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Edição nº 55 - de 15 de Agosto de 2006 a 14 de Setembro de 2006

Você conhece o “Quarto Setor” - o mercado que mais movimenta o Brasil?

Diante de tantas situações complexas em que se instala o caos sobre a sociedade brasileira, expondo a tudo e a todos, a temores e perplexidade diante da violência urbana, principalmente, nos grandes centros, que são destaques na mídia de massa continuadamente, algumas até fogem do eixo “entretenimento e cultura” a que se propõem como concessões, nos defrontamos com jornalistas sendo seqüestrados e se tornando porta-vozes de exigências de detentos, o que é lamentável em todos os sentidos.

Estes fatos que assolam a sociedade brasileira podem ser explicados no tema proferido em palestra por Ligia Mello (diretora de planejamento e mídia da Neogroup)(*), quando afirmava em Fevereiro de 2004 que: “o Quarto Setor é o mercado que mais movimenta o Brasil”. Segundo ela, “as pessoas sabem o que o Primeiro Setor é o governo, o qual responde pelas ações sociais. O Segundo Setor é o privado, responsável pelas questões individuais. O Terceiro Setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, as chamadas ONGs. E o Quarto Setor é formado pelos que vivem à margem da lei”. Ao entrar nesse mérito, Ligia Mello, detalhou como “está sendo dominado nosso país e como estamos reféns do medo”, além disso, em sua palestra ela detalhava sobre as estatísticas alarmantes encontradas das pequenas às grandes cidades, em que se pesquisou o “que infesta e apavora a população.” Ela dava dicas de como “se defender sem incentivar o Quarto Setor, quais os produtos que o movimentam, e discorria também sobre a impunidade e dificuldade enfrentada pelo poder judiciário.” Segundo ela, há “indícios que esse setor movimente cerca de 5% do PIB, afetando significativamente orçamentos de empresas que estão na legalidade, por exemplo.” Conforme Ligia de Mello, “o lamentável em toda esta história é que o Quarto Setor só existe porque há um mercado consumidor para ele.”

O que esta informação e referência sobre a palestra de Ligia Mello tem a ver com este caos em que vivemos e sobrevivemos? Praticamente tudo. Pois, da população aos meios de comunicação, e, dos políticos constituídos, às instituições governamentais e privadas, falta um plano de ação em que a verdadeira cidadania e democracia sejam respeitadas.

É fácil falar dirão alguns, mas difícil é fazer! Mas, com certeza, será possível, no momento que houver um planejamento de desenvolvimento humano e econômico para o nosso país em que a população e os meios de comunicação se engajem, com o objetivo de construção de uma pátria melhor, em que seja difundido uma confiança no futuro, sem apenas se semear o medo. Ou seja, cada um dos Três Setores deve ocupar o seu lugar, ter suas responsabilidades definidas, não atravessar nos interesses do outro setor, querendo ocupar-lhe o lugar, mas sim, buscar em conjunto “aparar as arestas” e a colaboração mútua, tendo como meta o desenvolvimento do país e de seu povo.

Utopia, dirão alguns. Mas, outros, afirmarão, há exemplos de muitos países que já foram até destruídos pela guerra, e se tornaram grandes potências com a garra de seu povo e o amor pela sua pátria.

Precisamos respeitar os direitos humanos dos trabalhadores, da iniciativa pública e privada; os direitos humanos de todas as famílias em todas as classes sociais e religiosas; os direitos humanos dos/as detentos/as e seus familiares; os direitos humanos dos consumidores; os direitos humanos de liberdade de expressão e livre iniciativa de todos os segmentos da comunicação; os direitos humanos de se ter acesso ao judiciário, de residir, de se alimentar, de ter tratamento médico; os direitos humanos de inclusão e de escolaridade, etc.

De nada valem campanhas ditas de “responsabilidade social”, pregações religiosas, discursos políticos, marketing corporativo etc. quando sequer se comprova nas empresas, repartições, entidades, igrejas, que haja respeito às leis das cotas de inclusão de deficientes, de raça negra, ou para filhos/as de detentos/as; ou, quando se comprova que há burla do fisco, ou lesa os seus trabalhadores com manobras que desrespeitam as leis trabalhistas, dentre inúmeros outros casos, até públicos como “os caixa-dois” e superfaturamentos aliados a vida de alguns políticos e empresários, ou até de grupos religiosos que estão envolvidos nos escândalos e investigações de corrupção, atualmente.

Quando houver mais consciência nas lideranças, que o maior e o melhor líder, aquele líder inesquecível, é o que sabe negociar a favor de seus liderados, buscando o que possa ser melhor para eles e as suas famílias, não os expondo aos riscos e desgastes, então, talvez, tenhamos paz.

Paz em todas as relações humanas, pois a negociação fará parte de se compreender até onde é o direito e liberdade de uns, e onde começa o direito e a liberdade de outros. Haverá a vitória pela diplomacia, pelos tratados e acordos entre as classes, instituições, governos, e lideranças. Os líderes representantes de grupos radicais ou não, políticos ou religiosos, econômicos ou públicos; classistas de detentos ou de profissionais de imprensa, de empresários ou do aparato policial ao judiciário; enfim, os líderes governamentais de cada país, podem ser construtores da paz, quando realmente, querem defender os direitos de seus liderados, buscam a diplomacia e respeitam as negociações em nome da paz.

Em nenhum lugar deste mundo, em nenhuma condição social, em nenhum coração humano pode faltar a paz. Só se é feliz no promover a paz.

Lamentamos o que ocorreu aos colegas jornalistas, mas nós do ESPAÇO MULHER, bem sabemos quanto doem todas as violências e impedimentos, pois, isto sofremos há muitos anos, sem soluções. Realmente, é doloroso se ter um ideal e ser impedido de realizá-lo, por qualquer meio de violência, concordamos com esta dor, ela é cruel!

Mas, quem sabe possamos repensar sobre a palestra de Ligia Mello e rever nossas atitudes, daí, com estes conhecimentos, (evitando-se a propagação do quarto setor), construirmos novas bases sociais mais sólidas, respeitarmos a hierarquia dos Três Setores e junto com eles contribuirmos para que haja uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana, que promova a paz.

Na expectativa de que em breve possamos encontrar rumos pacíficos entre todos os segmentos da nossa sociedade, e que, juntos venhamos a fazer um campeonato com times empenhados na construção humana do nosso país, entregamos-lhes esta edição nº. 55 do Portal ESPAÇO MULHER INFORMA... com um abraço de Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

((*) fonte: Sonia di Pieri- in Comunique-se, Fev./2004)

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