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Edição nº 117 - de 15 de Outubro de 2011 a 14 de Novembro de 2011

FINALMENTE, SE RECONHECE O USO DE ESTEREÓTIPOS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Na recente “indisposição” contra um anúncio de lingeries, em que ocorre um debate se contém uma mensagem propagadora de estereótipos contra as mulheres, ou não, ao ser levado o caso pela Secretaria de Políticas paras a Mulheres ao CONAR (órgão regulador publicitário), ocorreu a partir deste fato, o reconhecimento de que houve a aplicação de estereótipos, mas que trata-se de algo comum no cotidiano das pessoas, não havendo uma punição para este fim.

O que quer dizer isto? Que toda a área da comunicação social, tanto na divulgação publicitária, novelas, humor dentre outros, está permanentemente no uso dessas “liberdades sociais e políticas” que fazem parte do repertório consuetudinário.

Todavia, ao se buscar a definição do significado do “consuetudinário”, há de se entender que trata-se de algo “comportamental habitual”, parte dos costumes, a exemplo disto: permanecer em fila por ordem de chegada, levantar a mão para interromper, ou perguntar algo em uma palestra, ou em sala de aula.

Contudo, há o conceito do Direito Consuetudinário, que resumidamente, apregoa ser um conjunto de normas (ou leis não escritas, muitas vezes) que estão consagradas pelos usos e costumes tradicionais de um povo ao longo dos tempos, e que venha sendo praticado sem ofender ao sistema jurídico legal e ao andamento da ordem pública.

Diante dos Novos Direitos conquistados pelo Gênero Feminino, assentados e ratificados pelo Brasil nos Tratados e Convenções Internacionais, ao se usar os estereótipos, ultrapassa-se o Direito Consuetudinário, prejudicando em imagem dos coletivos (aqueles que não aceitam ser tratados pejorativamente, e que têm o direito de agir e reagir contra o que está sendo apresentado na mídia, ou onde possa ferir seus direitos).

Discussão fértil e favorável para a mudança dos comportamentos em pleno século 21, não só da mídia brasileira, mas das instituições em geral, incluindo o sistema judiciário, que ainda não mantém nos julgamentos o respeito aos Novos Direitos do Gênero Feminino, no qual se inclui a LINGUAGEM NÃO-SEXISTA (ratificado pelo Brasil nas normas da UNESCO).

Nossos cumprimentos e parabéns a Ministra Iriny Lopes da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) que cumpre o seu papel na sua função para a qual foi nomeada.

Para que haja melhor entendimento o que leva a usos e costumes “deturpados” da realidade saudável, na qual se respeite o direitos de todas as pessoas, a seguir apresentamos um artigo na área da Psicologia social, que poderá esclarecer a origem de determinados fatos costumeiros ainda na sociedade brasileira.

Nosso fraternal abraço, com votos de muito suvcesso para voce, entregamos a edição número 117 do Portal ESPAÇO MULHER Informa...

Elisabeth Mariano e equipe.

ATITUDE, PRECONCEITO E ESTEREÓTIPO

“Para compreender o que é o preconceito, convém entender primeiro o conceito de atitude baseado nos estudos da Psicologia Social.

ATITUDE é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou evento particular.

Para cada atitude há um conceito racional e cognitivo - crenças e ideias, valores afetivos associados de sentimentos e emoções que, por sua vez, levam a uma série de tendências comportamentais: predisposições.

Portanto, toda atitude é composta por três componentes: um cognitivo, um afetivo e um comportamental:

a cognição – o termo atitude é sempre empregado com referência à um objeto. Toma-se uma atitude em relação a que? Este objeto pode ser uma abstração, uma pessoa, um grupo ou uma instituição social.

o afeto – é um valor que pode gerar sentimentos positivos, que, por sua vez, gera uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas.

o comportamento – a predisposição: sentimentos positivos levam à aproximação; e negativos, ao esquivamento ou escape.

Dessa forma, entende-se o PRECONCEITO como uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível.

CARACTERÍSTICAS DO PRECONCEITO:

É um fenômeno histórico e difuso;

A sua intensidade leva a uma justificativa e legitimização de seus atos;

Há grande sentimento de impotência ao se tentar mudar alguém com forte preconceito.

Vemos nos outros e raramente em nós mesmos.

* EU SOU EXCÊNTRICO, VOCÊ É LOUCO!
* Eu sou brilhante; você é tagarela; ele é bêbado.
* Eu sou bonito; você tem boas feições; ela não tem boa aparência.
* Eu sou exigente; você é nervoso; ele é uma velha.
* Eu reconsiderei; você mudou de opinião; ele voltou atrás na palavra dada.
* Eu tenho em volta de mim algo de sutil, misterioso, de fragrância do oriente; você exagerou no perfume e ele cheira mal.

CAUSAS DO PRECONCEITO:

Assim como as atitudes em geral, o preconceito tem três componentes: crenças; sentimentos e tendências comportamentais. Crenças preconceituosas são sempre estereótipos negativos.

Segundo Allport (1954) o preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que, em determinadas circunstâncias, podem se transformar em raiva e hostilidade. As pessoas que se sentem exploradas e oprimidas freqentemente não podem manifestar sua raiva contra um alvo identificável ou adequado; assim, deslocam sua hostilidade para aqueles que estão ainda mais “baixo”na escala social. O resultado é o preconceito e a discriminação.

Já para Adorno (1950), a fonte do preconceito é uma personalidade autoritária ou intolerante. Pessoas autoritárias tendem a ser rigidamente convencionais. Partidárias do seguimento às normas e do respeito à tradição, elas são hostis com aqueles que desafiam as regras sociais. Respeitam a autoridade e submetem-se a ela, bem como se preocupam com o poder da resistência. Ao olhar para o mundo através de uma lente de categorias rígidas, elas não acreditam na natureza humana, temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem, assim, como suspeitam deles. O preconceito é uma manifestação de sua desconfiança e suspeita.

Há também fontes cognitivas de preconceito. Os seres humanos são “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar seu pensamento social o máximo possível. A simplificação exagerada leva a pensamentos equivocados, estereotipados, preconceito e discriminação.

Além disso, o preconceito e a discriminação podem ter suas origens nas tentativas que as pessoas fazem para se conformar(conformidade social). Se nos relacionamos com pessoas que expressam preconceitos, é mais provável que as aceitemos do que resistamos a elas. As pressões para a conformidade social ajudam a explicar porque as crianças absorvem de maneira rápida os preconceitos e seus pais e colegas muito antes de formar suas próprias crenças e opiniões com base na experiência. A pressão dos colegas muitas vezes torna “legal” ou aceitável a expressão de determinadas visões tendenciosas – em vez de mostrar tolerância aos membros de outros grupos sociais.

REDUÇÃO DO PRECONCEITO:

A convivência, através de uma atitude comunitária é, talvez, a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.

COMO FUNCIONA O ESTEREÓTIPO:

É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.

Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial.

RACISMO:

É a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento ou/ou:ou você é um de nós ou é um deles.

Por Regina Célia de Souza

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

McDavid, John e Harari, Herbert. Psicologia e comportamento social. Ed. Interciência. RJ. 1974.
Morris, Charles G. e Maisto, Albert A.. Introdução à Psicologia. Ed. Pearson e Prentice Hall. SP. 2004.

ATENÇÃO: LEIA AS REPORTAGENS A SEGUIR E FAÇA UMA REFLEXÃO CONSIDERANDO OS CONCEITOS DE ESTEREÓTIPO E PRECONCEITO.

(Fonte: brasil escola » psicologia » atitude, preconceito e estereótipo - http://www.brasilescola.com/psicologia/atitude-preconceito-estereotipo.htm, data de acesso em 13/10/2011)

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