Edição nº 201 - de 15 de Julho de 2022 a 14 de Agosto de 2022

Rádio Espaço Mulher


Tema: Sexualidade na Terceira Idade

8 atitudes que ajudam a ter longevidade, mas adotamos menos ao envelhecer

18DEZ

Não é novidade que a população idosa cresce ano a ano e as pessoas estão preocupadas em adotar hábitos saudáveis para viver mais e melhor. Porém, à medida que o tempo passa, naturalmente deixamos de lado muitas atividades que ajudam a prevenir doenças, melhorar o bem-estar físico e mental e garantir uma vida mais longeva. A seguir, mostramos algumas coisas que você deve procurar fazer sempre para ter autonomia e saúde na terceira idade.

Manter o corpo ativo no dia a dia: É natural ficarmos mais sedentários conforme envelhecemos, e aqui estamos falando de todos os movimentos que uma pessoa faz no dia a dia, não só a malhação em si. Manter um bom nível de atividade física diária —ou seja, treinar regularmente e também ir andando à padaria, caminhar na hora do almoço, trocar o elevador por escadas — é importante para minimizar a perda de resistência cardiovascular, de massa magra e de coordenação motora que acontece naturalmente com o passar dos anos, além de evitar o ganho de peso. Isso reduz o risco de problemas como quedas, fraturas, obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto, grandes vilões da longevidade.O exercício ainda libera substâncias que melhoram o humor e trazem bem-estar, combatendo a depressão.

Em qualquer idade, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade leve a moderada por semana —e para cumprir essa cota vale somar todos os movimentos que você faz. “Mas isso não quer dizer que o idoso só deve fazer hidroginástica e exercícios de baixo impacto. Atividades que envolvam peso, força e resistência, como musculação, em médio e longo prazo reduzem dores articulares, aumentam a massa magra (evitando a sarcopenia) e previnem doenças cardiovasculares”, esclarece Natan Chehter, médico geriatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Conviver com os amigos: Aposentadoria, dificuldades de agenda, cansaço para sair à noite ou no fim de semana, redução da mobilidade e a morte de pessoas queridas são só alguns dos motivos que vão fazendo a gente reduzir pouco a pouco as interações sociais.

Porém, saiba que ter momentos frequentes com os amigos é importante para melhorar o humor e combater a depressão. Também previne doenças cardíacas, pois o hormônio ocitocina, responsável por estimular interações entre as pessoas, reduz os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea, diminuindo a probabilidade de infarto e AVC.

Fazer Sexo: A diminuição da libido é natural conforme envelhecemos, devido à redução na produção dos hormônios sexuais —o que leva não só à redução de desejo, como também à falta de lubrificação vaginal, no caso das mulheres, e dificuldades de ereção, nos homens. Mas saiba que manter-se sexualmente na terceira idade eleva a sensação de prazer e bem-estar, o que ajuda os idosos a aproveitarem melhor a vida, segundo estudo publicado na revista Sexual Medicine.

E a melhor forma de fazer com que o sexo continue sendo rotina é praticar, o que estimula a produção dos hormônios sexuais, a libido e eleva a autoestima. Mulheres que continuam a se masturbar e transar, por exemplo, têm menos dores durante a penetração e sentem mais desejo.

Diminuir o consumo de bebidas e cigarro: Todos sabemos que o álcool e o tabaco são grande inimigos da saúde e estão associados a problemas como câncer, pressão alta, infarto, AVC, impotência sexual. No entanto, muitas pessoas que mantêm o hábito de fumar ou beber por boa parte da vida tendem a não se preocupar em abandoná-lo quando envelhecem, por achar que é tarde demais. Isso é um engano: ao deixar os vícios de lado você vai obter benefícios que vão desde a diminuição nos prejuízos à saúde cardiovascular e pulmonar até a redução no aparecimento de rugas.

Exercitar o cérebro Especialmente após aposentadoria, muitas pessoas não se preocupam em aprender coisas novas ou ao menos manter as atividades intelectuais que já estão acostumadas as fazer. No entanto, continuar exercitando o cérebro é importante para reduzir o risco de demências, como Alzheimer. “E você pode fazer isso com atitudes simples, como ler e fazer passatempos (palavras cruzadas, por exemplo) ou até mais complexas, como aprender uma nova língua”, sugere Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas. Assim, é possível estimular o raciocínio, a memória e a concentração.

Cuidar da alimentação: “Eu comi de tudo a vida inteira, não é agora que vou me preocupar em fazer dieta.” Está aí mais um erro que prejudica a longevidade. Quando envelhecemos, nosso metabolismo tende a diminuir e o corpo gasta menos energia para realizar as mesmas atividades. A falta de uma alimentação adequada leva ao acúmulo de gordura corporal e ao aumento no risco de problemas metabólicos (hipertensão, colesterol alto, resistência à insulina). Tente manter a vida inteira uma dieta rica em alimentos naturais (verduras, legumes, carnes, peixes, frutas) e pobre em doces, frituras, fast-food e comidas ultraprocessadas.

Dormir bem: Você já deve ter ouvido falar que os idosos dormem pouco. Realmente, por questões hormonais, nosso corpo passa a necessitar de menos tempo de sono conforme envelhecemos —mesmo assim, após os 65 anos são necessárias de seis a oito horas de sono, segundo a National Sleep Foundation (Estados Unidos).

“Apesar do período de sono no idoso ser mais reduzido, não quer dizer que ele pode ser prejudicado”, lembra Chehter. Se você não dorme bem por problemas como insônia, apneia do sono, dores crônicas etc., é importante procurar um médico para tratar a condição.

Lembre-se que cumprir as horas adequadas de sono é importante para recuperar o organismo e acordar energizado para encarar o próximo dia. Além disso, dormir pouco aumenta o estresse no organismo e eleva o risco de obesidade, hipertensão e doenças do coração.

Ter um propósito: Quando somos jovens temos vários planos: terminar a faculdade, casar, ter filhos, comprar uma casa na praia… Para cumprir essas metas, nos motivamos a cuidar da saúde, estudar, ser mais produtivos no trabalho, aumentar os vínculos sociais —fatores essenciais para a saúde física e mental.

Porém, conforme envelhecemos e alcançamos esses objetivos, a tendência é nos acomodarmos e deixar de criar novos propósitos. Especialmente após a aposentadoria, isso pode trazer aquela sensação de que o idoso não tem mais tanta serventia, afetando a sua autoestima e gerando problemas como o afastamento social e depressão.

Portanto, procure sempre ter vários propósitos. Pode ser, por exemplo, aprender uma atividade que sempre sonhou e nunca teve tempo quando jovem (tocar piano, desenhar); praticar esportes e até disputar competições; montar um grupo de leitura para crianças e por aí vai.

(FONTE: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/11/21/8-atitudes-que-garantem-longevidade-mas-que-fazemos-menos-ao-envelhecer.htm)

(Fonte: http://www.drpaulobrambilla.com.br/8-atitudes-que-ajudam-a-ter-longevidade-mas-adotamos-menos-ao-envelhecer/, data de acesso: 07/07/2022)

Sexo na terceira idade: entenda como 31% dessa população se mantém ativa

Especialistas explicam que segredo é adaptar os desejos às mudanças físicas

Por Laura Camacho, El País

12/06/2022 11h15  Atualizado há 3 semanas

Sexo na terceira idade: entenda como 31% dessa população se mantém ativa

População de idosos deve dobrar nas próximas três décadas, chegando a mais de 1,5 bilhão de pessoas

O sexo entre idosos “é o grande tabu em nossa sociedade”, diz Miren Larrazabal, psicóloga, sexóloga e presidente da Sociedade Internacional de Especialistas em Sexologia. A sexualidade é um aspecto central do ser humano que está presente ao longo da vida, inclusive na velhice — embora essa fase nem sempre esteja associada à sexualidade. Em 2019, a população com mais de 65 anos ultrapassou os 700 milhões de pessoas, segundo dados das Nações Unidas. Nas próximas três décadas, estima-se que esse número dobre para mais de 1,5 bilhão de pessoas. Larrazabal considera essencial fornecer informações aos idosos, baseadas em conhecimentos científicos, que lhes permitam adaptar seus desejos e atividades às mudanças físicas que possam sofrer.

— É bom que a sexualidade acompanhe todo o ciclo da vida — afirma.

Recentemente, um estudo sobre a atividade sexual em idosos foi publicado no The Journal of Sexual Medicine, como parte de um projeto maior sobre violência sexual na Bélgica. A pesquisa é composta por uma amostra de 511 pessoas que vivem no país e cuja idade está entre 70 e 99 anos. Os resultados revelam que um terço deles é sexualmente ativo (31,3%). Como sexualmente ativos entendia-se contato sexual com penetração, masturbação, sexo anal, sexo oral... E 47,3% dos sexualmente inativos relataram ter vivenciado formas de ternura física: contato íntimo, sem penetração ou masturbação, como beijos ou carícias.

Em 2012, essa mesma revista científica publicou uma análise semelhante com dados sobre sexualidade em idosos coletados na Espanha, cuja amostra foi de quase 2 mil pessoas. Os resultados também mostram que a sexualidade está presente nos espanhóis com mais de 65 anos: em 62,3% dos homens e em 37,4% das mulheres. Os parâmetros são mais frouxos do que no estudo anterior. Como prática sexual incluíam beijos e abraços, sexo oral, coito vaginal e masturbação.

Novas doenças do sono: sexo sonâmbulo, respiração estreita e apneia combinada com insônia

Adina Cismaru-Inescu, sexóloga clínica, doutoranda na área do envelhecimento e coautora da pesquisa belga, acredita que essas análises “demonstram que existe sexualidade no idoso e ternura física também”.

Como no resto das idades, a sexualidade dos idosos é influenciada por múltiplos fatores. A ginecologista Ana Ezquerra Giménez defende que o fundamental é a saúde física e mental e que existem algumas diferenças em função do sexo. Nas mulheres, a menopausa, e a consequente diminuição dos hormônios produzidos pelos ovários, afeta a libido e produz alterações fisiológicas no aparelho genital externo e interno, como ressecamento vaginal ou menor resposta orgásmica em intensidade e duração, por exemplo.

— A percepção íntima de cada mulher dessas mudanças naturais, sua aceitação como uma nova etapa da vida e sua adaptação a uma nova situação, de forma otimista, são fundamentais para o desenvolvimento de uma sexualidade posterior prazerosa e não traumática — disse ela.

A isto devem ser adicionadas as patologias da idade, que tanto as mulheres como os homens sofrem. Eles não experimentam a menopausa como tal, mas seus níveis de testosterona caem ligeiramente na velhice. Ezquerra Giménez ressalta que esses problemas podem ser tratados por especialistas.

Alguns medicamentos que são tomados para controlar patologias relacionadas à idade têm impacto na sexualidade e no desejo sexual, principalmente as psicoativas, lembra a sexóloga Larrazabal.

— Às vezes nós, profissionais, esquecemos que para os idosos a sexualidade é muito importante e assim como anunciamos os efeitos colaterais de certos medicamentos para os jovens, devemos fazê-lo também com os idosos — explica.

O desejo sexual é uma parte fundamental da sexualidade. É muito complexo e envolve inúmeros fatores biológicos, psicológicos e socioculturais, segundo Larrazabal. Embora ainda sejam necessários mais estudos sobre isso, a sexóloga confirma que é do conhecimento dos especialistas que ter uma vida sexual ativa é a melhor forma de manter o desejo.

— Esse desejo sexual apresenta diferentes faces ao longo da vida. A sexualidade deve ser cultivada, deve ser desenvolvida — ressalta a especialista, para quem essa sexualidade não precisa ser focada na relação sexual ou na genitalidade, mas pode ser um modelo mais amplo de sexualidade, que tem numerosos benefícios. — O sexo proporciona um estado de bem-estar e tem muita influência a nível físico: para o sistema circulatório, para o coração, para diminuir o nível de estresse.

E, além das questões físicas, também tem um grande impacto psicológico.

A percepção dos idosos

A percepção que os idosos têm da sexualidade é positiva. Isso é determinado por uma revisão de mais de uma dezena de estudos publicados na Revista Espanhola de Saúde em 2019. No entanto, existem algumas questões que colocam uma barreira à expressão do desejo sexual: estereótipos, preconceitos de pessoas do ciclo de convivência, a falta de intimidade em casa e a associação da procriação com a sexualidade.

Essa pesquisa mostra como as mulheres que viviam em comunidade exigiram uma educação adequada sobre sexualidade para ajudá-las a assumir naturalmente as mudanças após a menopausa. Em relação às viúvas, é marcante a associação das relações sexuais com o papel de esposa, o que implica que, ao enviuvar, a vida sexual chegou ao fim. Muitas das participantes, principalmente as que seguiam a doutrina da Igreja Católica, expressaram que a finalidade das relações sexuais era a concepção e não o prazer e que essas relações faziam parte do dever como esposas e não algo criado para o gozo.

A falta de educação sexual na terceira idade é uma das causas que alimentam o tabu da sexualidade nesta idade, defende Cismaru-Inescu, um dos autores do estudo belga. Além das percepções que se têm sobre os idosos, como a imagem deles como avôs e avós que apenas "assam biscoitos e vão passear". A psicóloga Larrazabal acredita que a sexualidade na terceira idade é cercada de mitos.

— A primeira é que a sexualidade termina em certa idade da vida e sai da vida dos idosos. Temos que entender que somos uma espécie sexuada — ressalta.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/clube-o-globo/saude-e-bem-estar/noticia/2022/06/sexo-na-terceira-idade-entenda-como-31percent-dessa-populacao-se-mantem-ativa.ghtml, data de acesso: 07/07/2022)

Idosos e sex toys: veja os benefícios da masturbação na maturidade

Especialista explica se há idade limite quando o assunto é brinquedo erótico e os cuidados necessários antes de escolher os produtos

Thamara Oliveira

08/01/2021 5:00,atualizado 08/01/2021 10:24

Não é novidade ver celebridades defendendo o uso de sex toys. Porém, uma atriz em específico chamou atenção ao falar dos acessórios: Rosamaria Murtinho. Em entrevista, a artista, de 85 anos, comentou que acha legal o fato de que hoje em dia as pessoas têm mais possibilidades para sentir prazer, inclusive usando brinquedos sexuais.

Contudo, deu a entender não ser adepta por conta de sua idade. “Eu tenho pena de não ter sido dessa época. Porque agora estou velha. Estou afastada”, disse Rosamaria, em tom de piada.

Mas fica a dúvida, existe idade limite para a exploração do próprio prazer e para o uso de sex toys? A psicóloga e especialista em sexualidade do Sexo Sem Dúvida Carolina Freitas garante que não.

“A nossa sexualidade nasce e morre com a gente. Dentro de cada etapa da vida, em cada fase e cada ciclo, a gente tem novas descobertas, novos prazeres e explorações do corpo. E isso pode ser em qualquer idade, inclusive após os 70, 80”, explica.

Nessa faixa etária, a especialista frisa que as pessoas aprendem ainda mais que sexo vai muito além de penetração. Uma vez que o corpo físico vai envelhecendo e pode haver algumas dificuldades tanto por parte dos homens quanto das mulheres, a estimulação do corpo como um todo é importante.

Benefícios

A vivência sexual e as novas descobertas não só estão liberadas na melhor idade como são altamente recomendadas. Carolina afirma que uma vida sexual ativa melhora a saúde física e mental.

“Com ou sem parceria, o prazer é sempre importante. Logo, mesmo sem estar acompanhado(a), é recomendado manter sempre a autoestimulação, a masturbação”, indica.

Manter o prazer em dia garante benefícios como alívio do estresse, fortalecimento da imunidade, controle de pressão, melhora do sono e do humor e até mesmo o fortalecimento da musculatura da região pélvica.

Cuidados

Fica a dica: como nessa faixa etária podem existir problemas como diabetes e hipertensão, é sempre bom estar atento(a) aos ingredientes de certos produtos eróticos. “Alguns géis, vibradores líquidos e lubrificantes, por exemplo, podem conter açúcar, corantes ou bebidas em suas composições”, alerta Carolina.

(Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/pouca-vergonha/idosos-e-sex-toys-veja-os-beneficios-da-masturbacao-na-maturidade, data de acesso: 07/07/2022)

Sexualidade na pessoa com deficiência

Hoje vou falar um pouco sobre a sexualidade para portadores de necessidades especiais!

Quando um homem sofre uma lesão na medula ocorre alterações na forma da sua ereção, que deixa de ocorrer pelos impulsos nervosos, entretanto, existem outras formas. Uma delas é a reflexa, que como o próprio nome já diz, é uma resposta do corpo de estímulos no órgão sexual ou na região.

Tem também a psicogênica, que acontece diretamente no cérebro, com estímulos visuais, imaginação, tato, cheiro, ou algum som.

O orgasmo e a ejaculação também sofrem alterações por conta da lesão, entretanto, quando o paciente se adapta ao seu novo corpo, é absolutamente natural que ele mantenha a vida sexual ativa.

No caso delas, a fertilidade não é afetada, apenas sua lubrificação pode sofrer alteração, entretanto, a psicogênica também atua aqui, além do mais, ela passa a descobrir outras zonas erógenas pelo corpo, além das convencionais.

Apesar dessas alterações, isso não significa que a pessoa deve deixar sua vida sexual de lado. É necessário um cuidado maior sim, entretanto, com a ajuda do parceiro, é possível manter sua sexualidade naturalmente.

Lembre-se que deficiência não significa incapacidade, e que como qualquer ser humano, o paraplégico tem sexualidade e que vai além do corpo, como sentimentos e principalmente, o cérebro.

Dúvidas? Procure um profissional .

(Fonte: https://lorenabaldotto.com.br/sexualidade-na-pessoa-com-deficiencia/, data de acesso: 07/07/2022)

Sexo faz bem em qualquer idade

Cinthya Leite

Publicado em 29/07/2017 às 17:00

Nesta segunda-feira (31), especialistas em sexualidade terão uma oportunidade especial para debater sobre diversos assuntos com interessados no tema. Na data, é comemorado o Dia do Orgasmo, criado há quase 20 anos por lojas britânicas especializadas em produtos eróticos para chamar a atenção da população sexualmente ativa, entre 16 e 65 anos. Mas, assim como outras datas que promovem uma discussão sobre o sexo, exclui uma parcela da sociedade: os idosos.

Para a ginecologista e sexóloga Karina Cidrim, do Hospital da Mulher do Recife (HMR), os pacientes na terceira idade, além de enfrentar questões biológicas, esbarram em fatores culturais. “Existe um preconceito da sociedade com a terceira idade em geral. Um idoso se exercitando na academia, por exemplo, não é bem visto pelos outros. Os pacientes, principalmente as mulheres, acham que já estão velhos demais para o sexo. Na verdade, elas foram ensinadas a pensar dessa forma”, pontua a médica.

“A sexualidade é um pilar de três bases. A primeira é o ambiente, a segunda é a saúde. Por último, vem o parceiro ou a parceira. Se o paciente tem obstáculos em algum dos quesitos, pode enfrentar problemas no sexo”, explica a ginecologista e sexóloga Karina Cidrim.

Por envolver diversos fatores, especialistas em sexualidade costumam analisar o histórico do paciente a fim de encontrar a causa de eventuais problemas. “Nós vemos diferenças entre homens e mulheres. Enquanto elas acabam cedendo por pressão do marido, eles se obrigam a ter uma vida sexual por autoafirmação. O desejo sexual, por ser multifatorial, tem que ser trabalhado tanto na parte clínica como na parte psicológica”, esclarece Karina.

Quando as disfunções sexuais nessa fase da vida estão relacionadas a problemas biológicos, a principal intervenção médica, no caso das mulheres, é a reposição hormonal. “As indicações de hormonioterapia são bem específicas e o tratamento deve ter acompanhamento médico. Já para aquelas que sofrem com o ressecamento vaginal após a menopausa, os cremes à base de hormônios ou lubrificantes são boas opções para minimizar eventuais desconfortos. Tentamos entender a causa da dor para optar pelo melhor tratamento”, ressalta a ginecologista.

Quando o problema tem raiz em questões psicológicas, a saída adequada é procurar apoio na terapia sexual. “Esse acompanhamento pode ser feito com qualquer profissional da área de saúde que tenha habilitação no assunto. Nas sessões, trabalhamos com técnicas específicas para atenuar os sintomas desconfortáveis. Porque não adianta receitar hormônio e não trabalhar outras queixas pessoais que passam na cabeça da paciente”, acrescenta.

Para a aposentada Janete Coutinho, 81 anos, exercer plenamente a sexualidade é não se importar com rótulos. “Eu sou de um tempo arcaico. Naquela época a mulher tinha que se casar virgem. Só comecei a evoluir depois que deixei meu primeiro marido. Hoje faço tudo o que meu coração manda e minha vontade pede. Não tenho preconceito e não me incomodo com idade”, conta Janete, que já está no terceiro casamento.

Aliado a um estilo de vida saudável, o sexo pode, inclusive, retardar distúrbios comuns na velhice. “A sexualidade é um medidor de qualidade de vida. Se a pessoa tem uma vida sexual prazerosa, ela terá uma melhora na qualidade de vida. Esse bem-estar físico e psicológico auxilia na prevenção de doenças”, defende a especialista.

(Fonte: https://m.blogs.ne10.uol.com.br/casasaudavel/2017/07/29/sexo-faz-bem-em-qualquer-idade/, data de acesso: 07/07/2022)

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OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da RÁDIO ESPAÇO MULHER, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.