A fé em um SER SUPERIOR que criou e que ama todos nós humanos é algo alentador!
Viver com os nossos amores familiares, e sofrer na partida, as muitas dores.
Eis nossa saga! A fé e a oração nos fazem mais consolados pela transcendência...
Assim, são muitos os cultos e as crenças com rituais diferentes, mas a um único Criador nos reverenciamos... como ignorar a grandeza do UNIVERSO, e o mistério de cada ser!
A Morte e a Vida, eis o grande mistério... eis a fonte do amor... eis a fonte de dor...
Perda de marido e perda de esposa... perda de pai e perda de mãe...
Perda de filho e de filha... é muita dor; a dor do nunca mais se poder doar nosso amor!!!
Nossas lástimas, mas também um abraço de novas esperanças e de outros recomeços...
Que o ano de 2022 seja pleno de novos caminhos mais felizes e com muitas bençãos.
São votos de Elisabeth Mariano e, da equipe JORNAL DA MULHER BRASILEIRA!
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Adilson Domingues de Oliveira
Consultor de Qualidade e Palestrante há 22 anos. Celebrante de casamento/Mestre de cerimônias há 13 anos. Formação em Marketing pela UNIP e Pós-graduado em Gestão de Processos pela Anhembi Morumbi.
ATUAÇÃO COMO CONSULTOR DE QUALIDADE E PALESTRANTE: Há 22 anos atuando como consultor de qualidade e palestrante.
Consultoria em gestão de processos, incluindo administração e produção. Consultoria para implantação e qualificação certificados de qualificação como ISO9000 e OEA.
A gestão da atividade de consultoria inclui envolvimento amplo nos processos da organização para a análise deles, identificando toda a sistemática de trabalho, pontos de melhoria necessário para um melhor desempenho e garantia da certificação.
No processo de análise dos processos, identifico as necessidades de treinamento para capacitação dos funcionários. Ministro palestras e treinamentos no âmbito técnico que compreende a abordagem dos requisitos das normas a serem implantadas bem como outros treinamentos identificados:
Administração de Tempo, Marketing Pessoal e Profissional, Qualidade de Vida, Atendimento ao Cliente, Ambiente de Trabalhos e princípios básicos, Administração de Conflitos, Introdução a norma ISO9000, Introdução a norma OEA, Formação de auditores Internos.
Os temas são variados e podem ser adaptados à realidade e necessidade da organização. O público destinado é amplo, profissionais de todos os níveis podem participar. A formatação pode ser adequada em formato de palestras, entre 2 à 4 horas de duração, ou treinamento compreendendo 8 horas com dinâmicas e exercícios.
EMPRESAS: Mayekawa - Mycom Chemical, Rotto Brasil, Brasil Projects – Projetos Nacionais e Internacionais, CECRESP - Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo, CECRES, Cooperativa de Crédito dos Funcionários da SABESP Bann Química, EMC, Inovação Comércio de Alimentos, Ryder – Transporte e Soluções Logísticas, De Nadai Alimentação, UBC – Universidade Braz Cubas, FAESP - Faculdade de Administração do Estado de São Paulo, UNIVAP – Universidade Vale do Paraíba, Colégio Técnico Camargo Aranha, Colégio Dom Bosco, Bayer, Sabesp, Inpacel, Compaq, Gerdau, Eletropaulo, INSS, NGK, Secretaria de Estado de Administração do Mato Grosso, Sankyu Logistics, Officer Distribuidora, , Tate Pisos Elevados, GAPER, Sanny Vale, Natura, Slotter Ind. De Embalagens, Samed Assistência Médica, Hospital Santana, Santher – Fábrica de Papel Santa Therezinha, Internacional Paper, Ipanema Agroindústria, Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba, Hospital Santana, SAMED – Assistência Médica, Mycom, Mayekawa, Adiplast, Galleon.
ATUAÇÃO COMO CELEBRANTE: As cerimônias que celebro são denominadas: "cerimônia social", ou seja, é uma cerimônia SEM cunho religioso ou civil, sendo que a inclinação religiosa é escolhida pelo casal, não havendo restrição a qualquer religião.
Atuo como celebrante há mais de 13 anos. Completei em 11/12/2021 a marca de 290 cerimônias celebradas.
As cerimônias são realizadas principalmente em buffets, podendo ser realizada em residências, praias ou sítios.
A celebração é personalizada. Realizo uma entrevista com o casal de forma a captar a essência da união entre ambos e poder transmitir aos convidados de forma que todos possam perceber e identificar que a cerimônia foi totalmente preparada para eles. O texto da cerimônia é escrito de forma descontraída, enaltecendo os valores e a importância do casamento e da família, narrando de forma romântica e poética a história do casal.
Os casais podem optar por rituais durante a cerimônia. São cerimônias que trazem ao casal uma lembrança da data do casamento: Cerimônia da areais onde em um vaso são colocados punhados de areia por pais padrinhos e s noivos, formando lindas cores intercaladas. Na cerimônia do Baús, pais, padrinhos e os noivos colocam uma mensagem, lacrada, para que no ano seguinte, os agora casados, abram as mensagens deixadas no ano anterior e podem seguir essa prática ano após ano. A cerimônia da rosa é um compromisso assumido pelo casal a cada ano, na data da comemoração do casamento, a troca de uma rosa com o compromisso de ambos na continuidade da união.
Todos os elementos de uma cerimônia tradicional, compõe a cerimônia social, como a entrada dos padrinhos, floristas, alianças, há a troca das alianças, a pergunta do sim, os votos e uma oração, normalmente o Pai Nosso.
EVENTOS CORPORATIVOS: Atuando como mestre de cerimônias na entrega de prêmios, cerimônias de formatura e congressos.
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E-mail: adilsondomingues@hotmail.com
Telefone/whats: (11) 98837-6782
Priscila Monsano
Bailarina, fisioterapeuta e bióloga. Criou é desenvolveu o método Balleterapia.
O Balleterapia é uma método inovador, que une os movimentos do Ballet Clássico à saúde, tendo motivado os idosos à prática de atividade física. Desenvolvido pela bailarina e fisioterapeuta, Priscila Monsano, esse método é capaz de promover benefícios ao sistema respiratório e cardiovascular, fortalecer e alongar os músculos e melhorar o equilíbrio (fator este muito importante na terceira idade, pois evita quedas). Além de trabalhar a memória e a concentração, pois a aula de ballet exige a associação do nome do passo em francês ao movimento de pernas de braços. Tudo isso acompanhado de músicas clássicas que acalmam a mente.
Ballet Maior
Escola Especializada em Ballet Clássico para todas as idades, em todos os lugares.
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OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da RÁDIO JORNAL DA MULHER BRASILEIRA, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.
O Dia da Liberdade de Cultos é comemorado anualmente em 7 de janeiro no Brasil. Esta data celebra a liberdade que todos os brasileiros têm de exercer as suas crenças de modo livre e sem qualquer tipo de perseguição religiosa.
História do Dia da Liberdade de Cultos
Essa data foi escolhida em homenagem à primeira lei criada no Brasil sobre a liberdade de cultos.
O projeto de lei de 7 de janeiro de 1890 foi feito por iniciativa do gaúcho Demétrio Ribeiro, Ministro da Agricultura naquela época.
Anos mais tarde, em 1946, com a promulgação da nova Carta Magna, o célebre escritor baiano e deputado federal por São Paulo, Jorge Amado, propôs um artigo para a Constituição que reafirmava a importância da liberdade religiosa no país.
Importância da Liberdade de Culto
O Brasil é um país multicultural, rico em crendices e doutrinas religiosas que enriquecem a sociedade brasileira.
Este direito está previsto de modo bastante claro no artigo 5º da Constituição Federal de 1988:
“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.”
Mais de 400 mil pessoas no Brasil ficaram viúvas, viúvos ou órfãos devido à morte de familiares por Covid-19; solicitações são feitas por morte ou incapacidade
Ludmilla Souza, da Agência Brasil
21/05/2021 às 18:41
O novo coronavírus ainda era uma nova ameaça quando a família do Issao Aoyama, de 62 anos, foi infectada. Moravam juntos ele, a esposa e a filha de 34 anos. Todos eles perderam o olfato e o paladar.
“Os médicos na época não sabiam que isto era sintoma de covid. Não tivemos tosse e nariz com coriza, mas a garganta ardia e não tínhamos olfato e paladar. Passamos dias assim. Mas um dia [2 de maio de 2020] meu marido acordou cansado, com tontura e febre de 40 graus. Então o meu filho [que não morava junto] levou o pai no Pronto Socorro de Cambé [município da Região Metropolitana de Londrina-PR] e achávamos que era dengue.
A médica falou que ele não tinha sintomas de gripe. Fizeram vários exames. Ele também não estava comendo muito bem. No pronto socorro ficou tomando soro. E então isolaram meu marido, porque a radiografia do pulmão não estava boa e então acharam que era covid”, relata a viúva Silma de Fátima Branco Ayoama, de 63 anos.
“Ainda no dia 2 meu marido foi encaminhado para a Santa Casa de Cambé, e no dia 3 foi transferido para o Hospital Universitário de Londrina. Ele estava bem, mas no dia 4, às 3 horas de madrugada, piorou e foi entubado. Daí continuou entubado até dia 6 de maio. Foi quando morreu”.
Assim como Silma, mais de 400 mil pessoas no Brasil ficaram viúvas, viúvos ou órfãos devido à morte de familiares por covid-19. De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que representa os cartórios, 2020 foi o ano com maior mortalidade de pessoas no país. No total, 1,4 milhão de pessoas morreram no último ano, dessas 194.949 foram vítimas da covid em 2020.
De acordo com os dados da Assessoria de Comunicação Social do Instituto Nacional de Seguridade Social, em 2018 foram concedidas 373.015 pensões, em 2019 foram 428.512 e em 2020 foram 416.341 pensões por morte concedidas.
A advogada Carla Benedetti, mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP, ressalta que, embora os números de 2020 sejam menores, houve um aumento crescente.
“Houve um aumento considerável deste número a partir de agosto de 2020, quando o país contava com aproximadamente 100 mil mortes, mas insta salientar que as concessões, em regra, são finalizadas meses após o requerimento do pedido. Portanto, estes pedidos foram realizados alguns meses anteriores a agosto, para que o volume fosse cada vez mais frequente”.
A advogada é autora do livro ‘Aposentadoria da pessoa com deficiência sob a visão dos Direitos Humanos’ e coordenadora da pós-graduação em Direito Previdenciário.
A advogada frisa que, para se ter uma estimativa sobre o aumento do número de concessões de pedidos de pensão por morte e que, provavelmente, possuem relação com o número de mortes em razão da pandemia, enquanto em dezembro de 2019, houve a concessão de 34.246 pedidos, em dezembro de 2020 este número saltou para 53.202.
“O mesmo cenário ocorre em janeiro de 2019, quando foram concedidos 30.199 pensões por morte, e em janeiro de 2020, 27.999, todavia, em janeiro de 2021, em plena pandemia, o número foi de 45.896. O mesmo salto ocorreu em relação ao mês de fevereiro, que contabilizou 43.040 em 2019; 40.739, em 2020, mas, 59.917 em 2021. Tal número crescente, possivelmente seria bem maior nos meses de março e abril de 2021 se os dados já tivessem sido disponibilizados”, lamenta Carla.
A especialista ressalta que, com consequência de natureza econômica, social e de saúde, inclusive, mental, a pandemia também traz efeitos no sistema previdenciário. “Tanto no aumento considerável do número de requerimentos dos benefícios por incapacidade, quanto também nos de pensão por morte”.Como solicitar a pensão
A pensão pode ser solicitada nos canais de atendimento do INSS ou por meio da representação de um advogado. Para isso, é importante juntar documentação pessoal, tais como RG e CPF do falecido e dos beneficiários, ou carteira de motorista, bem como certidão de óbito e de casamento, em se tratando de pensão para esposo (a); ou contrato de união estável, e certidão de nascimento para filhos menores de 21 anos.
Caso seja necessário comprovar a união estável, é indispensável a apresentação de provas que comprovem esta união, tais como recibos e contratos de conta conjunta no banco; seguro de vida, tendo o requerente como beneficiário; comprovantes de residência em comum; contratos de prestação de serviço em que conste o nome de ambos; dentre outros documentos que evidenciem a relação de dependência mútua entre os companheiros, bem como que conviviam juntos como se casados fossem.
Para pensão a pais do falecido, faz-se necessário comprovar também a dependência dos pais para com este filho, juntando-se documentos e relação de provas que evidenciem que a renda do filho era indispensável para a manutenção da vida destes pais de forma digna
“Nos casos em que se deve comprovar a união estável ou a dependência econômica, o trâmite processual pode ser um pouco mais demorado, em razão da análise de tais documentos”, alerta a advogada.
A viúva do Issao Aoyama fez o requerimento e já conseguiu a pensão por morte. “Mas o valor foi mais baixo do que esperava, pois ele pagava previdência sobre 2 salários-mínimos”, contou Silma, que completa: “Deve ser por conta das mudanças da reforma da previdência, porque minha advogada explicou que a pensão não é mais de 100%. Não tive nenhuma dificuldade para conseguir o benefício. Era casada no papel e meu marido pagava certinho a previdência, então, não tinha muita coisa para provar. A minha advogada cuidou de tudo e após alguns meses eu recebi o benefício”, finalizou.
Os dados sobre pensão por morte podem ser acessados na página da Previdência.
A questão da dupla jornada, para especialistas, tem sido agravada pela pandemia da covid-19.
8/3/2021 - A romancista e feminista britânica Virginia Woolf dizia que, “pela maior parte da história, ‘anônimo’ foi uma mulher”.
A declaração, de quase um século, retrata, ainda hoje, a invisibilidade das mulheres em questões como igualdade de gênero, proteção ao trabalho e, mais recentemente, os impactos da pandemia da covid-19.
Na época em que a escritora inglesa viveu o auge de sua produção literária, na segunda metade da década de 1920, o Brasil ainda estava sob a égide da Constituição de 1891 (Brasil República).
O Direito do Trabalho, ainda tíbio em fundamentos, contava com algumas leis estaduais, o Conselho Nacional do Trabalho, criado em abril de 1923, e praticamente ignorava o trabalho feminino.
Constituições
Como lembra a advogada Jéssica Lourenço Barboza da Silva, em artigo sobre a proteção do trabalho da mulher e os impactos da reforma trabalhista, o trabalho da mulher era visto e definido como trabalho de “meias-forças”, ou seja, menor e inferior ao trabalho masculino. A Constituição de 1934, segundo Silva, foi a primeira a tratar expressamente dos direitos trabalhistas das mulheres em relação à não discriminação de sexo, etnia e cor.
“O texto trouxe diversas garantias nunca antes asseguradas às mulheres, abrangendo igualdade de salários entre gêneros e proibindo o trabalho de gestantes em locais insalubres”, observou.
Em seguida, a Constituição de 1946 consolidou a proibição de diferenças salariais em razão de raça, idade, sexo, nacionalidade ou estado civil e representou mais um avanço em garantias às mulheres, “que antes eram tratadas como seres não possuidores de direitos e sem capacidade plena de forma alguma”, completou a advogada.
Apesar dos avanços, o fato é que a evolução do direito do trabalho da mulher, com seu fortalecimento no mercado de trabalho remunerado, sempre esteve, em geral, atravancada pela pauta de costumes. Um exemplo foi a criação do Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/1962), que afastou a obrigatoriedade de a mulher ter autorização do marido para trabalhar, receber heranças e comprar imóveis.
Hoje há um consenso de que a Constituição da República de 1988 representou um avanço histórico dos direitos das mulheres, com a proibição de diferenças salariais por motivo de sexo, idade ou estado civil e ainda proteção à gestante.
Igualdades e diferenças
As garantias fundamentais à igualdade, contudo, não afastam a necessidade de que um amparo legal maior da mulher em relação aos homens, em razão não apenas das diferenças de estrutura física e psicológica, mas também dos aspectos ligados à maternidade.
Um exemplo é o artigo 384 da CLT, que garante às trabalhadoras um intervalo de 15 minutos antes da realização de horas extras. O dispositivo é objeto de muita discussão, e o argumento principal contra sua aplicação é que ele fere o princípio da igualdade entre homens e mulheres contido no artigo 5º da Constituição de 1988. Em 2008, ao examinar o tema, o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho consagrou a tese de que a norma não viola a isonomia e diz respeito à proteção da mulher e à medicina e à segurança do trabalho.
A constitucionalidade desse dispositivo ainda está pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, suas disposições foram revogadas pela Lei 13.467/2017, que instituiu a chamada Reforma Trabalhista. Em relação à reforma, porém, o STF invalidou a norma que permitia o trabalho de grávidas e lactantes em trabalhos insalubres, por afronta à proteção constitucional à maternidade e à criança.
Da mesma forma, não se pode falar de simetria de gênero em questões que envolvem sobretudo mulheres, como assédio sexual e moral, e a necessidade de dupla jornada.
Pandemia
A questão da dupla jornada, para especialistas, tem sido agravada pela pandemia da covid-19. Segundo Érica Aragão, diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), as mulheres trabalhadoras são as que mais sofrem os impactos negativos da crise provocada pelo coronavírus. “Muitas foram demitidas, tiveram seus salários reduzidos ou precisaram pedir demissão para cuidar dos filhos ou de parentes com comorbidades desde o início da pandemia”, observa.
Estudiosas dos impactos da crise sanitária no trabalho da mulher alertam para a romantização do home office. Segundo elas, essas narrativas, reforçadas pela propaganda, têm ajudado a aprofundar as desigualdades de gênero e atuam como artifício para a precarização e a superexploração. Nesse sentido, as mulheres estariam trabalhando muito mais durante o dia e realizando tarefas simultâneas.
Um estudo realizado por Maria Bridi e Giovana Bezerra, da Rede de Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir), constatou que homens e mulheres vivenciam o trabalho remoto de formas distintas. O grupo utilizou software de análise textual para verificar essas distinções, com base nos termos usados por homens e mulheres. Segundo o trabalho, os termos recorrentes para as mulheres estavam relacionados à dificuldade de concentração e às interrupções que sofrem durante a atividade de home office. Já para os homens, o termo “dificuldade” aparece ligado à falta de contato com os colegas.
Armadilha
Para a ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, as mulheres precisam fugir da armadilha de que se pode ter tudo com qualidade. Ela diz que, ao administrar a vida pessoal e o trabalho, a meta deve ser aquilo que é possível. “A mera ideia de supermulher está fora de qualquer realidade possível e palpável”, avalia. A ministra observa que é preciso ajuste, gerenciamento e renúncias. “Quem disser que gerencia muito bem a vida profissional e pessoal me dê a receita”, brinca.
Primeira mulher a presidir o TST, quase 80 anos depois da criação da Justiça do Trabalho, a ministra integra, com mais quatro mulheres, a composição atual do tribunal, de 27 ministros, mas acredita que a busca por igualdade de gênero no mercado de trabalho remunerado tem conquistado cada vez mais espaço para as mulheres, com avanços em postos de liderança.
“É claro que a mulher que quer chegar aos mais elevados postos enfrenta mais dificuldades do que o homem e só uma mudança cultural pode frear essa desigualdade de condições”, avalia.
A ministra lembra que a Justiça do Trabalho é o ramo do Poder Judiciário que melhor atende ao critério democrático em relação ao recorte de gênero. Um levantamento feito pela Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho (CGJT) em 2020, demonstrou que a proporção de juízas de primeiro grau é maior que a de juízes: 50,4% e 49,6%, respectivamente. Entre os servidores, a distribuição também é equilibrada: 50,1% são homens e 49,9% mulheres.
Por outro lado, a ministra identifica uma parte das mulheres que almeja mais qualidade de vida, com o equilíbrio entre a profissão e a vida pessoal. “São mulheres que não se sentem preteridas do mercado de trabalho pelo fato de não ocuparem posições de chefia. Pelo contrário, querem trabalhar, mas sem deixar de lado o cuidado com a família. Uma vida equilibrada nas duas áreas.”
Segundo ela, é preciso respeitar a mulher, independentemente de qual for a sua escolha. “Nós mulheres nos culpamos e somos julgadas pela sociedade por qualquer decisão que tomamos. Se optamos pela carreira profissional, somos criticadas, mas se optarmos por ficar em casa cuidando dos filhos também seremos. É preciso mais solidariedade e respeito pelas nossas escolhas.”
A ministra avalia que, ao longo da história, a essência da mulher foi e sempre será a coragem. “Que assim seja, no presente e no futuro, para que o mundo continue testemunhando da audácia e da bravura do nosso gênero”, conclui.
(RR/CF/TG)
Crise e Discriminação
Brasil: nunca diferença entre homens e mulheres sem emprego foi tão grande
Com machismo estrutural associado à crise brasileira, trabalhadoras são mais afetadas pela desocupação, de 17,1%, ante 11,7% entre a mão de obra masculina
Gabriel Ronan
13/09/2021 04:00 - atualizado 13/09/2021 11:10
"Tanto a mulher quanto o homem podem fazer qualquer serviço. Está havendo um preconceito enorme"
Os efeitos da crise da economia brasileira, amplificados pela instabilidade política no país e o machismo estrutural na sociedade se refletem num impressionante descolamento da taxa de desemprego entre as mulheres comparada à dos homens.
Elas sofrem mais com nível de desocupação de 17,1%, frente a 11,7% para eles, segundo os dados mais recentes do segundo trimestre do ano da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A diferença entre as taxas medidas pelo sexo do trabalhador, de 5,4 pontos percentuais a mais no caso da mão de obra feminina, só perde para a pontuação de 5,7 pp. apurada de janeiro a março, quando as mulheres enfrentavam desemprego de 17,9%, pior resultado da história da pesquisa desde 2016, e os homens, de 12,2%.
A falta de oportunidades, em geral, que deixa 14,7 milhões de brasileiros sem emprego, atinge, sobretudo, mulheres como Pollyana Vieira, de 38 anos. Ela vive numa casa com mais cinco pessoas e apenas uma delas tem renda, proporcionada por aposentadoria recém-conquistada. As taxas de desemprego medidas de abril a junho pelo IBGE ultrapassaram os níveis de desocupação observados durante a recessão de 2016 no Brasil, tanto para mulheres quanto para homens.
Naquele ano, os maiores percentuais foram de 13,8% para as trabalhadoras e de 10,7% entre eles, ambos no último trimestre.
A falta de oportunidades, em geral, que deixa 14,7 milhões de brasileiros sem emprego, atinge, sobretudo, mulheres como Pollyana Vieira, de 38 anos. Ela vive numa casa com mais cinco pessoas e apenas uma delas tem renda, proporcionada por aposentadoria recém-conquistada. As taxas de desemprego medidas de abril a junho pelo IBGE ultrapassaram os níveis de desocupação observados durante a recessão de 2016 no Brasil, tanto para mulheres quanto para homens. Naquele ano, os maiores percentuais foram de 13,8% para as trabalhadoras e de 10,7% entre eles, ambos no último trimestre.
Pollyana Vieira trabalhou até dezembro do ano passado numa loja de roupas na Rua Contagem, no Bairro Boa Vista, Região Leste de Belo Horizonte. Desde então, procura, sem sucesso, uma chance de voltar a trabalhar. “Não consigo encontrar nada. Em todo lugar que você pode imaginar eu já deixei currículo. Tenho experiência com vendas e já trabalhei como auxiliar de cozinha, com topografia e na área administrativa”, conta.
A reportagem chegou até Pollyana por meio de uma postagem em rede social. Ela pedia doações para comprar ração para animais dos quais cuida no Bairro Boa Vista. A dificuldade de conseguir vaga, para ela, também tem conexão com o fato de ser mulher. “Tem hora que eles (os empregadores) acham que para homem é mais fácil porque eles têm mais força (física). Não tem nada a ver. Tanto mulher quanto homem podem fazer qualquer serviço. Está havendo um preconceito enorme”, reclama.
Na casa de Pollyana vivem os pais dela, dois irmãos e um sobrinho. A mãe é a única a dispor de rendimento, uma aposentadoria como faxineira. “A única renda que tem é da minha mãe. Estamos passando muita dificuldade”, afirma a vendedora.
Há um problema estrutural que dificulta a vida das mulheres na hora de buscar emprego, na avaliação do professor Mário Rodarte, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “É uma questão que gera espanto quando você analisa o perfil dos homens e das mulheres, o estrutural. As mulheres têm que procurar um trabalho que se adequa às necessidades que elas já têm dentro de casa, com jornadas duplas e até triplas. Enquanto o homem está mais 'livre' para escolher jornadas de trabalho, está sempre disponível”, analisa.
Segundo Rodarte, o machismo estrutural avança até mesmo sobre as camadas com maior condição financeira da sociedade. “Em algumas situações, há uma cultura de que o homem é um arrimo de família, e a mulher pode escolher o seu trabalho. Então, ela pode recusar uma ou duas ofertas para ter o emprego que ela realmente quer. Digo em uma situação mais favorável, mas na maior parte das vezes o que gera esse desemprego maior (entre elas em comparação a eles) é o preconceito”, diz o professor da UFMG.
“VOCÊ TEM FILHO?”
As limitações citadas pelo economista da UFMG dificultam a vida de Vivian Rauzane, de 25, moradora do Bairro Alto Vera Cruz, Zona Leste de BH. Na casa em que ela vive, moram também uma irmã, o tio e a mãe. Como trabalhadora doméstica, a mãe detém a principal renda da família. “Se não fosse a minha mãe, realmente não sei como faríamos. Estou desempregada há dois anos e meio e tento algo para conciliar com meus estudos. Mas, o que aparece é com carga-horária muito extensa e salário muito baixo”, lamenta a estudante de direito.
Se os processos seletivos são um desafio para a maioria das pessoas, uma pergunta Vivian já sabe que será feita pela equipe de recursos humanos das empresas: “você tem filho?”. Ela não tem filhos, mas reclama da postura das empresas. “Tenho amigas que vivem isso na pele. Se a resposta é afirmativa, já dizem que entrarão em contato depois. Nunca mais ligam. É um preconceito muito grande, porque o homem também precisa cuidar do filho”, diz.
Durante a pandemia, Vivian diz que a família teria passado dificuldades caso a prefeitura não distribuísse cestas básicas. “Com as cestas, o dinheiro que minha mãe ganha fica para as verduras e as carnes. Se não fosse essa ajuda, a gente teria que comer salsicha e hambúrguer”, destaca. Com idade avançada, o tio dela ajuda a família com a rende de um bico que conseguiu no mês passado, após longo tempo sem trabalhar.
Políticas públicas A manutenção e incremento de políticas públicas de assistencialismo são fundamentais em realidades como as da moradora do Alto Vera Cruz, segundo o economista Mário Rodarte. “Independentemente de qual governo esteja no poder, essas políticas são importantíssimas. Primeiro, por que muitas delas não estão no mercado de trabalho devido à falta de condições de entrar (por outros compromissos). Você tem que trabalhar nas duas pontas: dando oportunidades e mudando a perspectiva dos empregadores para que haja mais aceitação das mulheres”, explica.
Rodarte afirma que a falta de projeto social e econômico do governo federal se reflete no aumento da defasagem entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Declarações machistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de ministros, como Paulo Guedes (Economia) e Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), trabalham para ampliar esse problema, na opinião do professor da UFMG.
“Pode-se atuar em vários níveis. Um deles é o da fala. Quando o líder máximo não dá o exemplo, fica difícil superar essas barreiras. É um governo que vive de maneira idílica, que só existe na sua cabeça, no caso a do governante”, diz Rodarte.
Fenômeno histórico
Publicada pelo IBGE a cada trimestre, a Pnad Contínua produz estatísticas sobre o mercado de trabalho do país por meio de um estudo amostral. Os pesquisadores selecionam cerca de 211 mil domicílios de aproximadamente 3,4 mil cidades brasileiras para realizar o estudo. Todos os estados e o Distrito Federal entram no levantamento. Em Minas, são 15 mil imóveis visitados por trimestre.
No entanto, durante a pandemia não há recorte dos dados por unidade federativa. Desde 2012, portanto ao longo de 38 divulgações, as maiores defasagens de desemprego entre mulheres e homens no país ocorreram nos dois últimos trimestres: 5,4 e 5,7 pontos percentuais. Das sete maiores diferenças, seis ocorreram durante o governo Bolsonaro.
Desigualdade cresceu na pandemia
A diferença que já era historicamente grande da taxa de desocupação das mulheres, diante da dos homens, foi ampliada durante a crise sanitária, de acordo com Gustavo Fontes, coordenador da Pnad Contínua em Minas Gerais. “A gente percebe que setores historicamente muito ocupados por mulheres sofreram um impacto maior durante a pandemia, como serviços pessoais (cabelereiros e manicures, por exemplo) e domésticos remunerados, o comércio em geral, alimentação e alojamento”, explica o pesquisador.
Para Gustavo Fontes, a defasagem entre as taxas de desemprego não é a única constatação de que há preconceito contra as mulheres no mercado de trabalho. “Em geral, as mulheres têm uma taxa de desocupação maior que a dos homens, apesar de elas serem mais da metade das pessoas com idade para trabalhar. Ou seja, elas estão menos empregadas mesmo formando a maioria”, afirma.
Outro dado que chama a atenção é a escolaridade. “As mulheres têm escolaridade média maior que a dos homens. Ainda assim, elas têm rendimento menor. É uma desigualdade estrutural”, afirma Gustavo Fontes. Apesar disso, a Pnad não tem divulgado, durante a pandemia, a diferença salarial medida pelo sexo. A maior defasagem ocorreu justamente no primeiro trimestre de 2020, última vez e que esse levantamento foi feito: R$ 579.
O IBGE não faz projeções. Mas, há dados que indicam uma recuperação da economia, ainda que aquém do cenário pré-coronavírus. O nível de desocupação das mulheres, por exemplo, caiu de 17,9% para 17,1% na comparação entre os dois últimos trimestres. No entanto, era de 14,5% antes da pandemia.
A taxa total média, incluindo homens e mulheres, diminuiu de 14,7% para 14,1% entre os dois últimos balanços. Para os homens, era de 12,2% antes da crise sanitária. Desde o segundo trimestre de 2020, o IBGE não calcula as taxas de desemprego por sexo do trabalhador nos estados. A divulgação mais recente disponível para Minas Gerais se refere ao período de janeiro a março do ano passado, quando o nível de desocupação entre as mulheres era de 13,4% e entre os homens de 10%. A média era de 12,2%.(GR)
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