” (...)
Autora: CLEA PAIXÃO - Jornalista, escritora e roteirista
A obra traz, em suas 288 páginas, uma arrojada pesquisa sobre a história da mulher no Brasil e no mundo. Aborda questões conflituosas na sociedade como submissão, violência, religião e poder: de Eva até Dilma Rousseff. É um livro para ser lido por homens e mulheres. Não se trata de um livro feminista ou direcionado somente à elas. A obra promete gerar reflexões. Reúne informações detalhadas sobre a história da mulher em vários países, as que sofreram opressão, violências e as que superaram os obstáculos, romperam os grilhões, venceram e chegaram ao poder. A escritora é alagoana, mas reside em Brasília há 18 anos. Começou sua trajetória profissional como repórter de rádio e de TV, na afiliada da Rede Globo em Alagoas, onde foi premiada. Em Brasília trabalhou em prestigiosas televisões. Mas foi a partir de suas andanças profissionais e pessoais, realizadas Brasil a fora - das 27unidades da Federação, ela conhece 21 -, que a jornalista resolveu falar, escrever e contar suas experiências, percepções e visão sobre elas.
Mais informações: http://www.facebook.com/clea.paixao
A profissão bartender serve tanto para homem quanto para mulher. Na ala masculina, eles são conhecidos como barman, já as mulheres são chamadas de barwoman. Geralmente, o profissional que trabalha como bartender é o primeiro a chegar num evento, porém é um dos últimos a sair. Além, de fazer drinks exóticos e coquetéis deliciosos, o bartender também faz malabarismos com garrafas distraindo os convidados. A parte de coquetelaria causa frisson entre homens e mulheres, principalmente nas pessoas que gostam de beber um pouco para se soltar.
O kit do bartender deve ser preparado com antecedência, pois assim que começa a recepção, os convidados logo buscaram por drinks e coquetéis. O ideal é montar o cardápio conforme o estilo do evento, e o profissional de bartender não pode esquecer que as mulheres preferem bebidas mais suaves, mas existem homens que deixam de lado o que há de mais encorpado, porque gostam de bebericar algo mais leve. E também, é interessante levar em conta a estação do ano, pois no calor temos tendência a ingerir mais bebidas alcoólicas.
Não encontramos tanta dificuldade em encontrar empresas que trabalham com barmen e barwomen no Brasil, porém quem reside em São Paulo, Osasco, Campinas, Guarulhos, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, terá muito mais facilidade, já que essas regiões abrigam um maior número de empresas e profissionais do ramo. E para finalizar, aproveite e faça uma degustação prévia do cardápio de bebidas da empresa, assim você dará dica do que deve ou não ser servido para seus convidados.
Reportagem Gabriela Broliani
Edição Maria Eduarda Simonard
Regulamento de tráfego aéreo, meteorologia aeronáutica, navegação aérea, teoria de voo e aerodinâmica e motores são algumas das disciplinas que Ivana Franco estuda. A mulher de 39 anos, casada, com um filho pequeno e formada em Letras-Inglês pela UFPR agora estuda para ser piloto de helicóptero. Ela diz estar realizada com o curso. “Estou amando. Já sou formada, morei cinco anos na Califórnia, mas sempre tive vontade de ser piloto. Talvez pelo meu pai que também adorava a aviação, desde criança chegava a me arrepiar de ver aquela máquina no céu”, conta.
Ivana não foi a primeira mulher que se interessou por comandar aeronaves. Quem revolucionou a aviação em 1910 foi Raymond de Laroche, a primeira do mundo a receber uma licença para pilotar e a fazer um voo solo em Paris. Segundo a Agência Nacional de Aviação (Anac), o número de mulheres no mercado aéreo cresce cada vez mais. Na empresa aérea Gol Elisa Rossi foi a primeira a chegar ao posto de comandante, em 2007. Em 2010, foram expedidas 86 licenças para mulheres: 56 de piloto privado, 24 de comercial e seis de linha aérea.
Andressa Iongblod é atualmente instrutora de voo e pretende ser piloto comercial. Com 22 anos ela já é formada no curso de Ciências Aeronáuticas e trabalha dando aulas práticas na escola em que se formou, chegando a subir no avião até cinco vezes por dia. “A primeira vez que eu voei quando criança foi de helicóptero, em cima das Cataratas do Iguaçu. Cresci querendo ser pilota, vinha com a minha famí¬lia em festivais aéreos e quando sai do ensino médio, me informei e acabei entrando na faculdade de Ciências Aeronáuticas”, relata.
Ivana e Andressa nunca sofreram preconceito por parte dos homens que estudam e trabalham com elas. Para a ainda estudante do curso de helicóptero, o problema que a impediu de buscar o sonho da aviação antes foi a própria sociedade. “As pessoas me diziam: Como você vai pilotar um avião? É muito perigoso, você precisa formar sua família, criar seus filhos e não pode correr esse risco. Todos pensam que é uma profissão para homem, não para mulher”, explica Ivana, afirmando que o mais comum entre as mocinhas é a vontade de serem comissárias de voo.
Para Andressa, de forma geral, a mulher é um pouco mais vista e mais cobrada estando nessa área da aviação. “Se um homem fizer alguma coisa errada, tudo bem. Se acontecer com uma mulher, será exatamente porque ela é mulher. Por mais que não dê para ver o preconceito, ele está lá de alguma forma”, diz. Ela conta que nunca aconteceu de algum aluno rejeitá-la como instrutora, mas afirma sentir uma cobrança maior.
A instrutora lembra que a responsabilidade pela vida das pessoas que estão na aeronave é a mesma que para os homens. Se alguma coisa acontecer durante uma aula, a culpa vai ser do professor, pois é ele quem sabe o que está fazendo. Numa companhia comercial a responsabilidade é ainda maior, mas tudo se baseia na consciência do piloto, sendo ele homem ou mulher. “Uma demonstração de responsabilidade, por exemplo, é não sair em dias em que a meteorologia está ruim. Não fugir dos procedimentos é o mí¬nimo para que o piloto não corra nenhum risco e não coloque a vida de ninguém em perigo”, explica ela.
Na turma de Ciências Aeronáuticas de Andressa existiam quatro mulheres e a única que se formou até agora foi ela. “Independente das dificuldades, eu corri atrás. E as oportunidades existem para homens e para mulheres e nenhum lugar deixa de contratar um bom profissional por causa do sexo”, relata.
O caminho é longo para trabalhar na aviação e exige um grande investimento. Para ser piloto privado, controlar aviões ou helicópteros pequenos, o aluno precisa fazer um curso de quatro meses; passar por um exame de Certificação de Capacidade Fí¬sica (CCF); realizar uma prova teórica da Anac de cem questões, vinte sobre cada uma das cinco disciplinas; e ter, pelo menos, 35 horas de voo. Antes de conseguir uma licença de piloto comercial e trabalhar em táxis aéreos, aviões particulares ou em companhias, o piloto precisa se tornar instrutor, podendo dar aulas práticas para novos alunos. Para atingir cada etapa são necessárias mais provas e mais horas de voo, além de uma CCF de 1ª classe para finalizar a jornada. No final, o investimento feito vai ser em torno de R$50 mil, sendo que para helicópteros o valor chega a triplicar: o preço da hora de voo é R$700.
Tatiana Félix
Adital
Aproveitando a realização do 43º Período Ordinário de Sessões da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que reuniu de 4 a 6 de junho chefes de Estado na Guatemala para tratarem do tema "Por uma política integral frente ao problema mundial das drogas nas Américas”, o Comitê da América Latina e Caribe para a defesa dos direitos da mulher (Cladem) exigiu a elaboração de uma política integral e equitativa de combate às drogas que considere a questão de gênero e os direitos humanos.
Em seu posicionamento, a organização lembra que a estratégia de combate às drogas costuma ser centrada na militarização que gera um aumento dos índices de violência e violações de direitos humanos e, por isso, declarou que observa com "preocupação” a abordagem dos Estados frente ao problema das drogas, já que não incluem em suas propostas, diagnósticos e soluções que incluam o cumprimento dos direitos humanos de mulheres, jovens, meninas e adolescentes.
Para o Comitê, o modelo de desenvolvimento capitalista, que visa o lucro a qualquer custo, é o que contribui para o desrespeito aos direitos humanos, a desigualdade econômica e para reforçar o sistema patriarcal, elitista, sexista e discriminatório que exclui as mulheres em todas as suas manifestações, inclusive na elaboração de políticas sobre drogas que também afeta mulheres e produz violência contra elas.
Diante desta análise, o Cladem pede que os Estados reunidos na 43ª Assembleia Geral da OEA reconheçam a "importância do enfoque aos direitos humanos, justiça social, promoção da paz e da perspectiva de gênero nas estratégias de atenção ao problema das drogas”.
Também recomenda a implementação de soluções integrais que atendam ao problema das drogas a partir de uma visão socioeducativa, econômica e cultural das mulheres, a fim de possibilitar o acesso à educação integral e ao trabalho digno, sobretudo para as mulheres em situação de vulnerabilidade.
Além disso, pede a reforma do sistema penal acusatório, o acesso à justiça e a criação de programas de prevenção, atendimento e erradicação da violência contra mulheres no contexto do tráfico e comercialização de drogas.
Publicado por Fernando Nascimento em 04, mai, 2013 em Envelhecimento, Geriatria, Velhice | Via Rede Brasil Atual
O Brasil caminha a passos largos para ter uma das maiores populações idosas do planeta. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos 13 anos o país ocupará o sexto lugar no ranking daqueles com maior número de idosos. Hoje, 10% da população brasileira, cerca de 15 milhões de pessoas, tem mais de 60 anos.
Em dez anos, esse número vai dobrar. Segundo o geriatra Luiz Roberto Ramos, após os 60 anos a maioria das pessoas terá ao menos uma doença crônica e o que vai determinar a saúde nessa faixa etária é a capacidade de o idoso ter uma vida autônoma.
Ramos, que é diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Escola Paulista de Medicina e coordena o Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ressalta que o país precisa se preparar para cuidar da saúde de seus idosos, inclusive formando mais médicos especializados. A entrevista foi concedida à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
O que está ocorrendo no Brasil não é só um envelhecimento populacional nos moldes do que foi observado em outros países anteriormente, mas é um processo muito mais acelerado por conta do fato de que o Brasil está envelhecendo já com algumas questões bastante resolvidas, como anticoncepção, porque para uma população envelhecer precisa cair a fecundidade dessa população.
O Brasil está envelhecendo, porque não só o brasileiro está vivendo mais, mas as mulheres estão tendo menos filhos. Na medida em que entram menos crianças na população, começam a sobressair os idosos. Esse é o processo de envelhecimento. Na época em que a Europa envelheceu a gente não tinha mecanismos de controle da natalidade, a coisa era feita mais na base do calendário e, mesmo assim, houve envelhecimento.
No Brasil, quando isso acontece, no final da década de 70, começa a cair a fecundidade já com os métodos anticoncepcionais bastante desenvolvidos. Foi uma queda muito mais rápida e muito mais intensa fazendo com que esse processo todo no Brasil fosse bastante encurtado. Nós estamos envelhecendo na metade do tempo que a Europa envelheceu.
A idade média do brasileiro hoje está em 75 anos. As mulheres vivem sempre um pouco mais que a média, os homens sempre um pouco menos. Podemos dizer que o brasileiro ganhou nos últimos 50 anos quase 30 anos a mais de vida. Essa é uma equação complicada, porque mexe com o planejamento de vida das pessoas. Em pouco tempo, as pessoas passam a administrar 20, 30 anos a mais de vida e isso tem uma série de implicações até para o sistema da Previdência Social.
Do ponto de vista demográfico, chamamos de idosas as pessoas com mais de 60 anos. Alguns países da Europa mais desenvolvidos identificam o idoso com mais de 65 anos. Na Escandinávia, por exemplo, um idoso é um individuo com mais de 70 anos, porque muitas pessoas atingem essa idade em boas condições de saúde, fazendo com que as peculiaridades da velhice fiquem sendo empurradas para frente.
O parâmetro é a conservação das pessoas. Em países como a Suécia eles estão preocupados com a população com mais de 70 anos, embora você possa dizer que uma pessoa com mais de 60 é idosa. Eles identificam a população de atenção com mais de 70 anos. No Brasil, a gente ainda trabalha com a noção de que idosos são os indivíduos que têm mais de 60 anos e que hoje representam cerca de 10% da população, ou seja, 15 milhões de pessoas.
O que nos preocupa é que em menos de 10 anos essa população vai dobrar e nós vamos ter 30 e tantos milhões de idosos no Brasil. Aí sim, vai ser uma população grande, uma das maiores do planeta, e que vai ter que ser cuidada.
O único jeito de você não ficar velho é morrer cedo, então essa inevitabilidade tem um lado positivo. Os brasileiros estão vivendo mais, mas todo mundo recusa um pouco a ideia de envelhecer porque associa envelhecimento com decrepitude, no sentido das pessoas ficarem fragilizadas e principalmente se tornarem velhos dependentes e incapazes de tocar a sua própria vida.
Algumas pessoas vão envelhecer com perda funcional e consequentemente vão se tornar dependentes no dia a dia, mas elas são a minoria. A grande maioria das pessoas envelhece capaz de administrar a própria vida. No entanto, a gente tem que ter presente que a ocorrência de doenças crônicas é quase que inevitável ou seja, após os 60 anos a grande maioria das pessoas vai ter pelo menos uma doença crônica, seja pressão alta, diabete, catarata, um problema cardíaco.
Mas isso não quer dizer que ela vai ser uma pessoa limitada, dependente. Significa sim, que ela vai ter que administrar diariamente uma ou mais doenças crônicas que são inevitavelmente desenvolvidas na medida que os anos passam. O que é evitável é o individuo perder função, perder capacidade de tocar a vida de forma independente.
Esse é o foco principal das pesquisas que a gente realizou durante todos esses anos, ou seja, saúde na velhice é a manutenção da função suficiente para o individuo ter uma vida independente, autônoma. Esse é o novo conceito de saúde.
Ele é capaz de viver sozinho porque ele consegue realizar as atividades que todo mundo faz, como se vestir, tomar banho, comer, fazer compras, cuidar das finanças, enfim, manter a sua casa e a sua família sem precisar de ajuda específica de ninguém. Esse indivíduo pode ter várias doenças. Tenho uma conhecida, a dona Clemência, que tem 90 anos e mora sozinha. Toma seus remédios, mas não depende da família para a própria sobrevivência.
Eu costumo dizer que viver sozinho na velhice, não é para quem quer, é para quem pode. É uma conquista você poder depois de uma certa idade, ter capacidade funcional suficiente para viver sozinho. Dá para você ser saudável na velhice e, ao mesmo tempo, tomar remédio para pressão, diabete, e isso não comprometer a sua saúde global.
Primeiro, se manter ativo é uma grande ajuda para todas as pessoas depois da suposta idade da aposentadoria. A outra coisa é o próprio “viver sozinho” que estimula o indivíduo a se manter independente e capaz de realizar tudo que ele precisa durante o dia. E terceiro, ter claro o benefício de fazer atividade física. Um bom exemplo de manter a saúde funcional é permanecer ativo do ponto de vista laboral e do ponto de vista físico e mental.
Ainda não da mesma forma que se observa na Europa, onde já existem políticas bastante explícitas de recontratação e pessoas aposentadas podem ter determinadas funções que não demandam muita agilidade física, mas demandam comprometimento. É um mercado que se abre para idosos.
No Brasil, algumas áreas já identificam nos idosos pessoas mais confiáveis, com responsabilidade maior nas suas funções e que, portanto, atrairiam contratações apesar da idade e do fato de já serem aposentados em outras funções. Mas acho que é uma coisa que o Brasil vai precisar desenvolver mais. É um campo de trabalho para pessoas que já se aposentaram em alguma função e que ainda tem condições físicas e mentais de servir a sociedade.
Existe um Estatuto do Idoso bastante desenvolvido, com uma série de direitos nem sempre acessíveis a todos, pelo menos no momento. Nós vivemos num país com problemas econômicos, desemprego. Nessa disputa é óbvio que os idosos que necessitem de uma atividade laboral para fins econômicos certamente vão ter alguns problemas, porque esse mercado não está desenvolvido.
Agora, a própria necessidade de precisar trabalhar nessas idades já coloca esses indivíduos em uma situação de mais risco, porque eles certamente vêm de uma situação carente já de mais tempo. Mas o ideal é que as pessoas se mantenham ativas, sem a premência econômica, ou seja, terem uma aposentadoria mínima para poderem viver e trabalhar para melhorar essa situação e não como única alternativa.
Eles melhoram a concentração e ajudam a aumentar seu rendimento nos estudos. A fisetina é uma substância que se encontra no morango, pêssego, uva, kiwi, tomate, maçã e também na cebola e espinafre. Segundo o Instituto Salk, na Califórnia (EUA), essa substância vem sendo considerada fundamental para manter a memória jovem, porque sua função é estimular a formação de novas conexões entre os neurônios (ramificações) e fortalecê-las. Os alimentos deste grupo contêm substâncias que facilitam a comunicação entre os neurônios, aumentando também a capacidade de pensar, se concentrar, aprender e memorizar. Confira abaixo alguns nutrientes e minerais amigos do cérebro:
Daniela Cyrulin - Especialidade: Nutrição