A ciência ainda não sabe muito, e, ainda não há sequer políticas públicas adequadas para cuidar direito de Autistas e Aspergers, ainda mais se forem adultos / adultas e sequer são encontradas referências sobre Autismo ou Asperger, em população de Idosos/Idosas...
É uma constatação preocupante, e que também pode ser desafiante para jovens estudantes (homens ou mulheres) futuros pesquisadores e cientistas destes temas.
Fica nossos alerta... e uma breve pesquisa sobre o assunto, além de apresentar outras atividades que podem ser desenvolvidas com população idosa, a fim de
fortalecê-los com exercícios e esportes, e, também deixá-los mais felizes com a
interação junto à outros grupos da mesma idade. Para um “envelhecimento feliz!”
Esperamos que possa ser de utilidade e alerta esta nossa edição, receba nosso fraternal abraço de Elisabeth Mariano e equipe JMB.
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Prof.ª Gláucia Pegorari Micillo
Mestranda em Ciências do Envelhecimento pela Universidade São Judas Tadeu, Especialista em Estética pela Universidade Gama Filho, graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista (1991). Técnica em Estética pelo SENAC - SP. Atuou como: docente coordenadora do Curso Técnico em Estética do SENAC - SP, docente especialista da Universidade Estácio de Sá ministrando aulas no curso de pós-graduação em Estética. Autora do capítulo de livro Peelings da coleção Guia para Ensino e Aprendizado de Estética. Experiência na área de Educação, com ênfase em ensino-aprendizagem, elaboração de projetos, métodos e técnicas de ensino. Atendimento como técnica em estética em clínica médica e estética multidisciplinar abrangendo as especialidades de dermatologia, cirurgia vascular, cirurgia plástica, fisioterapia, psiquiatria, laser e nutrição.
E-mail: gpegorari@terra.com.br
Instagram: @glauciapegorari
Facebook: Glaucia Pegorari
OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da TV JORNAL DA MULHER BRASILEIRA, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.Mirtes Marins de Oliveira
é mestre e doutora em Educação: História e Filosofia. É docente e pesquisadora na Pós-graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi e Pós-doutora pela FE-USP. Coeditou, com Lisette Lagnado, a publicação marcelina (2008-2012). Curadora de “contra o estado das coisas – anos 70”, na Galeria Jaqueline Martins, em 2014, de “Arte para todos! Liberação e Consumo”(Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto) e “especular”, na Galeria Jaqueline Martins, em 2018. Participou, em 2015, do livro “Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998”, da coleção Exhibition Histories, da editora inglesa Afterall com texto sobre a recepção crítica da mostra. Escreveu em 2013 e 2014 para revistas Select e Afterall Online. Organizou, com Fabio Cypriano, o livro “Histórias das Exposições: Casos Exemplares”, pela EDUC (2016). Autora de “The body and the opus as a witness of times” sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em Schor, Gabriele. The feminist avant-garde. Art of the 1970s. The SAMMLUNG VERBUND Collection. Vienna, 2017. Escreveu para revistas e plataformas Select, Arte Brasileiros!, Artsoul, entre outras. Realizou, em 2019, a exposição Comigo ninguém pode, coletiva versando sobre a essencialização do feminino, na Galeria Jaqueline Martins.
E-mails: mmarins_@uol.com.br | mirtescmoliveira@gmail.com
1998 - 2002 - Doutorado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: “Palimpsestos: Fotografias da Escola Normal da Praça (1889-1910)”, Ano de obtenção: 2002. Orientador: Maria Helena Bettencourt Granjo.
1995 - 1997 - Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: “Memória escolhida: fotografias do album Photographico da Escola Normal – 1895”, Ano de Obtenção: 1997. Orientador: Maria Helena Bettencourt Granjo.
1981 - 1986 - Graduação em Educação em Educação Artistica - Artes Plásticas. Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Rosa Maria Rodriguez Antonio - Fonoaudióloga
O autismo, cientificamente conhecido como Transtorno do Espectro Autista, é uma síndrome caracterizada por problemas na comunicação, na socialização e no comportamento, geralmente, diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade.
Esta síndrome faz com a criança apresente algumas características específicas, como dificuldade na fala e em expressar ideias e sentimentos, mal-estar em meio aos outros e pouco contato visual, além de padrões repetitivos e movimentos estereotipados, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás.
Estes sinais e sintomas variam de leves, que podem até passar despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, que interferem muito no comportamento e na comunicação da criança. Para saber identificar os principais sintomas de um autista, confira sintomas do autismo.
Leia mais, saiba mais em “ Entenda o que é Autismo e como identificar”
A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico enquadrado dentro da categoria de transtornos globais do desenvolvimento. Ela foi considerada, por muitos anos, uma condição distinta, porém próxima e bastante relacionada ao autismo.
Em maio de 2013, no entanto, foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe algumas mudanças importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de nomes de doenças e condições que já existiam.
(Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-de-asperger, data de acesso: 12/02/2020)
As pessoas idosas com autismo têm os mesmos problemas de saúde que as outras pessoas idosas só que acrescidos das dificuldades de os comunicarem.
Os problemas de comportamento podem, por isso, sofrer um agravamento (Federação Portuguesa de Autismo).
Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida. (Federação Portuguesa do Autismo)
Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade. (Federação Portuguesa do Autismo)
Relativamente à mortalidade, estudos a longo prazo de crianças e adolescentes com desordens psiquiátricas, demonstraram taxas de mortalidade acima da média, quando comparadas com grupos de controlo de mesmo sexo e idade.
As causas destas mortes, geralmente, não são de origem natural, são, muitas vezes, suicídios e acidentes. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
As taxas de mortalidade são mais elevadas em indivíduos com Perturbação de Espectro de Autismo.
Algumas das causas são: acidentes de carro, encefalopatias, auto-agressão, asma, estados de epilepsia, afogamentos e pneumonia. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
O estudo mais alargado de mortalidade, baseado em mais de 13000 indivíduos com autismo registado nas bases de dados do serviço de Departamento de Desenvolvimento da Califórnia, concluiu que as taxas eram duas vezes mais acima da média da população geral.
Em indivíduos com atraso mental ou com QI elevado, as causas das mortes foram: convulsões, disfunções do sistema nervoso, afogamentos, sufocação. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
Federação Portuguesa do Autismo. Autismo. Acedido a 09 de Janeiro de 2009, pelas 18horas no Web site: http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php
Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D. Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ªed.), John Willey & Sons, Inc.: New Jersey. 2005
IN - UM OLHAR SOBRE O AUTISMO
1 abril 2018
Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo tenham autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil.
O autismo se caracteriza por diferentes graus de distúrbio de desenvolvimento, que se manifesta sobretudo na comunicação e na interação social. As causas ainda não são plenamente esclarecidas pela ciência e a intensidade dos sintomas varia bastante – o que muitas vezes faz casos distantes do estereótipo da síndrome demorarem a ser identificados.
Existe um subdiagnóstico do autismo especialmente entre mulheres, e a BBC conversou com sete britânicas que só descobriram ser parte do espectro autista quando já estavam na vida adulta.
"Seis anos atrás, fui diagnosticada com síndrome de Asperger, uma forma de autismo. Como no caso de muitas mulheres, isso ocorreu após o diagnóstico do meu filho, Darragh. Se não fosse por isso, teria passado o resto da minha vida sem saber por que me sentia diferente.
Ainda criança, parecia que todo mundo menos eu havia recebido um manual sobre como se comportar ao redor de outras pessoas.
Me sentia mais confortável com os animais. Como eu me saía bem nos estudos e mascarava minha ansiedade, eu não chamava atenção – as pessoas achavam que eu era simplesmente tímida.
Quando meu autismo foi identificado, foi como se eu tivesse tirado do corpo um espartilho que eu sequer sabia estar usando.
Agora eu entendo que tenho um cérebro que processa informação sensorial e social de forma diferente em relação à maioria das pessoas.
Posso cuidar melhor de mim, gerenciando minha energia social e evitando o excesso de (estímulos) sensoriais. Encontrei um senso de identidade.
As mulheres não devem ter medo de serem diagnosticadas – pode ajudar a explicar tanta coisa. Quanto a vir a público com isso, é uma decisão pessoal, é claro.
Estou vivendo a vida que quero. Tenho uma carreira interessante e recompensadora como funcionária pública na Irlanda do Norte, com colegas que me aceitam como eu sou.
Escrevi um livro, com algumas das minhas irmãs autistas de todo o mundo, e muitas delas se tornaram amigas próximas.
O mais importante é que o diagnóstico enriqueceu minhas relações pessoais e fez de mim uma mãe mais confiante.
Darragh e eu temos um elo especial, e ele me deixa orgulhosa todos os dias."
"Estou fazendo uma pesquisa de PhD sobre mulheres autistas que não são diagnosticadas. Mulheres e meninas comumente fazem um esforço natural de se encaixarem na sociedade, então seus sintomas não são estereotipadas como 'autistas'.
Elas às vezes se sentem mais inclinadas a fazer amigos – então aprendem a copiar (a interação social) dos não-autistas.
Um exemplo é que muitas podem achar difícil fazer contato visual. Eu acho. Aprendi a desviar o olho por alguns segundos e daí olhar. Eu assistia às pessoas com cuidado e estudei psicologia ao ponto de conseguir agir naturalmente. Mas aprender esse repertório social demorou muitos, muitos anos.
Ao ser diagnosticada, consegui entender muitas coisas esporádicas que não funcionavam na minha vida.
Quando era mais jovem, imaginava situações e passava o dia inteiro dentro do meu próprio mundo.
Não conseguia brincar com as outras crianças. Eu era um fracasso em tentar acompanhar os jogos imaginários dos outros.
Na escola, sofri depressão e questões de saúde mental, e a partir dos 14 anos passei a ser escolarizada em casa.
Os médicos focaram na depressão, em vez de pensar em um possível diagnóstico de autismo. Em determinado momento, achei que pudesse ter transtorno de personalidade limítrofe. Foi bastante frustrante.
Achei que ir à universidade consertaria tudo. Fui estudar Psicologia. Fiz amigos, mas nunca frequentava as palestras.
O problema nunca foi acadêmico, mas sim a forma como eu encarava o aprendizado. Eu focava excessivamente em um projeto, durante dias, e precisava que os prazos de entrega fossem prolongados. É a mesma coisa agora com o meu PhD.
Tudo mudou quando comecei sessões com uma terapeuta artística para lidar com minha ansiedade. Ela sugeriu que eu poderia ter a síndrome de Asperger. Foi a partir disso que fui diagnosticada. Isso me deu alívio. Agora entendo que muitas mulheres e meninas passaram – e ainda passam – por exatamente a mesma coisa que eu."
"Eu realmente pensava que eu era um alienígena. Eu não parecia ser como os outros humanos. Parece bobo, mas essa era a única coisa que meu cérebro infantil conseguia compreender.
Quando era bebê, as pessoas achavam que eu era surda. Mas não era – eu simplesmente não estava prestando atenção a elas.
Sofri muito bullying na escola. Acho que eu era um alvo fácil.
Foi muito desgastante. Durante as aulas, eu sempre sentia ter alguma dificuldade de aprendizado – algum tipo de bloqueio mental.
Quando os professores me faziam perguntas, meu cérebro desligava, precisava de um tempo extra para processar o que estavam me dizendo.
Só decidi que precisava de algum tipo de diagnóstico quando me formei em licenciatura. Pensei, 'estou cansada. Sei que tem algo errado comigo. Preciso descobrir o quê.'
Fui diagnosticada aos 22 anos. Agora, a maioria dos meus amigos são do espectro autista. É mais fácil assim.
Entrei para um grupo artístico liderado por pessoas com questões de saúde mental. Eles davam workshops de comédia – e a partir disso acabei virando comediante.
Em meu stand-up, não me sinto tão estranha quanto quando estou conversando com as pessoas socialmente. É algo natural, (porque) não preciso conversar com ninguém especificamente nem ficar pensando, 'será que é a minha vez de falar? Será grosseiro dizer tal coisa?'."
"Para ser sincera, não tenho nenhum amigo. As pessoas que eu chamo de amigos são as que eu conheci no trabalho ou pelo Facebook. Mas não tenho ninguém com quem sair.
Não gosto que as pessoas venham a minha casa. É como meu santuário. Isso provavelmente soa meio estranho.
Meu marido é bastante sociável e se dá bem com todo mundo, então ele frequenta festas sem mim. Ele me conta quando vai ter uma festa, mas deixa para mim a decisão (de ir ou não). Não vou em 90% das vezes.
Ele costumava ficar chateado, mas agora ele entende que não é uma rejeição a ele. É que eu não consigo me colocar em uma situação em que me sentiria muito desconfortável.
Ambos os meus filhos são autistas. Minha filha foi diagnosticada aos 13 anos; meu filho, de 15, quando tinha quatro anos.
Eu li sobre a síndrome de Asperger e percebi que meu filho se encaixava nas características.
Ele ficava no carpete da escola olhando para o lado errado. As professoras achavam que ele não estava ouvindo, mas ele estava.
Com o tempo, comecei a me identificar muito com ele. Entendia muito seus pensamentos e comecei a me perguntar: 'Será que eu também tenho Asperger?'
Meu ponto mais baixo foi quando comecei a interpretar as coisas equivocadamente na escola primária onde trabalhava e a cometer erros simplesmente porque não entendia as coisas. Foi quando decidi fazer uma avaliação de autismo e fui diagnosticada em 2012. Foi um alívio.
'Não tem nada errado comigo, só sou autista', pensei. É só a forma como o cérebro está 'ligado' e como ele vê o mundo.
Comecei a entender por que sofria tanto em interações sociais e não conseguia fazer amigos.
Comecei a me aceitar como sou – algo que não fazia até então."
"'Não é possível que eu, psicóloga clínica, seja autista', eu pensava. 'É incompatível, porque autistas não têm empatia.'
Esse é o nível de ingenuidade que eu tinha antes. Caiu a ficha durante uma aula de psicologia em que estávamos aprendendo sobre diferentes síndromes, autismo incluído: 'Nossa, parece muito comigo'.
Mas nem tudo fez sentido. Não aprendemos como o autismo se manifesta em mulheres, nem sobre a diversidade entre gêneros.
Acho que há um grande desejo das meninas de serem sociáveis, e o diagnóstico do autismo geralmente é baseado em traços masculinos.
Hoje, muitas das pessoas autistas que vêm a mim (no consultório psicológico) são traumatizadas, por serem forçadas a serem algo que não são.
Não vejo isso (o acompanhamento) como terapia, porque não há tratamento. Vejo como o desenvolvimento de habilidades para a vida.
E também desenvolver confiança.
Com minhas economias, comprei um terreno e coloquei patos, galinhas, cavalos e cabras ali. É onde trabalho com autistas. Nós passamos o tempo com os animais, que são como mediadores. Não é algo muito baseado em teoria, apenas experiência empírica que deu certo.
Fui diagnosticada aos 32 anos e isso mudou completamente a minha vida e a minha identidade para melhor.
Agora, aceito melhor o porquê de eu fazer as coisas que faço. E o autismo me oferece diversos dons e talentos."
"Quando era adolescente, não conseguia entender o que estava errado comigo. Me sentia deslocada, e os professores me rotulavam como malcriada.
Chega um ponto em que você deixa de acreditar que deveria estar no mesmo planeta que as outras pessoas, porque você não entende ninguém e ninguém te entende. É como se você tivesse sido trazido por uma nave espacial.
Fui diagnosticada aos 22 anos, quando minha mãe começou a trabalhar em um centro de atendimento a autistas. Ela chegou em casa com um monte de livros e disse, 'Quero que você os leia, porque acho que é isso que você tem'.
A princípio, meu médico me disse que eu tinha transtorno de personalidade limítrofe. E agregou, 'é só depressão, só ansiedade. Tome estes remédios'.
Mesmo com o diagnóstico (de autismo), sentia que ninguém ao meu redor entendia ou queria entender.
Eu olhava para as pessoas que tinham bons empregos e carrões e pensava, 'por que eu não consigo? Por que eu sempre fico doente e abandono os empregos?'
Tentei me forçar a trabalhar em período integral em um call center, mas não consegui. (Havia) luzes muito fortes e barulho – uma sobrecarga sensorial.
Hoje, trabalho com pessoas com deficiências de aprendizagem.
Meu parceiro é barbeiro e conhece muita gente. Tem muitos amigos e clientes e toca em uma banda. Houve ocasiões sociais em que entrei em pânico e precisei voltar para casa. Acho muito difícil percorrer um salão e dizer oi para um monte de gente.
Mas agora ele sempre me diz antes o que vai acontecer, quem vai estar lá (no evento social) e o horário em que vai começar e terminar, para que eu possa me preparar mentalmente.
Eu até tenho alguns amigos, mas à medida que fui crescendo perdi o interesse em fazer novos amigos. Na escola, não sentia conexão com as pessoas, mas sim com as bandas às quais escutava - elas eram as minhas amigas. Sei que parece estranho. É que a música esteve comigo o tempo todo, enquanto as pessoas vêm e vão."
"Fui diagnosticada há pouco mais de um ano, mas foi ainda no ensino médio que pela primeira vez achei que pudesse ser autista.
Meu irmão foi diagnosticado com autismo quando tinha cinco anos e ia a uma escola especializada. Eu via um pouco do comportamento dele em mim, o que me fazia pensar.
Acho que, em alguns casos, as mulheres aprendem a copiar comportamentos para conseguir viver, e é provavelmente por isso que elas não são diagnosticadas tão cedo.
Me formei em licenciatura na Universidade de Derby. Atualmente faço mestrado em inclusão e necessidades especiais e deficiência em educação.
Durante o meu estágio, meu mentor identificou alguns aspectos de autismo no meu comportamento – eu às vezes entendia as coisas muito literalmente ou sentava sozinha na sala de funcionários, sem socializar com ninguém.
Na universidade, meus professores disseram ter percebido coisas similares, então fui atrás de um diagnóstico. Senti que ele explicou muito (sobre mim), o que foi bom.
No entanto, sinto que ter um rótulo traz tanto benefícios quanto aspectos negativos.
Meu autismo afeta principalmente minha sociabilidade e expressão, e eu também tenho altos níveis de ansiedade, sobretudo quando há mudanças na minha rotina.
Tenho tendência a ficar obsessiva quanto a coisas como programas de TV. Chego a assistir por horas e decoro o roteiro. Também tenho que planejar o que vou dizer e não gosto de ser interrompida.
Vou e volto de táxi à universidade, porque o transporte público me deixa ansiosa.
Hoje, tenho uma mentoria especializada para me ajudar com dificuldades e para treinar minhas habilidades sociais.
Me senti bem quando contei aos meus colegas de mestrado que sou autista. São apenas cinco pessoas, então me senti à vontade para explicar. Não teria contado a uma classe grande, como os cerca de 80 que eram da minha sala na graduação."
Direitos do Idoso - 25/09/2018
Ali, no Centro de Atividade do Idoso Ouvidor Pardinho, localizado em Curitiba, todas as alunas têm acima de 60 anos. São idosas que precisam fazer atividade física e que, por motivos diversos de saúde - como fraturas ou doenças que afetam as articulações, não podem praticar exercícios convencionais.
De acordo com a professora de hidroginástica, Maria Cristina Sawaf, os exercícios dentro da água fazem com que as dores musculares diminuam drasticamente. “A maioria das participantes são mulheres e elas têm uma característica específica, que é de se cuidar mais. Por isso, elas procuram mais as atividades”.
A coordenadora do centro, Simone Cordeiro, diz que embora a necessidade da atividade física leve os participantes até ali, o que faz com que permaneçam são as amizades. “É muito difícil que os alunos queiram mudar de turma. Eles criam um vínculo que é a motivação para tirá-los de casa e serem independentes. Aqui, eles conseguem compartilhar os problemas, conversar”, diz.
Para Simone, o motivo que faz com que os alunos cheguem cedo para as aulas é porque neste tempo livre podem conversar e manter os vínculos. “Muitos moram sozinhos e há mulheres viúvas. Elas não querem incomodar os filhos ou os netos, mas querem ter as próprias vidas. E a atividade física ajuda muito a manter a essa autonomia e independência”, diz.
BENEFÍCIOS - Elena Stival Rodrigues, 70 anos, participa da hidroginástica há cerca de quatro anos. Como tinha dor na coluna, nos joelhos e fratura no pé, esta foi a atividade mais indicada. Ela conta que a recuperação foi bem rápida e que, além de inserir uma atividade física no seu dia a dia, a prática de esportes abriu espaço para outro mundo: o das novas amizades.
“Hoje, temos um grupo de amigas que conheci através do esporte. Somos nove. Uma vez ao mês, ou de 15 em 15 dias, nos reunimos e fazemos um lanche, jogamos conversa fora. A maioria é mulher e vive sozinha”, diz a aluna.
Elena afirma que o principal contato social entre elas é feito nas aulas de hidroginástica e que, mesmo morando sozinha, sabe que pode contar sempre com as amigas que conquistou. “Eu tive pneumonia e fiquei internada. Foi uma das minhas amigas daqui que dormiu comigo no hospital, em uma cadeira dura. Ela teve muito amor para fazer aquilo”.
Cecília de Lourdes Libel, de 73 anos, também integra o grupo e só teve benefícios com as atividades. “O médico me encaminhou para a hidro e isso me fez muito bem. Com o grupo de amigas que temos aqui, nos reunimos, não importa a distância. Tem uma que mora em Santa Felicidade e a outra em Fazenda Rio Grande. Mesmo assim, a gente consegue se reunir”, diz.
PROTEÇÃO INTEGRAL - Na próxima segunda-feira (1º), será comemorado o Dia Internacional do Idoso. A coordenadora da Política da Pessoa Idosa no Paraná, Fabiana Longhi, explica que a data é significativa para reforçar a importância da proteção integral a esse público.
“Nós vamos envelhecer, isso é um fato. Porém, temos que oferecer mecanismos para que esse envelhecimento se dê de forma saudável. Uma dessas formas se dá por meio da prática de atividades físicas”, avalia a coordenadora da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social.
Fabiana diz que, além dos benefícios físicos, os esportes têm um efeito psicológico positivo para os idosos, pois libera a serotonina, um neurotransmissor que é responsável pela sensação de felicidade e bem-estar. “E isso ajuda a combater a depressão. Quando feitos em grupos, os exercícios são primordiais para manter as amizades e as habilidades sociais de pessoas idosas, que normalmente são mais solitárias”.
A coordenadora lembra ainda que em 2017 para garantir os direitos da pessoa idosa, a Secretaria da Família liberou R$ 11 milhões para implantação de projetos voltados a este público. O recurso já está sendo pago aos 220 municípios que tiveram projetos aprovados em áreas como assistência social, saúde, educação, trabalho, cultura, esporte e lazer e comunicação profissional.
OUVIDOR PARDINHO - O Centro de Atividade do Idoso Ouvidor Pardinho é administrado pela Prefeitura de Curitiba. Atende cerca de 1.320 idosos, que participam de aulas gratuitas de hidroginástica, ginástica e alongamento.
Nas aulas de hidroginástica, a maioria das participantes são mulheres, encaminhadas por indicação médica. Para as aulas de ginástica e alongamento, também participam idosos que receberam indicação médica, mas que são liberados para realizar atividades de maior impacto.
PARANÁ - Em todo o Estado, são ofertadas atividades gratuitas para pessoas idosas nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Os endereços dos Cras estão no site da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social (selecione a opção "Rede de Atendimento > CRAS").
Você sabe quais os melhores esportes para os idosos? Confira a lista de 5 atividades físicas em que não existe idade para melhorar a qualidade de vida e espantar o sedentarismo pra bem longe!
Não é de hoje que se fala na importância em se praticar exercícios físicos, seja em qual idade for, e o quanto antes começarmos, melhor. Mas, também vale ressaltar que nunca é tarde para aprender e se dedicar a um esporte novo que vai proporcionar hábitos saudáveis e mesmo mudar o estilo de vida de quem o pratica.
O empresário e aposentado Samir Zanotto é prova de que isso é possível e sempre é tempo de aprender e praticar um novo esporte. Aos 62 anos, Samir pratica natação ao menos três vezes por semana, além de outras atividades na academia. Ele já participou quatro vezes do Sesc Triathlon Caiobá, entre outras provas de duathlon e travessias.
Mas, engana-se quem pensa que foi sempre assim. Samir conta que foi aprender a nadar somente aos 50 anos e se diverte ao lembrar que antes a única modalidade praticada nas piscinas era o nado cachorrinho.
Sobre o que a prática de esportes trouxe para a sua vida, Samir é enfático ao afirmar que o esporte só trouxe benefícios, em todos os sentidos: “[…] eu durmo melhor, acordo superdisposto, a mente fica muito mais aberta e o raciocínio fica mais rápido. O esporte faz com que a gente assimile tudo com mais facilidade, é muito bom para tudo, além de ser uma ótima maneira de fazer novas amizades, diz ele.”
São exemplos como o de Samir que motivam cada vez mais a geração da chamada melhor idade a praticar atividades esportivas muitas vezes antes nem cogitadas, para buscar uma melhor qualidade de vida e também aumentar a longevidade. A busca por esportes também é motivada para tratar de doenças e males que acabam surgindo com o passar dos anos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. Isso mostra a importância em incentivar a terceira idade a praticar esportes e com isso evitar muitas doenças que são causadas pelo sedentarismo.
E isso já foi comprovado por uma pesquisa realizada na cidade de Oslo, capital da Noruega, publicada no British Journal of Sports Medicine. O resultado apontou que a atividade física regular praticada com uma intensidade moderada ou superior proporcionou um enorme benefício aos praticantes idosos.
A pesquisa foi realizada durante 12 anos, em que os pesquisadores acompanharam 5700 noruegueses, com idades que variavam entre 68 e 77 anos e a conclusão foi de que os idosos que praticavam ao menos três horas de atividades físicas por semana (cerca de 30 minutos, seis vezes por semana) viveram cerca de cinco anos a mais do que os idosos sedentários. Ou seja, a prática de exercícios pode aumentar a expectativa de vida de um idoso e pode reduzir em até 40% o risco de morte.
Além de contribuir para aumentar a qualidade de vida, a prática de atividades físicas adequadas pode prevenir várias doenças, como hipertensão, diabetes, osteoporose, derrames e varizes, retardar o declínio funcional e espantar o sedentarismo.
Sem contar que manter o corpo ativo auxilia no fortalecimento dos músculos, melhora a flexibilidade e o condicionamento físico e aumenta a capacidade de movimentação. E é também uma ótima maneira para evitar a ansiedade e a depressão, já que o esporte promove a integração com outras pessoas e evita o isolamento, muitas vezes comum na melhor idade.
Para quem já faz parte da melhor idade, mas ainda não pratica nenhuma atividade física, nós, do Porta Medalhas, elencamos os cinco melhores esportes para idosos. O bacana é que muitos deles podem ser praticados em casa, na rua ou nos parques, por isso não há desculpa para ficar parado. Confira a lista abaixo e escolha o esporte que mais tem a ver com você:
A caminhada é um dos esportes mais praticados pelos idosos e idealmente deve ser feita pelo menos 30 minutos por dia para quem quer garantir um estilo de vida saudável. Esta atividade desenvolve o equilíbrio e a coordenação motora, além de fortalecer os músculos e ajudar a combater os problemas do coração e de respiração. E o melhor de tudo é que pode ser praticada em qualquer lugar ao ar livre, de acordo com a disponibilidade de tempo de cada um e sem custo algum!
Nós já falamos em um post anterior sobre os 10 benefícios da natação e obviamente que este esporte não poderia ficar de fora da nossa lista de melhores esportes para idosos. Como a natação e a hidroginástica são exercícios aeróbicos praticados na água, as atividades protegem as articulações, ajudam na circulação sanguínea e auxiliam no tratamento de doenças como artrite e osteoporose.
Há quem torça o nariz para a prática da musculação, mas não há como negar, este é um dos melhores esportes para idosos e uma das atividades mais importantes por melhorar o condicionamento físico e a resistência muscular e dos ossos. A diferença da musculação na melhor idade é que a importância está na repetição dos exercícios e não no peso, já que desta forma é possível fortalecer os músculos, melhorar a respiração e a circulação.
Além de ser uma atividade que pode ser praticada em parques e praças, o que não gera nenhum custo para quem vai pedalar, a bicicleta é normalmente uma atividade muito prazerosa para quem a pratica. Um dos seus principais benefícios é o fortalecimento de músculos do quadril e pernas, além de trabalhar o equilíbrio e a respiração.
Duas atividades que viraram as queridinhas dos praticantes de esporte na melhor idade, a ioga e o pilates são ótimas opções de melhores esportes para idosos, já que propiciam equilíbrio e flexibilidade. Além disso, com a prática é visível a melhora na postura corporal e mesmo o alívio de dores e do estresse, já que estas atividades trabalham muito com a respiração e a concentração.
É importante lembrar que antes de praticar toda e qualquer atividade física, um profissional deve ser consultado, para orientar quais os melhores esportes para os idosos, sempre respeitando as suas limitações. Além disso, as orientações com relação a alongamentos e aquecimentos antes de qualquer atividade física são muito importantes para evitar lesões e problemas que podem ser causados pela prática incorreta dos exercícios.
E aí, gostou da nossa seleção de melhores esportes para idosos? Viu o quanto é importante praticar uma atividade física para manter a saúde em dia, não importa a sua idade? Então, aproveita o empurrãozinho e procure o esporte que mais proporciona prazer para curtir com muita saúde tudo o que a vida tem a oferecer!
E claro, garanta aqui o seu Porta Medalhas para exibir e organizar todas as suas medalhas!
Com imagens e informações de: vivomaissaudavel.com.br; globoesporte.globo.com; brasil.gov.br; sportpourlavie.ca; abneuro.org; doutissima.com.