No ano de 2105 comemoram-se os 20 anos após a realização da IV Conferencia Mundial da Mulher, que ocorreu em 1995, em Beijing/China, ocasião em que o Presidente da República prof. dr. Fernando Henrique Cardoso assinou e ratificou sem reservas, a Declaração e Plataforma de Ação da ONU, para o empoderamento das mulheres, e os países tiveram um tempo determinado para aplicar as normas ali citadas, cujas representavam a vontade de trabalhos apresentados por lideranças mundiais femininas, diante de quase 50 mil mulheres de todo o Mundo, que ali estiveram também realizando e participando apresentações de pesquisas e solicitações, no I Fórum Mundial das Mulheres.
Independente de formatos governamentais e de religiões que possam estra junto com o poder estatal, é importantíssimo que apenas as análises sejam centradas nas condições de vidas das mulheres, no que elas estão sofrendo de violações econômicas e psicológicas, falta de acesso a justiça, discriminação e abuso de poder de todas as espécies, violações que dificultam o acesso delas para atuarem como sujeitos ativos na área da comunicação, ou de acesso a cargos em emprego, trabalho, partidos políticos etc. e, além disto, nas diversas fases da vida, contempladas nas condições de saúde, proteção de segurança etc. A Declaração de Beijing abrangeu a vida das mulheres para todos os recantos do planeta. A Plataforma de Ação teria que ser implementada/implantada, sem reservas tanto pelas autoridades governamentais, quanto pelos segmentos de poderio econômico da inciativa privada.
Obviamente, que quem nada fez, e apenas procrastinou as melhorias para a vida das Mulheres, tendo as discriminado e sequer elas foram tratadas com a dignidade e respeito aos direitos humanos delas, jamais poderá aborrecer-se (e, menos ainda perseguir depoentes politicamente) por estarem os casos sendo citados em relatórios internacionais com provas sustentadas, etc. pois, tais atitudes das mulheres serão o sustentáculo para que sejam tomadas providências a fim de ajudar e colaborar para a proteção da vida de todas as outras mulheres, ou, além de se evitar tais violações continuada, também servirá para encontrar parâmetros para as próprias soluções, as informações são analisadas por importantes técnicos e especialistas mundiais nas questões de gênero feminino e Direitos Humanos das Mulheres.
A seguir ofertamos-lhe alguns links com reportagens de fatos que são recentes, cujos são atos transformadores para a melhoria da realidade das mulheres em outros países, cujas atitudes são tomadas por seus governantes.
Também queremos destacar uma pesquisa que fizemos para marcar o quão são importantes às políticas públicas em torno da gravidez precoce, citando história de LINA MEDINA – QUE FOI MÃE AOS 5 ANOS DE IDADE. É algo comovente que aconteceu há mais de 82 anos atrás. Além desta reflexão dolorosa, trazemos também muitas outras notícias, com informações que estão até incompreensíveis para o pleno século 21. Outras são de interesse público até mesmo, e, noutra há o respeito as tradições culturas de povos, reconhecendo nova profissão, arte antiga das “mães espirituais”. A variedade nos leva a repensar certas situações, que ainda ocorrem e que precisam ser modificadas. E, outras que mesmo bem devagar estão transformando a realidade das mulheres. Dá para perceber os diferentes estágios das mulheres em cada notícia de cada país. Também é possível mensurar-se os progressos das mulheres brasileiras, comparativamente a outros, diante de políticas públicas, de ações afirmativas, de acessos e aparatos legais, embora ainda haja uma verdadeira maratona de barreiras a serem quebradas, diante de resistências de Homens e Mulheres que estão desatualizados com as transformações que estão ocorrendo mundialmente.
Esperamos que aprecie nossas pesquisas e notícias. Receba nossos fraternal abraço, com votos de muito sucesso. Elisabeth Mariano e equipe.
http://www.ebc.com.br/educacao/2015/03/obama-defende-direito-educacao-de-meninas-em-todo-o-mundo
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=676&id_coluna=10
A presidente Dilma Rousseff sancionou no dia 8 de janeiro de 2015, a Lei 13.086/15, que institui, no calendário oficial do País, o “Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil”. Pela lei, a data comemorativa será celebrada, anualmente, no dia 24 de fevereiro.
http://www.pdt.org.br/noticias/dilma-sanciona-lei-do-dia-da-conquista-do-voto-feminino
Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.
Lina Medina, uma peruana nascida em 27 de Setembro de 1933, é conhecida mundialmente por ter dado a luz a um filho precocemente, com apenas cinco anos de idade. Por este fato, Lina Medina é a mãe mais jovem já confirmada na história da medicina.
Nascida e criada no distrito de Ticrapo, localizado na região Huancavelica, Lina vivia em condições precárias em uma aldeia andina juntamente com sua família. Os pais da garota ao detectarem um aumento anormal em seu abdômen, resolveram levá-la a um curandeiro da vila. Seu pai Tiburcio Medina procurou imediatamente os xamãs da vila (os curandeiros) que faziam rituais xamânicos, do quais invocavam espíritos da natureza para ajudar o povo da vila. Porém os xamãs descartaram que houvesse superstições da localidade, como a possibilidade da menina abrigar em sua barriga uma cobra (Apu), que iria crescer a até matá-la. Recomendaram então, que os pais a levassem a um hospital.
Os pais de Lina Medina, bastante assustados imaginavam que sua filha pudesse estar com um tumor maligno e temiam pela morte dela. Seguindo a recomendação dos xamãs da vila, a menina foi encaminhada a um hospital mais próximo localizado na cidade de Pisco. Para a surpresa dos pais, Lina Medina felizmente não estava com nenhum tumor, porém estava grávida, para o espanto de todos. O médico Gerardo Lozada levou a garota até Lima, capital do Peru, para que o diagnóstico pudesse ser comprovado mais uma vez, por outros especialistas.
Em 14 de maio de 1939, um mês depois da descoberta da gravidez de Lina Medina, ela deu à luz a um menino saudável de 2,7 quilogramas. O parto foi realizado pelos médicos Dr. Lozada e Dr. Busalleu que fizeram uma cesariana, opção de parto escolhida pelo fato da pélvis de Lina ser bem pequena, ou seja, impossível a realização de um parto normal. Lina colocou o nome do seu filho de Gerardo, em homenagem ao Dr. Gerardo Lozada.
Lina Medina teve um desenvolvimento sexual precoce. Com apenas oito meses de idade, a garota apresentava sinais de maturidade sexual e já havia tido sua primeira menstruação. Porém sua mentalidade era de uma criança normal de cinco anos de idade. Após o nascimento de seu filho, Lina preferia brincar de boneca em vez de ficar com seu bebê, que era alimentado por uma enfermeira.
O garoto foi criado pelo irmão de Lina Medina e levado a acreditar que sua mãe era sua irmã. Somente quando Gerardo chegou à puberdade descobriu que Lina era sua mãe. Porém, nunca soube quem era seu pai. Infelizmente Gerard morreu com apenas 40 anos de idade, devido a uma doença na medula óssea. O mistério de quem poderia ser o pai de Gerard ainda prevalece e Lina Medina se nega a falar do assunto.
Vereadores derrubaram veto de Márcio Lacerda e publicaram a regra, que está valendo desde quarta-feira (04.03.15). A partir de agora, estabelecimentos públicos terão instalações sanitárias destinadas a menores de 10 anos, acompanhados de pais ou responsáveis.
Foi promulgada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) a Lei nº 10.803, que obriga a instalação de banheiros exclusivos para crianças, acompanhas dos pais ou responsáveis, em espaços públicos da capital. A nova regra foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de quarta-feira. A prefeitura tem o prazo de 120 dias para regulamentá-la.
A regra tem origem na Proposição de Lei 76/2014, do vereador Pedro Patrus (PT), e determina a criação dos “banheiros família” em parques, prédios públicos, shopping centers, supermercados, cinemas, teatros, casas de shows, estádios e ginásios, e outros locais com grande circulação de pessoas. Conforme a lei, o descumprimento da medida acarreta uma multa de R$ 5 mil, além da suspensão ou até a cassação do alvará de funcionamento quando houver reincidência.
Integrante da Frente Parlamentar da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Patrus afirma que a norma pode evitar que as crianças com menos de 10 anos tenham que entrar sozinhas e em banheiros destinados a adultos, onde correm o risco de sofrer abusos sexuais. A regra também evita que os pais passem por situações de constrangimento, quando não podem acompanhar as crianças às instalações.
A proposta foi vetada integralmente pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB) em dezembro do ano passado. Em sua justificativa, Lacerda disse que a proposição invadira uma competência exclusiva do Executivo. Em uma reunião plenária realizada em 13 de fevereiro, o veto foi derrubado pela Câmara com a votação favorável de 21 vereadores, contra sete votos pela manutenção. Assim, a proposição retornou a Casa, onde foi promulgada pelo presidente, vereador Wellington Magalhães (PTN) em 27 de fevereiro.
Um mapeamento feito em 2009 pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria (Masa) identificou em Rebouças, no centro-sul do Paraná, 133 benzedeiras. Segundo o Censo de 2010, 14.176 pessoas vivem na cidade.
O levantamento foi encaminhado para a Câmara Municipal de Vereadores e deu origem a um projeto de lei para regulamentar a prática.
O texto foi aprovado pelos parlamentares e sancionado pelo prefeito em Luiz Everaldo Zak (PT). Rebouças é o primeiro município do país a oficializar a prática de benzedeiros, curadores, “costureiro de rendiduras” ou “machucaduras”.
“Na realidade é uma coisa que acontece, não tem como ignorar isso” - Luiz Everaldo Zak, prefeito de Rebouças (PR)
A proposta, que é de 2010, também permite que estas pessoas colham plantas medicinais nativas no município livremente para o exercício do ofício. A lei concretizou uma parceria entre a tradição e as políticas públicas voltadas para a saúde. “O município de Rebouças reconhece os saberes e os conhecimentos localizados realizados por detentores de ‘ofícios tradicionais’, como instrumento importante para a saúde pública do município”, diz o Artigo 3º da lei.
Para Ana Maria dos Santos, de 46 anos, que aprendeu o ofício com o pai, a regulamentação trouxe segurança. “Agora temos mais segurança, trabalhamos mais tranquilo. Podemos benzer dentro do posto, dos hospitais, sem medo”, conta. A benzedeira explicou que antes da medida ela e as colegas tinham medo de serem denunciadas.
Solteira e sem filhos, Ana Maria se mantém com uma ajuda do governo federal e com algumas doações que as pessoas fazem em troca do serviço. “Deus não cobra nada de ninguém. E é Deus, Nossa Senhora que curam. Quem doa, doa de coração”, comenta. Ela diz que se sente privilegiada por ser benzedeira. “Quando chegar no céu vamos receber um prêmio por tudo que fizemos de bom. Isso é muito gratificante”.
A tradição de benzer está há gerações da família de Ana. O bisavô, também benzedeiro, era descendente de índio e passou o conhecimento para o avô que ensinou para o pai. “Somos em seis irmãos e ele [o pai] dizia que era eu ia ficar no lugar dele”, contou Ana. Se depender da benzedeira, a costume familiar não vai acabar, mas ela também reconhece que há necessidade de as sobrinhas, de 10 e 15 anos, se interessarem pela arte. “Se elas decidirem aprender, eu posso passar pra elas”.
Agda Andrade Cavalheiro, de 67 anos, contou que é benzedeira para ajudar, e comemora a lei que regulariza o oficio. “Foi uma alegria muito grande [ser reconhecida pela lei, porque a gente ajuda muita gente na doença, na pobreza. Porque quem tem recurso vai direto ao especialista”, explica a benzedeira. “Às vezes o que falta é oração. O trabalho da benzedeira é a oração e os chás medicinais. E isso também pode ajudar no tratamento médico”, explica.
Para poder exercer o oficio livremente, a benzedeira deve ir à Secretaria Municipal de Saúde e solicitar a Carta de Auto-Definição, na qual deve descrever de que forma trabalha. Depois, o órgão emite o Certificado de Detentor de Oficio Tradicional de Saúde Popular e uma carteirinha.
Na avaliação do prefeito de Rebouças, Luiz Everaldo Zak (PT) a lei veio apenas para regulamentar algo que já ocorria e que fazia parte da tradição da cidade. “Na realidade é uma coisa que acontece, não tem como ignorar isso”, afirmou o prefeito. Segundo ele, a diferença é que agora as benzedeiras e curandeiros são cadastrados e recebem uma carteirinha emitida pela Secretaria Municipal de Saúde para exercer o ofício. “Agora nós sabemos o que eles fazem”, acrescentou o prefeito. Zak destacou que essas pessoas podem auxiliar a saúde pública ao passarem orientações adequadas.
Ao G1 o prefeito explicou que já houve algumas reuniões entre os profissionais da secretaria e as benzedeiras e que a equipe da Saúde da Família tem contato direto com mulheres. “Algumas pessoas procuram direto e a gente pede para que eles procurem as situações graves que encaminhem, para a saúde pública, para a medicina convencional”, disse Zak.
Treinos intensos sem um aporte nutricional adequado podem causar alterações menstruais e ósseas
A combinação dieta e exercícios é fundamental para uma vida saudável e com menos doenças. Mas a ansiedade por um corpo perfeito, dentro dos padrões mais exigentes de beleza, faz algumas mulheres exagerarem na dose.
Um dos primeiros sinais do desgaste excessivo está na menstruação, que passa a ser irregular ou até deixa de acontecer (amenorreia).
“O exercício influencia a produção de endorfina”, explica Tathiana Parmigiano, ginecologista da Seleção Brasileira de Basquete. A endorfina, explica a médica, é um hormônio que age no sistema nervoso central, produzindo sensações de bem-estar e relaxamento.
Estudos recentes sugerem que a prática regular de atividades físicas eleva o nível de endorfina em repouso e isso ajuda a amenizar os sintomas da TPM. Mas se a mulher exagerar nos exercícios, a endorfina pode prejudicar o ciclo e até interrompê-lo. “O ciclo desregulado afeta a absorção de cálcio pelos ossos e pode levar a um quadro de osteopenia precoce”, alerta Tathiana.
Sem os devidos cuidados, a osteopenia é uma condição que pode evoluir para osteoporose, tornando os ossos mais frágeis e sujeitos a fraturas. Uma das formas de fratura comum nesses casos é a fratura por estresse, causada por lesões de baixa intensidade, porém frequentes no mesmo local.
Estima-se que as fraturas por estresse representem 10% das fraturas de atletas, e até 25% no caso de praticantes de corrida. O risco é maior em mulheres.
“Toda mulher com fratura por estresse, que seja praticante de esportes, deve passar por uma investigação médica. Pode ser que ela tenha tríade da mulher atleta”, afirma a ginecologista.
Ela explica que a tríade consiste na combinação dos fatores distúrbio alimentar, ciclo menstrual alterado e perda de massa óssea. Os primeiros sinais costumam aparecer na menstruação. É comum o ciclo se tornar irregular quando a mulher pega pesado no treino. “É preciso rever a intensidade do treino e toda a alimentação”, recomenda. Além da tríade, a mulher também pode ter dificuldade para engravidar.
O grande desafio do combate à tríade da mulher atleta é tornar o problema conhecido. Mesmo entre atletas profissionais, esse conjunto de disfunções ainda é pouco discutido.
Um levantamento com 60 mulheres durante os Jogos Pan-Americanos (PAN) de 2007 revela que 80% delas não sabia o que era a tríade. Na Seleção Brasileira de Basquete, outro estudo, de 2010, revelou que 27,3 das atletas tiveram fraturas por estresse em algum momento da carreira.
“Não há diferença entre atletas profissionais e amadoras, entre treinos pesados ou não”, afirma Tathiana. O que importa, segundo ela, é se o treino está sendo pesado demais para a pessoa que o pratica.
“Treinos intensos em quaisquer níveis, sem um aporte nutricional adequado, podem causar alterações menstruais e ósseas. Por isso, qualquer mulher pode desenvolver a tríade”, completa.
Quando a tríade é diagnosticada ou alguns sinais de que ela está por vir são detectados, é preciso rever a combinação entre alimentação e exercícios. É quando ela está desequilibrada que os problemas começam a surgir.
Em toda atividade física, o corpo sofre um desgaste e precisa de tempo e de nutrientes para se recuperar. Se tudo estiver na dose certa, a pessoa melhora seu condicionamento físico e vai atingindo seus objetivos: perda de peso, ganho de massa muscular, melhora no desempenho esportivo (caso pratique uma atividade competitiva).
Se não houve equilíbrio, há risco de overtraining. O problema é mais comum em mulheres por questões hormonais e também pode levar à tríade da mulher atleta.
Mulheres violadas 06/AUG/2014 ÀS 17:49 Redação Pragmatismo Editor(a)
Em São Paulo, concurso exige exame de virgindade. Ativistas dizem que a medida é aviltante e que no Estado mais rico e desenvolvido da Federação “vivemos em plena Idade Média”
Para preencher um dos requisitos do concurso público da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP), as candidatas selecionadas neste ano tiveram que comprovar, por meio de um atestado médico, que não tiveram seu hímen rompido, ou seja, eram virgens.
A denúncia parte de uma das candidatas selecionadas pelo concurso,
aberto em 2012, para o cargo de Agente de Organização Escolar. “Na hora
em que fui a um consultório para me submeter à análise ginecológica,
entrei em pânico. Foi constrangedor explicar para a médica que
precisava de um atestado de virgindade para poder assumir uma vaga em
um concurso”, disse a candidata – que por privacidade não teve o nome
revelado -, em entrevista concedida ao portal Último Segundo.
Em nota, o movimento Católicas pelo Direito de Decidir considerou a medida aviltante, afirmando que vivemos em plena Idade Média “no estado mais rico e ‘desenvolvido’ da Federação – entre muitas aspas, especialmente para a população feminina”.
“A submissão de legislador@s e executiv@s a normas e doutrinas religiosas por cálculo eleitoral é por demais conhecida nossa. O problema é que, além de violar direitos constitucionais de cidadãos e cidadãs que não tem qualquer referência religiosa e não desejam ter suas vidas reguladas por tais normas, essa submissão afeta de forma direta a vida das mulheres e da população LGBT, na medida em que políticas públicas destinadas a tod@s @s cidadãs e cidadãos do país são implementadas ou não, conforme se tenha a aprovação desses setores”, critica a nota.
Depois de passar pelas provas regulares, a candidata foi chamada para a realização dos exames médicos de admissão, quando foi surpreendida com um comunicado emitido pela Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos da SEE e pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME), que dava detalhes sobre testes ginecológicos requeridos às candidatas mulheres.
O comunicado informa que mulheres que “não possuem vida sexual ativa, deverão apresentar declaração de seu médico ginecologista assistente”. Dessa forma, com a comprovação de virgindade, estariam isentas da realização dos exames ginecológicos intrusivos, de acordo com confirmação do próprio DPME.
A justificativa para a realização dos exames é que servem para atestar a saúde dos futuros funcionários públicos. No entanto, segundo Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), trata-se de uma violação.
Mulheres violadas 31/Jul/2014 às 09:49
Ser ignorada, confundida com a senhora do café ou marcada como em
“risco de maternidade”. Essas são algumas das situações que as mulheres
passam no ambiente de trabalho, de acordo com relatos colhidos pelo
projeto Everyday Sexism e divulgados pelo The Guardian.
Para a maioria dos homens, são cenários difíceis de imaginar. Para as mulheres, são bem familiares.
Confira algumas das situações mais comuns, segundo depoimentos ao Everyday Sexism:
“Embora eu tenha sido uma figura sênior em reuniões com clientes, quando todos os outros participantes são homens espera-se regularmente que eu seja a pessoa que vai fazer anotações e distribuir bebidas.”
“Visitantes internacionais da sede da empresa vieram para uma reunião em que eu, a única mulher na gestão, tinha que relatar. Entrei com o meu relatório e me pediram café, com duas colheres de açúcar.”
“Me chamaram de ‘boa menina’ quando oferecia ideias para a gerência. Levantei as sobrancelhas e disse ‘me desculpe, acho que não entendi essa’. Uma outra pessoa apenas repetiu o que tinha sido dito. Uma vez chamei um deles de ‘bom menino’, mas não em uma reunião. Ele pareceu entender o que quis dizer, mas disse que ‘não tinha sido intencional fazer aquilo’.”
“Minha colega tinha que buscar alguém em outro departamento por não cumprir um prazo da papelada. Quando ela foi falar com a pessoa sobre isso, a resposta foi: ‘É aquele seu período no mês?’.”
“Trabalhando em um escritório de advocacia, ouvi muitas pessoas no telefone pedindo para falar com um homem em vez de mim. ‘Nada pessoal, mas nós preferimos um homem’.”
“Uma amiga minha, em uma reunião de trabalho, propôs uma solução simples para um problema recorrente. Olhares em branco do grupo e um ‘nós nunca fizemos isso dessa forma’ da gerente sênior. Um colega do sexo masculino, em seguida, fez a mesma sugestão e todos acenaram com entusiasmo.”
“Durante a minha entrevista para o posto que ocupo atualmente fui questionada se tinha planos de ter mais filhos e sobre o plano de saúde infantil que contratei. Todas as vezes as perguntas eram precedidas de ‘eu não deveria perguntar isso, mas…’. Será que teriam me perguntado isso se eu fosse um candidato do sexo masculino?”
“Eu tive uma entrevista para um emprego para uma pequena empresa, quando eu estava em meus 20 anos. O sócio sênior da empresa me disse que não iria me contratar porque eu provavelmente iria engravidar e pegar licença maternidade. E que se eu repetisse o que ele disse, ele iria negar.”
“Disseram-me no meu primeiro dia de volta [de licença-maternidade]: ‘Você nunca vai ser a mesma para nós agora que você tem um cérebro de bebê.”
“Eu tinha 22 anos, recém-formada na universidade e trabalhava em um período experimental de três meses em uma empresa muito pequena – somente eu e o chefe, que era casado e tinha filhos da minha idade. Um dia eu estava ocupada com o arquivamento e o chefe veio por trás de mim, passou os braços em volta de mim e enfiou a língua na minha orelha. Empurrei-o para longe e disse para não fazer isso de novo. Acabei sendo demitida uma semana mais tarde, porque eu não teria um caso com ele.“
As mulheres representam, no Brasil, pouco mais da metade da população (51,5%). Porém, a presença feminina ainda é muito pequena no parlamento. No Senado Federal, doze cadeiras são ocupadas por mulheres (14,81%). Já na Câmara dos Deputados, 51 mulheres atuam como representantes do povo (9,94%). São, portanto, 63 mulheres dentre as 594 cadeiras do Congresso Nacional (10,6%).
A bancada feminina na Câmara cresceu pouco em relação à legislatura passada, foi de 45 para 51 deputadas. Já no Senado houve um aumento proporcional importante. No pleito de 2010, 7 mulheres foram eleitas das 54 vagas em disputa (12,96%); em 2014, das 27 cadeiras 5 foram ocupadas por senadoras (18,51%).
O aumento de seis cadeiras na Câmara não animou a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG). “É um resultado decepcionante. Ele mostra que a política de inclusão das mulheres nas instâncias de poder está falida”, lamentou a parlamentar no dia seguinte às eleições.
Outro dado relevante é o do aumento da participação feminina nas eleições. No pleito de 2014 houve um crescimento de 88,77% no número de candidatas à Câmara dos Deputados. Foram 935 mulheres em 2010 e 1765 em 2014. Mas, de acordo com a deputada Jô Moraes, os partidos não apoiam suas candidatas. “As cotas são feitas de última hora, para os partidos políticos apenas cumprirem a exigência legal”, falou a deputada sobre a cota de 30% estabelecida pela Lei 12.034 /09.
A bancada feminina do Congresso Nacional não está satisfeita com a Lei 12.034 /09. A reivindicação é de que a cota de 30% de candidatas nas eleições é cumprida de forma que não traz resultados práticos. Os partidos colocam mulheres candidatas sem qualquer apoio político, com o único objetivo de cumprir a lei. Para a bancada, a exigência é de 30% de cadeiras efetivas no Congresso Nacional para mulheres, fazendo, assim, que haja uma verdadeira participação feminina na política nacional.
A importância da mulher na sociedade é algo notório, embora a luta por igualdade de condições ainda seja uma realidade necessária. O país evoluiu ao ponto de eleger uma mulher ao posto de presidente da república, mas, infelizmente, a escolha de Dilma mostra-se como um caso isolado. Dez por cento de mulheres no Congresso Nacional é um número preocupante. Mas não foi apenas para o parlamento brasileiro que as eleições de 2014 abriram pouco espaço às mulheres. Apenas uma candidata ao governo estadual conseguiu ser eleita governadora: Suely Campos (PP), em Roraima, é a única governadora atual no Brasil.
Estudante de Direito no UniCeub em Brasília. É assistente da direção na Rede Internacional de Excelência Jurídica, associação de juristas da América do Sul, Europa e África. Como repórter, trabalha no programa Brasília na TV.
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