Os noticiários recentes sobre o falecimento do empresário, jornalista e doutor "honoris causa" Roberto Marinho trouxeram a baila os valores, a importância e contribuição deste brasileiro na área da comunicação.
Ao analisar a trajetória apresentada nas reportagens históricas sabe-se que ele teve a "sorte" inicial de ter herdado a editora jornalística e de ter sido bem orientado por profissionais antigos e leais que o treinaram nos primeiros passos. Coube, então, ao jovem a perseverança de aprender e empreender o novo negócio. Com um bom relacionamento e dotado de espírito líder e empreendedor soube fazer alianças, estratégias nacionais e no exterior, com governos e nas esferas de poder, e, além disso, soube ter a ousadia para acreditar em si, nos outros e no que pretendia alcançar.
De toda as falas dele apresentadas nos programas de televisão, duas das que simbolizaram a existência dele, são de grande preciosidade para a área da comunicação ainda hoje.
A primeira é quando ele disse que os seus primeiros jornais eram muito simples, não porque ele não soubesse fazê-los melhor, mas porque ele não dispunha dos equipamentos necessários para isto.
E a segunda, quando se refere ao fato de que penhorou sua própria casa para adquirir os primeiros equipamentos televisivos.
Nestes dois momentos há duas grandes lições, a humildade de não esquecer suas origens e a ousadia de crer num futuro que para muitos era uma incógnita, investindo todo o pouco que tinha.
Hoje a área da comunicação agradece a todos os feitos empresariais de Roberto Marinho, porém, na nossa óptica o que mais se tem a agradecer é o ensinamento de que não se deve discriminar o desenvolvimento dos veículos pequenos.
Se olharmos pelo marketing de guerra, com competição desleal, usando a violência contra os iniciantes e pequenos, tudo é válido para monopolizar as verbas publicitárias, poder e espaço junto aos leitores e telespectadores.
Porém, se a visão for com o olhar do amor solidário, permitir-se-á o crescimento de todos os veículos e correntes de comunicação, em nome do respeito e preservação da expressão cultural do país. Mesmo porque, quem mais emprega e dá oportunidades de primeiros trabalhos e treinamentos, são as pequenas empresas.
Roberto Marinho teve a "sorte" de encontrar homens publicitários, administradores e jornalistas (alguns nem formados eram), investidores e políticos que somaram com ele numa fase em que o país buscava uma integração nacional e, além disso, as primeiras empresas multinacionais chegadas aqui, precisavam propagar seus produtos, e assim, a soma de todos em torno dele, era a oportunidade para todos. Para ele coube o mérito de saber aliar estes esforços, negociar, antever, dirigir e liderar os interesses dos envolvidos.
Entretanto, há algo que não mudou com toda a tecnologia avançada. É o estranho hábito de se homenagear as pessoas somente após o falecimento. A grande pergunta é: quando será que aprenderemos a homenagear e a valorizar as pessoas que constroem este nosso Brasil enquanto vivas? E na convivência da sabedoria delas alimentar nosso intelecto com bons exemplos de ousadias e vitórias?
Assim como partícipes da construção social, e na área da comunicação também temos a agradecer aos feitos do Roberto Marinho e a todas as outras pessoas, homens e mulheres, nossos precursores e contemporâneos, pois com a experiência deles hoje estamos aqui fazendo uso da tecnologia para apresentar-lhes esta edição n° 19.
Abraço de Elisabeth Mariano e equipe Portal ESPAÇO MULHER INFORMA...
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