Jornal da Mulher Brasileira


Edição nº 16 - de 15 de Maio de 2003 a 14 de Junho de 2003

Olá Leitores!

O objetivo principal desta edição é trazer muitos dados que se refiram às questões que envolvem a mulher como educadora, sua condição de trabalho profissional nas escolas e o que isto afeta em suas vidas e na sociedade. Isto porque também acreditamos que enquanto houver pessoas sem educação, até mesmo básica, teremos o reflexo dos quadros abaixo que elucidam bem a questão das crianças e adolescentes deste país.

Estamos num círculo vicioso, porque o processo vem da má educação materna e paterna, os quais, sem o devido preparo não conseguem libertar seus filhos para o aprendizado escolar, e a pobreza se torna o elemento gerador que leva as crianças à exploração no trabalho doméstico dentre outros, chegando até ao crime.

Neste aspecto é importante ressaltar que são as Mulheres que estão sempre no alicerce e âmago destas questões, pois são elas que geram estas crianças, são as mulheres que estão em maioria no ensino básico, e lamentavelmente, são também elas as que contratam a mão de obra infantil doméstica, embora muitas vezes até imbuídas de boas intenções.

Há quem pense que para evitar que a criança esteja solta na rua à mercê de bandidos e riscos em sua segurança, seja melhor estar dentro de uma casa aprendendo uma profissão futura. Isto porque na outra ponta do discurso político está a máquina do governo, que falha não apresentando as condições de acolher estas crianças em espaços educativos, protegendo-as do acesso direto e enfrentamento com o crime, o qual nem mesmo o Estado consegue combater atualmente.

Mães desassistidas que geram filhos, junto com homens pobres e desempregados, ambos quase ou analfabetos, sem moradia adequada, lançam para a sociedade crianças que serão abandonadas, violentadas e expostas ao destino de seus pais.

Enfim, o discurso e as práticas atuais têm bons propósitos, pois tudo que aqui está é a semente do descaso com o povo pobre brasileiro no passado. Porém, há um novo chamado para todos nós que temos o conhecimento e a liderança em nossas atividades profissionais e sociais, o de educar as pessoas pobres para a responsabilidade de gerar crianças, pensando neles como seres humanos que terão suas necessidades,as quais eles não poderão preencher e nem terão quem os auxiliarão nisto.

Se continuarmos a dar dinheiro para o número de filhos que precisam sair do trabalho para irem a escola, se continuarem a colocar filhos e tenha quem os contrate para o trabalho engordando a renda familiar. Se continuarmos a não ter escolas e condições governamentais e não-governamentais, que muitas vezes também exploram a fachada política destas questões, sem viabilizá-las nas bases centrais dos problemas, de nada valerá.

Pois, fazer tudo o que está sendo feito sem uma educação básica sexual e familiar nos meios empobrecidos, quer sejam rurais ou urbanos, é deixar que ocorra uma fabricação contínua de crianças que serão as mercadorias rentáveis para os segmentos que as exploram dos mais diversos modos.

Quem trabalha com crianças precisa saber educar também os pais e as mães principalmente, e até os responsáveis familiares. Sem a educação sexual responsável, infelizmente, este círculo vicioso não se romperá, pois ele depende principalmente da responsabilidade quanto ao ato de gerar crianças. 

Esperamos que você leia esta coletânea de notícias e opine, faça sugestões ou críticas e envie-nos suas notícias, é para isto que a edição l6 chega até você com o abraço de Elisabeth Mariano e equipe Jornal da MULHER BRASILEIRA.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

SOBRECARGA AFETA SAÚDE DAS TRABALHADORAS EM EDUCAÇÃO

"Pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação revelou que o acúmulo de jornadas pelas mulheres resulta, muitas vezes, em problemas de saúde. A divulgação da pesquisa sobre o perfil dos que trabalham com educação básica no Brasil e com a realização, em nível mundial, de dois eventos - a "SEMANA DE AÇÃO 2003", da Campanha Global pela Educação e a "SEMANA DA EDUCAÇÃO PARA TODOS", da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Segundo a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) o levantamento brasileiro detectou que a maioria dos que trabalham em educação básica são mulheres (83%) entre 40 a 59 anos (54%), casadas ou com relacionamento estável (61%), tem formação superior (67,3%) e recebe salário bruto entre R$ 200,00 a R$ 1000,00 (63,8%), por 30 horas semanais (20%) e por 40 horas (48%), na rede pública estadual (71%). A média semanal dedicada a serviços extra-remunerados (outro trabalho em hora extra) dos pesquisados é de 14 horas, a média do tempo gasto com as atividades relacionadas à profissão é de 8 horas e 36% disseram que fazem sozinhos as tarefas domésticas (26% não quiseram responder, 32% contratam alguém para fazê-las e 16% dividem-nas com outros).

Com esta sobrecarga e baixos salários, das que participaram da pesquisa, 30,4% têm problemas de saúde, 22,5% tiveram licença por motivo de doença e 43,7% já foram submetidas à cirurgia.

Na Campanha Global Pela Educação, coalizão constituída por instituições, sindicatos e organizações da sociedade civil de 190 países, e a UNESCO elegeram a educação para as mulheres como mote central de "suas semanas de ação". Elas definem "que o ensino das garotas pode influir diretamente no bem estar da família, no crescimento econômico e na diminuição dos índices de mortalidade infantil e da desnutrição entre as crianças". "Neste início de século, há 70 milhões de meninas que ainda não freqüentam escolas e 550 milhões de mulheres - aproximadamente uma em cada cinco - que são analfabetas, em todo o mundo".

O slogan da "Semana de Educação Para Todos" - que foi realizada no mesmo período do ano em que ocorreu o Fórum Mundial de Educação, em 2000, na Cidade de Dacar - segue a mesma linha: "Tudo pela Educação das Garotas!". Isto porque as estatísticas mostram que o número de estudantes do sexo feminino é menor do que dois terços em relação ao sexo masculino. Na América Latina, o Brasil conseguiu chegar muito próximo da paridade entre meninos e meninas nas escolas. A "maior aula do mundo" realizada em 50 países teve como um de seus objetivos quebrar o recorde do livro "Guiness", e no Brasil foi ministrada pela Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, a ex-professora Emília Fernandes, para 25 funcionárias das áreas de apoio, limpeza e conservação do Ministério da Educação."

(Matéria enviada por João Kleber Santana Souza. Autor: Maurício Hashizume - 11/04/200)

PROJETO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

"A Deputada Estadual Ana Martins em 29de abril deu entrada, na Assembléia Legislativa do Estado de SP, no Projeto de Lei nº 314/03 que cria o Programa de Prevenção à Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes e que prevê o atendimento das vítimas desta violência. Para os efeitos desse projeto, são consideradas vítimas de violência doméstica, as crianças e/ou os adolescentes que, por ação ou omissão dos pais ou responsáveis, no convívio familiar, sofrerem violência física, sexual, psicológica ou tratamento negligente, a exemplo do garoto atirado pelo próprio pai contra o parabrisa de um veículo em movimento."

"O projeto, que prevê um conjunto de ações coordenadas pelo Executivo, será desenvolvido na forma de Rede de Atendimento, formada com equipes multidisciplinares e sob a Coordenação da Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, que conjuntamente com a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Estadual de Educação, serão responsáveis pelo atendimento; que poderão para esta finalidade celebrar acordos e convênios com Instituições e Entidades especializadas."

"O programa atenderá crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica encaminhados pelas secretarias competentes, bem como pelos Conselhos Tutelares Municipais, nos termos do artigo 13 da Lei Federal nº 8069 de julho de 1990 - ECA; pelas Varas de Infância e Juventude e Promotoria da Infância e Juventude no âmbito do Estado. "

"Segundo a Deputada e especialista no tema pelo Laboratório de Estudo da Criança do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (LACRI/USP), a violência doméstica cometida contra crianças e adolescentes é a face mais cruel da violência, já que a mesma ocorre dentro dos contornos daquilo que é chamado lar e é praticada exatamente por aqueles que deveriam oferecer e garantir proteção às crianças e adolescentes. O projeto é assinado em conjunto com o deputado Nivaldo Santana."

(Fonte: Assessoria de Imprensa)

BRASIL É O TERCEIRO EM TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO NA AMÉRICA LATINA

"O Brasil é o terceiro país na América Latina no ranking de trabalho infantil doméstico. São cerca de meio milhão de crianças e adolescentes que trabalham em casas de família, cumprindo jornadas extensas, muitas vezes sem remuneração. A legião de crianças trabalhadoras só é maior em Honduras e na Guatemala."

"Além de a sociedade ser condescendente com esse tipo de abuso, a fiscalização do trabalho infantil doméstico é extremamente difícil. Isso porque o domicílio é considerado um lugar inviolável. "Só podemos agir no caso de denúncias. São poucas, pois boa parte da população nem reconhece que o trabalho doméstico é um abuso" - afirmou Basso."

"Uma comissão para o combate a esse tipo de exploração foi montada no ano passado. "Mas há ainda muitos empregadores que, para driblar o problema, requisitam a tutela da criança" - revelou o procurador."

"A maioria das crianças que trabalham em casa é afro-descendente, uma tradição que surgiu ainda no Brasil Colônia, envolvendo ainda as indígenas. Muitas são provenientes de famílias cuja renda é inferior a um salário mínimo. "As pessoas acham normal uma criança negra ou índia trabalhar em casa. Mas os filhos de classe média gastam o tempo em escola, brincadeiras e esportes" - afirmou a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Oliveira." "Crianças são iguais. Todas têm apenas de brincar e estudar" - acrescentou.

(Fonte: Agência Estado- na Academia Social)

DENTRO DE CASA E DENTRO DA LEI

"Quadro de pobreza e exclusão social do país contribui para que mais de 3 milhões de crianças e adolescentes abaixo da idade legal permitida estejam trabalhando.

O combate ao trabalho infantil tem sido, há alguns anos, uma bandeira no país.

Segundo dados da PNAD 2001, desde o princípio da década de 90, quando se deram as primeiras investidas pela sua erradicação, até 2001, quase 3 milhões de crianças foram retiradas das mais diversas atividades, contabilizando-se importantes vitórias entre setores de risco, como a produção de calçados, carvão e fumo e as lavouras de cana-de-açúcar e laranja.

O trabalho infantil doméstico é um capítulo à parte. Ele não é tão visível como o dos pequenos carvoeiros nem tão insalubres como o dos meninos colhedores de fumo, mas é também nocivo.

O quadro de pobreza e exclusão social do país contribui para que mais de 3 milhões de crianças e adolescentes abaixo da idade legal permitida estejam trabalhando e quase 500 mil meninas e adolescentes estejam no trabalho doméstico. Pesquisas revelam que 96% do trabalho infantil doméstico no Brasil é feito por meninas e adolescentes, sendo que 44% são meninas de 12 a 15 anos, e quase um terço começou a trabalhar entre os cinco e os 11 anos de idade.

As meninas domésticas não estão nas fábricas e nas lavouras. Estão invisíveis, dentro das casas. E quase todo mundo considera isso normal. Até a maioria dos seus pais acredita que é justo que trabalhem. Para mudar essa mentalidade, a Fundação ABRINQ, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) estão lançando uma campanha na mídia com o mote "Trabalho infantil doméstico: não leve essa idéia pra dentro da sua casa". Realizada voluntariamente pela McCann-Erickson, a campanha mostra como o trabalho infantil doméstico fere os direitos garantidos pela Constituição brasileira e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e empobrece, envelhece e embrutece as crianças.

Esse certamente não é o ponto de vista de quem emprega, acreditando, de boa-fé ou por conveniência, que está ajudando uma família pobre. Mas os estragos são inquestionáveis. Embora 96% das meninas trabalhadoras domésticas saibam ler e escrever e 74% estejam estudando, quanto maior o tempo no trabalho, maior é o índice de atraso escolar.

Existem cerca de 3.000 meninas de cinco a nove anos que trabalham até 21 horas por semana, numa jornada que aumenta com a idade: meninas de dez a 14 anos chegam a trabalhar 36 horas semanais, e aos 15 trabalham mais do que as domésticas adultas! Os estudos mostram que 36% das meninas envolvidas com trabalho doméstico no país afirmam ter sofrido algum acidente de trabalho ou apresentam algum sintoma relacionado a ele. Queimaduras, cortes com facas e acidentes com produtos químicos estão entre os mais comuns.

Depoimentos de meninas trabalhadoras registram abusos e violações de direitos por parte das famílias que as empregam, que vão de agressões verbais e físicas até assédio sexual. As meninas constroem uma imagem distorcida de si mesmas, de alguém com pouco valor e poucos direitos. A separação precoce de seu ambiente social impede que construam sua identidade e tenham seus vínculos afetivos fortalecidos, junto a sua família e amigos. O ambiente doméstico nem sequer permite à trabalhadora uma condição de aprendizagem. Por isso, o trabalho doméstico não se enquadra na Lei de Aprendizagem, sendo permitido só a partir dos 16 anos.

Nesse caso, muitos esquecem que, além das garantias de um adulto, as trabalhadoras adolescentes devem ter as previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente e nas Convenções 138 e 182 da OIT: registro em carteira, repouso remunerado, férias, tempo de trabalho compatível com o de estudo, convivência familiar e recreação assegurada, o direito de não realizar atividades proibidas na lista das piores formas de trabalho infantil, o direito de não realizar trabalho noturno e, sobretudo, de serem cuidadas e protegidas no trabalho.

Ao serem transformados em força de trabalho, crianças e adolescentes deixam de ser tratados como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. O trabalho infantil não é compatível com a infância, pois fere os seus principais direitos. E o trabalho infantil doméstico freqüentemente fere todos os direitos: à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade; à convivência familiar e comunitária; à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; à profissionalização e à proteção no trabalho -além de expor as meninas a situações de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

A realidade não pode se contrapor às leis. Superar a pobreza não pode vir antes do desenvolvimento sadio das crianças. O trabalho não pode ser mais importante do que o estudo. Criança deve ser prioridade absoluta, sempre."

(Fonte: Âmbar de Barros, Armand Pereira e Helio Mattar - Folha de São Paulo - São Paulo, 30/04/2003)

BRASIL TEM 5,4 MILHÕES DE CRIANÇAS NO TRABALHO

"RIO, RECIFE e PORTO ALEGRE. Pelo menos 5.482.515 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhavam no Brasil em 2001, mostrou o IBGE recentemente ao apresentar seu levantamento sobre trabalho infantil no país. Dessas, 296.705 tinham de 5 a 9 anos. Mas a situação já foi pior. De 1992 até 2001, o percentual de crianças nessa idade que trabalha baixou de 19,6% para 12,7%. E o dado mais surpreendente: o Nordeste, que sempre acumula os piores indicadores sociais, tem ao seu lado a Região Sul, que ocupa a segunda posição entre as regiões que concentram o maior número de trabalhadores na infância. No Nordeste, a taxa baixou de 23,1% em 1992 para 16,6% em 2001. E no Sul, a taxa caiu de 24,2% para 15,1%.

A atividade agrícola e a indústria calçadista são as áreas onde há os maiores índices do trabalho infantil, segundo o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, entidade vinculada à Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul. Segundo a socióloga Eridan Moreira Magalhães, da DRT/RS, as crianças na atividade agrícola fazem parte da cultura da região."

(Fonte: Cássia Almeida, Chico Otávio, Letícia Lins e Higino Barros - O Globo - Rio de Janeiro, 17/04/2003)

PESQUISA CONCLUI QUE 1 MILHÃO DE ADOLESCENTES TRABALHAM NO BRASIL

"Na primeira pesquisa que cruzou informações sobre trabalho infantil e escolarização, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluiu que há no Brasil 1 milhão de crianças e adolescentes que trabalham e não estudam e outros 4,4 milhões que fazem jornada dupla, trabalhando e freqüentando a escola. São 5,4 milhões de pessoas com idades entre 5 e 17 anos que trabalham, com destaque para um dado impressionante: 296 mil são muito pequenas, com idades de 5 a 9 anos. Quase 190 mil delas estão no Nordeste. Há ainda 1,9 milhão de trabalhadores de 10 a 14 anos; 862 mil de 15 anos e 2 3 milhões de 16 e 17 anos.

O trabalho de pessoas com menos de 16 anos é ilegal no Brasil. A lei brasileira mudou em 2000, para que o governo assinasse a convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e aumentou as idades permitidas para o trabalho. Com isso, a idade mínima para o trabalhador brasileiro atualmente é de 16 anos, quando antes era 14. A categoria aprendiz aceita trabalhadores de 14 anos ou mais e, para trabalhos perigosos, insalubres e noturnos, a lei exige ter no mínimo 18 anos.

O levantamento mostra que o trabalho das crianças e adolescentes é muitas vezes um entrave para que eles estudem. Na população de 5 a 17 anos que não trabalha, 91,1% estudam. Já na população da mesma idade ocupada, a escolarização cai para 80 3%. Quase um quinto (19,7%) da população de 5 a 17 anos que trabalha não freqüenta a escola. Para essas crianças e jovens, a atenção do poder público passa a ser dobrada, pois os programas sociais precisam cumprir a dupla tarefa de tirá-las do trabalho e, ao mesmo tempo, garantir o acesso à escola."

(Fonte: O Liberal - Belém, 17/04/2003)

FME 2004 PERMANECE EM PORTO ALEGRE

O Comitê de Organização definiu que a terceira edição do Fórum Mundial de Educação será em Porto Alegre, Brasil, de 29 a 31 de julho de 2004. - O Comitê de Organização definiu que o FME irá construir uma rede mundial permanente de mobilização em defesa da educação pública e gratuita, para que todas as pessoas do mundo tenham acesso ao conhecimento. A estrutura organizativa terá mudanças. Para coordenar os Fóruns Regionais e Mundiais, será criado um Conselho Internacional. Veja como será a estrutura organizativa no site http://www.forummundialdeeducacao.com.br.

Fóruns Regionais - No decorrer deste ano, até a realização do FME 2004, serão promovidos fóruns regionais que apontarão diretrizes para compor a Plataforma Mundial de Educação. Já está em discussão a realização de Fóruns Regionais em São Paulo (BR), Medelín (CO), Guadalajara (MX) e Barcelona (ES).

(Fonte: Boletim do Fórum Mundial de Educação - Porto Alegre 22 de abril de 2003)

DATA DO FSM 2004 E REUNIÕES PRÉVIAS

"O Comitê Organizador Indiano do FSM 2004 definiu a data do próximo Fórum, que será realizado em Mumbai, Índia, entre os dias 16 e 21 de janeiro de 2004. No inicio de maio próximo, membros da Secretaria Internacional do FSM (Brasil) estarão reunidos com os organizadores indianos em Mumbai. Para os dias 1 e 2 de junho, esta sendo organizada a reunião do Grupo de Trabalho Indiano, responsável pela elaboração das políticas funcionais do FSM 2004."

11ª SESSÃO ANUAL DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

"A Ministra Marina Silva discursou na sessão de abertura da 11ª Sessão Anual da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, em Nova Iorque / EUA. Em seu pronunciamento a Ministra Marina Silva fez análise dos avanços que ocorreram na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10) realizado em Joannesburgo, África do Sul, em 2002, porém ela solicitou que há necessidade de ações e não apenas a retórica em torno de acordos, convenções, acordos multilaterais em nível internacional."

- mobilização da região asiática

- propostas de conteúdos programáticos para o FSM 2004 que reflitam a realidade asiática

- apoio organizativo ao FSM 2004 em termos de finanças, mão-de-obra e outros

- a constituição de um Grupo de Solidariedade Asiático que assuma o rumo das propostas antes citadas

Todas as organizações interessadas estão convidadas, mas os organizadores indianos solicitam que as participações sejam confirmadas o mais brevemente possível."

Mais informações: wsfmumbai@speedpost.net; discuss@wsfindia.org.

REUNIÃO DO CONSELHO INTERNACIONAL DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

"A próxima reunião do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial será realizada em Miami, EUA, de 23 a 26 de junho. A escolha do lugar, realizada após uma consulta aos membros do CI, foi feita em função na necessidade de fortalecer o processo FSM e os movimentos pela paz nos Estados Unidos. Como será realizada logo após o encontro anual da rede Jobs with Justice (que contará com a participação de ativistas de todo o país e do resto do mundo), a reunião do CI propiciará um estreitamento das relações e da integração de uma série de organizações norte-americanas, que desempenham um papel de grande importância na luta contra a globalização neoliberal desde Seattle, ao processo FSM, uma vez que são os principais agentes de fortalecimentos das idéias e propostas do Fórum nos Estados Unidos."

(Fonte: La Red Va... Vol. 6; ano 6; n° 261 - 07/05/2003)

NUVARING - ANEL CONTRACEPTIVO

"Você já ouviu falar em um método contraceptivo em forma de anel vaginal? É a mais nova maneira de evitar a gravidez que acaba de chegar ao Brasil. Ele se chama Nuvaring.

O anticoncepcional funciona da seguinte maneira: em vez de tomar uma pílula por dia, o anel é introduzido na vagina e vai soltando gradativa e diariamente os princípios ativos no organismo. O ciclo do contraceptivo vaginal, assim como a pílula, é mensal.

O anel é colocado na vagina - pela própria mulher - até o quinto dia de menstruação. O procedimento de introduzir o anel é bem parecido com o do diafragma e do absorvente interno e não dói nada. Lá ele permanece por três semanas. Durante este período ele libera constantemente e diariamente doses baixas de hormônios. Depois das três semanas o anel deve ser retirado e ocorre a menstruação. Após uma semana, outro deve ser colocado.

Parece bastante estranho um anel permanecer durante três semanas no interior da vagina, mas acreditem, segundo o ginecologista Francisco Siervo Neto, ele não incomoda e não corre o risco de sair, mesmo durante as relações sexuais. "O anel é feito de um plástico flexível e sensível, ele deve ser comprimido e introduzido na vagina e deixado em qualquer lugar que fique acomodado. Se estiver bem acomodado, está bem colocado" explica o médico. O anel fica preso pelas duas paredes da vagina e por isso não existe a menor possibilidade dele sair.

Prós A principal e mais óbvia vantagem do anel vaginal Nuvaring é que não é preciso se preocupar em tomar a pílula , sem esquecer, todos os dias no mesmo horário. E ele é tão eficaz quanto a pílula na prevenção da gravidez. Os princípios ativos - os hormônios estrogênio e progestagênio, responsáveis pela inibição da ovulação- passam diretamente para a corrente sanguínea, sem precisar passar pelo fígado, ao contrário do que acontece quando tomamos a pílula, por via oral.

O fato dos hormônios não passarem pelo fígado evita efeitos colaterais e problemas que surgem quando o sobrecarregamos. O anel, quando introduzido, é aquecido pelo interior do corpo e este calor faz com que sejam liberados os princípios ativos paulatinamente, um pouco por dia. Segundo o médico diretor da Organon Francisco S. Neto esta é a grande vantagem, pois evita também os efeitos colaterais. "Como os hormônios caem no sangue um pouco por vez, não provocam dores de cabeça, irritação gástrica, sensibilidade das mamas e enjôos". Além disso, as doses de hormônios são baixas, o que diminui a possibilidade de ganhar peso.

Contras Depois de três semanas no interior da vagina, o anel deve ser retirado. Não deve ser um procedimento muito confortável ficar procurando o anel dentro da vagina. Mas, segundo o médico diretor da Organon este não é um processo difícil: a vagina é um espaço fechado, é fácil encontrar o anel. Durante as relações sexuais é preciso ficar atenta se o anel não sai. De acordo com o médico, a chance disso acontecer é quase inexistente: 0,4%. Mas se por acaso acontecer, ele pode ser recolocado sem problemas.

Outro ponto negativo é o preço, um pouco acima do valor das pílulas tradicionais. O Nuvaring pode ser encontrado de R$ 36,00 a R$ 39,00. Mas não se esqueçam, é sempre preciso consultar um(a) ginecologista!"

(Fonte: Lia Nasser)