Recentemente fomos acompanhar uma amiga ao consultório médico estava com suspeita de gravidez, ela muito preocupada porque já está com 45 anos de idade. Enquanto aguardávamos vimos com surpresa chegarem vovós quase com a idade dela ou até menos algumas, acompanhadas de mamães adolescentes, com seus bebês em carrinhos, no colo, com mamadeiras, troca de fraldas, acalmando choro de nenê.
Algumas dessas mãezinhas pareciam meio distante dos fatos, não muito envolvidas com os cuidados de seus filhinhos. Todavia as avós mais pareciam muito envolvidas, atentas e, percebia-se preocupadas com a filha adolescente.
Uma não estava “criando leite” disse... Outra disse que estava triste porque o pai (colega de aula) e avós paternos da bebê não queriam saber de nada... Outra o bebê chorava e ela pergunta tudo, sempre aflita para mãe: “será que ela vai melhorar? E beijava sua filhinha!” As avós entre si não conversavam apenas se entreolhavam, algumas com meios sorrisos, outras muito caladas de olho na filha e no bebê! Fomos chamadas logo, fiquei na antessala, minha amiga foi consultar com a ginecologista obstetra... Não, não era gravidez, disse, preciso fazer alguns exames para diagnósticos etc. Entreolhamo-nos sorrindo de ver aquele quadro de “avós jovens e mamães adolescentes, e seus bebês”.
Ela disse: eu aqui pensando ainda em ser mãe, e elas aprendendo a ser avós de netos das filhas adolescentes!
Esta é a vida real, que muitas pessoas desconhecem mas as estatísticas são reveladoras. Cada vez mais precoce está a vida sexual de adolescentes, e sem cuidados para a gravidez e tão pouco para as doenças venéreas e HIV etc.
Está na hora de se rever o sistema educacional? Está na hora dos Pais e Mães se anteciparem na educação sexual de seus filhos? Há que se ter mais controle nos ambientes que frequentam, onde haja muita permissividade? O que estimula tanto: A INTERNET OU OS PROGRAMAS DE TV? São bebidas alcoólicas ou drogas que estimulam precocemente a adolescência? Estão os profissionais médicos preparados para atender adolescentes grávidas, e papais e mamães adolescentes? Estão os/as avós preparados para darem suporte aos /as netos/as e filho/as precoces? Como será a vida destes bebês? Para exemplificar e se debater apensamos duas matérias/artigos sobre o tema. Nossos votos que essas “mãezinhas e paizinhos, junto com seus filhinhos” sejam muito felizes, exemplos de família amorosa e que crescerão junto com muita harmonia. Parabéns as vovós jovens que apoiam suas filhas e assumem seus netinhos.
Apensamos duas leituras com informações obre o tema. E trazemos outras noticias e informações, esperamos que você aprecie.
Receba nossos votos de que ano 2017 seja promissor e cheio de muitas alegrais e realizações e o abraço de Elisabeth Mariano e equipe JMB.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Em maio de 2015- Brasil tinha cerca de 1,3 milhão de jovens que nem estudam nem trabalham; 59,1% são meninas
07 de maio de 2015 - Jornalista Pricilla Honorato
Das jovens mães entre 15 e 17 anos com pelo menos um filho, apenas
uma em cada quatro continua estudando (25,3%). É o que mostra um
levantamento do movimento Todos Pela Educação (TPE), com base nos dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Confira os dados
completos aqui.
Natural da Bahia, em 2014, Tamires de Souza Santos, então com 18 anos, migrou para São Paulo ao lado do marido, em busca de uma vida melhor, “com mais condições”, conta ela. Estabelecidos na metrópole, as mudanças não demoraram a acontecer: uma nova vida, literalmente. Tamires espera uma menina para o mês de julho.
A gravidez não deveria, mas interrompeu o sonho da jovem de concluir a Educação Básica. Com o Ensino Médio incompleto, Tamires não retomou os estudos em São Paulo por acreditar que não fosse permitido. “Como fiquei grávida, achei que não podia porque eu ia ter que sair para ganhar o bebê e cuidar dele”, explica.
A gravidez precoce também afastou Rayane Hecher, de Cachoeira de Itapemirim, Espírito Santo, da escola. Grávida aos 14 anos, Rayane decidiu abandonar a escola “com medo de que pudesse sofrer algum acidente”. Hoje, com 15 anos, a adolescente ainda não retomou os estudos, mas pretende.
Tamires e Rayane fazem parte do grupo de mães jovens que não concluíram a Educação Básica. O conjunto é heterogêneo e abriga mães que já haviam parado de estudar e não conseguiram retomar com o surgimento da maternidade, mães que desistiram após engravidar ou ainda aquelas que desistiram depois de dar à luz.
O levantamento, que trabalha com dados de 2013, considerou apenas jovens entre 15 e 17 anos que estavam fora da escola. De acordo com esse recorte, cerca de 1,3 milhão de jovens nessa faixa etária não estudavam nem trabalhavam – são os chamados “nem-nem”. As meninas eram maioria nessa população, 59,1%. Dessas, aproximadamente um terço tinha pelo menos um filho.
Desde que nasceu, há um ano, o filho de Rayane ocupou parte fundamental da vida da jovem. “Eu não voltei para a escola porque, naquele momento, queria dar prioridade a ele”, declara. Ela decidiu permanecer em casa “por um tempo”. O plano é retornar à escola assim que a criança completar 2 anos e, futuramente, se tornar webmaster (profissional que faz a programação de sites de internet).
O problema dessa interrupção nos estudos é que ela pode resultar em duas situações: abandono escolar ou distorção idade-série. Observando os dados sobre as jovens fora da escola que não têm filhos em comparação àquelas que os têm, é mais frequente a retomada dos estudos no primeiro grupo. Entre 2012 e 2013, entre as adolescentes que não trabalhavam nem estudavam, enquanto o número das que eram mães e concluíram o Ensino Médio caiu, entre as que não tinham filhos houve aumento na conclusão dessa etapa de ensino.
Kelly Souza, de 17 anos, também resolveu ficar um tempo fora da escola. Diferente de Rayane que ainda não voltou a estudar, a jovem está cursando o 2º ano do Ensino Médio em uma escola pública, em Diadema. Mãe aos 14 anos, ela conta que passou um ano em casa para se adaptar a nova fase da vida.
O tempo longe da sala de aula ocasiona aquilo que os especialistas chamam de distorção no fluxo escolar. O problema está contemplado na meta 7 do Plano Nacional de Educação (PNE), cuja proposição é fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades, melhorando o fluxo escolar e a aprendizagem.
Para evitar que adolescentes mães deixem a escola por um período ou
para sempre, Clóvis Boufleur, gestor de relações institucionais da
Pastoral da Criança, defende que haja diálogo sobre as consequências
para a vida da jovem. “Ela precisa continuar na escola. Sair diminui as
chances de a estudante ter sucesso na vida profissional. Entre estudar
ou trabalhar, que estudar seja a prioridade”. Para ele, isso passa pelo
apoio tanto da família como da comunidade escolar. Leia mais sobre
apoio às estudantes grávidas aqui.
De volta à escola, Kelly conta porque retomou os estudos. “Voltei para poder ajudar o meu filho a estudar quando ele estiver na escola. E também por causa do meu futuro profissional”. O desejo de concluir também é manifestado por Tamires, que veio da Bahia para melhorar de vida. “Estou agoniada sem estudar. Terminar os estudos seria o orgulho dos meus pais”.
O ingresso em atividades da vida adulta de forma precoce, em detrimento da continuidade dos estudos, terá um impacto na vida escolar e profissional dessas jovens, aponta Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do TPE. “A escola precisa de uma rede de políticas sociais de apoio aos alunos com entornos mais vulneráveis que impeçam que as circunstâncias e carências no cotidiano dos jovens os conduzam para fora da escola”, pondera.
A não garantia de direitos dificulta a continuidade ininterrupta da trajetória escolar das mães adolescentes, aponta Boufleur. “As escolas não disponibilizam, não sabem ou pelo menos não deixam claro em seus estatutos quais são os direitos das estudantes adolescentes”, critica.
Três anos após a gravidez, Kelly garante que não sabe seus direitos até hoje. A jovem conta que, quando se tornou mãe, estudou em casa durante um mês, mas as lições por ela feitas nesse período não foram aceitas pelos professores. O único direito que lhe foi assegurado não foi cumprido. “A direção escolar disse que a minha vaga seria guardada, mas não ocorreu como o prometido. Eu tive que voltar à fila das vagas sem preferência alguma”, relembra.
“Há desconhecimento generalizado entre professores, diretores e alunos sobre a licença maternidade escolar, que garante quatro meses de afastamento para a aluna gestante”, afirma Boufleur. “É uma lei de 1975, os educadores deveriam saber”, afirma.
Dayane Silva, de 16 anos, é mais uma jovem mãe. A dois meses de dar à luz, ela cursa o último ano do Ensino Médio em uma escola estadual, também em Diadema, e ainda não sabe quais direitos a resguardam. “Sei que tenho que conseguir algum atestado, mas não sei onde e quando”, conta. “Soube disso porque todas minhas amigas grávidas me disseram e não a equipe escolar”, esclarece. Sobre a possibilidade de realizar algumas tarefas escolares em casa, ela também está confusa.
A lei que protege as mães estudantes é a de n° 6.202. O texto assegura o direito das estudantes grávidas se ausentarem por quatro meses da escola, a partir do oitavo mês de gestação. A Lei n° 1.044 complementa a anterior e estabelece que estudantes com licenças de saúde - grupo onde as adolescentes grávidas se encaixam - têm o direito de fazer “exercícios domiciliares com acompanhamento da escola” para compensar a ausência em sala de aula.
Prevista na Emenda Constitucional n° 59, outorgada em 2009; e na meta 3 do PNE, a Educação dos jovens entre 15 e 17 anos é obrigatória e deve ser universalizada até 2016. Contudo, em 2013, 21,6% dos jovens dessa faixa etária não frequentavam a escola.
Para Alejandra, o número expressivo de jovens fora da escola reflete a desconexão entre a realidade do aluno do Ensino Médio e a instituição escolar. “As dificuldades encontradas pelos jovens para acompanhar os estudos e a falta de conexão entre o que se aprende na escola e o os saberes necessários para a vida provoca o desinteresse dos alunos”, sustenta.
O acúmulo de dificuldades no decorrer do Ensino Fundamental, pondera Haroldo de Gama Torres, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), também é um dos fatores que influenciam na evasão. “A universalização ainda é difícil porque o aluno vem com muitas carências desde o Ensino Fundamental; quando ele chega ao Ensino Médio e precisa aprender sobre matérias complexas, pode haver um grande abismo aí“, explica.
E o especialista alerta: recolocar os jovens na escola não é uma tarefa simples. “Inserir o jovem de volta na escola é muito difícil, principalmente em idades mais avançadas, porque ele se sente deslocado. A alternativa mais eficiente é melhorar o Ensino Fundamental desde a base para que não haja esse 'buraco'”, orienta.
Aos que desejam recuperar o tempo perdido, a alternativa é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), como no caso de Tamires, que pretende procurar vagas nessa modalidade de ensino. “Agora que sei que posso estudar, quero voltar, mas voltar para o EJA para ir mais rápido”, aponta a jovem mãe.
Escrito para o BabyCenter Brasil
Aprovado pelo Conselho Médico do BabyCenter Brasil
Por Fernanda Ravagnani
Você pode continuar estudando normalmente durante a gravidez e, a partir do oitavo mês, terá direito, por lei, a quatro meses de licença-maternidade.
Nesses quatro meses de licença-maternidade, você não precisará ir à escola ou à faculdade, e poderá fazer os trabalhos e as provas em casa.
A lei que garante esse direito é a 6.202. É bom conversar na secretaria da escola ou da faculdade antes para saber como será o esquema, e exigir o direito. Você precisará apresentar atestado médico.
Os quatro meses de afastamento podem ser estendidos no caso de você precisar ficar de repouso, por exemplo. Mas, segundo Neide de Aquino Noffs, coordenadora do curso de psicopedagogia da PUC-SP, na faculdade as alunas costumam frequentar as aulas sem problemas até o finalzinho da gravidez.
Se você tirar a licença-maternidade de quatro meses e fizer os trabalhos e provas em casa, continuará pagando normalmente a mensalidade. É como se você estivesse indo às aulas.
Para quem está na faculdade, existe também a opção de trancar a matrícula. Aí você não vai precisar pagar a mensalidade, mas por outro lado vai ficar realmente afastada do curso, e a formatura vai atrasar.
Você decide a duração do afastamento -- pode ser um semestre, dois ou mais. Só que o risco de acabar desistindo de voltar é maior, e isso não é legal para o seu futuro.
Caso você tranque no meio do semestre, quando voltar terá de cursar (e pagar) aquele semestre desde o começo.
"Dependendo do tipo de curso e da época do ano, às vezes vale mais a pena trancar a matrícula", explica a professora Neide Noffs.
É uma decisão que depende muito do caso específico. Preparamos uma pequena lista para ajudá-la a pensar nos fatores:
Pode valer mais a pena sair de licença quando:
Pode valer mais a pena trancar a matrícula quando:
Se você acabou não fazendo nenhuma das duas coisas e simplesmente deixou de frequentar as aulas, sempre é tempo de conversar na administração da escola ou da faculdade, para achar a melhor solução.
Com ajuda e paciência, você tem tudo para conseguir estudar e cuidar da gravidez até ter o seu bebê.
É preciso prestar bastante atenção na alimentação e fazer o pré-natal desde o começo. Pode ser que você precise faltar às aulas de vez em quanto por conta do mal-estar e do cansaço, mas, com a ajuda dos amigos e dos professores, dá para acompanhar o que perdeu.
Quando isso acontecer, pense que o dia seguinte será melhor. Os níveis de energia variam muito na gravidez, assim como o seu estado de espírito, por isso não tome nenhuma decisão sem pensar muito bem. A professora Neide Noffs dá alguns conselhos:
Mantendo esse vínculo, você não fica tão isolada num mundo de fraldas, combate o estresse tão comum no pós-parto e perde aquela sensação de que não vai conseguir acompanhar a classe quando voltar.
Algumas escolas e faculdades têm certa infraestrutura para alunas com bebês, como creche ou lugar para amamentar. Informe-se direitinho antes de o bebê nascer para já pensar num jeito de conciliar o estudo e a amamentação.
Você e o pai do bebê também podem alternar os horários, assim enquanto um estuda ou trabalha de dia, o outro fica com o bebê, e o contrário à noite.
O sono é marca registrada da gravidez, principalmente no começo e no final, e dificulta bastante a vida de quem estuda (mais ainda de quem estuda E trabalha!).
Quando a coisa estiver muito difícil, tente aproveitar um intervalo entre as aulas para encostar a cabeça e fechar os olhos, nem que seja só por 15 minutos.
Esse é um dos motivos para explicar por que é bom que os coordenadores da escola ou faculdade saibam que você está grávida. Desse jeito, há mais chance de os professores entenderem sua necessidade de dormir, e talvez vocês possam chegar a alguma alternativa que funcione melhor (mudar o horário da aula, fazer o trabalho em casa etc.).
Por falar em trabalhos, faça de tudo para evitar que eles se acumulem ou fiquem para a última hora (nunca se sabe como você vai estar se sentindo naquele último dia antes do prazo). O que você pode fazer é sempre se mostrar interessada nas aulas, o que pode colaborar para a boa vontade dos professores.
A atividade física até ajuda a melhorar seus níveis de energia. Por isso você não precisa ser dispensada das aulas de educação física: basta adaptar algumas atividades que possam ser mais perigosas.
Lembre-se também de comer bem. Às vezes a anemia pode estar roubando o que resta das suas forças. Só não adianta se entupir de café e refrigerante, porque aí não vai ser legal nem para você nem para o bebê.
É absolutamente normal que isso aconteça. A chegada de um bebê não é coisa pouca. Mas pense que isso também acontece com quem trabalha: muitas vezes fica difícil se concentrar, e é melhor ficar sonhando com o nome, com o quartinho, com a carinha que ele vai ter... Ou então quebrando a cabeça com as complicações: onde morar, casar ou não, como pagar tanta coisa...
Todo mundo passa por isso, e as mulheres que trabalham acabam tendo que segurar a barra das duas coisas. Faça o máximo para conseguir a mesma coisa. Pode parecer uma frase absurda, mas a obstetra Isabel Pinhal, da Maternidade-Escola da UFRJ, diz com todas as letras: "Filho não é projeto de vida."
Neste momento, você só consegue pensar no bebê, mas o tempo vai passar e daqui a 20 anos ele estará na faculdade, talvez tão independente quanto você é hoje, e você ainda terá muita coisa para fazer da vida. Invista agora na sua formação e no seu futuro, para não ter de começar do zero lá para a frente.
Com 40 e poucos anos, você estará cheia de energia, mas pode ser bem mais complicado para mudar de carreira ou iniciar uma nova atividade profissional, além da de mãe.
Leia na íntegra a entrevista de Eric Madfis e sobre os estudos dele sobre este tema!
Transcrição parcial: “Eric Madfis: Eu certamente não acredito que o feminismo aumentou a violência masculina. Os estudos que trataram desse tema em geral descobriram que, nos últimos 50 anos, a taxa de violência entre homens e mulheres permaneceu bastante estável (com as taxas masculinas sempre muito mais altas do que as femininas). Não há nem mesmo evidência de que movimentos feministas desde a década de 60 realmente alteraram as taxas de crimes entre homens e mulheres.”
Entrevista com titulo original: ‘Despreparo do homem heterossexual branco para lidar com fracasso o leva à violência’ autoria: André Cabette Fábio, 08 Jan 2017 (atualizado 08/Jan 01h47) em NEXO JORNAL
Em entrevista ao 'Nexo, o pesquisador Eric Madfis afirma que homicídios em massa são uma maneira de “reafirmar a própria masculinidade” para quem “falhou em fazê-lo de outras formas” sobre “...um ensaio publicado em 2014 na revista acadêmica “Homens e Masculinidades”, o professor Eric Madfis, do departamento de Trabalho Social e Justiça Criminal da Universidade de Tacoma”...
Publicado por Wagner Francesco
Ontem recebi um email de uma amiga pedindo ajuda. Fiz a promessa que iria ajudar e pedi: "posso tornar público esse fato?". Ela disse: "sim, claro. Por favor".
Antes de começar a contar o caso, veio em minha mente uma história interessante que a Bíblia mostra - e que revela, exatamente, onde nós homens ficamos quando as mulheres são apedrejadas: escondidos e protegidos.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, redarguidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. (João 8:3-9)
A grande pergunta é: se ela foi pega em adultério e a lei fala que os adúlteros deveriam ser mortos - Levítico 20:10 - então cadê o homem na história? Ora, Levítico diz que "morrerá o adúltero e a adúltera". Eu não ficaria espantado se o adúltero estivesse ali, com a pedra...
Mas vamos à nossa história.
A questão toda é: o rapaz quer pagar a pensão, no valor que ele acha que deve pagar - dependendo da boa vontade dele. E mais: diz que não dará atenção para a filha e que elas, a mãe da criança e a criança, que se virem sozinhas... E a coisa fica pior: considera a mulher sem inteligência e estúpida por não ter feito o aborto.
E vocês pensam que são poucos os homens que exigem que a mulher faça o aborto? São muitos! E quando não conseguem convencer a mulher a fazer - ou fazem na força - abandonam a mulher e a criança. É o chamado Aborto Masculino, que se configura assim: abandonar os filhos gerados ou já nascidos, ignorando como vão sobreviver. É o tipo: "não quero nem saber. Assuma sua coisa. Você não quis?"
Certo: ninguém tem a obrigação de ficar com ninguém, mas não é só com Pensão Alimentícia que alguém se torna pai. Aliás - espaço para um desabafo - morro de ódio quando vejo alguém ser elevado ao patamar de "pai bondoso e presente, pois não deixa faltar comida". É preciso mais para ser bom pai: dirigir a educação e exercer a guarda, por exemplo. Estar presente na vida do filho, manter contato, ter a criança na sua companhia, telefonar, ir a reuniões escolares, levar ao médico, etc.
Mas só quer dar a pensão? Beleza. Boa parte da doutrina do Direito das Famílias fala na fixação dos alimentos de acordo com o trinômio necessidade x possibilidade x proporcionalidade. Mas o que deve mesmo ser levado em conta para se estimar o valor dos alimentos são as necessidades do alimentando: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer... Tá pensando que é só colocar "feijão na mesa"?
Mas e essa parte do pensamento do rapaz: "se quiser alimento eu dou, mas não sou obrigado a mais nada. Crie sua filha e me deixe em paz"? Recentemente um pai foi condenado porque não se fez presente na vida da filha e teve que pagar R$ 5 mil por Abandono Afetivo. Eu sou um dos que não recebe muito bem essa coisa de indenização por Abandono Afetivo, mas ele existe e os tribunais estão dando! Não dá pra fazer filho e dizer: "ele é só seu. Assuma - e suma da minha vida".
E por fim, o aborto. Ele cometeu ou não cometeu crime ao induzir a moça ao cometimento do aborto? Não. Não existe o crime de induzimento ao aborto - o que existe é a tentativa de aborto. Se ela tentasse o aborto, ele responderia criminalmente. Se ela abortasse, ele responderia criminalmente. Se ele deu a ideia e ela não seguiu, ele não responde por nada criminalmente.
Crime não cometeu, mas mostrou exatamente como muitos homens pensam: são contra o aborto dos outros. Fazem filhos e dizem que os filhos são só da mulher... Tal como no tempo de Jesus, só quem leva as pedradas da vida são as mulheres - e são os homens que as jogam!
Wagner Francesco - Theologian and Human Rights Activist
Nascido no interior da Bahia, Conceição do Coité, Teólogo e Acadêmico de Direito. Pesquiso nas áreas do Direito Penal e Processo Penal.
“Estar com você mesma pode ser mais divertido do que você imagina...Veja nossas dicas!”
“Quando o relacionamento termina fica aquele vazio, especialmente pelo "outro" e a rotina construída, mesmo que não intencionalmente, não existirem mais. Com isso, vem aquela sensação de abandono e solidão, porém, nos esquecemos que a melhor companhia que se pode ter somos nós mesmas. Ou seja, é possível ser solteira e feliz sim!
Fazer o que bem entende, na hora que quiser, e com quem quiser, sem precisar dar explicações a ninguém é uma das suas grandes vantagens. Além disso, estar a sós com você mesma permite o autoconhecimento, essencial para um próximo relacionamento, mesmo porque amor próprio nunca é demais e sempre estará em primeiro lugar, não é mesmo?
Você não precisa desistir dos seus planos de casar e construir uma família, mas enquanto isso não acontece, estar sozinha pode ser muito mais divertido do que se pensa. Veja abaixo algumas dicas de como aproveitar a solteirice numa boa e principalmente, se curtir!
Faça aquela viagem que você sempre quis, sozinha ou com amigos. Planejar uma viagem e esperar por ela com aquele friozinho na barriga é uma sensação maravilhosa. E se não for possível viajar, aposte naquele curso pra dar um up na sua carreira.
Estar solteira não significa necessariamente se jogar no bar e na balada. Que tal selecionar o que realmente vale a pena e economizar, guardando pra quando você quiser comprar uma roupa nova ou ir ao show daquela banda que você ama?
Cuidar da mente e do corpo é imprescindível em qualquer situação, pois nos deixa lindas por dentro e por fora. Então ao invés de ficar pensando no que passou, pratique uma atividade física, vá fazer aquele tratamento estético que você estava de olho ou até mesmo uma aula de meditação. O que vale é você se sentir bem, independente de onde for.
Ficar em casa aos finais de semana pode ser divertido sim. Você aproveita pra colocar em dia sua série favorita, assiste filmes, lê um livro, inventa receitas e a principal parte: pode ficar ao lado da sua família, que estará sempre ao seu lado, seja nos momentos bons e ruins.
O lema é permitir-se! Se aquela sua amiga tem uma turma de amigos que você ainda não conhece, vai fundo! Novas pessoas nos trazem novas histórias também, além de oportunidades. Não há nada de mal em conhecer pessoas interessantes que também possam fazer parte da sua vida.
E o mais importante de tudo: não desanime!”
“Aposentadoria é tempo para descanso e brincadeiras com os netos. Entretanto, este cotidiano de sonhos pode virar pesadelo para muitos. A vida dos idosos está longe de ser tranqüila e distante de preocupações, como pode parecer. Um estudo das universidades federais do Rio Grande do Sul e de Pelotas investigou os principais sintomas depressivos apresentados pela população idosa. Mulheres, indivíduos com idade avançada e baixa escolaridade são as maiores vítimas da depressão na terceira idade.
A pesquisa, publicada na Revista de Saúde Pública (Volume 38, nº3), abordou 583 pessoas com mais de 60 anos, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas (RS). Objetivando avaliar a freqüência de sintomas depressivos e identificar fatores associados à ocorrência desses sintomas, a pesquisa associou sintomas depressivos às variáveis demográficas, socioeconômicas e comportamentais.
A falta de disposição para realizar atividades cotidianas foi o sintoma mais citado pelos idosos: 73,9% dos entrevistados relataram esta característica. E os grupos que mais manifestaram os sintomas da depressão foram: mulheres, indivíduos mais velhos, com menor escolaridade, sem trabalho remunerado, fumantes e os que sofreram morte de familiar ou pessoa importante no último ano. "Nessa faixa etária há uma diminuição da resposta emocional (erosão afetiva), acarretando um predomínio de sintomas como diminuição do sono, perda de prazer nas atividades habituais, ruminações sobre o passado e perda de energia", explicam os pesquisadores.
Mesmo fazendo parte de uma entidade patológica importante, a depressão é pouco estudada, pelo fato de ser de difícil medição e identificação, o que só aumenta a gravidade do problema: "Apesar de sua relevância, a depressão é uma morbidade de difícil mensuração, especialmente em estudos epidemiológicos. Isso se deve ao fato de que o quadro depressivo é composto de sintomas que traduzem estados de sentimentos que diferem acentuadamente em grau e, algumas vezes, em espécie", destacam os pesquisadores.
Assim como para outras doenças de caráter crônico, a escolaridade se mostrou como fator de proteção para a depressão na terceira idade. Relação semelhante foi encontrada no quesito trabalho remunerado: idoso que trabalha tem menos chances de desenvolver depressão. "Devido à desvalorização que o idoso sofre na sociedade, principalmente nos países em desenvolvimento, este achado pode indicar que aqueles que se mantêm no mercado de trabalho continuam se sentindo úteis à comunidade", ressalta o estudo.
Quanto ao hábito de fumar e sua relação com a depressão, o estudo constatou que fumantes têm mais chance de manifestar sintomas depressivos. Além disso, os autores lembram que outros pesquisadores já haviam relatado que o fumo, freqüentemente, está associado a algum tipo de transtorno de ansiedade ou depressão. "A maior média de sintomas depressivos entre fumantes atuais no presente trabalho pode servir como um impulso para futuros estudos epidemiológicos e neurobiológicos focados exclusivamente na relação tabaco versus depressão", dizem os pesquisadores.
Somado a isso, os pesquisadores ainda consideram o cotidiano socioeconômico no qual vive o idoso, principalmente em países ditos em desenvolvimento, como o Brasil. Muitos idosos, nesses países, são responsáveis pelo sustento da família, seja através da participação no mercado de trabalho, seja através de rendimentos, como aposentadorias, por exemplo. O estudo lembra que, enquanto nos países desenvolvidos o aumento da população idosa é acompanhado por melhorias de suas condições de vida, nos países em desenvolvimento a situação é diferente: "nesses países a população idosa vem aumentando em um cenário de pobreza e despreparo", aponta a pesquisa.
De acordo com os pesquisadores, o fato de os sintomas depressivos terem sido encontrados em altas proporções nos idosos ressalta a importância de que os profissionais avaliem as sintomatologias específicas dos idosos, que parece diferente da verificada nos adultos jovens. "Os profissionais de saúde devem ser capacitados a reconhecer as formas mais comuns de apresentação das síndromes depressivas em idosos, dando mais subsídios às investigações médicas rotineiras e permitindo intervenções precoces e eficazes", concluem os pesquisadores.”
Fonte: Agência Notisa - Publicado em: 12/12/2004
A rã fervida gastou toda a sua energia para adaptar-se às circunstâncias, por isso, quando chegou o momento crítico, não sobraram forças para que se salvasse.
A síndrome da rã fervida faz referência ao desgaste emocional que surge quando nos encontramos presos em situações de maus-tratos das quais acreditamos que é impossível escapar, e por isso aguentamos e aguentamos, até sairmos queimados.
Digamos que, pouco a pouco, vamos nos prendendo em uma espécie de círculo vicioso que nos machuca mental e emocionalmente até o ponto de nos deixar sem forças.
Foi Olivier Clerc, escritor e filósofo francês, quem criou, em uma linguagem simples, acertada e ilustrativa, a fábula da rã fervida. Vejamos com mais detalhes no que consiste e como podemos aplicar seus ensinamentos em nossas vidas.
A fábula é baseada em uma lei física real que diz que “se a velocidade de aquecimento da temperatura for menor do que 0,02ºC/minuto, a rã fica quieta e morre ao final da cocção. Em uma velocidade maior, a rã salta e escapa”.
Assim, como explicou Oliver Clerc, se colocarmos uma rã em um recipiente com água e começarmos a aquecê-la pouco a pouco, a rã irá ajustando paralelamente a sua temperatura corporal de forma gradual.
Quando a água estiver chegando ao seu ponto de ebulição, a rã não conseguirá mais ajustar sua temperatura, e por isso tentará saltar.
No entanto, tristemente, a rã não será mais capaz de pular, pois terá gasto sua força e energia para ajustar sua temperatura, e não terá mais o ímpeto necessário para conseguir escapar.
Como consequência óbvia, a rã morre fervida sem fazer nada para saltar e se salvar.
Agora devemos nos perguntar o que matou a rã: foi a água fervendo ou foi a sua incapacidade de decidir adequadamente em que momento deveria saltar?
Certamente se a tivéssemos mergulhado em uma panela a 50 ºC, ela mesma teria dado um grande salto com o objetivo de se salvar. No entanto, enquanto tolerava o aumento da temperatura, ela não pensou que podia e devia sair dali.
Quando a deterioração emocional é muito lenta, passa inadvertida por nós.
Isso justifica que não reajamos e não nos oponhamos, e que acabemos nos afogando por respirar um ar tóxico que nos envenena pouco a pouco.
Neste sentido, é comum ser vítimas da síndrome da rã fervida em certos tipos de relações amorosas, no trabalho, na família, com os amigos e até em outros entornos sociais.
Assim, quando a dependência, o orgulho, o egoísmo ou as exigências se manifestam com conta-gotas, fica muito difícil dar conta do quão prejudicial pode ser nos mantermos neste lugar.
Poder ser que inclusive classifiquemos como agradável que nosso parceiro precise de nós a todo momento, que nosso chefe confie em nós para nos designar certas tarefas, ou que nosso fiel amigo demande nossa atenção constantemente.
No entanto, a longo prazo, as exigências vão minando a nossa capacidade de reação e resposta, fazendo com que esgotemos nossas forças e nossa habilidade para ver que na realidade não se trata de uma relação saudável.
Este processo de adaptação silenciosa ao mal-estar nos deteriora e faz com que percamos o controle de nossas vidas, pouco a pouco e de maneira muito sutil. Isso nos impede de ser conscientes e de nos prepararmos para dar uma resposta que realmente se ajuste a nossas necessidades.
Por esta razão é essencial fazer um esforço consciente para manter abertos os olhos e avaliar aquilo que desejamos. Somente desta maneira poderemos remover o valor do que deteriora nossas faculdades.
Só poderemos crescer se estivermos dispostos a nos sentir incomodados durante um tempo.
Porque seguirmos em frente e fazer valer nossos direitos é algo que muitas vezes não agrada aos que estão ao nosso redor, já que vivem acostumados com o nosso conformismo, e para eles nossa mudança de atitude é incômoda.
Lembremos que às vezes um “Chega!” nos ajudará a garantir nosso bem-estar emocional e proteger nosso amor próprio, nossa dignidade e nossos interesses.
Consideremos sempre a fábula da rã fervida para que não nos consumamos em uma dor que pode ser evitada a tempo.
Referência bibliográfica:
Clerc, O. (2007). La rana que no sabía que estaba hervida… y otras lecciones de vida. Madrid: Maeva.
Sucesso da vacina é um grande passo para a imunoterapia
NOVA YORK, 6 JAN (ANSA) - Uma vacina que tem como objetivo ajudar o sistema imunológico a reconhecer e a combater um dos genes associados à progressão e ao mau desenvolvimento do câncer de mama resultou positiva, segura e eficaz.
Pesquisadores do hospital Moffitt Cancer Center, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma vacina que estimula o sistema imunológico a atacar a proteína HER2, gene que se expressa entre 25% e 30% dos cânceres de mama, nas células afetadas pelo câncer. Segundo a revista científica "Clinical Cancer Research, no qual o estudo foi publicado, em 13 das 54 mulheres que realizaram o teste com a droga, ela conseguiu com que a doença regressasse antes do seu estágio inicial, um grande passo para a imunoterapia.
Nas 13 pacientes, a vacina teve uma resposta completa, ou seja, o câncer não foi mais identificado em amostras retiradas por procedimentos cirúrgicos. A maior eficacia foi em mulheres com carcinoma ductal, um dos tipos mais comuns de câncer.
Além disso, cerca de 80% das pacientes avaliadas teve uma resposta imunológica positiva e a vacina foi considerada bem tolerada e com toxicidade baixa. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão cansaço, reações locais à injeção e calafrios.
Para preparar a vacina, foram separadas as células imunológicas dendríticas do sangue de cada uma das mulheres, todas em estágios iniciais da doença, que foram expostas a fragmentos da proteína HER2 com o objetivo de criar uma vacina personalizada.
A vacina foi injetada nas pacientes uma vez por semana durante seis semanas em um gânglio linfático, no tumor ou nos dois lugares. (ANSA)
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