Jornal da Mulher Brasileira


Edição nº 175 - de 15 de Agosto de 2016 a 14 de Setembro de 2016

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Análise crítica sobre a Lei Maria da Penha, feita por representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman

Para ela faltam ainda:

  1. “Mais investimentos na aplicação dessa legislação”;
  2. O “grande problema é a implementação, não tem se desenvolvido especialmente nos níveis municipal e estadual tudo o que a lei precisa, desde a área de Justiça, atendimento, apoio, ainda precisa de investimentos, aprimoramentos”;
  3. “Partes da legislação referem-se a educação, sobre como prevenir (a violência) por meio das perspectivas de gênero, falar nas escolas, etc., o que não tem sido adaptado”, completou.

Leia mais as informações detalhadas sobre esta análise e o que ela referencia estatisticamente que “Ao longo de dez anos, foram prestadas mais de 1,6 milhão de informações sobre violência doméstica pelo Ligue 180.”

Esperamos que você aprecie esta edição com as notícias e informações que pesquisamos para você!

Fraternal abraço de Elisabeth Mariano e equipe.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

ONU Mulheres e os dez anos de Lei Maria da Penha

A discussão sobre a participação das mulheres nos Jogos Olímpicos ocorre em meio ao aniversário de dez anos da Lei Maria da Penha, como é conhecida a lei número 11.340, de 7 de agosto de 2006, que visa a [aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos. https://nacoesunidas.org/onu-mulheres-lei-maria-da-penha-precisa-de-mais-investimentos-publicos/]

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, a lei é importante para proteger as mulheres assim como para “desnaturalizar” a violência doméstica. No entanto, existe a necessidade de mais investimentos na aplicação dessa legislação.

“O grande problema é a implementação, não tem se desenvolvido especialmente nos níveis municipal e estadual tudo o que a lei precisa, desde a área de Justiça, atendimento, apoio, ainda precisa de investimentos, aprimoramentos”, afirmou.

Para ela, é necessário que as políticas públicas trabalhem a concepção integral da lei. “Partes da legislação referem-se a educação, sobre como prevenir (a violência) por meio das perspectivas de gênero, falar nas escolas, etc., o que não tem sido adaptado”, completou.

Desde a sua criação, em 2005, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 realizou 4,5 milhões de atendimentos no Brasil, segundo dados citados pela ONU Mulheres. Ao longo de dez anos, foram prestadas mais de 1,6 milhão de informações sobre violência doméstica pelo Ligue 180.

De maneira geral, os encaminhamentos a serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres constituem a segunda maior demanda do Ligue 180, cerca de 820 mil encaminhamentos, seguidos pelos relatos de violência – cerca de 550 mil.

Em 2013, pesquisa do Instituto Patrícia Galvão e do Data Popular apontou que 98% dos brasileiros conhecem, mesmo de ouvir falar, a Lei Maria da Penha. Oitenta e seis por cento acham que as mulheres passaram a denunciar mais os casos de violência doméstica após a lei. Para 70% dos entrevistados, a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos.

(Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-mulheres-participacao-feminina-aumentou-nas-olimpiadas-mas-governanca-ainda-e-masculina/, data de acesso 10/08/2016)

Filha de Pitanguy diz que foi emoção enorme para ele carregar a tocha olímpica

Ainda segundo Gisela, o pai ajudou a família a se preparar para esse momento de despedida

Autoria Agência Estado postado em 07/08/2016 17:07 / atualizado em 07/08/2016 18:25

Dezenas de amigos e parentes prestam homenagem ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy, que morreu na tarde deste sábado (6), aos 93 anos, por enfarte do miocárdio. O velório ocorre na tarde deste domingo (7), no Memorial do Carmo, região central do Rio. Segundo Gisela Pitanguy, filha do médico, seu pai estava muito contente por ter participado do revezamento da tocha olímpica na sexta-feira (5), em cadeira de rodas, e por ter assistido à abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, em sua casa na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

"Foi uma emoção enorme carregar a tocha, porque ele sempre foi desportista. Ele teve uma vida intensa, de muito trabalho e dedicação. Foi um privilégio conviver com ele e de alguma maneira ele foi nos ajudando a nos preparar para esse final", declarou Gisela, durante o velório do pai.

Segundo a filha de Pitanguy, o cirurgião pisou pela última vez num centro cirúrgico, para operar, quando já tinha 91 anos. O médico ainda fazia consultas até o início de 2016 e atualmente ainda auxiliava a sua equipe médica.

O neto Antonio Paulo Pitanguy Miller, que trabalhava com o avô, ressaltou a dedicação aos pacientes e legado à especialidade da cirurgia plástica.

"É uma perda emotiva para mim, muito grande, mas também para a especialidade. Ele deixou uma marca baseada em décadas de trabalho. Até o fim ele foi um maratonista, trabalhando, sempre de forma muito positiva", disse o neto.

O governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), esteve no velório para prestar sua solidariedade à família. "O Rio de Janeiro e o Brasil morrem um pouco", afirmou Dornelles.

A socialite Narcisa Tamborindeguy e as atrizes Maitê Proença e Maria Zilda foram algumas das pessoas que também estiveram presentes para se despedir de Pitanguy.

"Sempre vou me lembrar dele como um homem simpático, alegre, divertido, bem humorado, generoso, e um grande amigo que ele foi para mim", disse Maria Zilda.

(Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2016/08/07/interna_nacional,791848/filha-de-pitanguy-diz-que-foi-emocao-enorme-para-ele-carregar-a-tocha.shtml, data de acesso 10/08/2016)

Obras publicadas do Prof. Dr. Ivo Pintanguy (transcrição parcial)

Academia Nacional de Medicina

Pitanguy foi membro titular da Academia Nacional de Medicina desde 28 de junho de 1973, quando assumiu a cadeira número 67.

Academia Brasileira de Letras

Ivo foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 11 de outubro de 1990, na sucessão de Luís Viana Filho, e recebido em 24 de setembro de 1991 pelo acadêmico Carlos Chagas Filho. Ocupou a cadeira 22, cujo patrono é José Bonifácio, o Moço[2].

Obras publicadas

Ivo Pitanguy é autor de mais de 900 trabalhos publicados em revistas do Brasil e do Exterior, Revista Brasileira de Cirurgia, Annales de Chirurgie Plastique, Revista Latino-Americana de Cirurgia Plástica, British Journal of Plastic Surgery, Plastic Reconstructive Surgery, Minerva Chirurgia, Acta Chirurgica Plástica, The International Microform Journal of Aesthetic Plastic Surgery, Aesthetic Plastic Surgery, Clinics in Plastic Surgery, Head and Neck Surgery, Ophtalmic Plastic Reconstructive Surgery, Zentralblatt fur Chirurgie.

Ao longo de sua trajetória profissional, teve a oportunidade de divulgar a especialidade na imprensa escrita e televisada do Brasil e de diversos países. São mais de 10 000 programas, entre depoimentos, documentários, vídeos educativos, vídeos científicos, videoconferências: Globo Repórter, Globo Ecologia, Globo Ciência, TVE Memória Nacional, Museu da Imagem e do Som, Premiere - Produção França/USA, Paris Match, Canal 14, CNN, BBC, 60 Minutes, CBS News, Tv e Revista Bloomberg, ABC News, ZDF Alemã, Rai Italiana, Time, Hola, Reader’s Digest, Marie Claire, Manchete, Veja, JB, O Globo, Estado de São Paulo, Vanity Fair, New York Times, Washington Post, Bunte, Folha de S.Paulo, Interview Usa, Tv Alerj (Conselho de Minerva da UFRJ), Dier Spiegel, Cosmopolitan, Newsweek, L'Express, Point de Vue, Revue du Liban, El Mundo, Canadá Broadcast, Taschen, Henne, Jornal do Commercio, International Press Journal, Revista Lux, El Periódico de Catalunya, NTV Nippon, para citar alguns.

Entre os seus livros publicados, destacam-se:

Autor e coautor de inúmeros livros:

Títulos honoríficos e prêmios

Referências

  1. ABL. «Perfil do Acadêmico - Data de nascimento: 5 de julho de 1926». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 7 de agosto de 2016.
  2. Ivo Pitanguy A Biblioteca Virtual de Literatura
  3. Dr. Ivo Pitanguy, Pioneering Brazilian Plastic Surgeon, Dies at 93
  4. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 595.
  5. «Familiares e amigos vão ao velório de Ivo Pitanguy no Rio». 7 de agosto de 2016. Consultado em 7 de agosto de 2016.
  6. «Ivo Pitanguy conduz a tocha olímpica em Botafogo, na Zona Sul do Rio». Consultado em 6 de agosto de 2016.

Ligações externas

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ivo_Pitanguy, data de acesso 10/08/2016)

20º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida

De 14/09/2016 a 17/09/2016

Mercure Belo Horizonte Lourdes Hotel

(Fonte: http://www.cbra2016.com.br/)

Gravidez em tempos de Zika Vírus

Vivemos em um tempo único, tempo de perguntas, de incertezas, de informações variadas e de muita ansiedade para os casais que planejam uma gravidez. Queremos promover uma conversa saudável, baseada em fatos científicos, com o objetivo de ajudar quem deseja e gravidar em tempos de zika vírus. Então, #vamosconversar!

Acesse o site da campanha aqui.

Assista aqui Dra. Hitomi sobre os objetivos da campanha.

https://www.youtube.com/watch?v=aN1h0XMW19w

(Fonte: http://sbra.com.br, data de acesso 10/08/2016)

9º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões SisEMBRIOS

“1. Introdução O SisEmbrio – Sistema Nacional de Produção de Embriões foi criado pela Resolução de Diretoria Colegiada/Anvisa RDC no 29, de 12 de maio de 2008, e atualizado pela RDC no 23/2011, com os seguintes objetivos: x Conhecer o número de embriões humanos produzidos pelas técnicas de fertilização in vitro criopreservados (congelados) nos Bancos de Células e Tecidos Germinativos-BCTGs, mais conhecidos como clínicas de Reprodução Humana Assistida; x Atualizar as informações sobre embriões doados para pesquisas com células-tronco embrionárias, conforme demanda da Lei no 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) e Decreto no 5.591/2005; x Divulgar informações relacionadas à produção de células e tecidos germinativos (oócitos e embriões) no Brasil, como: número de ciclos de fertilização in vitro realizados, número de oócitos produzidos, número de oócitos inseminados, número de oócitos com dois pronúcleos, número de embriões clivados, número de embriões transferidos, bem como o número de embriões descartados por ausência de viabilidade; x Divulgar os indicadores de qualidade dos Bancos, para promover a melhoria contínua do controle de qualidade dos Bancos, auxiliar os inspetores sanitários a avaliar/inspecionar os BCTGs, bem como possibilitar o acesso à população aos indicadores de qualidade dos serviços.”

(Fonte: http://sbra.com.br/images/sisembrio/sisembrio9.pdf, data de acesso 10/08/2016)

Tratamento para o câncer: novo medicamento faz células cancerígenas cometerem ‘suicídio’

Por Rogério Fonseca

Atualizado em 1 de agosto de 2016

Ótima notícia à vista!

Uma descoberta bastante animadora para quem está na batalha contra uma das doenças mais agressivas e difíceis de ser curada, o câncer.

A revista “Proceedings of The National Academy of Sciences” (PNAS), divulgou recentemente a descoberta de um possível composto que faz com que ascélulas cancerígenas se autodestruam.

Essa notícia vem para renovar as esperanças de quem vem travando uma luta feroz contra essa que é uma das doenças que mais mata no mundo.

A grande descoberta foi feita por uma equipe de cientistas por cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps (TSRI), na Flórida, que em suas pesquisas chegaram a um novo composto age diretamente sobre as células cancerígenas com mais precisão do que qualquer tratamento já inventado até hoje.

Além disso, outro ponto bastante positivo apresentado por esse composto durante os testes realizados até o momento, é que ele também ataca células doentes que permanecem ocultas, e não afeta às células saudáveis.

Segundo o professor Matthew Disney, que esteve a frente da pesquisa, o novo composto age ativando um mecanismo onde as células cancerígenas autodestroem de forma “programada”.

Por enquanto, esse possível remédio, foi testado em animais, e vem apresentando bons resultados.

A expectativa é que, em breve, esse medicamento seja testado em seres humanos e se os bons resultados se confirmarem, ele possa ser utilizado como um tratamento eficaz contra o câncer, somente atuando contra células cancerosas, sem causar danos aos pacientes como acontece em alguns outros tratamentos existentes atualmente.

Vale ressaltar que o tipo de câncer no qual o tratamento é mais efetivo é o câncer de peito, que representa entre 10% e 20% dos casos de câncer de mama, mas espera-se que ele seja estendido a outros tipos de tumores.

Fiquemos nas torcida que este novo “remédio” tenha ótimos resultados em todos os testes e que possa ser usado o quanto antes no tratamento de pacientes que sofrem com essa que é uma das doenças que mais matam no mundo.

Fonte: exame.abril.com.br.

(Fonte: http://awebic.com/saude/tratamento-cancer/, data de acesso 10/08/2016)

Saiba por que as mulheres vivem quase 10 anos mais que os homens

19 mar 2011

Por Uol - 20h:58

A expectativa de vida em nosso país têm aumentado consideravelmente nas últimas décadas. Esta expectativa é menor entre os homens, quando comparados com as mulheres. Os homens têm uma esperança de vida ao nascer de 69,4 anos, enquanto que as mulheres vivem, em média, 77 anos, segundo estatísticas recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Projeções da OMS (Organização Mundial de Saúde) revelam que a expectativa de vida no Brasil é aproximadamente 10 anos maior do que a expectativa de uma vida saudável, por isso, precisamos melhorar progressivamente a qualidade de vida de nossos idosos. Uma pesquisa divulgada recentemente pela ONU (Organização das Nações Unidas) revela que as mulheres vivem mais que os homens em praticamente todas as regiões do mundo.

Por que elas vivem mais?

A principal explicação para a diferença de mais de sete anos de vida entre os sexos no Brasil, segundo o IBGE, é que as mortes violentas ainda atingem com mais intensidade a população masculina. Quando falamos em mortes violentas, temos como exemplos principais os acidentes automobilísticos e homicídios. Devemos lembrar que o abuso de bebidas alcoólicas é um importante fator de risco para a ocorrência das mortes violentas.

O IBGE revela que, em 1980, os homens tinham até duas vezes mais chances de falecer aos 22 anos de idade do que as mulheres. Em 2009, esta probabilidade mais que duplicou, uma vez que a relação entre as chances de morte antes de completarem 23 anos de idade foi estimada em uma morte de mulheres para 4,5 mortes masculinas.

A pior qualidade da saúde masculina quando comparada à saúde das mulheres, em faixas etárias mais avançadas, pode ser explicada por alguns fatores. Os homens, em geral, adotam menos cuidados com a sua saúde pessoal, negligenciando exames médicos preventivos periódicos, bem como, o tratamento adequado de doenças crônicas.

(Fonte: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/saiba-por-que-as-mulheres-vivem-quase-10-anos-mais-que-os-homens/103750/)

10 anos da Lei Maria da Penha

Em 07/ago

Hoje, 7, a Lei nº 11.340/2006, conhecida como “Lei Maria da Penha”, criada para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, algo que ainda não existia no ordenamento jurídico brasileiro, completa 10 anos.

A Lei alterou o Código Penal e passou a punir com rigor os homens que atacam as mulheres no ambiente doméstico, com pena de três anos de detenção, além de possibilitar a prisão em flagrante, ou preventiva, dos agressores.

Inspirada na história de Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica brasileira nascida 1945 em Fortaleza, Ceará, que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 71 anos e três filhas, hoje ela é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres.

De acordo com a lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Além disso, a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

Reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo na defesa dos direitos das mulheres, a Lei Maria da Penha trouxe muitos avanços ao longo desses anos, mas a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), vê com preocupação as propostas de alteração dessa lei que estão para serem votadas pelo Congresso Nacional, como o Projeto de Lei nº 07/2016.

A Fenapef alerta que as alterações irão gerar insegurança jurídica às medidas protetivas da mulher e causar gargalo nas apurações de crimes. O projeto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal modificando proposta já aprovada na Câmara dos Deputados, irá agora a julgamento pelo plenário do Senado.

O presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, chama atenção para uma modificação, em especial: a restrição ao termo “autoridade policial” estar sendo restrito apenas ao cargo de delegado de polícia, ao tratar da prerrogativa de expedir medidas protetivas. “Autoridade policial é um atributo concedido pelo Estado a todo agente público dos órgãos policiais definidos no art. 144 da Constituição Federal, necessário ao desempenho das atividades de segurança pública”, explica.

Boudens afirma haver inconstitucionalidade no artigo 12-B do PLC 07/2016, que pede a alteração. “Não cabe aos delegados expedir as medidas protetivas. Isso deve ser deliberado por quem tem poder constitucional para isso. No caso, um juiz, a fim de que não se enfraqueça uma lei tão significativa para as mulheres, vítimas constantes da violência doméstica”. A própria Maria da Penha manifestou-se contra essa mudança.

Maria da Penha reafirmou o pensamento de Boudens, dizendo que o texto do PLC, que muda a lei, caso aprovado, será passível de sofrer ações de inconstitucionalidade, “o que não é bom para a lei que leva o meu nome nem para as mulheres brasileiras. Além disso, o consórcio nacional de ONGs, o movimento de mulheres e as demais instituições do sistema de Justiça, já se posicionaram contrários às alterações”.

Em áudio divulgado nas redes sociais, Maria da Penha fez um apelo aos senadores para que o PLC 07/2016 “seja mais discutido e que possamos encontrar uma redação que seja consensual, permitindo a concessão de medidas protetivas de urgência com mais rapidez. No entanto, se for aprovado como está poderá sofrer ações de inconstitucionalidade”.

E acrescentou: “Tenho certeza de que todos se preocupam com as mulheres que sofrem violência doméstica, mas não podemos colocar a lei em risco votando apressadamente sem discussão com as mulheres e os demais integrantes do sistema de Justiça. Por isso, eu peço que o PLC 07/2016 não seja votado pelo Senado agora”, apelou Maria da Penha.

Agência Fenapef

(Fonte: https://www.fenapef.org.br/10-anos-da-lei-maria-da-penha/, data de acesso 10/08/2016)

Expressões que você deve parar de usar a partir de ontem

21 de setembro de 2014 | Estilo | Texto: Julia Oliveira, Isadora M. e Natasha Ferla | Ilustração: Julia Oliveira

Nós da Capitolina acreditamos na pluralidade dos seres humanos e no respeito à diversidade. Acreditamos que todas somos únicas e ao mesmo tempo fazemos parte de um grande grupo. Com base nesses ideais, repensamos muitas coisas na nossa vida, desde grandes ações até coisas que falamos na brincadeira. E, sem perceber, essas coisas que falamos “na brincadeira” reforçam estereótipos cruéis e sustentam ideias preconceituosas.

Para a coluna de hoje, nós reunimos algumas frases e expressões que achamos que devem ser deletadas do nosso repertório. Vamos tentar explicar por que elas são tão danosas para o universo da moda e da beleza. Mudanças de vocabulário podem parecer irrelevantes para alguns, mas fazem uma baita diferença no combate às discriminações estruturais. Você pode até não se sentir diretamente ofendido com o uso das expressões que apresentaremos, mas, bem, o mundo não gira em torno do seu umbigo, certo? Caminhamos juntas!

Cara ou roupa de pobre/favelada/mendiga/empregada

Quem já não ouviu essa? Usar roupa “x” ou “y” é proibido porque faz a gente parecer pobre, e tem coisa pior que isso? Quando falar que “fulana tá parecendo pobre”, saiba que está demonstrando puro elitismo, reforçando a ideia de que as pessoas pobres são bregas, se vestem mal, são relaxadas e sujas. Pasmem: os pobres se preocupam com estilo tanto quanto os mais ricos. A diferença é que um grupo não tem poder de compra e outro tem. E pode ser também que essa seja uma escolha consciente: qual o problema de usar uma roupa mais simples? Um chinelo azul e branco? Eu, hein, cada um usa o que pode e o que quer, e ninguém tem o direito de meter a colher.

“Não sou tuas nêga”

Você pode ter querido dizer que não é qualquer uma, que o jeito de lidar com você não é o mesmo com que os outros estão acostumados. Mas o que acaba saindo é muito pior e maior que isso. Essa expressão é totalmente ligada com a escravidão, quando as negras eram literalmente propriedade de homens brancos. Ela também reforça a associação direta da mulher negra ao sexo, como se ela fosse de todo mundo, como se o papel dela na sociedade fosse estritamente sexual. Pense: e se a expressão dissesse “não sou tuas branca”? Ela passaria a mesma ideia? Certamente não. É possível que ela jamais chegue a ser reproduzida.

Vale a pena também usar essa ponte para refletir sobre o mais novo seriado da Rede Globo, Sexo e as nega, que começa errado já no título e, não à toa, foi alvo de crítica e protesto.

“Cabelo de Bombril”, “carapinha”, “mafuá”, “pixaim”, “piaçava” e derivados

Existe uma ideia de que qualquer coisa relacionada ao corpo que desvie de um padrão eurocêntrico é considerada ruim. Isso acontece muito com os cabelos. Quem nunca ouviu falar em “cabelo ruim”? Você já reparou que cabelo ruim é sempre aquele que não é liso? Mas a verdade é que não existe cabelo ruim, cabelos são cabelos e pronto. É um ato extremamente racista dizer que mulheres negras precisam alisar os cabelos em ordem de serem consideradas bonitas e até higiênicas. Fazer isso é dizer para elas negarem as próprias origens e o próprio corpo. Quem mais se aproveita dessa ideia de cabelo ruim é a indústria dos cosméticos e da beleza, que sempre tem uma solução para problemas inexistentes. Cabelo crespo não é problema, o problema é o padrão de beleza excludente e eurocêntrico.

“Estampa étnica” e apropriações culturais

Que termo engraçado, “estampa étnica”… Parece que o que é diferente da sua cultura é anormal, como se nós mesmo não fôssemos parte de uma ou várias etnias também. Se toda estampa reflete a cultura de uma etnia, toda estampa é étnica, não só aquelas inspiradas na África e na Ásia. Somos tão globalizados, mas continuamos tão eurocêntricos…

Apropriação cultural também é uma coisa bem complicada. Muitas vezes estilistas transformam em hypeelementos de culturas que não são as dele, popularizando o uso de acessórios como cocares, turbantes e bindis, esvaziando a profundidade de significado que esses objetos têm em suas culturas. Por mais bonitos que sejam esses apetrechos, há coisas que não devemos usar porque é desrespeitoso usá-los sem entender ou acreditar no aspecto sagrado que eles possam ter. Isso é reduzir o valor de uma cultura, é esvaziar seu conteúdo e minimizá-la ao “exótico” e às aparências.

“Gorda” como xingamento

Infelizmente o valor das mulheres é frequentemente medido pela sua beleza. Se não estamos dentro dos padrões de beleza, somos taxadas de preguiçosas e indesejadas. Então muitas pessoas se ofendem quando são chamadas de gorda. O que seria pior do que ser colocada ao lado de um grupo que é visto com tão maus olhos? Usar “gorda” como xingamento é dizer às mulheres gordas que elas deviam ter vergonha delas mesmas. Ficar ofendida com “gorda” é uma resposta a esse mundo em que a aparência está acima de tudo, e não ser vista como parte do seleto grupo que se encaixa nos padrões de beleza vigente é a pior coisa do mundo. Mas a verdade é que não deveríamos nos sentir ofendidas com tal palavra. Pessoas gordas existem aos montes, superem essa. Não tem nada de errado em ser gorda.

“Eu e minhas amigas fazendo #gordice”

Parece que hoje em dia as pessoas não podem comer nada sem ter que tirar uma foto e colocar a hashtag #gordice. “O que gorda faz? Gordice”. Não, minhas amigas, pessoas gordas fazem tudo o que todo mundo faz: passeiam no shopping, estudam, trabalham, morrem de amores ao ver o Ryan Gosling, namoram e se apaixonam… Usar o termo “gordice” é reforçar a ideia de que tudo que as gordas fazem é comer, e, mais que isso, de que devemos sentir culpa ao comer. “Dar uma de gorda”, “fazer gordice” não é nada além do cotidiano ato comer. Todas as pessoas no mundo comem, isso não é exclusividade das gordas. Não merecemos julgamentos diferentes se o que comemos é salada ou chocolate, é tudo comida e cada um escolhe o que coloca dentro do corpo. Então da próxima vez que pensar em usar essa hashtag horrorosa, pense que tu tá só comendo, não tá fazendo nada de mais.

“Tá vestida assim por que? Quer seduzir alguém?”

A ideia de que podemos querer nos vestir só para nós mesmas parece ter dificuldade de entrar na cabeça das pessoas. Quando estamos um pouquinho mais arrumadas ou usando uma roupa diferente, só podemos querer alguma coisa com alguém. Não e não. Podemos mudar o jeito com que nos vestimos ou usar alguma coisa mais sexy apenas porque queremos nos sentir bonitas, sem pretensão alguma de impressionar alguém. Afinal, ninguém nos aguenta como nós mesmas, nada mais normal do que colocar a sua autoestima para cima, seja usando uma maquiagem diferente ou uma camiseta nova.

“Você tá parecendo um traveco”

Quando uma menina alta está de salto ou muito maquiada, tem uns infelizes que soltam “cê tá que nem um traveco!”. Primeiramente, o termo correto é “travesti”, que deve ser acompanhado do artigo feminino, e não masculino. Ou seja, “a travesti”, não “o travesti”. Além disso, ser travesti está colocado aqui como algo depreciativo. O pensamento é que “parecer um travesti seria ter traços masculinizados, e deus me livre mulher parecer um homem!” Acontece que travesti não é homem. A ideia de que as aparências estão ligadas ao gênero é errada e ultrapassada.

Em contraste, existe o termo “coisa de menininha” para designar objetos ou atividades ligadas ao estereótipo feminino. Nessa lógica ridícula, maquiagem é coisa de menininha, assim como uma blusa rosa de babados. A única coisa que te torna menina ou menino é sua própria identificação, nada mais.

“Batom vermelho é coisa de vagabunda!”

Não há como negar que a cor vermelha é uma cor intensa. O problema é que muitas pessoas acham que não se pode usar nada colorido ou de cor forte porque é feio, brega e socialmente pejorativo. Esse pensamento foi herdado do tempo em que só as prostitutas usavam maquiagem carregada e batom vermelho. E ser prostituta era ser vagabunda, algo abominável, uma afronta às “famílias de bem”. Mas ser “vagabunda” não deveria ser utilizado como adjetivo depreciativo, porque as prostitutas são dignas de respeito e nossas vidas sexuais não devem ser julgadas. Peças de roupa, sapato, acessório e maquiagem não determinam quem somos!

“Me empresta o lápis cor de pele?”

Todo mundo já se deparou com um de lápis de cor ou alguma tinta que tinha o nome de “cor de pele”. E muitas pessoas até hoje acham que aquele rosa claro, ou bege, é realmente a cor de uma pele. O problema é que não existe uma única cor de pele, existem várias! Ou você acha que todo mundo é rosa/bege? Como fica a pele negra nesta história?

“Oriental é tudo igual…”

Você já deve ter escutado algo do tipo: “aquela menina tem olhos puxados, mas não sei se é japonesa, coreana, chinesa… afinal, oriental é tudo igual”. Pois bem, para algumas pessoas pode ser difícil diferenciar as variadas etnias asiáticas, mas não pense que “todo oriental é igual”, porque não é. Nosso cérebro tende a estranhar características com as quais não estamos acostumados. Então alguém que não é oriental pode ter o pensamento de que todos os orientais são iguais porque não estamos familiarizados com os traços orientais, assim como os orientais também podem estranhar traços distintivos ocidentais.

“Mesmo sendo negra ela é linda” e “Você é linda de rosto”

O cruel padrão de beleza dita que pessoas bonitas são sempre brancas e nunca negras. Magras e nunca gordas. Dizer que uma pessoa é linda de rosto, é o mesmo que dizer “você é linda de rosto, mas seu corpo é horrível”. Da mesma forma, “você é linda mesmo sendo negra” é como “você é linda mesmo não sendo branca”. Ou seja: infelizmente o padrão de beleza ainda exclui muitas pessoas. Porém sabemos o quão errado, ultrapassado e preconceituoso é esse tal de padrão de beleza. Se uma pessoa é negra e gorda, isso significa estritamente que ela é negra e gorda, não feia. Existem inúmeras belezas, não só a magreza e a pele branca, o cabelo liso e os traços europeus.

“Pele boa é pele lisa”

Vamos lá: quem nunca sofreu por causa de uma espinha? Ou aquela manchinha depois que a espinha vai embora? Ter espinhas, pintas, manchas, cravos, poros e pelos faz parte do corpo humano. O que acontece é que desse corpo humano é cobrada cada vez mais a perfeição, só que a perfeição não existe! Nós somos naturalmente imperfeitos e temos a mania de querer corrigir o que é “errado”. Pele boa é aquela sem nada, cabelo bom é aquele sem ondas, corpo bom é aquele sem gorduras: não. Isso tudo faz parte de uma idealização, impossível de ser atingida. Manchas, espinhas e outros problemas dermatológicos aparecem com o tempo. Alguns vão embora, você pode querer escondê-los ou não, mas o importante é não achar isso algo anormal e que não acontece com ninguém. Pele boa é a que te protege, é a sua própria pele, essa aí, por todo o seu corpo. É só saber protegê-la para não correr riscos de saúde.

EQUIPE

JULIA OLIVEIRA - Coordenadora de Estilo. Ilustradora

Julia Oliveira, atende por Juia, tem 22 anos e se mete em muitas coisas, mas não faz nada direito — o que tudo bem, porque ela só faz por prazer mesmo. Foi uma criança muito bem-sucedida e espera o mesmo para sua vida adulta: lançou o hit “Quem sabe” e o conto “A ursa bailarina”, grande sucesso entre familiares. Seu lema é “quanto pior, melhor”, frase que até consideraria tatuar se não tivesse dermatite atópica. Brincadeira, ela nunca faria essa tatuagem. Instagram: @ursabailarina

ISADORA M. - Coordenadora de Ilustração. Colaboradora de Artes, Colaboradora de Estilo, Ilustradora

Isadora Maríllia, 1992. Entre suas paixões estão: Cookie Monster, doces, histórias de espiãs (como Harriet The Spy e Veronica Mars), gatos e glitter. No entanto, detesta bombom de abacaxi e frutas cristalizadas.

NATASHA FERLA - Coordenadora de Cinema & TV. Colaboradora de Estilo, Audiovisual

Natasha tem 23 anos e segundo um taxista paulista não tem sotaque gaúcho. Cursou cinema e tenta se inspirar em Leslie Knope, mas sabe que sempre acaba sendo Ron Swanson ou April Ludgate. Escreve menos do que deveria e trabalha com produção audiovisual.

(Fonte: http://www.revistacapitolina.com.br/expressoes-que-voce-deve-parar-de-usar-partir-de-ontem/, data de acesso 10/08/2016)